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segunda-feira, 18 de novembro de 2024

POEMA: SONETO DA LOUCURA - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE - COM GABARITO

 Poema: Soneto da loucura

             Carlos Drummond de Andrade

A minha casa pobre é rica de quimera

e se vou sem destino a trovejar espantos,

meu nome há de romper as mais nevoentas eras

tal qual Pentapolim, o rei dos Garamantas.

 

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjMHmoRQvlHrRad5WRvCF7soC4vyHJ-RvYJmTEfG0gE6IqfNONT4o6tVBs5Gu7B8_SoaS7Znkzis0uwbVfNF-PffEAXj9x7FiqKzrt4LicZo5voGRMtM6bwMuiIs9rAFHh1Hvu8VwjAPe8d9_7YMOSEi9ezEjQE0I3iTNb5s1f6bMjAuY-S5O2lceI8xK8/s1600/CARLOS.jpg

Rola em minha cabeça o tropel de batalhas

jamais vistas no chão ou no mar ou no inferno.

Se da escura cozinha escapa o cheiro de alho,

o que nele recolho é o olor da glória eterna.

 

Donzelas a salvar, há milhares na Terra

e eu parto e meu rocim, corisco, espada, grito,

torto endireitando, herói de seda e ferro,

 

E não durmo, abrasado, e janto apenas nuvens,

na férvida obsessão de que enfim a bendita

Idade de Ouro e Sol baixe lá nas alturas.

Carlos Drummond de Andrade. In: As impurezas do branco. www.carlosdrummond.com.br/ Rio de Janeiro: Record.

Fonte: Linguagem em Movimento – língua Portuguesa Ensino Médio – vol. 1 – 1ª edição – FTD. São Paulo – 2010. Izeti F. Torralvo/Carlos A. C. Minchillo. p. 85.

Entendendo o poema:

01 – Qual a principal característica da casa do eu lírico?

      A casa do eu lírico, apesar de ser "pobre", é rica em "quimera", ou seja, em sonhos, fantasias e idealizações. Essa riqueza interior contrasta com a pobreza material, mostrando a força da imaginação e do espírito aventureiro do poeta.

02 – Qual a ambição do eu lírico em relação ao seu nome?

      O eu lírico almeja que seu nome transcende o tempo, "rompendo as mais nevoentas eras". Ele se compara a Pentapolim, um rei lendário, buscando deixar uma marca duradoura na história, mesmo que através de suas loucuras e aventuras.

03 – Que tipo de batalhas o eu lírico travava em sua mente?

      As batalhas travadas na mente do eu lírico são épicas e grandiosas, "jamais vistas no chão ou no mar ou no inferno". Elas representam os conflitos internos, os sonhos e as aspirações que o atormentam e motivam.

04 – Qual o significado do cheiro de alho na cozinha e como ele é interpretado pelo eu lírico?

      O cheiro de alho, um aroma simples e cotidiano, é transformado pelo eu lírico em um símbolo da "glória eterna". Essa transmutação revela sua capacidade de encontrar significado e beleza em coisas comuns, elevando-as a um plano superior.

05 – Qual a obsessão que domina o eu lírico e qual o seu objetivo final?

      O eu lírico é dominado pela obsessão de encontrar a "Idade de Ouro", um período mítico de perfeição e felicidade. Ele busca incessantemente por esse ideal, alimentando-se de sonhos e aventuras, mesmo que isso o leve a uma existência solitária e insone.

 

 

 

 

segunda-feira, 7 de outubro de 2024

POEMA: ÁPORO - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE - COM GABARITO

 Poema: Áporo

             Carlos Drummond de Andrade

Um inseto cava
cava sem alarme
perfurando a terra
sem achar escape.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfbuLVCWSzwgEPllij4YIYz-28GImogMxvY_bCinvSRkral4NThZtqLD67vnhToqRrVmvAKMiWlQnqB_FRE1QmbsG6NrBCHL5quR4Vtv4C8sPMxgkEv73yfE7Z3_0urOEbLHwI44OH2nWVgtynfJW-4jRXioXGIqkleehJHregbC3AuaaGMfUbHHKhqps/s320/INSETO.jpg


Que fazer, exausto,
em país bloqueado,
enlace de noite
raiz e minério?

Eis que o labirinto
(oh razão, mistério)
presto se desata:

em verde, sozinha,
antieuclidiana,
uma orquídea forma-se.

Carlos Drummond de Andrade.

Fonte: livro Língua e Literatura – Faraco & Moura – vol. 3 – 2º grau – Edição reformulada 9ª edição – Editora Ática – São Paulo – SP. p. 183.

Entendendo o poema:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo.

·        Presto: com presteza ou rapidez.

·        Euclidiano: relativo a Euclides, geômetra da Grécia Antiga.

02 – Qual a principal metáfora utilizada no poema "Áporo" e o que ela representa?

      A principal metáfora é a do inseto cavando e se perdendo em um labirinto. Esse inseto representa o ser humano em busca de sentido e liberdade em um mundo limitado e opressivo, como o Brasil da época da ditadura Vargas, quando o poema foi escrito.

03 – Qual o significado do título "Áporo"?

      "Áporo" significa, em grego, "sem saída" ou "impasse". O título reflete a sensação de aprisionamento e a busca por uma saída que o sujeito lírico experimenta.

04 – Como a imagem da orquídea pode ser interpretada no contexto do poema?

      A orquídea, que surge de forma inesperada e desafia as leis da geometria euclidiana, simboliza a esperança, a beleza e a possibilidade de transformação em meio à adversidade. Ela representa a resistência e a capacidade de criar algo novo, mesmo em um ambiente hostil.

05 – Qual a relação entre o poema e o contexto histórico da época em que foi escrito?

      "Áporo" reflete o sentimento de angústia e opressão que predominava no Brasil durante a ditadura de Vargas. O inseto que cava sem encontrar saída pode ser visto como uma metáfora para o indivíduo que busca liberdade em um regime autoritário.

06 – Quais as principais emoções transmitidas pelo poema?

      O poema transmite uma sensação de angústia, solidão, mas também de esperança e resiliência. A imagem do inseto preso no labirinto evoca sentimento de impotência e desespero, enquanto a orquídea representa a possibilidade de superação e a busca por um futuro melhor.

 

 

POEMA: LEMBRANÇAS DO MUNDO ANTIGO - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE - COM GABARITO

 Poema: Lembranças do mundo antigo

             Carlos Drummond de Andrade

Clara passeava no jardim com as crianças.

O céu era verde sobre o gramado,

a água era dourada sob as pontes,

outros elementos eram azuis, róseos e alaranjados.

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbNJkN4G_N3CuHwNEUKlLJoJOITbeDB_JnwLQ_pl12kzBD0ZlIdMjIBfMq-1NbhsNe9N7KWdIEq8pLeY_favd2I1VyzFXYZHXdD-4cuRQE2Kya8QVwWVMOCsvCh0jAePEhKaNMDPUuzcwc7QeD2Fw6cGbrorAIY4PNtvimeNwKa_t23mtO7OtgCpy7ehc/s1600/JARDIM.jpg

O guarda-civil sorria, passavam bicicletas,

A menina pisou na relva para pegar um pássaro,

O mundo inteiro, a Alemanha, a China, tudo era tranquilo em redor de Clara.

 

As crianças olhavam o céu! Não era proibido.

A boca, o nariz, os olhos estavam abertos! Não havia perigos.

Os perigos que Clara temia eram a gripe, o calor, os insetos.

Clara tinha medo de perder o bonde das 11 horas,

esperava cartas que custavam a chegar,

Nem sempre podia usar vestido novo. Mas passeava no jardim, pela manha!!!

Havia jardins, havia manhãs, naquele tempo!!!

ANDRADE, Carlos Drummond de. Lembranças do mundo antigo. In: Sentimento do Mundo, 1940.

Fonte: livro Língua e Literatura – Faraco & Moura – vol. 3 – 2º grau – Edição reformulada 9ª edição – Editora Ática – São Paulo – SP. p. 184.

Entendendo o poema:

01 – Qual a atmosfera predominante no poema "Lembranças do mundo antigo"?

      A atmosfera predominante no poema é de tranquilidade, inocência e simplicidade. Drummond evoca um passado idealizado, onde os problemas eram menores e a vida parecia mais leve e despreocupada.

02 – Que elementos do cotidiano são utilizados para construir essa atmosfera?

      O poeta utiliza elementos simples do cotidiano como o jardim, as crianças brincando, o céu colorido, o guarda-civil sorrindo, as bicicletas passando, para construir essa atmosfera de tranquilidade. São detalhes que remetem a um tempo mais lento e menos complexo.

03 – Qual a importância da figura de Clara no poema?

      Clara representa a figura central do poema, através dela o poeta evoca as lembranças de um tempo passado. Ela é a testemunha de um mundo que já não existe mais, um mundo onde os problemas eram mais simples e a vida era mais serena.

04 – Qual a relação entre o título do poema e o seu conteúdo?

      O título "Lembranças do mundo antigo" já indica que o poema trata de um passado distante, idealizado. O poeta evoca memórias de um tempo que não volta mais, contrastando com a realidade presente, provavelmente marcada por mais complexidade e desafios.

05 – Quais as principais emoções evocadas pelo poema?

      O poema evoca uma gama de emoções, como nostalgia, saudade, melancolia e um certo grau de idealização do passado. A tranquilidade e a simplicidade da vida de Clara contrastam com a complexidade e os problemas do mundo atual, gerando um sentimento de saudade por um tempo que já se foi.

 

POEMA: MÃOS DADAS - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE - COM GABARITO

 Poema: Mãos dadas

             Carlos Drummond de Andrade

Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2lx_XVTem35xi1CnSpgg3lN4uFcALb3C8S6zkcpO0GSrI64U63wSjrQKhRd6xkfeerpHigw7KKyFTPdRCLQ0OLseyYHUD6ATuQ6HglB8TVKxvt4PiXInHvkbCgTnDavV9tXTFVVdbZIPRn1xLIkiXoqWCmkIwlyXhWsdAgkGy9j0UUqr4ZI5vXxS1rjo/s320/MAOS.jpg


Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,
não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, do tempo presente, os homens presentes,
a vida presente.

Carlos Drummond de Andrade.

Fonte: livro Língua e Literatura – Faraco & Moura – vol. 3 – 2º grau – Edição reformulada 9ª edição – Editora Ática – São Paulo – SP. p. 184.

Entendendo o poema:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Taciturno: calado; triste.

·        Serafim: anjo da primeira hierarquia.

02 – Qual a principal mensagem transmitida pelo poema "Mãos dadas"?

      A principal mensagem do poema é um chamado à união e à solidariedade entre os homens no presente. Drummond convida o leitor a abandonar as idealizações do passado ou do futuro e a se engajar com a realidade do momento, construindo um futuro coletivo.

03 – O que significa a expressão "preso à vida" no contexto do poema?

      A expressão "preso à vida" indica um compromisso com a realidade presente, com as experiências e as pessoas que compartilham esse momento. O poeta não se refugia em idealizações ou escapismos, mas abraça a vida em sua complexidade.

04 – Qual a importância do "tempo presente" no poema?

      O "tempo presente" é o foco central do poema. Drummond enfatiza a importância de viver o momento presente, de se conectar com as pessoas ao redor e de construir um futuro a partir da realidade atual. O passado e o futuro são mencionados, mas como pontos de referência para a ação no presente.

05 – Qual a relação entre o individual e o coletivo no poema?

      O poema busca superar a individualidade e valorizar a coletividade. A imagem das "mãos dadas" simboliza a união e a solidariedade entre as pessoas. O poeta convida o leitor a se conectar com os outros e a construir um futuro juntos.

06 – Como o poema se relaciona com o contexto histórico em que foi escrito?

      "Mãos dadas" foi escrito em um contexto marcado por grandes transformações sociais e políticas, como a Segunda Guerra Mundial. O poema pode ser interpretado como uma resposta a esse contexto, um chamado à esperança e à união em um momento de incertezas e desafios. A busca por um futuro melhor, construído de forma coletiva, é um tema central tanto no poema quanto no contexto histórico.

POEMA: AMOR - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE - COM GABARITO

 Poema: Amor

              Carlos Drummond de Andrade

O ser busca o outro ser, e ao conhecê-lo

acha a razão de ser, já dividido.

São dois em um: amor, sublime selo

que à vida imprime cor, graça e sentido.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcYBm1Xv3mqnVaxTwRYy1v8f7qdcdhaN1HmEELKN1a0obj04gDeZ-CmvO6y1OM0YbWY1gqI8NXqsU3b8M7Fvd71Mogb-ba4HNILhpqJVMx1p_bBNrUSaxUcQnwoSqPcuBLhaWOAiuTTVQQGgSIOy9TTZLIHV8zny8L7LXkApBhf3vw_0AmxZm527-7FP4/s320/AMOR.jpg


 

“Amor” — eu disse — e floriu uma rosa

embalsamando a tarde melodiosa

no canto mais oculto do jardim,

mas seu perfume não chegou a mim.

Carlos Drummond de Andrade.

Fonte: livro Língua e Literatura – Faraco & Moura – vol. 3 – 2º grau – Edição reformulada 9ª edição – Editora Ática – São Paulo – SP. p. 186.

Entendendo o poema:

01 – Qual a principal temática abordada no poema "Amor"?

      O poema aborda a temática do amor de forma profunda e complexa, explorando a busca pela completude em outro ser, a união e a divisão que o amor pode gerar, e a fragilidade e a efemeridade desse sentimento.

02 – Como Drummond descreve o encontro entre dois seres que se amam?

      O poeta descreve o encontro amoroso como um momento de descoberta e completude. Ao se encontrar com o outro, o ser encontra sua razão de ser, uma união que transcende a individualidade. No entanto, essa união também é marcada pela divisão, pois os amantes, ao se unirem, perdem parte de sua individualidade.

03 – Qual o significado da imagem da rosa no poema?

      A rosa simboliza a beleza, a fragilidade e a efemeridade do amor. Ela floresce em resposta à palavra "amor", mas seu perfume não chega ao eu lírico, sugerindo que o amor pode ser distante e inalcançável, mesmo quando está presente.

04 – Qual a relação entre o título do poema e seu conteúdo?

      O título "Amor" é central para a compreensão do poema. A palavra "amor" é repetida e explorada em diferentes nuances, desde a união e a completude até a fragilidade e a distância. O título resume a temática central do poema e convida o leitor a refletir sobre a natureza do amor.

05 – Quais as principais emoções transmitidas pelo poema?

      O poema transmite uma gama de emoções complexas, como a alegria e a esperança encontradas no amor, a tristeza e a frustração diante da impossibilidade de alcançar a plenitude amorosa, e a melancolia pela passagem do tempo e a fragilidade das coisas belas.

 

quinta-feira, 26 de setembro de 2024

POEMA: RIFONEIRO DIVINO - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE - COM GABARITO

 Poema: Rifoneiro divino

             Carlos Drummond de Andrade

Responde, por favor: Deus é quem sabe?

Sabe Deus o que faz?

Deus dá o pão, não amassa a farinha?

Deus o dá, Deus o leva?

Pertence-lhe o futuro?

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjt1os35oIQYodNBl_6ogk3C5SJ_Xe3OTkag9pCm5r6YSUl70m0hmJNMtD1RCNhWdINaCToJYLadRuEtZ69RrPRpr9dHCecO_wbdp3XtXnQYWA-xOM9Ld0nFvvOJ9VlzUh95c2swlBM6TVU32OFx9_lj3GO1NSR2styQoRsZALZkw7Ly821R7a0xuTgIU4/s320/deus_acima_de_tudo.jpg


Deu te dá saúde? Deus ajuda

a quem cedo madruga?

Será que Deus não dorme?

E é Deus por todos, cada um por si?

Deus consente, mas nem sempre? Deus

perdoa, Deus castiga?

Deus me livra ou salva?

Deus vê o que o Diabo esconde?

De hora em hora Deus melhora?

Mas é se Deus quiser?

E Deus quer?

Deus está em nós? E nós,

responde, estamos nele?

Carlos Drummond de Andrade.

Fonte: livro Língua e Literatura – Faraco & Moura – vol. 3 – 2º grau – Edição reformulada 9ª edição – Editora Ática – São Paulo – SP. p. 187.

Entendendo o poema:

01 – Qual a principal temática abordada no poema "Rifoneiro divino"?

      O poema "Rifoneiro divino" de Carlos Drummond de Andrade aborda a complexa relação entre o ser humano e a divindade. Através de uma série de perguntas retóricas, Drummond questiona a existência e o papel de Deus, explorando temas como fé, dúvida, destino, sofrimento e a busca por significado na vida.

02 – Como Drummond representa a figura de Deus no poema?

      A figura de Deus no poema é apresentada de forma ambígua e questionadora. Drummond não oferece respostas definitivas, mas sim uma série de perguntas que convidam o leitor a refletir sobre a natureza divina. Deus é representado tanto como um ser onipotente e onisciente, capaz de tudo, quanto como uma figura distante e misteriosa, cujas intenções são desconhecidas.

03 – Quais as principais dúvidas e incertezas expressas pelo poeta?

      O poeta expressa diversas dúvidas e incertezas sobre a existência e o papel de Deus. Ele questiona se Deus controla o destino humano, se Ele é justo, se Ele se importa com o sofrimento humano, e se a fé em Deus é uma forma de encontrar consolo ou apenas uma ilusão.

04 – Qual a relação entre o título do poema e seu conteúdo?

      O título "Rifoneiro divino" sugere uma busca por respostas definitivas sobre a divindade, como se o poeta estivesse interrogando um oráculo. No entanto, ao invés de respostas claras, o poema apresenta uma série de perguntas que revelam a complexidade da relação entre o homem e Deus.

05 – Quais as principais emoções transmitidas pelo poema?

      O poema transmite uma gama de emoções complexas, como a dúvida, a incerteza, a angústia, a busca por significado e a esperança. A relação com a divindade é apresentada como uma fonte tanto de conforto quanto de angústia, refletindo a complexidade da experiência humana.

 

 

sexta-feira, 6 de setembro de 2024

POEMA: O HOMEM; AS VIAGENS - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE - COM GABARITO

 POEMA: O HOMEM; AS VIAGENS

                Carlos Drummond de Andrade

 

O homem, bicho da Terra tão pequeno

Chateia-se na Terra

Lugar de muita miséria e pouca diversão,

Faz um foguete, uma cápsula, um módulo

Toca para a Lua

Desce cauteloso na Lua

  Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiM_PAgIahvBrMvNwHmr9iKD9Q82EhRZK7EN4qQKUUYg1w5j5gs-w4pQnFbMmWx9tUWe7vj67s9ubHQqdEuLzGqqEkqw2pPAArWnVF_cmJIy_B_MLuwbWMjmdaALQU5i1Ak1DkHPdAvukBEde07hHz0KsJTm1tVUuTFe3zctn_U84m7sPODWDELFF6dGy0/s1600/LUA.jpg

Pisa na Lua

Planta bandeira na Lua

Experimenta a Lua

Coloniza a Lua

Civiliza a Lua

Humaniza a Lua.

Lua humanizada: tão igual à Terra.

O homem chateia-se na Lua.

Vamos para Marte – ordena a suas máquinas.

Elas obedecem, o homem desce em Marte

Pisa em Marte

Experimenta

Coloniza

Civiliza

Humaniza Marte com engenho e arte.

Marte humanizado, que lugar quadrado

Vamos a outra parte?

Claro – diz o engenho

Sofisticado e dócil.

Vamos a vênus

O homem põe o pé em Vênus,

Vê o visto – é isto?

Idem

Idem

Idem.

O homem funde a cuca se não for a Júpiter

Proclamar justiça junto com injustiça

Repetir a fossa

Repetir o inquieto

Repetitório.

Outros planetas restam para outras colônias.

O espaço todo vira Terra-a-terra.

O homem chega ao Sol ou dá uma volta

Só para tever?

Não-vê que ele inventa

Roupa insiderável de viver no Sol.

Põe o pé e:

Mas que chato é o Sol, falso touro

Espanhol domado.

Testam outros sistemas fora

Do solar a colonizar.

Ao acabarem todos

Só resta ao homem

(Estará equipado?)

A dificílima dangerosíssima viagem

De si a si mesmo:

Pôr o pé no chão

Do seu coração

Experimentar, colonizar, civilizar

Humanizar o homem

Descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas

A perene, insuspeitada alegria de con-viver.

 

Entendendo o poema

01. Qual é o principal motivo que leva o homem a viajar para outros planetas?

a) Para encontrar vida extraterrestre.

b) Porque está entediado na Terra.

c) Para procurar novos recursos naturais.

d) Para fugir dos problemas da Terra.

 

02. O que o homem faz quando chega na Lua?

a) Estabelece uma base militar.

b) Planta bandeiras e explora o terreno.

c) Descobre novas formas de vida.

d) Fica impressionado com a beleza do local.


03. Como o homem se sente após humanizar a Lua?

a) Satisfeito e realizado.

b) Curioso para continuar explorando.

c) Entediado, assim como se sentia na Terra.

d) Orgulhoso de suas conquistas.

 

04. Por que o homem decide ir para Marte após visitar a Lua?

a) Para encontrar novas formas de vida.

b) Porque Marte é mais interessante do que a Lua.

c) Porque Marte tem mais recursos naturais.

d) Porque está entediado na Lua.

 

05. Como Marte é descrito após ser humanizado pelo homem?

a) Um lugar excitante e cheio de novas oportunidades.

b) Um lugar chato e sem graça.

c) Um lugar com muitos desafios a serem vencidos.

d) Um lugar misterioso e desconhecido.

 

06. O que acontece quando o homem chega ao Sol?

a) Ele se impressiona com o calor e a luz.

b) Ele descobre que é impossível viver lá.

c) Ele acha o Sol entediante.

d) Ele se recusa a descer no Sol por medo.

 

07. O que o poema sugere ser a viagem mais difícil para o homem?

a) A viagem até Júpiter.

b) A viagem ao Sol.

c) A viagem de si a si mesmo.

d) A viagem para outros sistemas fora do solar.

 

08. Qual é o verdadeiro desafio que o homem enfrenta, segundo o poema?

a) Colonizar outros planetas.

b) Conquistar o espaço sideral.

c) Descobrir e humanizar a si mesmo.

d) Viver em harmonia com a natureza.

 

09. O que o homem deve descobrir em suas "próprias inexploradas entranhas"?

a) Novas formas de tecnologia.

b) A alegria de conviver.

c) A solução para os problemas da Terra.

d) A chave para a imortalidade.

 

10. Qual é a mensagem principal do poema?

a) O ser humano nunca estará satisfeito, mesmo explorando o universo.

b) A exploração espacial é a chave para o futuro da humanidade.

c) A verdadeira descoberta está dentro de nós mesmos.

d) O homem deve deixar de explorar o espaço e cuidar da Terra.

 

quinta-feira, 1 de agosto de 2024

POEMA: LAGOA - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE - COM GABARITO

 Poema: Lagoa

             Carlos Drummond de Andrade

Eu não vi o mar.
Não sei se o mar é bonito,
não sei se ele é bravo.
O mar não me importa.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_E2fckpt-lAnYdHqp2GqTp_M3RzW8bLbc8FChlY0mZJijo-yHkggvu5NvcW-U5r-yEvFKLEr4gMUNv867mrF24a-4MRStwhpXvvUEr3IdvbSUk8xW97SYqmLeFft_mugFlZNSAPQtXuvN7Gl25uGek4BGeY30JnW4W8zbutmmEj5ZXEfkJI9HGDcJDp4/s320/MAR.png


Eu vi a lagoa.
A lagoa, sim.
A lagoa é grande
e calma também.

Na chuva de cores
da tarde que explode
a lagoa brilha
a lagoa se pinta
de todas as cores.
Eu não vi o mar.
Eu vi a lagoa. . .

Lagoa. In: Alguma poesia, de Carlos Drummond de Andrade, Companhia das Letras, São Paulo. Carlos Drummond de Andrade @ Graña Drummond www.carlosdrummond.com.br.

Fonte: Encontros – Língua Portuguesa – Isabella Carpaneda – 5º ano – Ensino fundamental anos iniciais. FTD – São Paulo – 1ª edição. 2018. p. 132.

Entendendo o poema:

01 – Qual é o tema principal do poema "Lagoa" de Carlos Drummond de Andrade?

      O tema principal do poema é a contemplação e a valorização da lagoa, destacando a sua beleza e a paz que ela transmite, em contraste com o mar, que é desconhecido e indiferente ao eu lírico.

02 – Por que o eu lírico diz que o mar "não me importa"?

      O eu lírico afirma que o mar "não me importa" porque ele nunca o viu e, portanto, não tem nenhum sentimento ou apego por ele. Em vez disso, ele valoriza a lagoa, que ele conhece e aprecia.

03 – Como a lagoa é descrita no poema?

      A lagoa é descrita como grande e calma, especialmente bela durante o entardecer, quando brilha e se pinta de todas as cores na "chuva de cores" da tarde.

04 – Qual é a importância da imagem da "chuva de cores" no poema?

      A "chuva de cores" simboliza o pôr-do-sol refletido na lagoa, criando uma imagem visual deslumbrante que destaca a beleza natural e a tranquilidade da lagoa. Essa imagem é central para transmitir a admiração do eu lírico pela lagoa.

05 – Como o poema "Lagoa" reflete a relação do eu lírico com a natureza?

      O poema reflete uma relação de intimidade e apreço do eu lírico com a natureza, particularmente com a lagoa. Ele encontra beleza e paz na simplicidade da lagoa, preferindo-a ao mar desconhecido e talvez tumultuado.

06 – Qual é o contraste estabelecido entre o mar e a lagoa no poema?

      O contraste é que, enquanto o mar é desconhecido e irrelevante para o eu lírico, a lagoa é familiar, apreciada e cheia de beleza. A lagoa é calma e colorida, proporcionando um sentido de paz e fascinação, ao contrário da indiferença sentida pelo mar.

07 – O que a repetição da frase "Eu não vi o mar" sugere sobre os sentimentos do eu lírico?

      A repetição da frase "Eu não vi o mar" reforça a ideia de que o mar não tem importância para o eu lírico. Sugere que a experiência e a conexão emocional com a lagoa são suficientes para ele, tornando desnecessário o conhecimento do mar.

 

 

segunda-feira, 27 de novembro de 2023

POEMA: PAÍS DO AÇÚCAR - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE - COM GABARITO

 Poema: País do açúcar

              Carlos Drummond de Andrade

Começar pelo canudo,

passar ao branco pastel

de nata,

doçura em prata

e terminar no pudim?

 

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiS_YPyvoZcUScS6zVrLGn8I0s7E7Q9gzMVPzH_GIRw11MOUbp48yGZ4dd401UiavadOR3GZPou_WUhwcTNX5Sv9KaeexvkcN9sfVXSNaHqJEUokIbfVUf9_kmIzJrmUTxtSW1tub9UW7iNlVdoJI8ZpqKuRkNWEKSajf-UP91aKHsMszLwA1ssB9uKpEI/s1600/A%C3%87UCAR.jpg

Pois sim.

E o que boia na esmeralda

da compoteira:

molengos figos em calda,

e o que é cristal em laranja,

pêssego, cidra vidrados?

A gula, faz tanto tempo,

cristalizada.

Entendendo o texto

01. Tendo como base o poema de Drummond, pode-se afirmar que está  INCORRETO.

 a) Na primeira estrofe, os verbos estão em uma forma nominal.

 b) Na primeira estrofe, o verbo “terminar” é transitivo indireto, por ter complemento com preposição.

 c) Durante todo o poema, há apenas um verbo de ligação.

   d) Na última estrofe, há um jogo com a palavra “cristalizada”, que se refere às frutas e à gula que perpetua.

02. Quem é o eu lírico no poema "País do açúcar" de Carlos Drummond de Andrade?

    a) O poeta.

    b) Um personagem fictício.

    c) Um narrador objetivo.

    d) O próprio açúcar.

03. Qual figura de linguagem é utilizada na expressão "doçura em prata" na segunda estrofe?

     a) Metáfora.

     b) Hipérbole.

     c) Antítese.

    d) Prosopopeia.

04. Na terceira estrofe, qual é o efeito criado pela expressão "o que boia na esmeralda da compoteira"?

    a) Personificação.

    b) Hipérbole.

    c) Onomatopeia.

    d) Eufemismo.

05. Quando o eu lírico se refere à gula como "cristalizada", qual figura de linguagem está sendo empregada?

    a) Antítese.

    b) Metonímia.

    c) Metáfora.

    d) Anáfora.

06. O que representa simbolicamente o ato de "terminar no pudim" na primeira estrofe do poema?

    a) A decadência da alimentação.

    b) Ó ápice da doçura.

    c) O início de uma refeição.

    d) Uma necessidade de variedade.