terça-feira, 28 de junho de 2022

MÚSICA(ATIVIDADES): ENCONTROS E DESPEDIDAS - MILTON NASCIMENTO E FERNANDO BRANT - COM GABARITO

MÚSICA(ATIVIDADES): ENCONTROS E DESPEDIDAS

                  Milton Nascimento e Fernando Brant

Mande notícias do mundo de lá
Diz quem fica
Me dê um abraço, venha me apertar
Tô chegando

Coisa que gosto é poder partir sem ter planos
Melhor ainda é poder voltar quando quero

Todos os dias é um vai e vem
A vida se repete na estação
Tem gente que chega pra ficar
Tem gente que vai pra nunca mais
Tem gente que vem e quer voltar
Tem gente que vai e quer ficar
Tem gente que veio só olhar
Tem gente a sorrir e a chorar

E assim chegar e partir
São só dois lados da mesma viagem
O trem que chega é o mesmo trem da partida
A hora do encontro é também despedida
A plataforma dessa estação
É a vida desse meu lugar
É a vida desse meu lugar
É a vida

Todos os dias é um vai e vem
A vida se repete na estação
Tem gente que chega pra ficar
Tem gente que vai pra nunca mais
Tem gente que vem e quer voltar
Tem gente que vai e quer ficar
Tem gente que veio só olhar
Tem gente a sorrir e a chorar

E assim chegar e partir
São só dois lados da mesma viagem
O trem que chega é o mesmo trem da partida
A hora do encontro é também despedida
A plataforma dessa estação
É a vida desse meu lugar
É a vida desse meu lugar
É a vida
É a vida desse meu lugar
É a vida

Fonte: Musixmatch

Compositores: Nascimento Milton Silva Campos / Brant Fernando Rocha

Letra de Encontros e despedidas © Nascimento Edicoes Musicais Ltda, Tres Pontas Edicoes Musicais Ltda, Nascimento Edicoes Musicais

http://pessoal.educacional.com.br/up/59870001/7216605/POR_P8_U2_Tipo1.pdf

https://cenfopgeografia.files.wordpress.com/2009/11/projeto-4-encontros-e-despedidas-poema.pdf

Entendendo o texto

01. A repetição da expressão "Tem gente", na segunda estrofe, ressalta

a) a multiplicidade de pessoas com diferentes objetivos.

b) a preocupação do poeta com a vida das pessoas.

c) a quantidade de pessoas nas idas e vindas da vida.

d) a vida monótona das pessoas que viajam muito

02. Qual o nível de linguagem empregada no texto: linguagem coloquial (informal) ou linguagem culta (formal)?

Dê um exemplo que comprove sua resposta.

Informal.

“Me dê um abraço,”; “Tô chegando”.

03. O título do poema sugere ideia de contraste, oposição. Essa ideia é mantida no decorrer do texto. Cite dois pares que confirmem essa afirmação.

Possibilidades: “Chega/Vai; Vem/Voltar; Vai/Ficar; Sorrir/Chorar; Chegar/Partir; O Trem que chega/É o mesmo trem da partida; Encontro/Despedida”.

04. Explique o sentido dos versos a seguir:

 “Todos os dias é um vai-e-vem, / A vida se repete na estação.”

Diariamente, as pessoas transitam pela estação de trem. Essa cena é corriqueira, repetitiva.

05. Na última estrofe do poema, os autores estabelecem uma relação entre dois elementos. Quais são?

Plataforma e Vida.

06. Que temáticas são abordadas na canção?

      • a questão das migrações internas;

      • as melhores condições de trabalho e de vida que fazem com que algumas regiões se tornem áreas de atração populacional e outras, de repulsão;

      • as desigualdades regionais no que se refere ao desenvolvimento econômico e social.

07. Segundo o eu lírico quais são os lugares “cuja vida” é de encontro e quais são de despedida?

“...a hora do encontro é também despedida/a plataforma dessa estação/é a vida desse meu lugar...”.

 

  

segunda-feira, 27 de junho de 2022

POEMA: O MEDO DO MENINO - ELIAS JOSÉ - COM GABARITO

 POEMA: O MEDO DO MENINO

                  Elias José

Que barulho estranho,
vem lá de fora,
vem lá de dentro?!

Que barulho medonho
no forro,
no porão,
na cozinha,
ou na despensa!…

Será fantasma
ou alma penada?
Será bicho furioso
ou barulhinho de nada?

E o menino olha
na escura escada
e não vê nada.
Travesseiro
E olha na vidraça
e uma sombra o ameaça.

Quem se esconde?
Esconde onde?

Se vem alguém passo a passo
Na rua deserta
O medo aumenta.
Passos de gente de casa
Encolhe o medo.
Se somem vozes e passos
De gente de casa,
No ato, no quarto,
Vem o arrepio

E o menino encolhe,
Fica todo enroladinho.
E se embrulha nas cobertas,
Enfia a cabeça no travesseiro
E devagar, devagarinho,
Sem segredo,
Vem o sono
E some o medo.

https://eliasjose.com.br/o-medo-do-menino/ 

http://drifi10.blogspot.com/2011/06/o-medo-do-menino-jose-elias-que-barulho.html

Entendendo o texto

01. Ao compararmos os dois textos, notamos que ambos falam de

a) assalto.

b) cozinha.

c) medo.

d) dentista.

 

02. Retire do texto as palavras que tenham o som nh:

     “... estranho, medonho, cozinha, barulhinho, enroladinho, devagarinho.”

03. Agora escreve as palavras que tenham o som lh.
     “...barulho, olha, encolhe, embrulha.”
04. E você, tem medo de quê?

      Resposta pessoal.

 05. Como foi que o medo do menino sumiu? 

       Ele enfia a cabeça no travesseiro, devagarinho vem o sono e some o medo.
06. Escreva frases com as palavras:

       Fantasma –

       Porão -

    


domingo, 26 de junho de 2022

TEXTOS: O UNIVERSOS - COM GABARITO

 Textos: O Universos

Texto 1

        A pulsação era suave, contínua, incessante. Não havia nada além dela. Tudo- o calor, o alimento, até as ondas confusas de pensamentos e sua mente – embalava-se ao ritmo daquela pulsação eterna, compassada, confortável.

        Conforto. O Universo inteiro era um lugar morno e macio. Existir era flutuar naquele líquido desde sempre, sentindo-se crescer aos poucos. Sem interrupções. Sem peso. Sem esforço. O alimento chegando em intervalos pausados, a força e o prazer de mover os membros vagarosamente, chutar as membranas em volta. Flexíveis, macias ... Dormir e acordar tranquilamente, como se os sonhos fossem apenas o outro lado dos pensamentos. Tão parecidos! Era bom existir.

        O movimento começara imperceptivelmente, pequena variação no pulsar costumeiro. Nada de mais, apenas um novo balanço a embalar seu sono. Porém com o passar dos minutos foi se intensificando, sobrepondo-se ao outro pulsar, sacolejando as membranas macias que de repente pareciam enrijecer.

        Desconforto. Urgência. O universo todo de repente empurrando seu corpo como se o quisesse expelir. E o movimento ficando mais forte, anulando a pulsação conhecida, causando dor, impedindo o prazer de flutuar. Pela primeira vez sentiu medo.

        Subitamente todo o líquido pareceu escoar-se, e absurda sensação de frio envolveu-o. Um empurrão mais forte e o frio se tornou insuportável: o universo como que explodia em dolorosa luz, ofuscando-lhe os olhos, penetrando-lhe à força. Uma lufada gelada ardeu-lhe, das narinas até as profundezas do corpo.

        Quis voltar ao calor e à maciez da existência de antes, mas seu universo não mais existia. E ao frio intenso, ao desconforto e à agressão respondeu tentando expulsar o ar gelado pela boca. Gritou.

Texto 2

        Os pensamentos confusos, que durante um bom tempo se haviam misturado a sonhos em sua mente, finalmente se concentraram em um só. Estou acordado.

        Precisou de todas as forças de que dispunha para controlar o medo e não gritar. Repassou mentalmente o treinamento, os exercícios, as noções teóricas que agora testaria na prática.

        Desenvolvendo equações mentais, conseguiu evitar a lembrança do desconforto que lhe causava a roupa, os aparelhos gelados pressionando seu corpo, tubos invadindo-lhe a pele para a introdução de alimentos e a retirada de resíduos.

        Nada além de dor e frio, luzes incomodando-lhe os olhos, ardores e arrepios maltratando-lhe o corpo. Tentou ajustar-se ao assento da nave. Anatômico, asseguravam os técnicos. Mas desconfortável para quem ali permanecesse por muito tempo.

        Finalmente tomou coragem e abriu os olhos. A cápsula continuava com o mesmo aspecto de que se lembrava, antes de ser induzido ao sono. Os aparelhos indicavam exatamente o que deveriam indicar. Checou os números e mapas, aproveitando a concentração da atenção nos detalhes técnicos para amenizar o desconforto físico. Sim, estava acordado e em boas condições. Sobrevivera aos testes, ao lançamento, ao longo período em estado de hibernação. E localizava-se agora na região desconhecida.

        Foi então que teve coragem de olhar pela primeira vez o visor. Invadiu-o sensação estranha, inesperada. Aquela região não lhe era desconhecida.

        Soltou as travas que o retinham no assento. Deixou o corpo flutuar com a falta de gravidade, como se tivesse feito aquilo a vida toda, e aproximou-se do visor agarrando os corrimões instalados para essa finalidade. Junto ao posto de observação teve melhor visão.

        Sim, nacionalmente sabia que as estrelas que via através do visor da nave não eram as que poderia ver no céu de seu planeta. Eram outras, as que seus mapas e cálculos indicavam como posicionadas nos confins da galáxia. E mesmo assim, ele conhecia o lugar. Embora aquela missão fosse uma das primeiras e ele um dos poucos a explorar a região, sentia-se em casa. A vista diante de seus olhos era magnífica. À frente, o universo.

        Conforto. O Universo inteiro era um lugar morno e macio. Existir era flutuar ali desde sempre. Sem interrupções. Sem peso. Sem esforço. O alimento chegando em intervalos pausados, a força e o prazer de mover os membros vagarosamente, acompanhando a pulsação do universo... Dormir e acordar, como se os sonhos fossem apenas o outro lado dos pensamentos. Era bom existir.

        Sorriu dentro da roupa que já não parecia desconfortável e preparou-se para enviar as primeiras mensagens à Terra.

Estes textos foram produzidos especialmente para você ler e responder.

Fonte: Português em outras palavras – 8ª série – Maria Sílvia Gonçalves – ed. Scipione – São Paulo, 2002. 4ª edição. p. 30-4.

Entendendo os textos:

01 – Os textos narrativos podem ser divididos em quatro partes:

Parte I: Situação inicial (normalidade na vida da personagem).

Parte II: Apresentação do conflito (algo que vem desequilibrar a situação inicial).

Parte III: Exploração do conflito (coloca-se a personagem em situação de grande tensão; é a parte mais importante porque as reações da personagem provocam o suspense e possibilitam questionamentos da situação).

Parte IV: Desfecho (deve surpreender pelo inesperado; é curto).

a)   Os textos que você leu são narrativos. Escreva em seu caderno onde começam e onde terminam essas partes em cada um deles.

I: de “A pulsação era...” até “Era bom existir.” II: de “O movimento começara...” até “de repente pareciam enrijecer”. III: de “Desconforto. Urgência.” Até “... até as profundezas do corpo”. IV: de “Quis voltar ao calor...” até “... gritou”. Texto 2. I: de “Os pensamentos confusos...” até “... permanecesse por muito tempo”. II: de “Finalmente tomou coragem...” até “... agora na região desconhecida.” III: de “Foi então que teve coragem...” até “... era bom existir.” IV: de “Sorriu dentro da roupa...” até “primeiras mensagens à Terra.”

b)   Dê um título a cada parte.

I: Conforto. II: Movimento. III: Desconforto. IV: Grito. Texto 2. I: Dor e frio ou Acordar. II: Sobrevivência aos testes ou Localizar-se. III: O Universo é o Lar ou Flutuar. IV: Primeiras mensagens ou Enviar mensagens.

02 – Reescreva a frase correta em seu caderno. Do ponto de vista das sensações das personagens, seria possível afirmar que:

a)   No texto I, a sensação de conforto permanece do princípio ao fim.

b)   No texto II, a sensação de desconforto permanece do princípio ao fim.

c)   No texto I, a sensação inicial de conforto transforma-se em desconforto, enquanto no texto II ocorre o oposto.

d)   No texto I, a sensação inicial de desconforto transforma-se em conforto, enquanto no texto II ocorre o oposto.

03 – Nos dois parágrafos iniciais do primeiro texto, parece qe a personagem é colocada num berço. Como se consegue, pela linguagem, transmitir a ideia de embalo ao leitor?

      A ideia do embalo é criada com a utilização de um grande número de frases nominais curtas, que acabam imprimindo um ritmo lento ao texto. Nas orações, os verbos são usados nas formas nominais, o que acaba intensificando essa ideia.

04 – Nesta passagem: “Nada de mais, apenas um novo balanço a embalar seu sono. Porém com o passar dos minutos foi se intensificando”, observe a palavra que anuncia uma mudança na situação. A que classe ela pertence?

      A palavra que anuncia uma mudança na situação (introduzindo o conflito na narrativa) é a conjunção coordenativa adversativa porém.

05 – Releia o trecho:

        “Subitamente todo o líquido pareceu escoar-se, e absurda sensação de frio envolveu-o”.

a)   O líquido realmente escoa. Por que então o verbo em destaque foi usado?

A personagem está confusa, perdeu o controle da situação.

b)   A sensação de frio é absurda. O que esse adjetivo reafirma?

Até aquele momento, tudo era morno, quente; a mudança de temperatura parece-lhe, portanto, absurda.

06 – Observe: “O universo como que explodia em dolorosa luz”. Essa frase revela o momento exato de que fato?

      Revela o momento exato do nascimento da personagem.

07 – No texto I, o que representou para a personagem sair de seu universo e entrar no universo dos outros seres?

      A saída representou dor, sofrimento.

08 – Os textos são narrados em terceira pessoa. Em sua opinião, por que esse foco narrativo foi utilizado?

      Pretendeu-se um certo distanciamento dos fatos, ao narrar. Além disso, no texto I, seria inverossímil um recém-nascido narrar seu próprio nascimento.

09 – Retire do último parágrafo do texto I, a expressão que revela uma situação irreversível para a personagem.

      “... seu universo não mais existia.”

10 – Comente a última palavra do texto I.

      O grito é a primeira manifestação da personagem em sua nova vida, e é de dor e sofrimento.

11 – No texto II, na frase “Estou acordado”, usa-se um tipo de letra diferente. Por quê?

      É uma fala da personagem, sem nenhuma pontuação que pudesse distingui-la da fala do narrador. Daí usar-se tipo diferente.

12 – Em nenhum momento se revela que a personagem é um astronauta, mas isso está claro no texto II. Explique como.

      Pela descrição da nave (aparelhos, máquinas) e do céu. Além disso, a personagem acorda de testes, de um sono induzido, e sobrevive ao lançamento.

13 – A que você atribuiria a familiaridade da personagem do texto II com uma região que lhe era totalmente desconhecida?

      A personagem tem paixão pela vida, pela aventura que está vivendo e pelo universo como um todo. Sabe que é parte desse universo maior e, por isso, sente-se à vontade, em casa, em qualquer lugar, até nos confins da galáxia.

14 – Faça uma comparação entre os dois textos, mostrando as semelhanças e diferenças entre eles, com relação a:

a)   Pensamentos das personagens.

Texto I: confusos, misturados a sonhos. Texto II: confusos, misturados a sonhos.

b)   Alimentação.

Texto I: O alimento chega pausadamente, naturalmente. Texto II: O alimento vem por tubos, de forma artificial.

c)   Sono.

Texto I: Tranquilo, natural. Texto II: Induzido, artificial.

d)   Sensações iniciais.

Texto I: De conforto. Texto II: De conforto.

e)   Evolução das sensações.

Texto I: Começa a sentir dor, perde o controle. Texto II: Começa a conscientizar-se da situação, readquire o controle.

f)    Pulsação.

Texto I: Suaves e ritmadas no início; desconhecidas no final. Texto II: Vão adquirindo a regularidade do universo.

g)   Relação com a luz.

Texto I: É dolorosa quando ocorre, no final. Texto II: É incômoda quando ocorre, no início.

h)   Relação com o calor e frio.

Texto I: O calor dá lugar ao frio. Texto II: O frio dá lugar ao calor.

i)     Relação com o desconhecido.

Texto I: Causa medo. Texto II: Causa prazer.

15 – Compare o segundo parágrafo do texto I com o penúltimo parágrafo do texto II. O que você nota?

      Nota-se uma semelhança muito grande. Essas semelhanças adquirem sentidos diferentes em razão do momento em que aparecem nos dois textos. No texto I: é a situação de partida; no texto II: a situação de chegada.

16 – Após ler os dois textos, dê a sua versão do que seja Universo.

      Resposta pessoal do aluno.

17 – Ambos os textos constroem-se sobre pares de antônimos. Quais?

      Conforto/desconforto; calor/frio; dor/prazer.

18 – Qual o resultado desse jogo de antônimos?

      O resultado desse jogo de antônimos é mostrar ao leitor que a existência humana oscila entre dois sentimento contraditórios.

19 – Comente o emprego de frases nominais nos textos.

      As frases nominais são empregadas com o objetivo de recriar na escrita as sensações vividas pelas personagens: conforto, bem-estar, segurança, embalo, flutuação, mistura de realidade e sonho. As sensações, no caso, se sobrepõem às ações; daí a forte presença de frases nominais.

20 – Comente o emprego das formas nominais dos verbos nos textos.

      Já que as sensações se sobrepõem às ações, predominam verbos de estado e frases sem verbo. Os verbos de ação, quando aparecem, vêm conjugados em suas formas nominais, no gerúndio principalmente, uma vez que essa forma verbal descreve o lento desenrolar de uma ação.

 

REPORTAGEM: MARINA: DO SERINGAL AO SENADO - MÁRCIA TURCATO - COM GABARITO

 Reportagem: Marina: do seringal ao senado

                     Márcia Turcato

        Aos 37 anos recém-completados, tendo sobrevivido a cinco crises de malária, três hepatites e uma infância desgraçadamente pobre e trabalhosa num remoto seringal no Acre, a senadora Marina Silva (PT – AC) tinha tudo para estar no bagaço. Bagaço, aliás, era o nome do seringal onde se criou, terceira de 12 filhos, mãos-de-obra enjeitada numa atividade pesada e predominantemente masculina.

        Mas o destino, que a pôs no mundo pelas portas do inferno verde da Amazônia, traçou para Marina planos inesperadamente grandes. Hoje, embelezada e fortalecida pelas surpreendentes vitórias que vem conquistando, Marina é um ser aparentemente delicado em seus 50 quilos distribuídos por 1,622 metro de altura. Só aparência. Ela não leva mais o peso da borracha, mas carrega o fardo da responsabilidade de dar melhores condições de vida aos 65 mil acreanos que votaram nela nas últimas eleições – a maior votação da história do Acre – e a outros milhares que continuam no bagaço na faina diária e insana dos seringais.

        “Minha missão é defender todos os excluídos e trabalhar pelo desenvolvimento sustentado da Amazônia”, diz ela, num tom firme adquirido nos tempos de militância política ao lado do seringueiro Chico Mendes, mas com a suavidade de quem sabe o que busca.

        A saga da senadora acreana tem proporções amazônicas. Seus relatos de infância são instantâneos de miséria explícita, recheados de doença e morte. Marina só descobriu a existência de um mundo além das seringueiras aos nove anos, quando seu pai foi tentar a sorte e um emprego em Manaus. Foi uma descoberta fugaz. Devido ao insucesso da tentativa paterna, a futura senadora acabou voltando ao Bagaço, onde passou o resta da infância e início da adolescência convivendo com problemas respiratórios decorrentes do desumano processo de defumação na preparação da borracha. Foi nessa fase que teve os piores problemas de saúde, aos quais resistiu por pura providência divina, na medida em que não havia nenhum médico nas imediações. Do Bagaço ela só saiu aos 16 anos, quando já tinha perdido duas irmãs para a malária e para o sarampo, além da mãe, dona Maria Augusta, vítima de um aneurisma cerebral.

        0s 20 anos que se seguiram marcaram a grande, virada em sua vida. Trabalhando como doméstica, aprendeu a ler no Mobral e revelou-se uma estudante acima da média ao completar o segundo grau apenas seis anos depois de ser alfabetizada. Os novos conhecimentos fizeram com que ela desistisse do antigo sonho de ser freira e optasse por tornar-se estudante de História na Universidade Federal do Acre. A explosiva mistura de um passado triste na extração do borracha com a efervescência universitária nos estertores da ditadura militar fizeram de Marina uma militante política de esquerda que, nos anos seguintes, liderou diversos movimentos contra a derrubada indiscriminada da floresta amazônica, já estão ao lado do amigo e companheiro Chico Mendes, que mais tarde seria assassinado.

        “Chico e Mary [a antropóloga Mary Allegretti, que divulgou a luta dos seringueiros no Brasil e no exterior] conseguiram grandes avanços na demarcação das áreas para o extrativismo, que é uma boa saída para a região Norte”, relembra Marina. E emenda: “Essa vai ser uma das minhas principais bandeiras de luta no Senado”.

        Quando fala de seus planos, o tom que ela usa volta a ser inflamado como o dos tempos em que se tornou a vereadora mais votada de Rio Branco e, mais tarde, deputada estadual. Sem contudo perder a singeleza de quem cresceu no meio do povo mais sofrido da Amazônia. Ainda ambientando-se na aridez de Brasília, onde instalou-se com o segundo marido e as duas menores de seus quatro filhos, a senadora garante que está pronta para enfrentar, em nome de seus ex-companheiros de Bagaço, a batalha pela preservação da Amazônia.

        “Quero legislar em defesa da mata e criar mecanismos que defendam o seringueiro, que ainda vive quase escravizado”, conclui sintetizando em poucas palavras suas metas para este primeiro mandato. E, a julgar pela sua irresistível ascensão, o primeiro mandato da senadora Marina é apenas mais um passo em direção a destinos ainda maiores. Profecia, aliás, já feita pela revista americana Time, que incluiu Marina Silva em sua lista de cem possíveis lideranças mundiais do futuro, uma seleta relação dos destaques da política que estão na casa dos 30 anos. Para quem já esteve no Bagaço, Marina definitivamente deu a volta por cima.

                   Márcia Turcato. Marina: do seringal ao Senado. Os caminhos da Terra. Ano 4, n° 3. São Paulo: Azul, mar. 1995. p. 30-1.

Fonte: Português em outras palavras – 8ª série – Maria Sílvia Gonçalves – ed. Scipione – São Paulo, 2002. 4ª edição. p. 106-8.

Entendendo a reportagem:

01 – Qual destas atividades Marina não exerceu: senadora, deputada, vereadora, doméstica, estudante, militante de esquerda, antropóloga, ecologista, seringueira?

      Antropóloga.

02 – Esse texto é uma biografia ou um perfil? Qual a diferença entre ambos?

      Trata-se de um perfil. A biografia costuma ser mais “comportada” limitando-se a fazer um relato dos fatos mais importantes da vida de uma pessoa, em ordem cronológica.

03 – Observe as primeiras linhas do texto. Por que a autora o inicia dando ao leitor essas informações?

      Ela inicia o parágrafo com a idade de Marina para realçar o fato de que ela é muito jovem para exercer a função de senadora. Fala da infância miserável da jovem senadora para valorizar ainda mais sua vitória.

04 – Que palavra inicia o segundo parágrafo? Qual sua função no texto?

      Mas. A função é mostrar que, contrariando o que se poderia esperar para uma pessoa que teve a infância de Marina, ela se tornou uma vencedora.

05 – A autora intercala às suas afirmações algumas falas da senadora.

a)   Como é possível identifica-las?

Por meio das aspas.

b)   Como ela encaixou essa falas em seu texto?

Misturando-as estrategicamente com dados que mostram a vida das pessoas que a elegeram e que esperam dela algo que possa ajuda-los.

c)   Qual será a possível reação dos eleitores da senadora diante dessas falas?

Eles, provavelmente, as aprovarão; não se arrependerão do voto.

06 – A autora chega a afirmar que Marina só não morreu por providência divina. Você concorda com ela? Por quê?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Considerar, contudo, as condições precárias da vida que levou e sua frágil constituição física.

07 – Infância miserável + engajamento político = político verdadeiro. Você acha que esta é a fórmula ideal? Como explicar o desempenho de Marina, considerando que até os 16 anos era analfabeta?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Essa foi a fórmula de que resultou Marina, mas não significa que seja ideal. Sem dúvida sua militância deve ter influenciado sua formação, mas há um enorme esforço pessoal em sua trajetória.

08 – É correto afirmar que a senadora renunciou à vida pessoal para participar da política?

      Não. Ela já se casou duas vezes e tem quatro filhos.

09 – Que informação comprova o fato de que Marina é uma pessoa realmente especial? Em que momento do texto a autora revela essa informação e com que intenção o faz?

      Marina foi incluída numa lista da revista americana Time como uma das cem possíveis lideranças mundiais no futuro. A autora revela isso no final do texto para surpreender o leitor e também para mostrar que a senadora já tem reconhecimento internacional, apesar de toda a sua simplicidade.

10 – O que mais impressionou você na trajetória de Marina? Verifique se o perfil de Marina corresponde ao conceito de cidadão que a classe elaborou.

      Resposta pessoal do aluno.

11 – O que há de especial no título do texto que você estudou?

      A autora escolheu duas palavras que começam com se e poderiam estabelecer alguma relação de semelhança, mas que, do ponto de vista do significado, designam lugares díspares. A expressão: do seringal ao senado mostra o salto de Marina do local onde passou sua infância ao local onde hoje luta para concretizar seus ideais.

12 – A autora usa o nome do local onde Marina se criou para quê? Veja especialmente o último período do texto.

      Para fazer um trocadilho. Bagaço é o nome do seringal onde ela se criou. A própria Marina tinha tudo para estar “no bagaço”, devido à infância que teve.

13 – Observe esta construção:

        “Mas o destino, que a pôs no mundo pelas portas do inferno verde da Amazônia” [...]. Sobre qual relação de semelhança é feita essa metáfora?

      A Amazônia é como um inferno, devido ao sofrimento dos que nela vivem e trabalham. A cor verde é óbvio, refere-se à floresta.

14 – Que recurso a autora usou em: “Ela não leva mais o peso da borracha, mas carrega o fardo da responsabilidade”? Faça um comentário sobre a linguagem utilizada pela autora.

      Opôs duas expressões, sendo a primeira usada no sentido literal e a segunda, no sentido figurado: peso / fardo; borracha / responsabilidade.

15 – Dê um sinônimo para as expressões destacadas.

a)   “A saga da senadora acreana tem proporções amazônicas”.

Dimensões imensas.

b)   “Essa vai ser uma das minhas principais bandeiras de luta”.

Lemas.

c)   “Ainda ambientando-se na aridez de Brasília...”.

Frieza.

16 - O que essas palavras têm de especial? O que têm em comum?

      São palavras usadas com um sentido diferente do que lhes é usual. São usadas metaforicamente.

CRÔNICA: O PRIMEIRO AMOR - ANA MIRANDA - COM GABARITO

 Crônica: O Primeiro amor

               Ana Miranda

        Numa noite eu estava no clube, esperando meus pais terminarem uma conversa, quando ouvi no ginásio esportivo o barulho de uma bola batendo no chão pá pá pá sem parar. Subi os degraus, e fui até o alto da arquibancada deserta.

        Na quadra de basquete um rapaz treinava, sozinho. Ele era alto e magro, cabelos pretos, sobrancelhas grossas, olhos escuros. Estava de uniforme esportivo vermelho.

        Ele sentiu a minha chegada, parou um instante de correr, deu uma olhada rápida na minha direção, secou o suor da testa com a manga da jaqueta e continuou seu treino. Quando ele se virou de costas, vi na jaqueta o escudo do time que tinha vindo de fora para competir com o time do nosso clube. Sentei no último degrau, numa parte meio escura, e fiquei olhando o jogador.

        Ele corria, batendo a bola no chão, pá pá pá levantando a bola dessa maneira até perto da cesta, ali ele dava um salto, levantava o braço, segurando a bola, e às vezes dava um salto bem alto, às vezes hesitava e desistia. Sempre recomeçava com a mesma disposição e velocidade a jogada. Dava para perceber que ele já tinha feito aquilo mais de mil vezes. Senti que estava se exibindo para a moça magra, de cabelos pretos e compridos, que o assistia do escuro, parada, que era eu. Parecia que tinha se criado um fio invisível entre nós. E meu coração começou a bater fortemente, ao pensar nesse fio. Percebi que alguma coisa estava acontecendo dentro de mim. Parecia que um líquido quente corria por todo o meu corpo, e se derramava, e fiquei tão inquieta que dei um salto, me levantei de um salto, para ir embora, mas vi que o jogador perdeu o controle da bola, parou, e olhou para mim. Fiquei paralisada, ali em pé, pulsando e suando.

        Num instante ele tirou a jaqueta, e vi seus braços compridos e fortes, que eram apenas braços, eu conhecia muitos braços, os braços de papai, os braços de um ator, mas aqueles braços se desenharam na minha cabeça de uma maneira diferente, parecia que tinham alma, vida própria, atração. E o jogador voltou a jogar, agora com mais velocidade, mais emprenho, como se quisesse me prender ali, e ele parecia de repente cercado de fogo e luz, como se fosse um sonho, minha respiração ficou difícil, meus ouvidos zuniam, e percebi que a buzina que tocava lá fora sem parar era do carro de meu pai, e saí correndo, desci as escadas, cruzei o gramado, atravessei a rua escura, abri a porta, entrei no carro, pá.

         Minha mãe perguntou o que tinha acontecido, por que eu estava tão agitada, o que eu tinha visto que me assustou tanto? Nada, eu disse.

        Sozinha, no banco de trás do carro, eu olhava a paisagem do lago, do mato, da lua que brilhava no céu e se refletia na água, que era a mesma paisagem de sempre, do caminho de volta ao clube para casa à noite, mas havia alguma coisa diferente naquela paisagem, lobos nas sombras, ruídos, ameaças, frutas de sabor estranho, ela me convidava a entrar, e eu me vi correndo no mato, desabalada como se fugisse, enquanto ouvia as batidas da bola na quadra batendo batendo pá pá pá repetidamente, e eu chegava à beira do lago, e me jogava na água prateada, e pensava na prova de matemática amanhã e u não tinha estudado a matéria e ia precisar aguar o gramado pá pá pá e as minhas meias preferidas estavam sujas e eu não gostava de ovo cru e eu ia ter aula de italiano e eu tinha ido mal na expressão oral e o disco ainda não tinha chegado e pensava nessas coisas prosaicas mas nada tirava de meu corpo a sensação estranha que eu sentia, pá pá pá ouvia meu coração a bater também, e via a imagem do jogador treinando na quadra, debaixo de uma luz que iluminava apenas ele, tudo escuro em volta, e a cada vez eu via seu rosto mais perto, mais perto, até que ele ficou tão grande que levei um susto, essa menina está tão quieta, dizia mamãe, e continuei quieta na hora do jantar, comi  pouco, pouquíssimo, deixei até mesmo a sobremesa sem tocar, deitei na cama e não consegui dormir, rolava de um lado para outro, agarrava o travesseiro, via o jogador na parede escura, nas frestas da persiana, ouvia a bola batendo na quadra batendo no meu peito fechava os olhos e via a imagem do jogador dentro da minha cabeça como se tivesse sido marcada a fogo, a luz, como se fosse um filme se repetindo e o barulho da bola na quadra, os braços dele me abraçavam, as persianas deixaram entrar aos poucos os raios daquela lua cheia do lago, e ele era aquela luz e era o silêncio da noite era o quarto e cada estrela, eu via o rosto dele e pensava, como podia estar vendo o rosto dele? Devia ser um rosto imaginado, não podia ser o seu rosto verdadeiro, o que estava acontecendo comigo? Via sua face e sentia ali a existência de algum mistério, o que era aquele jogador? Não era ele, era o que acontecia dentro de mim, o que ele tinha feito acontecer, como se tivesse me empurrando num precipício, eu guiada por outra força, como se não fosse mais eu, mas a força da vida, lutando contra minha força, e eu me deixava arrastar, sem nenhuma dúvida, mesmo sem saber nada do que podia acontecer comigo, quem era ele, se eu ao menos soubesse o nome dele, e fiquei olhando a noite inteira para ele dentro de minha memória jogando jogando pá pá pá sem precisar saber nada dele, só sentindo aquele movimento dentro de mim e pá pá os cabelos pretos os braços tudo era tão macio ele olhou para mim os olhos pretos dele a luz nos seus cabelos de fogo ele se apaixonou por mim ele parou de jogar e me olhou e me viu ele se apaixonou por mim, era isso, eu me apaixonei por ele, e ele por mim e eu por ele e quando amanheceu eu ainda estava apaixonada, ah sonâmbula, eu tinha acordado e sentia maior vontade viver, ir à escola, chegar o outro domingo, comi ovo cru sem sentir nojo e fui para a escola tonta de paixão, eu via o jogador no asfalto que eu pisava, via o jogador no bico do meu sapato no portão da escola no tronco da árvore na saia xadrez das meninas no rosto dos meninos, via o jogador no caderno no pó do giz e no quadro-negro pá pá pá fazia fantasias e eu via o jogador jogando uma partida eu no meio da multidão e ele parava no meio do jogo e olhava para mim e ele estava numa festa no clube e passava ao meu lado tão perto de mim que eu sentia o calor da sua pele e ele não me via, ele passava perto de mim e sorria para mim, ele tirava para dançar ele dançava com outra menina abraçado ele casava com outra menina e eu chorava ele casava comigo ele vinha ser professor na minha escola ele batia o carro no nosso e me levava no colo até o hospital, ele me chamava para fugir no seu barco à vela ele tinha um avião e pilotava e jogava milhares de rosas sobre a minha casa ele batia na janela do meu quarto ele me beijava os lábios ele me levava ao cinema e segurava a minha mão ele passava na frente da minha varanda e me olhava ele vinha de noite namorar ele me pedia em casamento ele mergulhava comigo nas águas do lago ele me dava um filho ele me beijava os lábios segurava a minha mão me levava a voar sobre os telhados, passei dias e dias assim pensando nele sem um instante de descanso, achei que estava ficando louca mas adorava me sentir assim, sem prestar atenção nas aulas, sentindo beijos nos meus lábios e calor no meu corpo cheguei a ter febre ele não saía da minha cabeça pá pá pá beijo nos lábios eu lia os jornais inteiros em busca de uma notícia e só queria ir ao clube ao clube ao clube e ia à quadra vazia e escura mas ele não estava mais lá, e em lugar nenhum, e ninguém sabia dizer quem tinha treinado na quadra na noite do domingo e ele nunca se apagava de minha memória pá pá pá e tantos anos se passaram e nunca o esqueci nem deixei de sentir o que ele me fez sentir, pela primeira vez, o amor.

MIRANDA, Ana. In: PIETRO, Heloisa (Org.). De primeira viagem. São Paulo: Cia das Letras, 2004. p. 13-17.

Fonte: Livro Língua Portuguesa – Singular & Plural – 7° ano – Laura de Figueiredo – 2ª edição. São Paulo, 2015 – Moderna. p. 18-21.

Entendendo a crônica:

01 – Do que se trata o texto que você acabou de ler?

      O texto se trata da história de como uma menina achou e sentiu pela primeira vez o "amor".

02 – Duas personagens recebem destaque no texto.

a)   Quem são?

Uma garota e um garoto, por quem ela sentiu-se envolvida.

b)   Qual delas está narrando os acontecimentos?

A garota.

c)   O texto é uma história real ou ficcional? Explique sua resposta.

Pode ser tanto real quanto ficcional, já que os sentimentos da personagem podem sim ser sentidos na realidade em que vivemos.

03 – O narrador conta algo que:

a)   Está acontecendo no presente.

b)   Aconteceu num passado bem próximo.

c)   Aconteceu num passado mais distante.

d)   Acontecerá num futuro bem próximo.

·        Encontre no texto trechos ou expressões que confirmem sua resposta.

“... e ele nunca se apagava de minha memória ...”; “... e tantos anos se passaram e nunca esqueci ...”.

04 – Como você sintetizaria:

a)   Os acontecimentos da narrativa?

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: A garota se apaixona por um garoto que encontra na quadra do clube, vai embora e nunca mais o vê.

b)   As emoções da personagem?

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: A personagem fala sobre as reações físicas e mentais que o encontro lhe causou; fica totalmente entregue ao que está sentindo, ao mesmo tempo feliz e angustiada; não consegue parar de pensar no garoto, de fantasiar a sua vida com e sem ele.

05 – Você diria que nesse texto há mais destaque para os acontecimentos ou para as emoções? Explique.

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Há mais destaque para as emoções, porque os acontecimentos se limitam basicamente ao encontro dos dois, enquanto, em quase todo o texto, a narradora-personagem fala sobre como se sentiu em relação ao encontro.     

06 – Considerando sua resposta à questão anterior, você acha que a escolha que a autora fez sobre quem narraria a história ajudou a construir o texto com esse destaque?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Sim, sendo a personagem mesma quem narra o que lhe aconteceu, ela pode abusar da exploração dos seus sentimentos, tornando o texto mais emotivo.

07 – Releia o trecho a seguir:

        “Parecia que tinha se criado um fio invisível entre nós. E meu coração começou a bater fortemente, ao pensar nesse fio.”. O que seria esse “fio invisível” criado entre as personagens, segundo o narrador?

      O sentimento que os unia, a atração entre os dois.

08 – Que reação do garoto é descrita pelo narrador para sinalizar que ele também sentiu algo pela garota?

      Quando ela se levantou de um salto, o garoto se desconcentrou e olhou para ela, retomando o seu treino em uma velocidade maior, como que para prendê-la ali.

09 – Você acredita que essa reação do garoto é suficiente para afirmarmos que ele se interessou por ela? Explique.

      Resposta pessoal do aluno.

10 – Leia novamente:

        “Num instante ele tirou a jaqueta, e vi seus braços compridos e fortes, que eram apenas braços, eu conhecia muitos braços, tinha visto diversos tipos de braços, mas aqueles braços se desenharam na minha cabeça de uma maneira diferente [...]”. O Narrador diz que os braços do jogador eram “apenas braços”, mas que “se desenharam” em sua cabeça de “uma maneira diferente”. Por quê?

      Porque, para o narrador-personagem, eles pareceram especiais por causa de paixão que a menina estava sentindo pelo garoto.

11 – O que você achou do final do relato? Situações como essa podem de fato acontecer?

      Resposta pessoal do aluno.