Música(Atividades): Manguetown
Chico Science & Nação Zumbi
Estou enfiado na lama
É um bairro sujo
Onde os urubus têm casas
E eu não tenho asas
Mas estou aqui em minha casa
Onde os urubus têm asas
Vou pintando, segurando as paredes
Do meu mangue do meu quintal
Manguetown
Andando por entre os becos
Andando em coletivos
Ninguém foge ao cheiro
Sujo da lama da Manguetown
Andando por entre os becos
Andando em coletivos
Ninguém foge à vida suja
Nos dias da Manguetown
Esta noite sairei, vou beber com meus amigos
E com as asas que os urubus me deram ao dia
Eu voarei por toda a periferia
Vou sonhando com a mulher
Que talvez eu possa encontrar
Ela também vai andar na lama do meu quintal
Manguetown
Fui no mangue catar lixo, pegar caranguejo
E conversar com urubu.
Andando por entre os becos
Andando em coletivos
Ninguém foge ao cheiro
Sujo da lama da manguetown
Andando por entre os becos
Andando em coletivos
Ninguém foge a vida suja
Nos dias da Manguetown
Fui no mangue catar lixo
Pegar caranguejo
Conversar com urubu.
Composição: Chico
Science / Lúcio Maia / Dengue. Afrociberdelia. Sony Music, 1996. CD.
Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 6º
ano – Ensino Fundamental – IBEP 4ª Edição São Paulo 2015 p. 229-230.
Entendendo a canção:
01 – De acordo com a letra da canção, o lugar descrito para viver é
agradável? Explique.
Não. Ele é sujo e cheio de lama.
02 – A que lugar a canção está se referindo?
Ao mangue, mais especificamente a um
lugar da periferia de Recife denominado de Manguetown, onde vive o eu poético
dessa canção.
03 – A palavra “Manguetown” foi criada com base na junção de duas
palavras que já existem. Pelo Glossário, procure explicar qual é o significado
dessa nova palavra na canção.
Cidade do Mangue.
04 – Nessa letra, o eu poético diz que os urubus têm asas que ele não
tem. E que até mesmo têm a casa que ele não tem. Com base nesses versos,
explique os seguintes trechos da canção.
a) “[...] Ninguém foge ao cheiro / sujo [...]” e “[...] à vida suja / Nos dias da Manguetown”.
Possibilidade: a Manguetown não oferece boas
condições de vida e para quem mora lá não há muita expectativa de melhorar de
vida, de sair da periferia para morar em outro lugar.
b) “Vou sonhando com a mulher / Que talvez eu possa encontrar / Ela também vai andar / Na lama do meu quinntal”.
Possibilidade: a mulher que poderá ser sua
companheira um dia terá de compartilhar das mesmas condições de vida dele. O
futuro do eu poético se projeta com base na realidade da periferia, na falta de
perspectiva que o lugar lhe oferece.
05 – Transcreva os versos que indicam que o eu poético tem intenção de
sair do lugar em que vive para se lançar no espaço coletivo da periferia.
“Esta noite sairei / Vou beber com meus amigos / E
com as asas que os urubus me deram ao dia / Eu voarei por toda a periferia”.
06 – O eu poético se sente livre com o isolamento em uma casa
confortável ou com a companhia dos amigos da comunidade? Que versos do texto
podem confirmar essa ideia de liberdade?
Ele se sente livre na companhia de seus
amigos. Os versos que confirmam a ideia de liberdade são: “E com as asas que os urubus me deram ao dia / Eu
voarei por toda a periferia”.
07 – Releia os versos a seguir:
“Vou pintando, segurando as paredes / Do
meu mangue do meu quintal / Manguetown.” De acordo com os versos, a
vida do eu poético e a da Manguetown se relacionam, misturam-se?
O quintal dele é o próprio mangue, a Manguetown; a vida da
comunidade se mistura à sua própria vida.