quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

POEMA: VANDALISMO - AUGUSTO DOS ANJOS - COM GABARITO

 Poema: Vandalismo

              Augusto dos Anjos

 Meu coração tem catedrais imensas,

Templos de priscas e longíquas datas,
Onde um nume de amor, em serenatas,
Canta a aleluia virginal das crenças.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcpSEvq5KfItcljpVdlUBcVAyoY4YYBmLqyZmQ7Yuf5dK1r5RnQbfKqZRsMaKWalSLMD0Y0j1QJ-RGeUvZwSnFhYK1JWNcA8n6H5NH_ZooALUKwMOm9v_hkUYFGrSYuLhZLEG1KOsx_VBCkhImpQn-9dNC2LSz02kN3GUIhts5G1gPb4k951MXaGeYlCE/s320/catedrais-goticas-barcelona-1.jpg


Na ogiva fúlgida e nas colunatas
Vertem lutrais irradiações intensas
Cintilações de lâmpadas suspensas
E as ametistas e os florões e as pratas.

Como os velhos Templários medievais
Entrei um dia nessas catedrais
E nesses templos e risonhos…

E erguendo os gládios e brandindo as hastas,
No desespero dos iconoclastas
Quebrei a imagem dos meus próprios sonhos!

(Eu,30. ed. Rio de Janeiro, Livr. São José, 1963, p.145)

 

Vocabulário:

Prisca: antiga, velha, que pertence ao passado.

Nume: divindade, poder celeste.

Ogiva: arco diagonal de uma abóbada gótica.

Fúlgida:  fulgurante, luzente, brilhante.

Colunata: série de colunas dispostas com simetria para adornar um edifício.

Verter: derramar, jorrar. 

Lustral: que serve para dar brilho.

Florão: ornato, enfeite.

Templário: membro da ordem militar e religiosa denominada Pobres Cavaleiros de Cristo, fundada em 1119, em Jerusalém, com o   fim de proteger os peregrinos e expulsa pelo Papa em 1312.

Gládio: espada.       

Hasta: lança.

Brandir: agitar com a mão (uma espada, uma lança, antes de desferir o golpe.

Iconoclasta: destruidor de imagens ou ídolos.

 Entendendo o texto

  (ITA) – Com relação às duas estrofes iniciais, pode-se afirmar que nelas permanece, respectivamente, a ideia de

      a)   saudosismo e brilho.

     b)   plasticidade e musicalidade.

     c)   otimismo e suntuosidade.

    d)   antiguidade e claridade.

    e)   exaltação e riqueza.

02. (ITA) – Qual das figuras abaixo não ocorre no poema?

     a) Sinestesia.

     b) Anacoluto.

     c) Polissíndeto.

     d) Metáfora.

     e) Aliteração.

03. Como o eu lírico descreve o interior de seu coração nas primeiras estrofes?

      a) Como um deserto inabitado.

      b) Como catedrais imensas.

      c) Como um labirinto sombrio.

      d) Como uma praia tranquila.

04. Quais elementos são mencionados como parte da arquitetura das catedrais descritas pelo eu lírico?

      a) Estrelas e planetas.

      b) Torres e muralhas.

      c) Ogivas, colunatas, lâmpadas, ametistas, florões e pratas.

      d) Rios e montanhas.

05. Em que contexto o eu lírico compara sua ação à dos velhos Templários medievais?

     a) No momento de sua ascensão ao poder.

     b) Durante uma batalha épica.

     c) Ao entrar nas catedrais descritas.

     d) Durante um momento de desespero iconoclasta.

06. Qual é a ação do eu lírico em relação aos seus próprios sonhos?

      a) Constrói-os com gládios e hastas.

      b) Protege-os como um guardião.

      c) Quebra a imagem deles, como um iconoclasta.

      d) Celebra-os em serenatas.

 

 

 

 

 

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