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sexta-feira, 6 de setembro de 2024

ARTIGO: FICÇÃO CIENTÍFICA E CIÊNCIA DE MÃOS DADAS - FRAGMENTO - LUCAS MIRANDA - COM GABARITO

 Artigo: Ficção científica e ciência de mãos dadas – Fragmento

        [...] Você sabia que a ficção científica também serve de inspiração para muitos avanços tecnológicos?

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgO9RRVgtk_qnXp6Yt691vQbjH8lAETEQPihqZ8aWG21IR50SSMAFvgbNj06vQQKuimgm8GR3O6YfeJgGZKVoWsWeP3ODYnuo3gKq1ni1fGixEeG5AWqZDQFZMhYOeL4X03cvrl5v7R28EWHwU7fsFhbxw49bMBFFCldXTJvyH1wfS3NsEUl69iFibDZNQ/s320/avanco-tecnologicos.jpg


        Existem várias histórias sobre vida extraterrestre. Algumas envolvem invasões de alienígenas hostis ao planeta, outras tratam de viagens galácticas e colonização de outros planetas. Uma dessas histórias se passa na Lua, onde moram seres inteligentes de duas raças: os Subvolvanos e os Privolvanos. Eles são capazes de construir barcos, pois navegavam em rios, mares e lagos lunares. Se contada hoje, essa história pareceria só mais uma dentre tantas outras ficções científicas [...]. O detalhe curioso é que ela foi contada em um livro de 1634 escrito pelo astrônomo e matemático alemão Johannes Kepler (1571-1630) [num conto denominado “Sonho”].

        [...] Foi apenas em 1969 que a missão Apollo, da Nasa, levou o primeiro homem à Lua. [...]

        [...] Não é exagero dizer que muitos deles inspiraram cientistas a desenvolver as tecnologias dos seus livros e filmes.

        Em 1906, por exemplo, o famoso 14-Bis levantava voo em Paris. Por trás da genial invenção, estava um ávido leitor, apaixonado e inspirado pelas obras de Júlio Verne (1828-1905). Nas audaciosas concepções desse escritor francês, o pequeno Santos Dumont (1873-1932) vislumbrava a mecânica e a ciência dos tempos do porvir, como conta em seu livro.

        [...]

MIRANDA, Lucas; GARCIA, Gabriel Lopes. Ficção científica e ciência de mãos dadas. Ciência Hoje, 24 dez. 22019. Disponível em: https://cienciahoje.org.br/artigo/ficcao-cientifica-e-ciencia-de-maos-dadas. Acesso em: 10 set. 2020.

Fonte: Linguagens em Interação – Língua Portuguesa – Ensino Médio – Volume Único – Juliana Vegas Chinaglia – 1ª edição, São Paulo, 2020 – IBEP – p. 226.

Entendendo o artigo:

01 – De acordo com o texto, qual o significado da palavra povir?

      Significa futuro.

02 – Qual é a relação entre ficção científica e avanços tecnológicos?

      A ficção científica serve de inspiração para muitos avanços tecnológicos, influenciando cientistas e engenheiros a desenvolverem inovações com base nas ideias presentes em livros e filmes do gênero.

03 – Quem foi Johannes Kepler e qual é a relevância de sua obra para a ficção científica?

      Johannes Kepler foi um astrônomo e matemático alemão, autor do conto "Sonho" escrito em 1634, que é considerado uma das primeiras obras de ficção científica. O conto descreve seres inteligentes que vivem na Lua, antecipando conceitos de exploração espacial muito antes da era moderna.

04 – Como a missão Apollo está relacionada ao contexto do artigo?

      A missão Apollo, que levou o primeiro homem à Lua em 1969, é mencionada no artigo como uma realização tecnológica que, de certa forma, concretiza as ideias que já eram imaginadas em obras de ficção científica, como o conto de Kepler.

05 – De que forma Júlio Verne influenciou Santos Dumont?

      Júlio Verne, conhecido por suas obras de ficção científica, influenciou Santos Dumont, um pioneiro da aviação, que era um ávido leitor de seus livros. As concepções audaciosas de Verne ajudaram Dumont a vislumbrar a mecânica e a ciência que ele viria a aplicar em suas invenções.

06 – Por que a história dos Subvolvanos e Privolvanos seria considerada uma ficção científica comum nos dias de hoje?

      A história dos Subvolvanos e Privolvanos, seres que viviam na Lua e construíam barcos, seria vista como uma ficção científica comum hoje em dia porque o tema de vida extraterrestre e a colonização de outros planetas é amplamente explorado no gênero atualmente. No entanto, essa história ganha relevância por ter sido escrita no século XVII, muito antes das modernas concepções de exploração espacial.

 

 

domingo, 25 de agosto de 2024

ARTIGO DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA: NOVOS ARRANJOS NOS LARES BRASILEIROS (FRAGMENTO) - RODRIGO DE OLIVIERA ANDRADE - COM GABARITO

 Artigo de divulgação científica: Novos arranjos nos lares brasileiros – Fragmento

        Pesquisa identifica processo de emancipação das mulheres no núcleo familiar a partir da década de 1970 no Brasil

Rodrigo de Oliveira AndradeEdição 263 – jan. 2018

Sociologia

 

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDe3nSygb9CsilsN3Rjb76z7txyqRJqTRyXfiBS8MDSuVynbOvOJL-qEw-vz78aBJ_JvUa5Sx1Qjf2jO4EtZU4jwdXBaihtLSdW6U6iA_5TPKojV8w6bXGTGjCVuQnkYCmpTVTukl06iIPqCjPRFUvJmhaT5_2WLFMkc5faeBpEBeLq616f-Uut9OnIdU/s1600/arranjo.jpg

        As transformações do papel da mulher na sociedade brasileira durante o século XX, com conquistas importantes envolvendo o direito ao voto, divórcio, trabalho e à educação, são bastante conhecidas. O que agora começa a ficar evidente é que essas mudanças teriam estimulado um processo de emancipação feminina também na esfera familiar, com destaque para a conquista de autonomia financeira e a redução das taxas de fecundidade, que vêm caindo progressivamente desde os anos 1960. Nos últimos anos, vários pesquisadores se propuseram a analisar esse fenômeno. Um dos trabalhos mais recentes é o da socióloga Nathalie Reis Itaboraí, pesquisadora em estágio de pós-doutorado no Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Iesp-Uerj).

        Com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Pnad-IBGE), ela analisou o processo de emancipação das mulheres nas famílias brasileiras entre 1976 e 2012 à luz de uma perspectiva de classe e gênero. O período é marcado por transformações na condição feminina, favorecidas por mudanças na estrutura produtiva, mais oportunidades de educação e trabalho e difusão de novos valores pelos meios de comunicação e pela segunda onda do feminismo, iniciada nos anos 1960 – a primeira se deu na segunda metade do século XIX. “Foi também nessa época que a desigualdade de gênero começou a ser mais debatida no Brasil, sobretudo após a declaração, pelas Nações Unidas, de 1975 como o Ano Internacional das Mulheres e o período de 1976-1985 como a Década da Mulher”, explica a pesquisadora.

        Nathalie é autora do livro Mudanças nas famílias brasileiras (1976-2012): Uma perspectiva de classe e gênero (Garamond), publicado a partir de sua tese de doutorado, vencedora do prêmio de melhor tese de 2016 no concurso da Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs) de obras científicas e teses universitárias em ciências sociais. No estudo, ela procura ir além dos indicadores de gênero que medem as mudanças na condição feminina na esfera pública (participação no mercado de trabalho, representação política etc.), frequentemente usados para comparar os avanços no Brasil com outros países. Esses indicadores, segundo ela, não contemplam as diferenças entre grupos sociais na sociedade brasileira e o impacto da desigualdade de gênero na família e no trabalho doméstico (o cuidado da casa, dos filhos ou de familiares idosos, por exemplo).



        Para analisar como se deram as transformações na experiência familiar das mulheres em diferentes classes sociais, Nathalie adotou oito tipos de estratos ocupacionais. Eles abarcaram desde trabalhadores rurais (classe 1), mais pobres, a profissionais com nível superior (classe 8), mais abastados. Ainda que as desigualdades entre mulheres de diferentes classes continuem grandes, as análises indicam que o comportamento familiar feminino, independentemente da classe social, mudou na mesma direção nos últimos 40 anos, com avanços significativos quanto à sua autonomia, o que envolve maior controle sobre o próprio corpo, capacidade de gerar renda própria e de controlar esses recursos.

        Até o final da década de 1960, no Brasil, o modelo tradicional de família era marcado por enormes assimetrias entre homens e mulheres. Nos casais, o homem, em geral, era mais velho, mais escolarizado e tinha mais renda. As mulheres trabalhavam apenas enquanto solteiras, abandonando suas atividades após o casamento para se dedicar aos serviços domésticos e cuidar dos filhos. Isso começou a mudar a partir dos anos 1970 (ver entrevista com a demógrafa Elza Berquó na edição 262). Nathalie verificou que a condição das mulheres melhorou em relação a seus cônjuges nesse período. As diferenças de renda diminuíram nos casais, assim como as de idade e de escolaridade.

        Também o arranjo tradicional de família, com o homem como único provedor e a mulher como dona de casa, deixou de ser predominante. Em 1976, o percentual de mulheres casadas de 15 a 54 anos que trabalhavam era de 25,4% na classe dos trabalhadores rurais (classe 1) e de 34,5% entre os profissionais com nível superior (classe 8). Em 2012, esse número subiu para 46,4% e 75,5%, respectivamente. “Ter renda própria ajudou a ampliar a autonomia econômica das mulheres, ainda que para as mais pobres isso signifique apenas reduzir certas privações”, explica a socióloga. Em 1976, o homem era o único provedor em 77% dos casais de trabalhadores rurais e em 63% dos casais de profissionais com nível superior. Em 2012, esse percentual caiu para 50,5% na classe 1 e para 24,1% na classe 8. “Homens e mulheres se tornaram mais parecidos quanto ao engajamento profissional, ainda que as mulheres enfrentem mais obstáculos no mercado de trabalho”, ela destaca.

        Essas conclusões reforçam um fenômeno que há algum tempo vem sendo observado no Brasil. A quantidade de lares chefiados por mulheres aumentou 67% entre 2004 e 2014 no país, segundo dados do IBGE. [...]

        Tendência semelhante foi identificada em 2006 pelo demógrafo Mario Marcos Sampaio, do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Ele é um dos coordenadores de uma pesquisa publicada na revista Bahia Análise & Dados que analisou o processo de emancipação feminina nas regiões metropolitanas brasileiras entre 1990 e 2000. No estudo, eles verificaram que a participação das mulheres na composição da renda familiar brasileira é crescente, no papel de cônjuge ou no de filha.

        Essas mudanças estão relacionadas a um processo lento, mas contínuo, de ampliação das oportunidades de acesso à educação às mulheres, iniciada em 1879, com a promulgação da Reforma Leôncio de Carvalho, que permitiu às mulheres cursar o ensino superior. A partir dos anos 1970 essa ampliação passou a ser acompanhada de uma tendência de melhor desempenho escolar das mulheres em relação aos homens, sobretudo nas famílias mais pobres. Hoje, segundo dados publicados em 2014 pelo IBGE, 12,5% das mulheres com 25 anos ou mais completaram o ensino superior em 2010. A participação masculina no período foi de 9,9%. “Se existe uma estratégia nas classes baixas de escolher um ou mais filhos para seguir estudando, é provável que sejam as meninas, por terem, em média, um melhor desempenho escolar”, afirma Nathalie.

        [...]

        Apesar dos avanços da condição da mulher, muitos obstáculos ainda precisam ser superados. As que trabalham fora de casa ainda recebem 30% menos para ocupações similares exercidas pelos homens, são minoria nos cargos de chefia e direção e assumem as atividades do mercado de trabalho sem renunciar aos afazeres domésticos. Também as mulheres com filhos enfrentam dificuldades para voltar ao mercado de trabalho.

        Outro problema: o tempo gasto pelas mulheres com serviços domésticos em todas as classes sociais tende a ser maior do que o gasto pelos homens. “Meninas de 10 a 14 anos gastam mais tempo com serviço doméstico do que meninos da mesma idade”, diz Nathalie. Esses dados estão alinhados com os divulgados em 2016 no relatório “Harnessing the power of data for girls”, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), que indica que garotas entre 5 e 14 anos despendem 40% mais tempo por dia em tarefas domésticas não-remuneradas que os garotos. Em geral, o trabalho das meninas é menos visível e subvalorizado.

Artigos científicos


GARCIA, S. & BELLAMY, M. Assisted Conception Services and Regulation within the brazilian context. JBRA Assisted Reproduction. v. 19, n. 4, p. 198-203. nov. 2015.
BERQUÓ, E. S. et al. 
Reprodução após os 30 anos no estado de São Paulo. Novos Estudos Cebrap. n. 100, p. 9-25. nov. 2014.

Livro
ITABORAÍ, N. R. Mudanças nas famílias brasileiras (1976-2012): Uma perspectiva de classe e gênero. Rio de Janeiro: Garamond, 2016, 480 p.

ANDRADE, Rodrigo de Oliveira. Novos arranjos nos lares brasileiros. Pesquisa Fapesp, São Paulo, ed. 263, jan. 2018. Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/novos-arranjos-nos-lares-brasileiros. Acesso em: 1º maio 2020.

Fonte: Linguagens em Interação – Língua Portuguesa – Ensino Médio – Volume Único – Juliana Vegas Chinaglia – 1ª edição, São Paulo, 2020 – IBEP – p. 64-66.

Entendendo o artigo:

01 – Quais foram as principais mudanças no papel da mulher na sociedade brasileira durante o século XX?

      As principais mudanças incluíram conquistas como o direito ao voto, ao divórcio, ao trabalho, e à educação, além de um processo de emancipação feminina na esfera familiar.

02 – Como a emancipação feminina se manifestou nas famílias brasileiras a partir dos anos 1970?

      A emancipação feminina se manifestou através da conquista de autonomia financeira pelas mulheres, redução das taxas de fecundidade e mudanças nos arranjos familiares tradicionais, com mais mulheres entrando no mercado de trabalho.

03 – Quais fatores contribuíram para as transformações na condição feminina na sociedade brasileira?

      Contribuíram as mudanças na estrutura produtiva, maior acesso à educação e trabalho, difusão de novos valores pelos meios de comunicação e o impacto da segunda onda do feminismo.

04 – Qual foi o foco da pesquisa realizada por Nathalie Reis Itaboraí?

      Nathalie Reis Itaboraí focou em analisar o processo de emancipação das mulheres nas famílias brasileiras entre 1976 e 2012, considerando as perspectivas de classe e gênero.

05 – Como Nathalie Reis Itaboraí classificou as mulheres em sua pesquisa?

      Ela classificou as mulheres em oito estratos ocupacionais, variando desde trabalhadores rurais (classe 1) até profissionais com nível superior (classe 8).

06 – Quais mudanças ocorreram nas diferenças de renda e escolaridade entre homens e mulheres nos casais brasileiros desde os anos 1970?

      As diferenças de renda, idade e escolaridade entre homens e mulheres nos casais diminuíram, com as mulheres ganhando mais autonomia e engajamento profissional.

07 – Como a participação das mulheres no mercado de trabalho impactou a estrutura familiar brasileira?

      A maior participação das mulheres no mercado de trabalho contribuiu para o aumento de lares chefiados por mulheres e uma maior contribuição feminina na composição da renda familiar.

08 – Qual a relação entre o desempenho escolar das mulheres e as mudanças na estrutura familiar?

      O melhor desempenho escolar das mulheres, especialmente nas classes mais baixas, levou a uma maior valorização da educação feminina, contribuindo para as transformações na estrutura familiar.

09 – Quais desafios persistem para as mulheres no mercado de trabalho, segundo o artigo?

      As mulheres ainda enfrentam desafios como receber 30% menos que os homens em ocupações similares, menor representação em cargos de chefia e a dupla jornada de trabalho doméstico e profissional.

10 – Qual a importância do trabalho não remunerado das mulheres e meninas no contexto das desigualdades de gênero?

      O trabalho doméstico não remunerado realizado por mulheres e meninas é subvalorizado e contribui para perpetuar as desigualdades de gênero, com as meninas despendendo mais tempo nessas atividades do que os meninos.

 

 

segunda-feira, 5 de agosto de 2024

ARTIGO DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA: POR QUE TEMOS CE-CÊ? (FRAGMENTO) - LUIZ FERNANDO MONTE - COM GABARITO

 Artigo de divulgação científica: Por que temos ce-cê? – Fragmento

        [...]

        Na verdade, esse cheirinho azedo, popularmente conhecido como ce-cê, não aparece de um dia para o outro. Ele surge e vai aumentando de intensidade aos poucos, quando nossas glândulas sudoríparas apócrinas começam a funcionar. Glândulas sudoríparas são aquelas que produzem o suor. E nós, humanos, temos dois tipos delas: as écrinas e as apócrinas.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRQNTTmms_E0KXkMUv5YkQEHrmwrfpp-hwuCJTp0zeEGddbQO9IF0-i-5sz2RURl5shubQ-JmuPTOoQRfMx7Im7Ywo58IH5FSrtkae2yQvEa0uWvAwCguE8JLdcg18Vqcsi7Eua8ynJ4LEIz3_IOn2m86VmGl3XKrJfjFF4wgBKoQe7zO-BQ03eij3nIw/s320/mau-cheiro-crianca.jpg


        [...]

        Engana-se quem pensa que este suor já é o próprio ce-cê! Este cheirinho esquisito surge do lado de fora, quando bactérias que estão no nosso corpo entram em contato com o suor apócrino.

        Para evitá-lo é preciso cuidados com a higiene. Ao tomar banho, dê uma atenção especial aos seus sovacos, lave-os com água e sabão e, depois, faça uso de um desodorante. Esse produto reduz as bactérias da axila, e quanto menos bactérias em contato com o suor apócrino, menor será a intensidade do ce-cê.

        [...]

Luiz Fernando Monte. Por que temos ce-cê? In: Universidade das Crianças. Minas Gerais, 9 out. 2012. Disponível em: http://www.universidadedascrianças.org/perguntas/resposta.php?id=91. Acesso em: 13 set. 2017.

Fonte: Encontros – Língua Portuguesa – Isabella Carpaneda – 5º ano – Ensino fundamental anos iniciais. FTD – São Paulo – 1ª edição. 2018. p. 215.

Entendendo o artigo:

01 – O que são glândulas sudoríparas e quantos tipos existem no corpo humano?

      Glândulas sudoríparas são responsáveis pela produção de suor no corpo humano. Existem dois tipos de glândulas sudoríparas: as écrinas e as apócrinas.

02 – Como o cheirinho azedo do ce-cê é formado?

      O cheiro azedo, conhecido como ce-cê, é formado quando bactérias presentes no corpo entram em contato com o suor produzido pelas glândulas sudoríparas apócrinas.

03 – O suor apócrino, por si só, já possui o cheiro característico do ce-cê?

      Não, o suor apócrino não possui o cheiro característico do ce-cê. O odor surge do lado de fora do corpo, quando bactérias entram em contato com esse tipo de suor.

04 – Quais são as principais medidas para evitar o cheiro de ce-cê?

      Para evitar o cheiro de ce-cê, é essencial manter cuidados com a higiene, como lavar bem as axilas com água e sabão durante o banho e usar desodorante, que ajuda a reduzir a quantidade de bactérias na área.

05 – Por que o uso de desodorante ajuda a diminuir o cheiro de ce-cê?

      O uso de desodorante ajuda a diminuir o cheiro de ce-cê porque ele reduz a quantidade de bactérias na axila. Com menos bactérias em contato com o suor apócrino, a intensidade do cheiro diminui.

 

 

ARTIGO DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA: POR QUE A VOZ DOS ADOLESCENTES MUDA? (FRAGMENTO) - MUNDO ESTRANHO - COM GABARITO

 Artigo de divulgação científica: Por que a voz dos adolescentes muda? – Fragmento

        É culpa dos hormônios, que perturbam o organismo da moçada nessa fase da vida. Na adolescência, tanto os garotos como as meninas começam a produzir os hormônios que realçam as diferenças sexuais. Nelas, aumenta a produção de estrógeno e progesterona. Neles, a testosterona explode, desencadeando uma série de transformações. Uma das mudanças é o crescimento da cartilagem da laringe, onde se localizam os músculos vocais que compõem a prega vocal. E é a vibração dessa prega durante a passagem do ar que sai dos pulmões que produz a nossa voz.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMVVqRIPFNIwq3HDFxf4_khhyrfkDmEfPBnCkLC9a_WENpFL1lJHetAHKFHlg0MNM_5iCvlZtqN9BMsaFErmVRuD1kvsuXtbobRENKkRzBrJ25_XF7vvmBASqebycIvaiCbiRxCSReDdZ2Rr0QoX6F5Tw6HGS-JQNrAdLqFK1DLSskJsaSh4GXr0wLdj0/s1600/VOZ.jpg


        Com o crescimento da laringe, os músculos vocais se esticam e aumentam de tamanho.  “Com isso a estrutura vocal muda e a voz fica mais grave”, diz o otorrinolaringologista (especialista em ouvido, nariz e garganta) Reginaldo Raimundo Fujita, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Como o crescimento da cartilagem da laringe é muito maior no corpo masculino, os garotos ganham nessa fase o famoso pomo-de-adão, ou gogó.

        [...]

Por que a voz dos adolescentes muda? Mundo Estranho, ed. 33, 1º nov. 2004, p. 64. Mundo Estranho/Abril Comunicações S/A. Disponível em: https://mundoestranho.abril.com.br/saude/por-que-a-voz-dos-adolescentes-muda/. Acesso em: 13 set. 2017.

Fonte: Encontros – Língua Portuguesa – Isabella Carpaneda – 5º ano – Ensino fundamental anos iniciais. FTD – São Paulo – 1ª edição. 2018. p. 210.

Entendendo o artigo:

01 – Por que a voz dos adolescentes muda durante a puberdade?

      A mudança na voz dos adolescentes é causada pelos hormônios que perturbam o organismo nessa fase da vida. Tanto garotos quanto garotas começam a produzir hormônios que realçam as diferenças sexuais, resultando em várias transformações corporais.

02 – Quais hormônios são responsáveis pelas mudanças vocais em meninos e meninas?

      Nas meninas, a produção de estrógeno e progesterona aumenta. Nos meninos, há uma explosão de testosterona, que desencadeia o crescimento da cartilagem da laringe e outras transformações.

03 – Como a testosterona afeta a laringe dos meninos durante a puberdade?

      A testosterona provoca o crescimento da cartilagem da laringe nos meninos, onde se localizam os músculos vocais. Esse crescimento faz com que os músculos vocais se estiquem e aumentem de tamanho, resultando em uma voz mais grave.

04 – O que é a prega vocal e como ela contribui para a produção da voz?

      A prega vocal é composta por músculos vocais localizados na laringe. A vibração dessas pregas durante a passagem do ar que sai dos pulmões produz a nossa voz.

05 – Por que os garotos desenvolvem o pomo-de-adão durante a adolescência?

      O crescimento da cartilagem da laringe é muito maior nos meninos do que nas meninas, resultando no desenvolvimento do pomo-de-adão, também conhecido como gogó, que é uma característica visível dessa transformação.

 

quarta-feira, 10 de julho de 2024

ARTIGO DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA: FRUTA EM PÓ - ISADORA SILVA VILARDO - COM GABARITO

 Artigo de divulgação científica: Fruta em pó

        Tecnologia torna polpa de pequi e leite de babaçu disponíveis o ano inteiro

              Isadora Silva Vilardo

        Cada fruta tem sua época certa, quando fica mais saborosa, nutritiva e também mais barata. No entanto, mesmo azedinhas, boa parte delas fica disponível para consumo o ano todo. Isso não acontece com o babaçu e o pequi, que só podem ser consumidos cinco meses por ano. Para estender esse período e combater o desperdício, a engenheira de alimentos Audirene Amorim Santana transformou em pó a polpa desses dois frutos do cerrado sem perda significativa de suas propriedades nutricionais.

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3BeIZx8q2TTgIQwdY_Ap0J7DwYyc1YHIrYQqsHHQrudEKP2KLH1slhXh3OpKmJUnrdBjQRsmmU2pIdKUkVmeCmsLB5gDQSNxZTXdZwAS3joK8Cbe02qWh3RTVCIxc6l5QgITM5M3Mz_jvFWTBiY4e9-gDNypxrRWpwuIQ4bDnvsf0ght8__MCJlG9cdY/s1600/PEQUI.jpg

        Com a pesquisa, realizada durante o doutorado na Faculdade de Engenharia Agrícola da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Santana pretende que os dois frutos, que fazem parte do cardápio regional nordestino e são ricos em nutrientes, possam ser usados pela população durante todo o ano.

        Secagem

        Como o pequi e o leite de babaçu são colhidos em grande quantidade, mas apenas durante quatro ou cinco meses, e logo estragam, era necessário criar uma forma de estoque prolongado dos frutos que não implicasse na perda de nutrientes. A pesquisadora empregou, para isso, o processo de secagem por aspersão, tecnologia muito utilizada na indústria alimentícia e farmacêutica para a produção de leite em pó, sucos, sopas, café instantâneo, remédios e sabão.

        [...]

        A técnica é simples: o secador por aspersão transforma o alimento, originalmente em estado fluido, em uma ‘nuvem’ de gotículas. Em contato com o ar quente, dentro do equipamento, a parcela líquida evapora, restando apenas um pó com os componentes do alimento. Além do baixo custo operacional, a rapidez desse processo pouco influi nas características físicas e químicas dos produtos, mantendo suas qualidades nutricionais.

        Após essa etapa, para fixar os componentes nutritivos dos frutos, Santana utilizou microencapsulantes. São carboidratos – no caso, a maltodextrina, a goma arábica e a dextrina ou amido modificado – misturados na polpa do pequi e do leite de babaçu que protegem os alimentos tanto no processo da secagem quanto no estoque. “Com esses cuidados, em média, 80% dos componentes nutritivos dos frutos se mantiveram”, conta Santana, enfatizando o poder antioxidante natural que as duas espécies apresentam.

        A pesquisadora sinaliza que o pó obtido tanto pode ser consumido diretamente pela população quanto utilizado na indústria para fabricação de produtos como sucos, bolos e outros. Preservado do calor e da umidade, o pó pode ser consumido em até quatro meses, praticamente dobrando o tempo de disponibilidade dos frutos na região. “Com a união da comunidade, governos e indústria, o projeto pode ser bem-sucedido para melhor aproveitamento das matérias-primas da Amazônia”, aposta.

VILARDO, Isadora Silva. Fruta em pó. Ciência Hoje, nº 308, p. 44, out. 2013.

Entendendo o artigo:

01 – Qual é a principal inovação apresentada pela engenheira de alimentos Audirene Amorim Santana em sua pesquisa sobre o pequi e o leite de babaçu?

      A principal inovação é a transformação da polpa de pequi e do leite de babaçu em pó, utilizando a técnica de secagem por aspersão, o que permite a disponibilidade desses frutos durante o ano inteiro sem perda significativa de suas propriedades nutricionais.

02 – Por que é importante transformar a polpa de pequi e o leite de babaçu em pó?

      É importante porque esses frutos são colhidos em grande quantidade apenas durante quatro ou cinco meses e logo estragam. Transformá-los em pó permite o estoque prolongado sem perder nutrientes, combatendo o desperdício e possibilitando seu consumo durante todo o ano.

03 – Quais são os benefícios nutricionais de consumir pequi e leite de babaçu?

      O pequi e o leite de babaçu são ricos em nutrientes e apresentam poder antioxidante natural. Transformá-los em pó preserva esses benefícios nutricionais, permitindo seu consumo regular.

04 – Como funciona a técnica de secagem por aspersão utilizada na pesquisa?

      A técnica transforma o alimento fluido em uma ‘nuvem’ de gotículas que, em contato com o ar quente, evapora a parte líquida, restando apenas o pó com os componentes do alimento. É um processo rápido e de baixo custo operacional que preserva as qualidades nutricionais dos produtos.

05 – Quais ingredientes foram usados como microencapsulantes na pesquisa, e qual é a sua função?

      Foram utilizados carboidratos como maltodextrina, goma arábica e dextrina ou amido modificado. Esses microencapsulantes protegem os alimentos tanto no processo de secagem quanto no armazenamento, ajudando a manter 80% dos componentes nutritivos dos frutos.

06 – Quais são as possíveis aplicações do pó de pequi e do leite de babaçu na indústria alimentícia?

      O pó pode ser utilizado na fabricação de produtos como sucos, bolos e outros alimentos. Além disso, pode ser consumido diretamente pela população, ampliando as possibilidades de uso desses frutos na culinária regional e na indústria.

07 – Qual é a visão da pesquisadora sobre o impacto do projeto para a comunidade e a indústria?

      A pesquisadora acredita que com a união da comunidade, governos e indústria, o projeto pode ser bem-sucedido, melhorando o aproveitamento das matérias-primas da Amazônia e contribuindo para a economia local e a segurança alimentar.

 

 

sábado, 5 de novembro de 2022

ARTIGO DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA: VÍRUS GIGANTES? O QUE É ISSO?! - COM GABARITO

 Artigo de divulgação científica: VÍRUS GIGANTES? O QUE É ISSO?!

        Alguém aí já ouviu falar em vírus gigantes? Será que eles causam uma supergripe? Será que são do tamanho de um inseto e estão voando por aí? Calma! Os chamados vírus gigantes não são tão grandes a ponto de podermos vê-los a olho nu. Eles são enormes se comparados a outros vírus. Mas há outras curiosidades em torno deles. Vamos conhecê-los?

Tupanvírus: considerado um vírus gigante. Imagem Centro de Microscopia da UFMG

        Os vírus gigantes são diferentes de tudo o que já era conhecido na biologia. Para entender um pouco sobre eles, é preciso conhecer mais sobre vírus em geral. Vamos lá?

        De uma forma geral, os vírus têm dentro deles um código que guarda todas as suas informações, chamado código genético. Esse código fica protegido por uma capa chamada capsídeo. Os vírus gigantes apresentam os maiores códigos genéticos entre todos os vírus conhecidos até hoje. Logo, têm também os maiores capsídeos.


Representação do Mimivírus. A imagem da esquerda mostra o capsídeo por dentro, com o código genético (DNA) enroladinho dentro do núcleo. Imagem Wikipédia

        O começo da história

        Você deve estar se perguntando por que é que os vírus gigantes são assunto agora? Será que eles são uma forma de vida nova? Não, não são. Os vírus gigantes devem existir há muito tempo. A questão é que, há cerca de 200 anos, quando os primeiros vírus foram descobertos, os cientistas estavam filtrando algumas soluções e apenas os pequenos vírus (que são a grande maioria) passavam pelos poros dos filtros. Os gigantes, por não passarem, ficaram “escondidos” dos cientistas.

        Só em 2003, um grupo de cientistas, liderados pelo francês Didier Raoult, observando no microscópio, se deparou com algo maior, do tamanho das bactérias. Mas, se fosse bactéria, não sobreviveria em contato com antibióticos – e o “algo maior” sobreviveu.  Se fosse bactéria, poderia se dividir – e o “algo maior” não se dividia. Se fosse bactéria, teria ainda outras características que o “algo maior” não tinha.

        Continuando a investigação

        O que os cientistas viram no microscópio era algo que, definitivamente, não poderia ser considerado uma bactéria. Aliás nem poderia ser considerado algo vivo. O que poderia ser então? Os cientistas tiveram uma grande ideia: colocaram aquilo que viram no microscópio junto com ameba, um ser vivo que costuma hospedar bem bactérias, fungos e… vírus!

        Aí, veio a surpresa! Os cientistas observaram que as amebas em contato com aquilo que observaram no microscópio morriam. E foi assim que descobriram estar diante de um vírus diferente, um vírus muito maior do que conheciam até então, um vírus… gigante!

        O primeiro vírus gigante recebeu o nome de Acanthamoeba polyphaga Mimivirus (APMV). Essa descoberta entusiasmou outros cientistas, que começaram a pesquisar novos vírus gigantes por todo o planeta. E novos vírus gigantes foram sendo descobertos nos mais diferentes ambientes, como hospitais, água, solos profundos de oceanos, lagos de água salgada e até na gelada Antártica.

      Famílias de vírus gigantes

        Os vírus gigantes foram divididos em oito famílias. Eles são, em média, cinco a dez vezes maiores que os vírus comuns. A família Mimiviridae, a mais estudada até hoje, foi a primeira a ser criada a partir da descoberta do APMV, e inclui os vírus “brasileiros” Sambavírus e Tupanvírus, que foram nomeados assim para homenagear a cultura do Brasil.

        Já os integrantes da família Marseillevirus foram encontrados seis anos após o APMV, em 2009. Embora também tenham sido descobertos na França e serem grandes na comparação com os vírus comuns, são menores que o APMV. Em 2016, um vírus gigante encontrado no Brasil foi incluído nessa família, o Brazilian marseillevirus.

        Há famílias de vírus gigantes em que os integrantes têm formato ovóide, outros têm formato de rolha e outros têm formatos que lembram um personagem famoso de videogame, o Pacman (também conhecido como “come-come”).

 


Ao alto, o Tupanvírus (no detalhe, a gente vê como ele é por dentro). 

Acima, o Sambavírus.
Imagens Centro de Microscopia da UFMG

        Vírus brasileiros

        O Tupanvírus e o Sambavírus, descobertos no Brasil, são recobertos quase por completo por estruturas que lembram fios de cabelo, as fibrilas. O Sambavírus é muito similar ao APMV, o primeiro vírus gigante a ser descoberto. Já o Tupanvírus têm uma cauda cilíndrica, que ainda não se sabe para que serve, e é completamente diferente de todos os outros gigantes descritos até então.

        E sempre há mais novidades!

        Por falar em novidades, há uma recente e incrível curiosidade sobre essa família: existem vírus que “infectam” os mimivírus chamados virófagos! Eles também são cerca de dez vezes menores que os vírus gigantes e podem causar defeitos na sua replicação. Ainda não sabemos muitos sobre eles, mas pode apostar que com a continuidade das pesquisas muitas outras informações incríveis virão!

        Vírus contaminando vírus

        Sabia que há vírus que infectam os vírus gigantes da família Mimivírus? Conhecidos como virófagos, eles são dez vezes menores que os vírus gigantes e podem causar defeitos na sua replicação. Ainda não se sabe muito sobre eles, mas os pesquisadores estão atentos para trazer novidades!

Juliana Cortines, Gabriel Nunes, Juliana Oliveira e Victória Trindade Departamento de Virologia, Instituto de Microbiologia Paulo de Góes, Universidade Federal do Rio de Janeiro.

CORTINES, J. et al. Vírus gigantes? O que é isso?! Ciência Hoje das Crianças, nov. 2019. Disponível em: http://chc.org.br/artigo/Virus-gigantes-o-que-e-isso/. Acesso em: 12 mar. 2020.

Fonte: Língua Portuguesa – Se liga nas linguagens – Área do conhecimento: Linguagens e suas Tecnologias – Ensino Médio – 1ª edição – São Paulo, 2020 – Moderna – p. 89-92.

Entendendo o artigo de divulgação científica:

01 – A evolução dos estudos permitiu aos cientistas identificar e classificar parte dos vírus gigantes. Por que esse processo não foi iniciado ainda no século XIX, quando os vírus foram descobertos?

      O procedimento para separação de vírus, no século XIX, envolvia a passagem por um filtro cujos poros retinham os vírus maiores. Assim, eles não eram encontrados.

02 – Já no século XXI, os cientistas identificaram um elemento desconhecido e levantaram a hipótese de ser uma bactéria.

a)   Quais características os levaram a descartar essa hipótese?

O artigo cita a sobrevivência do elemento ao contato com antibióticos e a impossibilidade de se dividir e afirma existirem, ainda, outras características.

b)   O processo para esse descarte revela procedimentos típicos da ciência. Com base no exemplo, explique esse processo.

Os cientistas fizeram testes apoiando-se no conhecimento que já tinham. A reação da ameba ao novo elemento se mostrou compatível com o que acontecia quando estava junto de vírus.

03 – O radical de origem grega fag(o)- significa “comer”. Com base nele, explique o nome virófago.

      O virófago é o vírus que pode infectar e causar defeitos na replicação dos vírus gigantes da família Mimivírus. O radical fag(o)- traduz a ideia de algo que destrói, corrói.

04 – Todo texto pressupõe uma relação de seu produtor com o leitor, mas, em alguns, essa relação é enfatizada. Retome o artigo “Vírus gigantes? O que é isso?!” para observar esse aspecto.

a)   Quais estratégias evidenciam, no título e na linha fina, que o texto se dirige a crianças?

O título e a linha fina incluem perguntas que estimulam a curiosidade; empregam um tom exagerado, que sugere que o assunto é surpreendente; recorrem a hipóteses que supostamente correspondem às de uma criança.

b)   Em relação ao leitor, qual é o propósito das frases “Vamos conhece-los?” e “Vamos lá?”?

As frases são convites para o leitor continuar a leitura.

c)   Releia a parte “E sempre há mais novidades!”. Que efeito se busca com o emprego das frases exclamativas? Que outro recurso foi usado com o mesmo propósito?

As frases exclamativas sugerem que o assunto é muito interessante, o que também ocorre com o emprego do termo incrível (“incrível curiosidade” e “informações incríveis”).

05 – O artigo contém ilustrações.

a)   Qual é a função da representação do Mimivírus?

Os dados apresentados no texto verbal não são simples, por isso a representação tem um valor didático; ela ajuda o leitor a entender a estrutura interna dos vírus.

b)   Na sua opinião, as fotografias incluídas no artigo são fundamentais para a compreensão do texto? Por quê?

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Elas contribuem para a compreensão da estrutura externa dos vírus e, assim, facilitam a compreensão do conteúdo, mas que é possível compreendê-lo sem elas.

 

ARTIGO DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA: MICRORGANISMOS: NOSSAS FÁBRICAS MICROSCÓPICAS - COM GABARITO

 Artigo de divulgação científica: MICRORGANISMOS: NOSSAS FÁBRICAS MICROSCÓPICAS

9 DE JUNHO DE 2018 COMCIENCIA

Danielle Biscaro Pedrolli e Patrick Neves Squizato

          Biologistas sintéticos já vislumbram, inclusive, a construção de microfábricas completamente sintéticas, ou seja, formadas por moléculas de DNA sintéticas contendo um código sintético responsável por dirigir a síntese de proteínas sintéticas.

        Apesar de não os vermos, os microrganismos estão em todos os ambientes: quentes, frios, expostos, protegidos, terrestres, aquáticos, extremos e amenos. Eles habitam nossas casas, nossos alimentos e até nossos corpos. São trilhões (4 x 1013) de bactérias habitando nosso corpo. Contando apenas estas, temos cerca de 30% mais células de bactérias em nosso corpo do que nossas próprias células (Sender et al., 2016). Mas o que chamamos de microrganismos ainda inclui os fungos (popularmente conhecidos como mofo ou bolor), as leveduras (como as do fermento biológico do pão), e os vírus. Do ponto de vista biológico, somos menos humanos do que aparentamos.

        Nossos vizinhos e hóspedes microscópicos, apesar de invisíveis, não passam despercebidos. Alguns deles são velhos conhecidos por causarem gripes, micoses, diarreia, tuberculose. Apesar do grande incômodo, apenas uma pequena fração desses seres microscópios são agentes causadores de doenças. A grande maioria nos auxilia em tarefas corpóreas essenciais, como digerir os alimentos que consumimos e nos defender de patógenos. Outros são responsáveis pelas valiosas tarefas de decompor matéria orgânica e promover o crescimento de plantas. Utilizamos os microrganismos há mais de seis mil anos para preparar leites fermentados, iogurtes, queijos, cervejas, vinhos e pães. E na vida moderna, consumimos desde etanol combustível a medicamentos produzidos por microrganismos. Podemos dizer, portanto, que os microrganismos são nossas fábricas microscópicas ou microfábricas.

        Apesar de consumirmos bebidas e alimentos fermentados há milhares de anos e possuirmos mais células microbianas do que células humanas em nosso corpo, o mundo microbiano só foi descoberto em 1665, por Robert Hooke. E a partir de 1880, as pesquisas de um outro Robert, o Koch, nos permitiram isolar e estudar individualmente as diferentes espécies de microrganismos. Mas a primeira revolução das microfábricas começou em 1942, quando a penicilina produzida por um fungo foi usada para curar uma pessoa com infecção bacteriana severa. Os trabalhos de Alexander Fleming, Ernst Chain, Howard Florey e Norman Heatley, entre 1928 e 1942, permitiram a produção e purificação massiva de penicilina em escala industrial. O feito alcançado é surpreendente até para os parâmetros atuais: aumento de 50 mil vezes na produção de penicilina em relação às primeiras tentativas realizadas por Fleming. Fato curioso nessa história foi que um dos pontos chave para o desenvolvimento do processo produtivo ocorreu quando a assistente do laboratório, incumbida de comprar frutas emboloradas no mercado local em Peoria (Illinois, Estados Unidos), voltou ao laboratório com um melão recoberto por um belo mofo dourado. Por acaso, esse bolor dourado acabou sendo o fungo Penicillium chrysogeum, capaz de produzir 200 vezes mais penicilina do que a espécie descrita por Fleming (Markel, 2013).

        A partir daí, iniciaram-se as buscas por novos microrganismos e novas capacidades. Enzimas para processamento de sucos, ração animal e papel, uma gama de antibióticos, goma xantana, enzimas para tratamento de tecidos e limpeza de roupas, citrato, lactato, aminoácidos, vitaminas… muitos produtos de origem microbiana foram descobertos e passaram a ser produzidos em escala industrial.

        Mas a gama de produtos naturalmente produzidos por microrganismos é limitada, e a busca intensiva por moléculas novas ou mais eficientes, e processos mais viáveis industrialmente, muitas vezes não resultou em sucesso. Esse problema começou a ser solucionado nos anos 1970, quando adquirimos a capacidade de modificar geneticamente os microrganismos. Bactérias geneticamente modificadas são usadas desde 1982 para produzir a insulina usada no tratamento de pessoas portadoras de diabetes. Antes disso, a insulina era extraída e purificada a partir do pâncreas de animais, principalmente porcos. Mas o tratamento com insulina animal frequentemente causava reações alérgicas. Além disso, o processo de extração apresentava baixo rendimento.

        O DNA de uma célula funciona como um conjunto de softwares (os genes se enquadram aqui) dentro de um hardware chamado célula. Isso significa que as funções executadas pela célula estão codificadas no DNA. Para converter a informação codificada em função, a célula usa uma linguagem de programação universal, ou seja, células de espécies diferentes possuem softwares diferentes, mas a linguagem de programação usada é a mesma. Assim, modificar geneticamente um microrganismo significa dar a ele a informação necessária para realizar uma tarefa nova ou excluir a informação necessária para a realização de uma tarefa indesejada. Pode-se, por exemplo, excluir do DNA a informação sobre como sintetizar uma toxina, eliminando-se assim a capacidade do microrganismo em produzir essa toxina. Ou pode-se inserir no DNA a informação necessária para a síntese de uma substância, a insulina por exemplo, conferindo-se assim ao microrganismo a capacidade para a produção da insulina. Essa substância passa então a ser diferenciada da molécula produzida naturalmente pelo termo “recombinante”. E assim se faz um microrganismo geneticamente modificado por engenharia genética. Com a engenharia genética, veio a segunda revolução das microfábricas, que nos converteu de prospectadores a construtores. Vacinas recombinantes, enzimas recombinantes, hormônios recombinantes… nossas microfábricas foram ampliadas em variedade de produtos e eficiência de produção.

        A engenharia genética nos permitiu copiar capacidades de um organismo e transferi-las a outro, ou eliminar capacidades indesejadas, o que só é possível pelo fato dos organismos usarem todos a mesma “linguagem de programação”. Mas, mesmo assim, as capacidades naturalmente disponíveis para serem copiadas são limitadas. Era necessária uma nova revolução, a terceira revolução, que chegou no início dos anos 2000, com o desenvolvimento e barateamento da síntese de DNA, nos convertendo de construtores a projetistas. Assim, a manipulação genética deixou de ser limitada pela existência de moldes que podiam ser copiados e passou a permitir também a criação de novas capacidades para as microfábricas (e para qualquer outro organismo). A capacidade de projetar e construir sistemas biológicos abriu terreno para o surgimento de uma abordagem nova dentro das ciências da vida, a biologia sintética.

        Em essência, a biologia sintética visa à concepção de fábricas biológicas, microscópicas ou macroscópicas (por exemplo uma planta), de uma forma racional e sistemática. A biologia sintética propõe, portanto, a criação de células feitas de matéria biológica com funções não naturais, dentro de uma proposta de integração entre a biologia e a engenharia, para tornar o processo de desenvolvimento mais confiável, eficiente e previsível. Resgatando a analogia com a computação, seria como desenvolver softwares novos para comandar os hardwares existentes.

        Um dos marcos dessa nova era das microfábricas foi a construção de um microrganismo capaz de produzir o ácido artemisínico, que é usado na síntese de uma potente droga antimalárica, a artemisinina. A obtenção da artemisinina natural ocorre a partir de extratos da planta artemísia em um processo de baixo rendimento incapaz de suprir a demanda pelo medicamento (Paddon e Keasling, 2014).

        Cientistas ainda mais ambiciosos criaram microrganismos capazes de diagnosticar doenças, produzir matérias-primas em substituição a derivados do petróleo, produzir novos biocombustíveis, produzir células-combustível microbianas que geram eletricidade a partir de bactérias geneticamente modificadas, produzir bio-borracha, bio-acrílico, e até processar informação através de portas lógicas como as usadas em circuitos eletrônicos (ver “Current uses of synthetic biology for renewable chemicals, pharmaceuticals, and biofuels”). Alguns vão além, propondo uso das microfábricas diretamente dentro do corpo, ou seja, ao invés de produzir um fármaco industrialmente e depois administrá-lo ao paciente, a microfábrica poderia ser diretamente administrada à pessoa. Uma vez dentro do organismo humano, a microfábrica iniciaria sua produção do medicamento, liberando-se, em seguida, diretamente ao paciente.

        Biologistas sintéticos já vislumbram, inclusive, a construção de microfábricas completamente sintéticas, ou seja, formadas por moléculas de DNA sintéticas contendo um código sintético responsável por dirigir a síntese de proteínas sintéticas. A primeira etapa desse processo já foi concluída quando microrganismos naturais tiveram seus cromossomos substituídos por versões sintéticas da molécula. O cromossomo sintético foi capaz de instruir a célula a desempenhar todas as suas funções básicas corretamente (Hutchison et al., 2016). Um passo mais complexo será o desenvolvimento de uma linguagem sintética para a célula. O desenvolvimento de células sintéticas, potencialmente, criará um isolamento dos microrganismos geneticamente modificados em relação aos naturais, impedindo qualquer tipo de disseminação de DNA modificado entre a microbiota natural.

        As microfábricas são opções atrativas para substituir tanto o modelo de produção baseado na extração de compostos vegetais quanto na química industrial. Dentre as vantagens estão um processo produtivo livre da sazonalidade do cultivo vegetal, uma produtividade que pode ser manipulada para aumentar o rendimento do processo, a utilização de matérias-primas renováveis, podendo até ser adaptado para uso de resíduos agroindustriais, não gerar resíduos tóxicos ou poluentes, ter potencial para produção de moléculas complexas e não demandar condições extremas como alta temperatura e/ou pressão. E talvez o aspecto mais intrigante de todos, são as únicas fábricas que se reproduzem autonomamente.

        Mas nem tudo são flores. O tema levanta importantes questões sobre regulação e segurança em relação ao uso massivo de organismos geneticamente modificados. Essas questões são especialmente relevantes quando se trata de microrganismos, pois estes podem ser extremante eficientes em se espalhar e colonizar ambientes por possuírem alta capacidade de adaptação, e ainda possuem a capacidade de transferir moléculas de DNA não só às células filhas, mas também aos microrganismos vizinhos. Por esse motivo, cientistas têm trabalhado na construção de sistemas de contenção biológica, capazes de induzir a morte das microfábricas e a destruição de seus DNAs sempre que necessário.

        Além disso, ainda existem questões sociais e éticas que devem ser abordadas antes que as microfábricas sejam massivamente empregadas, principalmente em ambientes não controlados.

Danielle Biscaro Pedrolli é professora do Departamento de Bioprocessos e Biotecnologia da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, na Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Araraquara.

Patrick Neves Squizato é aluno de graduação em engenharia de bioprocessos e biotecnologia da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, na Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Araraquara.

Referências

“Current uses of synthetic biology for renewable chemicals, pharmaceuticals, and biofuels”. Biotechnology Industry Organization, 2013. Disponível em: https://www.bio.org/sites/default/files/files/2013-03-03-Synthetic-Biology-Products.pdf
Hutchison, C.A.; Chuang, R.Y; Noskov, V.N.; et al. “Design and synthesis of a minimal bacterial genome”. Science, vol. 351, n. 6280, aad6253 (p. 0-12), 2016.
Markel, H. “The real story behind penicillin”. PBS NewsHour, 2013. Disponível em: https://www.pbs.org/newshour/health/the-real-story-behind-the-worlds-first-antibiotic
Paddon, C.J.; Keasling, J.D. “Semi-synthetic artemisinin: a model for the use of synthetic biology in pharmaceutical development”. Nature Reviews Microbiology, vol. 12, p. 355–367, 2014.
Sender, R.; Fuchs, S.; Milo, R. “Are we really vastly outnumbered? Revisiting the ratio of bacterial to host cells in humans”. Cell, vol. 164, p. 337-340, 2016.

PEDROLLI, D. B.; SQUIZATO, P. N. Microrganismos: Nossas Fábricas Microscópicas. ComCiência, jun. 2018. Dossiês. Disponível em: http://www.comciencia.br/microrganismos-nossas-fabricas-microscopicas/. Acesso em: 3 mar. 2020.

Fonte: Língua Portuguesa – Se liga nas linguagens – Área do conhecimento: Linguagens e suas Tecnologias – Ensino Médio – 1ª edição – São Paulo, 2020 – Moderna – p. 85-88.

Entendendo o artigo de divulgação científica:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Vislumbram: preveem, imaginam.

·        Patógenos: agentes causadores de doença.

·        Microbianas: de micróbios.

·        Gama: série.

·        Goma xantana: tipo de açúcar produzido por fermentação pela bactéria Xanthomonas campestres.

·        Citrato: designação genética dos sais do ácido cítrico.

·        Lactato: sal do ácido láctico.

·        Toxina: substância tóxica capaz de provocar a formação de anticorpos ou antitoxinas.

·        Insulina: hormônio secretado pelo pâncreas responsável pelo metabolismo dos carboidratos no sangue.

·        Prospectadores: pesquisadores; investigadores.

·        Antimalárica: que combate ou previne a malária.

·        Fármaco: produto farmacêutico; substância química usada como remédio.

·        Microbiota: grupo de microrganismos que vive em determinado ambiente.

·        Sazonalidade: qualidade do que é sazonal, que varia conforme a estação/época do ano.

02 – A qual área da Ciência está relacionado esse artigo?

      À Biologia.

03 – O artigo de divulgação científica é um texto destinado a um público amplo, que tem interesse em um assunto, mas não é especializado. Você achou fácil entender esse artigo? Por quê?

      Resposta pessoal do aluno.

04 – Em quais passagens você nota que o texto não se destina a um cientista?

      Na introdução, por exemplo, há uma explicação sobre a presença de vírus no ambiente e no próprio corpo humano, que seria dispensável na interlocução com um cientista.

05 – Ao longo do texto, foram citados vários estudos. O que isso nos diz sobre a forma como se faz ciência?

      Os estudos científicos ocorrem por complementação, e não isolados. O trabalho de um cientista é aproveitado por outros, que desenvolvem novas linhas de pesquisa.

06 – Veja, agora, as referências. Qual conhecimento parece ser importante na formação de um cientista?

      O conhecimento da língua inglesa, já que muitos artigos são escritos nessa língua.

07 – O artigo foi assinado por duas pessoas. Que relação existe entre elas? Como deve ter sido a produção do texto?

      Provavelmente Patrick é aluno de Danielle ou realiza alguma pesquisa sob sua orientação. O artigo deve ter sido escrito por ele com a supervisão dela. 

08 – Por que é importante que o leitor conheça a função social dos autores de um artigo de divulgação científica?

      Essa informação contribui para a credibilidade do artigo. O fato de ter sido escrito por um estudante da área junto de uma professora universitária especializada indica que as informações muito provavelmente estão corretas e embasadas em estudos confiáveis.