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segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

ARTIGO DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA: NÃO HÁ LÍNGUAS PRIMITIVAS - (FRAGMENTO) - JOHN LYONS - COM GABARITO

 Divulgação científica: Não há línguas primitivas – Fragmento

                   John Lyons

        É bastante comum ouvir leigos falarem sobre línguas primitivas, repetindo até o mito já desacreditado de que há certos povos cujas línguas consistem apenas de umas poucas palavras complementadas por gestos. A verdade é que todas as línguas até hoje estudadas, não importa o quanto primitivas as sociedades que as utilizam nos possam parecer sob outros aspectos, provaram ser, quando  investigadas, um sistema de comunicação complexo e altamente desenvolvido. Evidentemente toda a questão da evolução cultural desde a barbárie até a civilização é em si mesma altamente questionável. Porém não cabe ao linguista pronunciar-se sobre sua validade. O que ele pode afirmar é que ainda não se descobriu uma correlação entre os diferentes estágios de desenvolvimento cultural por que as sociedades passam e o tipo de língua falado durante eles. Por exemplo, não há uma língua da Idade da Pedra; ou, no tocante a sua estrutura gramatical geral, um tipo de língua característico das sociedades essencialmente agrícolas por um lado, e das modernas sociedades industrializadas, por outro.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvp6a_JbiLfJuybFz0nzmC_SFJMHRw5kIa5WS84dlYdr6MNHWClVqonh7F9oN5e_ViUOAHAF9nc0MCtdpZ-gseNyWpRUpu4-S4m7aCNrMdKiGItRA59I6NYNASDuCiBxudimnHtJ5bU9hHv_scRynyo8U_4M18P_arlbZs1r8BBoWBUf_x4VMfzNtq1S8/s320/PRIMITIVAS.jpg


        Houve muitas especulações no século XIX quanto ao desenvolvimento das línguas passando estruturalmente da complexidade à simplicidade ou, alternativamente, da simplicidade à complexidade. A maior parte dos linguistas se exime de especular sobre o desenvolvimento evolutivo das línguas em termos tão gerais. Sabem que, se tiver havido qualquer direcionamento na evolução linguística desde suas origens na pré-história até os nossos dias, não há qualquer sinal de direcionamento, recuperável a partir do estudo das línguas contemporâneas ou das do passado, das quais nos reste algum conhecimento.

        [...]

        Desde o século XIX, quase todos os linguistas, à exceção de muito poucos, abandonaram a questão da origem das línguas por estar para sempre fora do escopo de uma investigação científica. A razão para isso foi que, como acabamos de ver, durante o século XIX eles notaram que, por mais longe que se voltasse na história de determinadas línguas nos textos que duraram até nossos dias, era impossível discernir quaisquer sinais de evolução de um estado mais primitivo para outro mais avançado.

        [...]

        Permanece o fato de que não só em todas as línguas conhecidas o canal vocal-auditivo é o que é primeira e naturalmente utilizado para a transmissão de sinais, como também todas as línguas conhecidas são, grosso modo, igualmente complexas, no tocante à sua estrutura gramatical.

        [...]

        Evidentemente há diferenças consideráveis nos vocabulários das diferentes línguas. Portanto, é possível que seja necessário aprender uma outra língua ou pelo menos um vocabulário especializado para que se possa estudar um assunto específico ou discorrer satisfatoriamente sobre ele. Neste sentido uma língua pode adaptar-se melhor do que outra a determinados fins específicos. O que não significa, entretanto, que uma seja intrinsecamente mais rica ou pobre que a outra. Todas as línguas vivas, pode-se presumir, são por natureza sistemas eficientes de comunicação. À medida que se modificam as necessidades de comunicação de uma sociedade, também se modificará a língua por ela falada, para atender às novas exigências. O vocabulário será ampliado, seja tomando emprestadas palavras estrangeiras, seja criando-as a partir de seus próprios vocábulos já existentes. O fato de que muitas línguas faladas nos, por vezes, chamados países subdesenvolvidos não dispõem de palavras correspondentes a conceitos e produtos materiais oriundos da moderna ciência e tecnologia não implica que tais línguas sejam mais primitivas do que as que têm tais itens. Demonstra tão-somente que certas línguas, pelo menos até agora, não foram ainda utilizadas por aqueles que estão envolvidos no desenvolvimento da ciência e da tecnologia.

LYONS, John. Linguagem e linguística: uma introdução. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1982, p. 37-40.

Fonte: livro Português: Língua e Cultura – Carlos Alberto Faraco – vol. único – Ensino Médio – 1ª edição – Base Editora – Curitiba, 2003. p. 138-139.

Entendendo a divulgação:

01 – Qual é o mito comum sobre línguas primitivas que o autor busca desmistificar?

      O mito comum é que existem povos com línguas extremamente simples, consistindo de poucas palavras e muitos gestos, e que essas línguas seriam "primitivas" em comparação com outras.

02 – O que o autor afirma sobre a complexidade das línguas estudadas, independentemente da cultura que as utiliza?

      O autor afirma que todas as línguas estudadas, mesmo aquelas faladas por sociedades consideradas "primitivas" sob outros aspectos, revelaram-se sistemas de comunicação complexos e altamente desenvolvidos.

03 – Qual é a posição do autor em relação à evolução cultural e sua suposta influência sobre a linguagem?

      O autor questiona a validade do conceito de evolução cultural da barbárie à civilização e afirma que não cabe ao linguista pronunciar-se sobre isso. No entanto, ele destaca que não há evidências de correlação entre os estágios de desenvolvimento cultural de uma sociedade e o tipo de língua que ela fala.

04 – O que os linguistas descobriram sobre a evolução das línguas ao longo do tempo?

      Os linguistas descobriram que, por mais que se investigue o passado de uma língua através de textos históricos, não é possível encontrar sinais de evolução de um estado mais primitivo para um mais avançado. Eles não encontraram nenhum "direcionamento" na evolução linguística.

05 – Qual é a principal razão para a maioria dos linguistas ter abandonado a questão da origem das línguas?

      A principal razão é que, como não é possível encontrar evidências de evolução linguística ao longo do tempo, a questão da origem das línguas permanece fora do escopo da investigação científica.

06 – Além da complexidade gramatical, o que mais o autor destaca como característica comum a todas as línguas conhecidas?

      O autor destaca que em todas as línguas conhecidas, o canal vocal-auditivo é o principal e natural meio de transmissão de sinais.

07 – O que o autor argumenta sobre as diferenças nos vocabulários das línguas e sua relação com a ideia de línguas "mais ricas" ou "mais pobres"?

      O autor argumenta que as diferenças nos vocabulários refletem as necessidades de comunicação de cada sociedade. Uma língua pode ser mais adaptada para discutir certos assuntos, mas isso não significa que ela seja intrinsecamente mais rica ou pobre do que outra. Todas as línguas vivas são sistemas eficientes de comunicação e se adaptam às necessidades de seus falantes. A falta de palavras para conceitos modernos em algumas línguas não indica primitividade, apenas que essas línguas ainda não foram utilizadas por aqueles que desenvolvem a ciência e a tecnologia.

segunda-feira, 30 de dezembro de 2024

ARTIGO DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA: ALGUNS ANIMAIS, ALÉM DOS HUMANOS, PODEM AGIR PARA BENEFICIAR O OUTRO - V. SÃO PEDRO - COM GABARITO

 Artigo de divulgação científica: Alguns animais, além dos humanos, podem agir para beneficiar o outro

        Você já ajudou alguém sem querer nada em troca, só pelo impulso de fazer o bem? Altruísmo é como se chama o comportamento de agir em benefício de outros indivíduos sem esperar nenhum tipo de recompensa. Fazer um trabalho voluntário, doar sangue e ajudar um desconhecido em uma emergência são exemplos desse tipo de comportamento que, felizmente, é muito comum entre os seres humanos.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqvMilxvzWAg_98OT-nVaU56wy9Z8XcDFWx1ig44ykOwAMJneDpLQdG83KlMG9c4X79KKlnah7rs9-aKLxFXzgGa0BPxCH-Le5-1nXs5pZIviwi8-UaV-YdHLiLsCGzdI5B8uH6vRFe2MI4x7HMq9YybYnY_CjHHcwX7YSpM-aZhtzkfjHk9-Scvemqc8/s320/ALTRUISMO.jpeg


        Agora, será que outros animais também são capazes de agir em benefício de outros indivíduos? É muito difícil responder a isso com certeza, porque é complicado entender como os animais pensam. Mas observações e experimentos científicos dão fortes pistas de que pelo menos alguns animais – como elefantes, golfinhos e primatas – parecem sim agir de modo altruísta.

        Para saber se essa característica já acompanha os humanos há muito tempo durante nossa evolução, muitas pesquisas sobre altruísmo são feitas com chimpanzés, nossos “parentes evolutivos” mais próximos. Em um estudo recente, por exemplo, foi oferecido para chimpanzés um bebedouro de suco de frutas cujo botão de acionamento ficava afastado da fonte onde o líquido escorria. Isso quer dizer que o chimpanzé que acionava o botão não conseguia beber o suco, mas apenas permitir que outros pudessem tomá-lo.

        Durante dois meses de observações, os cientistas viram os chimpanzés apertarem o botão inúmeras vezes, aparentemente apenas para dar a outros membros do grupo a chance de beber o suco. Já quando o bebedouro era colocado fora do recinto, onde nenhum indivíduo podia alcançar, os chimpanzés não tinham muito interesse em apertar o botão de acionamento. Além disso, o comportamento de “doação de suco” foi mais frequente justamente nos grupos mais tolerantes de chimpanzés, em que os indivíduos costumam se reunir pacificamente em bandos maiores.

        Aprendemos a praticar o bem com a família e as pessoas do nosso convívio. Mas, pelo que a ciência anda descobrindo, aquela sensação boa que sentimos com isso parece já estar no nosso DNA há milhões de anos.

SÃO PEDRO, V. “Alguns animais, além dos humanos, podem agir para beneficiar o ouro.” Ciência Hoje das Crianças – CHC. Disponível em: http://chc.org.br/artigo/e-bom-fazer-o-bem. Acesso em: 2 jun. 2021.

Fonte: Maxi: Séries Finais. Caderno 2. Língua Portuguesa – 6º ano. 1.ed. São Paulo: Somos Sistemas de Ensino, 2021. Ensino Fundamental 2. p. 58-59.

Entendendo o artigo:

01 – O que é altruísmo e como ele se manifesta nos seres humanos?

      Altruísmo é a ação de ajudar os outros sem esperar nada em troca. Nos humanos, ele se manifesta em diversos comportamentos, como o voluntariado, a doação de sangue e a ajuda a desconhecidos em situações de emergência.

02 – É possível afirmar que outros animais além dos humanos são capazes de agir de forma altruísta? Justifique.

      É difícil afirmar com certeza se outros animais pensam como nós e, portanto, se suas ações são motivadas por altruísmo. No entanto, observações científicas em animais como elefantes, golfinhos e primatas sugerem que eles podem apresentar comportamentos que se assemelham ao altruísmo, como compartilhar alimentos e ajudar outros membros do grupo.

03 – Quais evidências científicas existem para sugerir que chimpanzés podem apresentar comportamentos altruístas?

      Estudos com chimpanzés demonstraram que eles são capazes de realizar ações que beneficiam outros membros do grupo, mesmo sem obter ganhos diretos. Um exemplo é o experimento em que chimpanzés escolheram acionar um mecanismo para fornecer água a outros indivíduos, mesmo sem poderem beber a água eles mesmos.

04 – Qual a importância de estudar o altruísmo em animais?

      Estudar o altruísmo em animais pode nos ajudar a entender melhor a origem e a evolução desse comportamento nos seres humanos. Além disso, pode fornecer insights sobre a natureza da cooperação e da sociabilidade em diferentes espécies.

05 – O que os estudos sobre altruísmo em chimpanzés revelam sobre a natureza humana?

      Os estudos sobre altruísmo em chimpanzés sugerem que a tendência de ajudar os outros pode ter raízes evolutivas profundas e estar presente em diversas espécies, incluindo os seres humanos. Isso indica que a cooperação e a empatia podem ser características importantes para a sobrevivência e o sucesso de uma espécie.

06 – Qual a relação entre o altruísmo e a evolução?

      O altruísmo, embora possa parecer contraintuitivo à luz da teoria da evolução, pode ser explicado por diversos mecanismos, como a seleção de parentesco (favorecendo o altruísmo entre indivíduos geneticamente relacionados) e a reciprocidade (onde indivíduos cooperam com a expectativa de receber benefícios no futuro).

07 – Quais são os desafios para estudar o altruísmo em animais?

      Estudar o altruísmo em animais é desafiador porque é difícil determinar se as ações de um animal são realmente motivadas por intenções altruístas ou por outros fatores, como o medo de punição ou a busca por recompensas sociais. Além disso, é complicado realizar experimentos controlados com animais em seu habitat natural.

 

 

domingo, 29 de dezembro de 2024

ARTIGO DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA: ROBÔ BRASILEIRO TEM SUCESSO EM PREVER MORTES POR DOENÇAS RESPIRATÓRIAS - (FRAGMENTO) - P.WATANABE - COM GABARITO

 Artigo de divulgação científica: Robô brasileiro tem sucesso em prever mortes por doenças respiratórias – Fragmento

        Com inteligência artificial, pesquisadores da USP analisaram dados de pessoas de São Paulo com 60 anos ou mais

        Imagine prever com exatidão como e quando uma pessoa irá morrer. Uma realidade tão determinista parece um tanto distante —se é que é possível —, mas pesquisadores da USP conseguiram, com uso de machine learning (aprendizado de máquina), um elevado nível de predição de mortes por doenças respiratórias.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3dbOKy5rs5KGPmVOtr_0HCyDH8y_ItdK8po0Hzto2LgJd1IRQfz3Y_a1EpvR6WQOTv-nVqoHARGP4by679_TcGuJxEjUDf0FxfCBmJ2iA6-IjRFrpFoBEbM39beyEeECCbMv0kWb7u8gCrq3AaUtbTX0V-SQxhEciSjvTPlzTTEqtiprkx8MPeAnQTXk/s320/ROBO.jpg


        A partir de inteligência artificial, os cientistas conseguiram identificar até 88% de mortes por problemas respiratórias. Dentro do grupo de pessoas estudadas, os pesquisadores também fizeram uma classificação do menor ao maior risco para mortes por essas doenças. No conjunto com maior risco (25% da amostra), estavam 100% das mortes respiratórias.

        [...]

        A essa altura, você já deve, em algum momento dos últimos anos, ter ouvido falar em machine learning. A ideia é, de modo bem resumido e geral, alimentar um programa com um determinado volume de informações como forma de treinamento. O objetivo, nessa fase, é que a aplicação consiga perceber padrões nesses dados — que talvez escapem aos olhos humanos.

        Em seguida, outro conjunto de dados é apresentado ao programa para que ele tente identificar padrões — e apresente respostas que nós, humanos, não conseguimos dar.

        Pesquisadores da USP fizeram exatamente isso com dados de paulistanos com 60 anos ou mais coletados nas últimas duas décadas.

        Os cientistas do Labdaps (Laboratório de Big Data e Análise Preditiva em Saúde) da faculdade de saúde pública da USP usaram a base de dados da pesquisa Sabe (Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento), da mesma faculdade, focada em pessoas da cidade de São Paulo com 60 anos ou mais.

        Na pesquisa do Labdaps publicada esta semana na revista Age and Ageing, foram observadas as causas de mortes das pessoas nos cinco anos posteriores às entrevistas feitas pela Sabe, que teve início em 2000, com coletas de dados em anos posteriores. Para o estudo com algorítmos de machine learning, os cientistas usaram os dados coletados em 2006 e 2010 pela Sabe, o que totalizou 1.767 pessoas.

        A Sabe, porém, não foi feita para apontar mortalidade. Por isso, os pesquisadores tiveram que cruzar essas informações com os dados de mortes do município de São Paulo.

        Com o cruzamento feito, o algoritmo de machine learning foi alimentado, para treinamento, com 70% do banco de dados. Os outros 30% foram usados para o teste de predição.

        Segundo os autores, trata-se de um dos estudos mais amplos já feitos com predição de morte em populações grandes. "O que existe na literatura é aplicação de machine learning para identificação de risco em populações específicas. Por exemplo, em pessoas que já apresentam problemas cardíacos, em pessoas que já têm diagnóstico de câncer", afirma Carla Nascimento, doutoranda em saúde pública pela USP, pesquisadora do Labdaps e uma das autores do estudo.

        [...]

        "Abre um leque de possibilidades de iniciar medidas preventivas ao ponto de conseguir evitar que a morte ocorra", diz Alexandre Chiavegatto Filho, diretor do Labdaps. "Não é algo 'você vai morrer e não tem o que fazer em relação a isso'. O grande interesse de saber é evitar que isso aconteça."

        [...]

        O diretor do Labdaps imagina que, quando estiverem amplamente disponíveis, mecanismos do tipo serão bem recebidos pela comunidade médica. Ele compara a situação com o aplicativo Waze, que apresenta opções de rota de acordo com inúmeros dados coletados aos quais o condutor não necessariamente teria acesso fácil.

        "É impressionante a quantidade de decisões difíceis e complexas que os médicos tomam ao longo do seu dia", diz Chiavegatto Filho. "O médico passa muito tempo coletando informações de pacientes e recebe de volta informações dispersas. Nada que unifique essa informação toda e ajude a tomar uma decisão. É isso que a inteligência artificial está trazendo."

WATANABE, P. “Robô brasileiro tem sucesso em prever mortes por doenças respiratórias.” Folha de São Paulo. 7 maio 2021. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2021/05/robo-brasileiro-tem-sucesso-em-prever-mortes-por-doencas-respiratorias.shtml. Acesso em: 2 jun. 2021.

Fonte: Maxi: Séries Finais. Caderno 2. Língua Portuguesa – 6º ano. 1.ed. São Paulo: Somos Sistemas de Ensino, 2021. Ensino Fundamental 2. p. 53-54.

Entendendo o artigo:

01 – Qual a principal descoberta da pesquisa realizada pela USP?

      A pesquisa conseguiu prever com alta precisão (até 88%) as mortes por doenças respiratórias em uma população idosa, utilizando técnicas de machine learning.

02 – Como os pesquisadores conseguiram essa alta taxa de precisão nas previsões?

      Os pesquisadores utilizaram um grande volume de dados de saúde de uma população idosa, alimentando um algoritmo de machine learning para identificar padrões e relações entre as variáveis, permitindo assim realizar previsões mais precisas.

03 – Qual o objetivo principal dessa pesquisa?

      O objetivo principal é desenvolver ferramentas que permitam identificar indivíduos com maior risco de morte por doenças respiratórias, a fim de implementar medidas preventivas e melhorar a qualidade de vida dessa população.

04 – Quais os benefícios dessa pesquisa para a área da saúde?

      Essa pesquisa abre caminho para o desenvolvimento de ferramentas de apoio à decisão médica, permitindo identificar precocemente pacientes de risco e implementar tratamentos personalizados, o que pode levar à redução da mortalidade por doenças respiratórias.

05 – Quais os dados utilizados na pesquisa?

      Os pesquisadores utilizaram dados da pesquisa Sabe (Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento), que coletou informações de saúde de pessoas com 60 anos ou mais na cidade de São Paulo.

06 – Como o machine learning foi utilizado nessa pesquisa?

      O machine learning foi utilizado para identificar padrões nos dados de saúde da população estudada, permitindo prever a ocorrência de mortes por doenças respiratórias. O algoritmo foi treinado com uma parte dos dados e testado com outra parte, para avaliar sua precisão.

07 – Quais as implicações futuras dessa pesquisa?

      Essa pesquisa demonstra o potencial da inteligência artificial para transformar a área da saúde, permitindo a criação de ferramentas mais precisas e personalizadas para a prevenção e tratamento de doenças. No futuro, essa tecnologia pode ser aplicada a outras doenças e populações, melhorando a qualidade de vida e a expectativa de vida das pessoas.

 

 

ARTIGO DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA: ABELHAS EM APUROS! - CRISTINA SANTOS - COM GABARITO

 Artigo de divulgação científica: Abelhas em apuros!

                 Cristina Santos

        Já ouviu falar que as abelhas estão desaparecendo em várias regiões do nosso planeta? Infelizmente, isso não é notícia falsa. Em várias partes do mundo as abelhas não têm retornado para a colmeia, após saírem para sugar o néctar das flores. No Brasil, os apicultores – que são especialistas em criação de abelhas – informam que as abelhas estão morrendo dentro das caixas de criação. Por que isso está acontecendo? Por que o desaparecimento das abelhas é uma preocupação? A CHC ajuda você a descobrir agora!

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEix5uy2AA-qKUoPkUjxwr0A5BOs21sGbT7PFhsW-R-0flE4lfRehRDY5WJ9Eyoc1rr9RtKoM6Q_DOH17QgC4T1AzP99eEDBhrQ-4xs5ZxGU7FT6U4StxSL7PAcgMXMg94nFq6gOogm2BeP8T64qo3xJpUGSrTLC4pOmQ6q41hdjen-8SlgCR0HkvrzpIjY/s1600/ABELHA.jpg


        Para entender a importância das abelhas, vamos começar imaginando-as na colmeia. Estão todas lá reunidas quando, de repente, bate aquela fome. Para encher a barriga, elas voam, pousam numa flor e se alimentam de seu néctar. Mas ainda não ficaram satisfeitas. Então, elas pousam em outra flor e sugam mais néctar. E assim vão fazendo até que decidem voltar para a colmeia.

        Acontece que, ao pousarem em uma flor, as abelhas levam consigo diversos grãos de pólen, que ficam grudados no seu corpo. Pousando em outra flor, esses grãos de pólen podem se soltar e cair no estigma, que é a parte feminina da flor. E aí o que acontece? A polinização!

        Quando uma flor é polinizada, ela dá origem a sementes, que ficarão envoltas pela polpa de um fruto.

        Pronto: você acaba de descobrir a importância das abelhas na natureza. Elas contribuem para a reprodução das plantas!

        Existem outros polinizadores naturais, como o vento, a água e até mesmo outros insetos que também se alimentam do néctar das flores. Mas não há dúvida, as abelhas são as principais polinizadoras em todos os ambientes terrestres do mundo.

         Flores polinizadas = alimentos!

        As flores polinizadas das plantas cultivadas na agricultura se transformam em sementes, que, por sua vez, se transformam nos alimentos que consumimos, como as frutas e os legumes.

        Algodão, soja, café, laranja, tomate, melão, castanha, canola, maçã, maracujá e caju são alguns dos exemplos de culturas que dependem da polinização para maior e melhor produção de frutos e sementes.

        Na natureza, as flores das plantas silvestres polinizadas pelas abelhas resultam na produção de mais frutos, que vão servir de alimento a uma incrível diversidade de animais. Ao se alimentarem dos frutos, os animais engolem as sementes, que sairão em suas fezes e, em contato com o solo e água, farão brotar novas plantas, que irão produzir flores e serão polinizadas pelas abelhas. É um ciclo que não acaba nunca! E no qual as abelhas têm um papel importantíssimo.

        O sumiço das abelhas

        Há muito tempo, os apicultores vem percebendo o desaparecimento das populações de abelhas.  A primeira notícia sobre o desaparecimento delas veio dos Estados Unidos, em 2006, quando os apicultores da Califórnia observaram grande perda de colônias de abelhas. No ano seguinte, apicultores de vários países da Europa observaram o mesmo fenômeno. No Brasil, os apicultores de diversos estados também vêm percebendo isso. E o pior: o número de perdas das colônias de abelhas só aumenta! Os pesquisadores deram a este desaparecimento das abelhas nas caixas (ou colônias) de criação o nome ‘Desordem do Colapso da Colônia’ (DCC).

        A principal causa da DCC tem sido explicada pelo uso excessivo de agrotóxicos nas lavouras. Os agrotóxicos são substâncias químicas usadas para matar insetos e outros organismos que possam atacar as plantações. Além disso, por falta do devido conhecimento, os agrotóxicos têm sido aplicados no período da floração – exatamente quando as abelhas visitam as flores em busca do néctar e pólen.

        Os principais estudos sobre a diminuição das populações de abelhas foram realizados com a abelha da espécie Apis mellifera e tem indicado que produtos químicos existentes nos pesticidas contaminam o néctar e o pólen das flores.  Os inseticidas podem provocar alterações no comportamento das abelhas. Após visitarem as flores contaminadas, as abelhas perdem a sua capacidade de aprendizado e memorização, causando a sua desorientação. Por isso, não conseguem mais voltar para a colônia e desaparecem em meio à natureza.

        Colônias contaminadas

        Quando as abelhas não retornam, ocorre o enfraquecimento da colônia, restando apenas a rainha, algumas poucas operárias jovens e as larvas. Mas também há problema quando as abelhas conseguem retornar a depois de sugar o néctar de flores com agrotóxicos: elas levam pólen contaminado para dentro das colônias. Isso reduz a movimentação e a capacidade de comunicação entre as abelhas afetando a divisão de trabalho, os cuidados com as larvas e a limpeza da colônia. Como as abelhas são insetos sociais, que se organizam na divisão dos trabalhos, essas alterações podem resultar em drásticos efeitos à sobrevivência da colmeia.

        Embora a maioria dos estudos aponte para relação do uso excessivo de agrotóxicos no desaparecimento das abelhas, outros fatores precisam ser investigados: como a ação de um novo parasita que possa estar atacando as abelhas, as mudanças climáticas ou talvez uma combinação desses fatores que podem estar deixando as abelhas mais frágeis, fazendo com que adoeçam e morram.

        Sem plantas no mundo

        A polinização é considerada um serviço ambiental muito valioso na produção de sementes e frutos das plantas. É através da polinização que mais da metade das plantas do mundo conseguem se reproduzir – estamos falando tanto da vegetação natural como da agricultura. Então, grandes perdas de populações de abelhas (sejam as criadas pelos apicultores ou aquelas existentes na natureza) podem levar a extinção de plantas e de animais que dependem das plantas para viver.

        Grandes perdas econômicas também podem ser esperadas na produção agrícola, porque a diminuição de polinizadores pode não causar a extinção por completo da planta cultivada, mas resulta na diminuição da quantidade e na perda de qualidade de frutos. Ou seja: se as abelhas desaparecem, a qualidade dos alimentos piora e os países perdem muito dinheiro.

SANTOS, Cristina. “Abelhas em apuros”. Ciência Hoje das Crianças – CHC. Disponível em: http://chc.org.br/artigo/abelhas-em-apuros. Acesso em: 8 jun. 2021.

Fonte: Maxi: Séries Finais. Caderno 2. Língua Portuguesa – 6º ano. 1.ed. São Paulo: Somos Sistemas de Ensino, 2021. Ensino Fundamental 2. p. 32-33.

Entendendo o artigo de divulgação científica:

01 – Qual o principal problema abordado no artigo?

      O desaparecimento das abelhas em diversas partes do mundo, um fenômeno conhecido como Desordem do Colapso da Colônia (DCC).

02 – Qual a principal função das abelhas para o ecossistema?

      As abelhas são os principais polinizadores do planeta, garantindo a reprodução de diversas plantas, incluindo aquelas que servem de alimento para humanos e animais.

03 – Qual a principal causa do desaparecimento das abelhas, segundo o artigo?

      O uso excessivo de agrotóxicos nas lavouras, que contaminam o néctar e o pólen das flores, afetando a saúde e o comportamento das abelhas.

04 – Quais as consequências do desaparecimento das abelhas para o meio ambiente e para a humanidade?

      A diminuição da biodiversidade, a redução da produção de alimentos e consequentes impactos econômicos são algumas das consequências do desaparecimento das abelhas.

05 – O que é a Desordem do Colapso da Colônia (DCC)?

      A DCC é um fenômeno que se caracteriza pelo desaparecimento inexplicado de abelhas operárias de uma colmeia, deixando a rainha, o alimento e as crias intactas.

06 – Quais outros fatores, além dos agrotóxicos, podem estar contribuindo para o desaparecimento das abelhas?

      Outros fatores como a ação de novos parasitas, as mudanças climáticas e a combinação desses fatores podem estar enfraquecendo as colmeias e contribuindo para o desaparecimento das abelhas.

07 – Qual a importância da polinização para a agricultura?

      A polinização é fundamental para a produção de sementes e frutos de diversas culturas agrícolas, garantindo a qualidade e quantidade dos alimentos que consumimos.

 

 

sábado, 7 de dezembro de 2024

ARTIGO DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA: VICIADOS EM 'CURTIDAS" - COM GABARITO

ARTIGO DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA: VICIADOS EM “CURTIDAS”

 

Uma pesquisa recente apontou que a aceitação social, seja online ou não, pode tornar-se viciante, já que ela ativa a mesma parte do cérebro que outros vícios conhecidos. Isto explicaria a agradável sensação que temos quando alguém curte uma foto ou post nossos no Facebook.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrr1m6XOmFFE9XmQUubFxoclApu80NVZWIkKa6TjLiTjNsTqaVMkJWTi4rJIvyURZitz5uLd0x0RVyL6H4Gj1SLOpCD5PzAMO9HUGtFQiv4FfTFIZa7VBiltGsNjQ2myh1zQi-waf8nN9OAXtDAy4vBCuC5BI_fCAbw35ydKwXgwN4cRQQoUd-HFQnaUA/s320/faceboo.jpg


Conduzido na Universidade de Freie Universität, em Berlim, com 31 usuários da rede social, o estudo observou a reação do cérebro destas pessoas enquanto olhavam suas fotos no Facebook. Assim foi possível identificar quem era mais dependente.

A conclusão foi de que as “curtidas” na rede social podem até ser mais viciantes do que outras coisas, pois não há um padrão muito definido. Explicando: em outras situações, podemos ter algum prêmio ou consequência pré-estabelecida – algo que sempre ocorre, tornando-se um padrão. Um bom exemplo é quando comemos chocolate. Sabemos que é gostoso, comemos e somos recompensados por esta sensação.

Como o cérebro reconhece estas situações e pode antevê-las, elas tornam-se menos viciantes. Já no Facebook  não sabemos ao certo qual post vai ganhar mais “likes”, o que torna a experiência da aceitação social mais empolgante ainda.

In: http://agenciatrato.com.br/blog/viciados-em-curtidas/

Entendendo o texto

01-Marque (V) para efeitos de sentidos apropriados ao texto-discurso e (F) para efeitos de sentidos não apropriados.

     a-(  V ) Percebe-se o discurso de que a busca por aceitação social pode se tornar um vício.

     b-( V  ) Percebe-se o discurso de que curtidas no Facebook são uma forma de aceitação social.

     c-( F ) Percebe-se o discurso de que o cérebro não produz sensações agradáveis ao receber valorização positiva em postagens nas redes sociais.

     d-( V ) Percebe-se o discurso de que curtidas nas redes sociais podem gerar dependência.

      e-( F ) Percebe-se o discurso de que a imprevisibilidade da aceitação social nas redes sociais diminui as expectativas de quem posta.

     f-(  V ) Percebe-se o discurso de que a imprevisibilidade da aceitação social nas redes sociais torna a busca por curtidas ainda mais empolgante.

02-Qual argumento de autoridade foi usado para convencer os leitores da validade da informação divulgada?

     a- o fato de o autor ter citado um acontecimento relativo ao Facebook;

     b- o fato de o autor ter citado um acontecimento próprio do cérebro;

     c- o fato de o autor ter citado uma pesquisa realizada pela Universidade de Freie Universität.

03-No trecho “A conclusão foi de que as “curtidas” na rede social podem até ser mais viciantes do que outras coisas, pois não há um padrão muito definido.”, a conjunção grifada:

     a- faz oposição ao que foi dito antes;

     b- intensifica o que foi dito antes;

     c- explica o que foi dito antes;

     d- adiciona informações ao que foi dito antes.

04-No trecho “Já no Facebook  não sabemos ao certo qual post vai ganhar mais “likes”, o que torna a experiência da aceitação social mais empolgante ainda.”, as palavras grifadas servem para:

     a- fazer oposição;

     b- comparar;

     c- intensificar;

     d- explicar.

 05-No trecho “Um bom exemplo é quando comemos chocolate. Sabemos que é gostoso, comemos e somos recompensados por esta sensação.”, os verbos grifados são conjugações de quais verbos dicionarizados no infinitivo?

Comer, saber, comer, ser.

 06-Qual o tema central discutido no artigo de divulgação científica?

    a- os vários ângulos da aceitação social;

    b- o modo como a busca por aceitação social pode causar vícios nas redes sociais;

    c- as sensações de prazer do cérebro humano

 07-Redação: você se julga viciado em curtidas nas redes sociais? Produza um texto-discurso promovendo reflexão sobre o tema

 Redação sobre vício em curtidas

Sugestão de texto:

A busca por validação nas redes sociais, representada pelas tão almejadas curtidas, tornou-se um fenômeno cada vez mais presente em nossas vidas. A pesquisa apresentada no artigo revela um aspecto preocupante: essa busca pode desencadear comportamentos viciantes, semelhantes aos observados em outras dependências.

A sensação de gratificação instantânea proporcionada pelas curtidas ativa as mesmas áreas do cérebro responsáveis pela recompensa em outras atividades prazerosas. Essa dinâmica pode levar a um ciclo vicioso, no qual a necessidade de aprovação virtual se torna cada vez mais intensa.

É importante refletir sobre o impacto dessa busca incessante por reconhecimento nas redes sociais em nossa saúde mental e bem-estar. Ao compararmos nossas vidas com as imagens perfeitas e cuidadosamente editadas que vemos nas plataformas digitais, podemos desenvolver sentimentos de inferioridade e insatisfação. Além disso, a dependência de curtidas pode comprometer nossas relações interpessoais e nos afastar de experiências reais e significativas.

Para romper esse ciclo, é fundamental desenvolver uma relação mais saudável com as redes sociais. Podemos começar limitando o tempo que passamos online, seguindo contas que nos inspirem positivamente e, principalmente, cultivando atividades que nos proporcionem prazer e satisfação fora do mundo virtual. Ao reconhecer o valor de nossas conquistas e relações reais, podemos encontrar a verdadeira felicidade e bem-estar.

 


sexta-feira, 6 de setembro de 2024

ARTIGO: FICÇÃO CIENTÍFICA E CIÊNCIA DE MÃOS DADAS - FRAGMENTO - LUCAS MIRANDA - COM GABARITO

 Artigo: Ficção científica e ciência de mãos dadas – Fragmento

        [...] Você sabia que a ficção científica também serve de inspiração para muitos avanços tecnológicos?

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgO9RRVgtk_qnXp6Yt691vQbjH8lAETEQPihqZ8aWG21IR50SSMAFvgbNj06vQQKuimgm8GR3O6YfeJgGZKVoWsWeP3ODYnuo3gKq1ni1fGixEeG5AWqZDQFZMhYOeL4X03cvrl5v7R28EWHwU7fsFhbxw49bMBFFCldXTJvyH1wfS3NsEUl69iFibDZNQ/s320/avanco-tecnologicos.jpg


        Existem várias histórias sobre vida extraterrestre. Algumas envolvem invasões de alienígenas hostis ao planeta, outras tratam de viagens galácticas e colonização de outros planetas. Uma dessas histórias se passa na Lua, onde moram seres inteligentes de duas raças: os Subvolvanos e os Privolvanos. Eles são capazes de construir barcos, pois navegavam em rios, mares e lagos lunares. Se contada hoje, essa história pareceria só mais uma dentre tantas outras ficções científicas [...]. O detalhe curioso é que ela foi contada em um livro de 1634 escrito pelo astrônomo e matemático alemão Johannes Kepler (1571-1630) [num conto denominado “Sonho”].

        [...] Foi apenas em 1969 que a missão Apollo, da Nasa, levou o primeiro homem à Lua. [...]

        [...] Não é exagero dizer que muitos deles inspiraram cientistas a desenvolver as tecnologias dos seus livros e filmes.

        Em 1906, por exemplo, o famoso 14-Bis levantava voo em Paris. Por trás da genial invenção, estava um ávido leitor, apaixonado e inspirado pelas obras de Júlio Verne (1828-1905). Nas audaciosas concepções desse escritor francês, o pequeno Santos Dumont (1873-1932) vislumbrava a mecânica e a ciência dos tempos do porvir, como conta em seu livro.

        [...]

MIRANDA, Lucas; GARCIA, Gabriel Lopes. Ficção científica e ciência de mãos dadas. Ciência Hoje, 24 dez. 22019. Disponível em: https://cienciahoje.org.br/artigo/ficcao-cientifica-e-ciencia-de-maos-dadas. Acesso em: 10 set. 2020.

Fonte: Linguagens em Interação – Língua Portuguesa – Ensino Médio – Volume Único – Juliana Vegas Chinaglia – 1ª edição, São Paulo, 2020 – IBEP – p. 226.

Entendendo o artigo:

01 – De acordo com o texto, qual o significado da palavra povir?

      Significa futuro.

02 – Qual é a relação entre ficção científica e avanços tecnológicos?

      A ficção científica serve de inspiração para muitos avanços tecnológicos, influenciando cientistas e engenheiros a desenvolverem inovações com base nas ideias presentes em livros e filmes do gênero.

03 – Quem foi Johannes Kepler e qual é a relevância de sua obra para a ficção científica?

      Johannes Kepler foi um astrônomo e matemático alemão, autor do conto "Sonho" escrito em 1634, que é considerado uma das primeiras obras de ficção científica. O conto descreve seres inteligentes que vivem na Lua, antecipando conceitos de exploração espacial muito antes da era moderna.

04 – Como a missão Apollo está relacionada ao contexto do artigo?

      A missão Apollo, que levou o primeiro homem à Lua em 1969, é mencionada no artigo como uma realização tecnológica que, de certa forma, concretiza as ideias que já eram imaginadas em obras de ficção científica, como o conto de Kepler.

05 – De que forma Júlio Verne influenciou Santos Dumont?

      Júlio Verne, conhecido por suas obras de ficção científica, influenciou Santos Dumont, um pioneiro da aviação, que era um ávido leitor de seus livros. As concepções audaciosas de Verne ajudaram Dumont a vislumbrar a mecânica e a ciência que ele viria a aplicar em suas invenções.

06 – Por que a história dos Subvolvanos e Privolvanos seria considerada uma ficção científica comum nos dias de hoje?

      A história dos Subvolvanos e Privolvanos, seres que viviam na Lua e construíam barcos, seria vista como uma ficção científica comum hoje em dia porque o tema de vida extraterrestre e a colonização de outros planetas é amplamente explorado no gênero atualmente. No entanto, essa história ganha relevância por ter sido escrita no século XVII, muito antes das modernas concepções de exploração espacial.

 

 

domingo, 25 de agosto de 2024

ARTIGO DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA: NOVOS ARRANJOS NOS LARES BRASILEIROS (FRAGMENTO) - RODRIGO DE OLIVIERA ANDRADE - COM GABARITO

 Artigo de divulgação científica: Novos arranjos nos lares brasileiros – Fragmento

        Pesquisa identifica processo de emancipação das mulheres no núcleo familiar a partir da década de 1970 no Brasil

Rodrigo de Oliveira AndradeEdição 263 – jan. 2018

Sociologia

 

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDe3nSygb9CsilsN3Rjb76z7txyqRJqTRyXfiBS8MDSuVynbOvOJL-qEw-vz78aBJ_JvUa5Sx1Qjf2jO4EtZU4jwdXBaihtLSdW6U6iA_5TPKojV8w6bXGTGjCVuQnkYCmpTVTukl06iIPqCjPRFUvJmhaT5_2WLFMkc5faeBpEBeLq616f-Uut9OnIdU/s1600/arranjo.jpg

        As transformações do papel da mulher na sociedade brasileira durante o século XX, com conquistas importantes envolvendo o direito ao voto, divórcio, trabalho e à educação, são bastante conhecidas. O que agora começa a ficar evidente é que essas mudanças teriam estimulado um processo de emancipação feminina também na esfera familiar, com destaque para a conquista de autonomia financeira e a redução das taxas de fecundidade, que vêm caindo progressivamente desde os anos 1960. Nos últimos anos, vários pesquisadores se propuseram a analisar esse fenômeno. Um dos trabalhos mais recentes é o da socióloga Nathalie Reis Itaboraí, pesquisadora em estágio de pós-doutorado no Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Iesp-Uerj).

        Com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Pnad-IBGE), ela analisou o processo de emancipação das mulheres nas famílias brasileiras entre 1976 e 2012 à luz de uma perspectiva de classe e gênero. O período é marcado por transformações na condição feminina, favorecidas por mudanças na estrutura produtiva, mais oportunidades de educação e trabalho e difusão de novos valores pelos meios de comunicação e pela segunda onda do feminismo, iniciada nos anos 1960 – a primeira se deu na segunda metade do século XIX. “Foi também nessa época que a desigualdade de gênero começou a ser mais debatida no Brasil, sobretudo após a declaração, pelas Nações Unidas, de 1975 como o Ano Internacional das Mulheres e o período de 1976-1985 como a Década da Mulher”, explica a pesquisadora.

        Nathalie é autora do livro Mudanças nas famílias brasileiras (1976-2012): Uma perspectiva de classe e gênero (Garamond), publicado a partir de sua tese de doutorado, vencedora do prêmio de melhor tese de 2016 no concurso da Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs) de obras científicas e teses universitárias em ciências sociais. No estudo, ela procura ir além dos indicadores de gênero que medem as mudanças na condição feminina na esfera pública (participação no mercado de trabalho, representação política etc.), frequentemente usados para comparar os avanços no Brasil com outros países. Esses indicadores, segundo ela, não contemplam as diferenças entre grupos sociais na sociedade brasileira e o impacto da desigualdade de gênero na família e no trabalho doméstico (o cuidado da casa, dos filhos ou de familiares idosos, por exemplo).



        Para analisar como se deram as transformações na experiência familiar das mulheres em diferentes classes sociais, Nathalie adotou oito tipos de estratos ocupacionais. Eles abarcaram desde trabalhadores rurais (classe 1), mais pobres, a profissionais com nível superior (classe 8), mais abastados. Ainda que as desigualdades entre mulheres de diferentes classes continuem grandes, as análises indicam que o comportamento familiar feminino, independentemente da classe social, mudou na mesma direção nos últimos 40 anos, com avanços significativos quanto à sua autonomia, o que envolve maior controle sobre o próprio corpo, capacidade de gerar renda própria e de controlar esses recursos.

        Até o final da década de 1960, no Brasil, o modelo tradicional de família era marcado por enormes assimetrias entre homens e mulheres. Nos casais, o homem, em geral, era mais velho, mais escolarizado e tinha mais renda. As mulheres trabalhavam apenas enquanto solteiras, abandonando suas atividades após o casamento para se dedicar aos serviços domésticos e cuidar dos filhos. Isso começou a mudar a partir dos anos 1970 (ver entrevista com a demógrafa Elza Berquó na edição 262). Nathalie verificou que a condição das mulheres melhorou em relação a seus cônjuges nesse período. As diferenças de renda diminuíram nos casais, assim como as de idade e de escolaridade.

        Também o arranjo tradicional de família, com o homem como único provedor e a mulher como dona de casa, deixou de ser predominante. Em 1976, o percentual de mulheres casadas de 15 a 54 anos que trabalhavam era de 25,4% na classe dos trabalhadores rurais (classe 1) e de 34,5% entre os profissionais com nível superior (classe 8). Em 2012, esse número subiu para 46,4% e 75,5%, respectivamente. “Ter renda própria ajudou a ampliar a autonomia econômica das mulheres, ainda que para as mais pobres isso signifique apenas reduzir certas privações”, explica a socióloga. Em 1976, o homem era o único provedor em 77% dos casais de trabalhadores rurais e em 63% dos casais de profissionais com nível superior. Em 2012, esse percentual caiu para 50,5% na classe 1 e para 24,1% na classe 8. “Homens e mulheres se tornaram mais parecidos quanto ao engajamento profissional, ainda que as mulheres enfrentem mais obstáculos no mercado de trabalho”, ela destaca.

        Essas conclusões reforçam um fenômeno que há algum tempo vem sendo observado no Brasil. A quantidade de lares chefiados por mulheres aumentou 67% entre 2004 e 2014 no país, segundo dados do IBGE. [...]

        Tendência semelhante foi identificada em 2006 pelo demógrafo Mario Marcos Sampaio, do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Ele é um dos coordenadores de uma pesquisa publicada na revista Bahia Análise & Dados que analisou o processo de emancipação feminina nas regiões metropolitanas brasileiras entre 1990 e 2000. No estudo, eles verificaram que a participação das mulheres na composição da renda familiar brasileira é crescente, no papel de cônjuge ou no de filha.

        Essas mudanças estão relacionadas a um processo lento, mas contínuo, de ampliação das oportunidades de acesso à educação às mulheres, iniciada em 1879, com a promulgação da Reforma Leôncio de Carvalho, que permitiu às mulheres cursar o ensino superior. A partir dos anos 1970 essa ampliação passou a ser acompanhada de uma tendência de melhor desempenho escolar das mulheres em relação aos homens, sobretudo nas famílias mais pobres. Hoje, segundo dados publicados em 2014 pelo IBGE, 12,5% das mulheres com 25 anos ou mais completaram o ensino superior em 2010. A participação masculina no período foi de 9,9%. “Se existe uma estratégia nas classes baixas de escolher um ou mais filhos para seguir estudando, é provável que sejam as meninas, por terem, em média, um melhor desempenho escolar”, afirma Nathalie.

        [...]

        Apesar dos avanços da condição da mulher, muitos obstáculos ainda precisam ser superados. As que trabalham fora de casa ainda recebem 30% menos para ocupações similares exercidas pelos homens, são minoria nos cargos de chefia e direção e assumem as atividades do mercado de trabalho sem renunciar aos afazeres domésticos. Também as mulheres com filhos enfrentam dificuldades para voltar ao mercado de trabalho.

        Outro problema: o tempo gasto pelas mulheres com serviços domésticos em todas as classes sociais tende a ser maior do que o gasto pelos homens. “Meninas de 10 a 14 anos gastam mais tempo com serviço doméstico do que meninos da mesma idade”, diz Nathalie. Esses dados estão alinhados com os divulgados em 2016 no relatório “Harnessing the power of data for girls”, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), que indica que garotas entre 5 e 14 anos despendem 40% mais tempo por dia em tarefas domésticas não-remuneradas que os garotos. Em geral, o trabalho das meninas é menos visível e subvalorizado.

Artigos científicos


GARCIA, S. & BELLAMY, M. Assisted Conception Services and Regulation within the brazilian context. JBRA Assisted Reproduction. v. 19, n. 4, p. 198-203. nov. 2015.
BERQUÓ, E. S. et al. 
Reprodução após os 30 anos no estado de São Paulo. Novos Estudos Cebrap. n. 100, p. 9-25. nov. 2014.

Livro
ITABORAÍ, N. R. Mudanças nas famílias brasileiras (1976-2012): Uma perspectiva de classe e gênero. Rio de Janeiro: Garamond, 2016, 480 p.

ANDRADE, Rodrigo de Oliveira. Novos arranjos nos lares brasileiros. Pesquisa Fapesp, São Paulo, ed. 263, jan. 2018. Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/novos-arranjos-nos-lares-brasileiros. Acesso em: 1º maio 2020.

Fonte: Linguagens em Interação – Língua Portuguesa – Ensino Médio – Volume Único – Juliana Vegas Chinaglia – 1ª edição, São Paulo, 2020 – IBEP – p. 64-66.

Entendendo o artigo:

01 – Quais foram as principais mudanças no papel da mulher na sociedade brasileira durante o século XX?

      As principais mudanças incluíram conquistas como o direito ao voto, ao divórcio, ao trabalho, e à educação, além de um processo de emancipação feminina na esfera familiar.

02 – Como a emancipação feminina se manifestou nas famílias brasileiras a partir dos anos 1970?

      A emancipação feminina se manifestou através da conquista de autonomia financeira pelas mulheres, redução das taxas de fecundidade e mudanças nos arranjos familiares tradicionais, com mais mulheres entrando no mercado de trabalho.

03 – Quais fatores contribuíram para as transformações na condição feminina na sociedade brasileira?

      Contribuíram as mudanças na estrutura produtiva, maior acesso à educação e trabalho, difusão de novos valores pelos meios de comunicação e o impacto da segunda onda do feminismo.

04 – Qual foi o foco da pesquisa realizada por Nathalie Reis Itaboraí?

      Nathalie Reis Itaboraí focou em analisar o processo de emancipação das mulheres nas famílias brasileiras entre 1976 e 2012, considerando as perspectivas de classe e gênero.

05 – Como Nathalie Reis Itaboraí classificou as mulheres em sua pesquisa?

      Ela classificou as mulheres em oito estratos ocupacionais, variando desde trabalhadores rurais (classe 1) até profissionais com nível superior (classe 8).

06 – Quais mudanças ocorreram nas diferenças de renda e escolaridade entre homens e mulheres nos casais brasileiros desde os anos 1970?

      As diferenças de renda, idade e escolaridade entre homens e mulheres nos casais diminuíram, com as mulheres ganhando mais autonomia e engajamento profissional.

07 – Como a participação das mulheres no mercado de trabalho impactou a estrutura familiar brasileira?

      A maior participação das mulheres no mercado de trabalho contribuiu para o aumento de lares chefiados por mulheres e uma maior contribuição feminina na composição da renda familiar.

08 – Qual a relação entre o desempenho escolar das mulheres e as mudanças na estrutura familiar?

      O melhor desempenho escolar das mulheres, especialmente nas classes mais baixas, levou a uma maior valorização da educação feminina, contribuindo para as transformações na estrutura familiar.

09 – Quais desafios persistem para as mulheres no mercado de trabalho, segundo o artigo?

      As mulheres ainda enfrentam desafios como receber 30% menos que os homens em ocupações similares, menor representação em cargos de chefia e a dupla jornada de trabalho doméstico e profissional.

10 – Qual a importância do trabalho não remunerado das mulheres e meninas no contexto das desigualdades de gênero?

      O trabalho doméstico não remunerado realizado por mulheres e meninas é subvalorizado e contribui para perpetuar as desigualdades de gênero, com as meninas despendendo mais tempo nessas atividades do que os meninos.