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sábado, 3 de agosto de 2024

CONTO: NOITE DE TERROR - (FRAGMENTO) - TATIANA BELINKY - COM GABARITO

 Conto: Noite de terror – Fragmento

           Tatiana Belinky

        [...]

        Papai e mamãe tiveram de sair por algumas horas, à noite, e nos deixaram sozinhos no quarto, eu, como de costume, tomando conta dos meus irmãos. O que parecia fácil, especialmente porque, quando eles saíram, os dois meninos já estavam dormindo, o maior numa das camas junto comigo, e o menor no berço, tudo na santa paz. Só que, uma hora depois que eles saíram, o caçulinha acordou chorando. Fui ver o que havia – e era que o pequerrucho, decerto por causa da excitação daquele dia movimentado, fez xixi no berço, e não fez pouco: o berço ficou encharcado e eu tive que tirá-lo de lá. Troquei-lhe a fralda e coloquei-o junto conosco, na nossa cama. Ficou meio apertado, mas enfim, tudo bem, ele adormeceu logo.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnwdaeY9QkgKhqlCqNnHpW6PPC2XBiWyhjbq-dXwEyBaSdAp_3AsKH2tgpR0pW0HdY3ZjYtfQMNX5NVscJtsbHreH_URAHaPQBGVWlNKDDlnnhdVOeA2ol9iQXdQ-8evVDLAtOZIaX7Q_jLnl6iAL38-Tp3fBEKTSn2ec6gJh2-EqBuXpJ8brjERnUf-0/s1600/IRMAOS.jpg


        Mas a paz não durou muito, e logo logo ele fez xixi de novo, molhando o lençol debaixo de nós três. Que fazer? Peguei o maninho no colo, chamei o maior, e fomos os três para a cama grande, de papai e mamãe. "Quando eles chegarem, vão dar um jeito em tudo", pensei. E cansada, adormeci também, junto com os dois – só para ser novamente acordada, “nadando" no lençol novamente encharcado pelo inesgotável caçulinha...

        Não havia outra cama para a gente ir, mas também não dava pra ficar naquela molhadeira, e tivemos de descer, ficar no chão mesmo. Mas aí aconteceu mais um terrível imprevisto: nem bem pisamos no assoalho. Era uma barata, mas uma barata "tropical", enorme, de um tamanho nunca visto! As baratinhas europeias que eu conhecia eram pigmeus perto daquela, insetos meio nojentinhos, porém miúdos, pouco maiores que as unhas das minhas mãos. Mas aquela ali era do tamanho de uma ratazana, ou assim me pareceu, e acho que não ficaria mais apavorada se visse uma tarântula ou uma cobra na minha frente.

        De um pulo, com o pequeno no colo e o maior atrás, voltei para a cama encharcada... Era muita desgraça junta! E sentada sobre o lençol "xixizado", com os meus irmãozinhos dos lados, entreguei os pontos e comecei a chorar, assustando os dois, que também abriram o bué.

        E foi assim que nossos pais nos encontraram um pouco depois: os três sentados sobre o lençol empapado de xixi, chorando em desafinado uníssono. E o pior foi que papai e mamãe, em vez de ficarem horrorizados, penalizados e solidários, desataram a rir “às bandeiras despregadas", para a minha grande raiva e humilhação. “Os adultos às vezes não entendem nada", pensei comigo, magoada. Mas logo esqueci o "doloroso" episódio – ou não? Por que será que o contei agora?

Tatiana Belinky. Onde já se viu? São Paulo: Ática, 2005. p. 56-57.

Fonte: Encontros – Língua Portuguesa – Isabella Carpaneda – 5º ano – Ensino fundamental anos iniciais. FTD – São Paulo – 1ª edição. 2018. p. 90-91.

Entendendo o conto:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Pigmeu: indivíduo de baixa estatura.

·        Tarântula: espécie de aranha.

·        Abrir o bué: abrir o berreiro, chorar bem alto.

·        Às bandeiras despregadas: sem parar.

·        Episódio: acontecimento.

02 – Por que os pais tiveram que sair e deixar os filhos sozinhos?

      Os pais tiveram que sair por algumas horas à noite e deixaram os filhos sozinhos no quarto.

03 – O que aconteceu quando o caçula acordou pela primeira vez?

      O caçula acordou chorando porque tinha feito xixi no berço, molhando tudo. A narradora trocou a fralda dele e o colocou na cama junto com ela e o irmão maior.

04 – Qual foi a solução encontrada pela narradora após o segundo incidente de xixi?

      Após o caçula fazer xixi de novo e molhar o lençol, a narradora pegou o caçula no colo, chamou o irmão maior e foram para a cama dos pais.

05 – O que aconteceu quando os irmãos desceram para o chão?

      Quando os irmãos desceram para o chão, encontraram uma barata enorme, o que os assustou muito e os fez voltar para a cama molhada.

06 – Como os pais encontraram as crianças ao retornarem para casa?

      Os pais encontraram as crianças sentadas sobre o lençol molhado de xixi, chorando.

07 – Qual foi a reação dos pais ao verem a situação das crianças?

      Em vez de ficarem horrorizados, penalizados ou solidários, os pais começaram a rir muito da situação, para grande raiva e humilhação da narradora.

08 – Como a narradora se sentiu após a reação dos pais e o que ela concluiu?

      A narradora ficou magoada e pensou que os adultos às vezes não entendem nada. Ela reflete sobre o episódio, questionando por que se lembrou de contar essa história.

 

domingo, 30 de junho de 2024

CRÔNICA: ONDE JÁ SE VIU? TATIANA BELINKY - COM GABARITO

 Crônica: Onde já se viu?

               Tatiana Belinky

        Uma tarde de inverno, estava eu lá, na Rua Barão de Itapetininga, mexendo nas estantes de uma livraria. (Não consigo passar por uma sem entrar pra fuçar no meio dos livros. Desde que eu tinha quatro anos de idade – o que já faz muito tempo – livro para mim é a coisa mais gostosa do mundo. A gente nunca sabe que surpresa vai encontrar entre duas capas. Pode ser coisa de boniteza, ou de tristeza, ou de poesia, ou de risada, ou de susto, sei lá. Um livro é sempre uma aventura, vale a pena tentar!)


Fonte:https://www.google.com/url?sa=i&url=http%3A%2F%2Fsaopaulo-40s-50s-60s.blogspot.com%2F2017%2F01%2Frua-barao-de-itapetininga.html&psig=AOvVaw0hkA3QRH-GuMW7FQWPmMM7&ust=1719869126581000&source=images&cd=vfe&opi=89978449&ved=0CBEQjRxqFwoTCOiZt_mhhIcDFQAAAAAdAAAAABAE

    Pois bem, estava eu ali, muito entretida, examinando os livros, quando de repente senti que alguém me puxava pela manga. Olhei para baixo e vi um menino – um garotinho de uns nove ou dez anos, magrelo, sujinho, de roupa esfarrapada e pé no chão. Uma dessas crianças que andam largadas pelas ruas da cidade, pedindo esmola. Ou, no melhor dos casos, vendendo colchetes ou dropes, essas coisas. Eu já ia abrindo a bolsa para livrar-me logo dele, quando o garoto disse:

        -- Escuta, dona... (Naquele tempo, ninguém chamava a gente de tia: tia era só a irmã do pai ou da mãe.)

        -- O quê? – perguntei. – O que você quer?

        -- Eu... dona, me compra um livro? – disse ele baixinho, meio com medo.

        Dizer que fiquei surpresa é pouco. O jeito do menino era de quem precisava de comida, de roupa, isso sim. Duvidei do que ouvira:

        -- Você não prefere algum dinheiro? – perguntei.

        -- Não, dona – disse o garoto, mais animado, olhando-me agora bem nos olhos. – Eu queria um livro. Me compra um livro?

        Meu coração começou a bater forte.

        -- Escolha o livro que você quiser – falei.

        As pessoas na livraria começaram a observar a cena, incrédulas e curiosas. O menino já estava junto à prateleira, examinando ora um ora outro livro, todo excitado. Um vendedor se aproximou, meio desconfiado, com cara de querer intervir:

        -- Deixe o menino escolher um livro – falei. – Eu pago.

        As pessoas em volta me olhavam admiradas. Onde já se viu alguém comprar um livro para um molequinho maltrapilho daqueles?

        Pois vou lhes contar: foi exatamente o que se viu naquela tarde, naquela livraria. O menino acabou se decidindo por um livro de aventuras, nem me lembro qual. Mas me lembro bem da minha emoção quando lhe entreguei o volume e vi seus olhinhos brilhando ao me dizer um apressado "obrigada, dona!" antes de sair em disparada abraçando o livro apertado ao peito.

        Quanto aos meus próprios olhos, estes se embaçaram estranhamente, quando pensei comigo: "Tanta criança rica não sabe o que perde, não lendo, e este pobre menino – que certamente não era um pobre menino – sabe o valor que tem essa maravilha que se chama livro!"

        Isso aconteceu há vários anos. Bem que eu gostaria de saber o que foi feito daquele menino...

BELINKY, Tatiana. Onde já se viu? Em: Olhos de ver. São Paulo: Moderna, 2015. p. 19-21. (Coleção Veredas).

Entendendo a crônica:

01 – Onde a autora estava quando encontrou o menino?

      A autora estava na Rua Barão de Itapetininga, em uma livraria.

02 – Qual era a primeira reação da autora quando o menino puxou sua manga?

      A primeira reação da autora foi pensar em abrir a bolsa para dar dinheiro ao menino e livrar-se logo dele.

03 – O que o menino pediu à autora?

      O menino pediu para a autora comprar um livro para ele.

04 – Como a autora se sentiu ao ouvir o pedido do menino?

      A autora ficou surpresa e seu coração começou a bater forte.

05 – Qual foi a resposta da autora ao pedido do menino?

      A autora disse ao menino para escolher o livro que ele quisesse, e que ela pagaria.

06 – Como as pessoas na livraria reagiram à situação?

      As pessoas na livraria observaram a cena incrédulas e curiosas, admiradas com a situação.

07 – Qual foi a reflexão final da autora sobre o acontecimento?

      A autora refletiu que muitas crianças ricas não sabem o que perdem por não lerem, enquanto o menino pobre sabia o valor que um livro tem. Ela também expressou curiosidade sobre o que teria acontecido com aquele menino nos anos seguintes.

 

 

terça-feira, 2 de janeiro de 2024

LENDA: GUILHERME TELL - TATIANA BELINKY - COM GABARITO

 Lenda: Guilherme Tell 

            Tatiana Belinky

        Há muitos anos, antes de ser um país livre e soberano, a Suíça era governada por um regente autoritário chamado Gessler. Todo mundo tinha medo dele, porque quem desobedecesse às suas ordens era impiedosamente castigado. A única pessoa que não o temia era o bravo caçador das montanhas de nome Guilherme Tell, respeitado pelos seus conterrâneos por ser, além de homem de bem, um exímio arqueiro. Ninguém o superava na pontaria certeira com o arco e a flecha. 

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9UiTXwoBeRAekexJzOStyYVgfyEkyfAOSZ65AzBVr4_nqvClvcFBgELmVrWrTnakeushZqSKi73JgGnIGplo8_uQa5AuxJSF4WGdbU058wpHGhM2NqC5OQe1dtCXwHHjfGsAREHSSLgIYT-5JqbShkdpOak3iYJ80bnKmzEdcHEmAdAjtFFUiBNMEVis/s1600/GESSLER.jpg


        O tirano Gessler, arrogante e vaidoso, gostava de aterrorizar a gente do povo. Por isso, mandou erguer na praça principal um poste no qual fez pendurar o seu chapéu. Diante desse ridículo símbolo de autoridade, todos os passantes deveriam se curvar. E todos obedeciam de medo de ser cruelmente punidos. Todos, menos Guilherme Tell, que não se submetia àquela humilhação por considerá-la abaixo de sua dignidade. Até que um dia aconteceu de o próprio Gessler estar na praça quando Tell passou por ali com seu filho de oito anos. 

        Vendo que o caçador não se curvara diante do chapéu, Gessler ficou furioso e mandou que seus soldados o agarrassem, gritando: 

        -- Tell, tu me desafiaste, e quem me desafia morre. Mas tu podes escapar da morte se fizeres o que eu te ordeno. 

        E o poderoso Gessler mandou que encostassem o filho do caçador ao poste com uma maçã sobre a cabeça. Então, continuou: 

        -- Agora, Tell, terá de provar a tua fama de grande arqueiro acertando a maçã na cabeça do teu filho com uma única flechada. Se acertares, o que duvido, sairá livre. Mas, se errares, será executado aqui, na frente de todo este povo. 

        E Guilherme Tell foi colocado no ponto mais distante da praça, com o seu arco e uma flecha. 

        -- Cumpra-se a minha ordem! – Bradou Gessler. 

        -- Atire, meu pai – disse o menino. – Eu não tenho medo. 

        Com o coração apertado, Guilherme Tell levantou o arco, apontou a flecha, esticou a corda e, de dentes cerrados, mirou em direção ao alvo. Zummmm! A flecha zuniu no ar, rapidíssima, e rachou ao meio a maçã sobre a cabeça da criança. 

        Um suspiro de alívio subiu da multidão, que assistia horrorizada àquele cruel espetáculo. 

        Nesse momento, Gessler viu a ponta de outra flecha escondida debaixo do gibão do arqueiro. 

        -- Para que a segunda flecha se tinha direito a um só arremesso? – urrou o tirano. Guilherme Tell respondeu, em alto e bom som: 

        -- A segunda flecha era para varar o teu coração, Gessler, se eu tivesse ferido o meu filho. 

        E, pegando o menino pela mão, Guilherme Tell deu as costas ao tirano e foi embora. 

        Anos mais tarde, o arqueiro foi um valoroso combatente pela independência da sua terra e pela liberdade de seu povo. 

Lenda Popular Suíça – Recontada por: Tatiana Belinky. Disponível em: https://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2014/2014_uel_port_pdp_eliane_maria_sperandio.pdf. Acesso em: 25 abr. 2021.

Fonte: Coleção Desafio Língua Portuguesa – 5° ano – Anos Iniciais do Ensino Fundamental – Roberta Vaiano – 1ª edição – São Paulo, 2021 – Moderna – p. MP198-202.

Entendendo a lenda:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Regente: governante.

·        Autoritário: dominador, impositivo.

·        Tirano: governante injusto e cruel.

·        Arrogante: orgulhoso.

·        Conterrâneos: pessoas da mesma terra da mesma cidade.

·        Zuniu: zumbiu, assobiou.

·        Exímio: perfeito, brilhante, consagrado.

·        Gibão: tipo de colete.

02 – Como as lendas tem origem na tradição oral, elas costumam ser breves e claras para prender a atenção de quem as ouve. Assinale o item que indica a estrutura apresentada no texto Guilherme Tell.

(  ) Os parágrafos são longos e complicados, com palavras difíceis e cheios de informações.

(X) As frases são curtas, simples e garantem a compreensão do texto.

03 – Na sua opinião, por que a história de Guilherme Tell é uma lenda?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: porque não possui um tempo definido e, no final, transmite um comportamento exemplar.

04 – Algumas lendas mesclam fatos históricos, ou seja, que realmente existiram, com imaginação popular.

a)   Você acha que as personagens dessa história podem ter existido de verdade? Por quê?

Resposta pessoal do aluno.

b)   Na história, Guilherme Tell acerta uma maçã com uma flecha, mesmo estando bem distante dela. Em sua opinião, esse acontecimento se aproxima mais da:

(  ) realidade.

(X) fantasia.

05 – Identifique o protagonista e o antagonista do texto.

      Protagonista: Guilherme Tell; antagonista: Gessler.

06 – Por que o povo temia Gessler?

      Porque Gessler castigava quem o desobedecia.

·        Qual era o símbolo de sua autoridade?

Um poste com seu chapéu pendurado, diante do qual todos deviam se curvar.

07 – Releia este trecho.

        “Vendo que o caçador não se curvara diante do chapéu, Gessler ficou furioso e mandou que seus soldados o agarrassem [...]”

·        Quem é esse caçador? Por que ele não se curvou diante do chapéu?

Guilherme Tell. Porque achava uma exigência humilhante e abaixo de sua dignidade.

08 – Gessler poupou o arqueiro da morte, mas lhe deu outra ordem.

a)   Que ordem foi essa?

Tell deveria acertar, com uma única flechada, uma maçã colocada sobre a cabeça do próprio filho.

b)   Se ele não acertasse, qual seria seu castigo?

Seria executado ali mesmo na praça, diante de todos.

c)   Por que Guilherme Tell não rejeitou a ordem recebida?

Porque estava certo de que iria acertar

 

segunda-feira, 27 de novembro de 2023

POEMA: VIVA A PAZ! - TATIANA BELINKY - COM GABARITO

 POEMA: VIVA A PAZ!

                   (Tatiana Belinky)

Dois gatinhos assanhados
se atracaram, enfezados.
A dona se irritou
e a vassoura agarrou!

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiViT6YmU15DQCTaAIQef1eYJoEqHgjx7Rt-J64IRV180loBVubKWuQExuHkWBU_60MrO83hSzCf7X8NII5NeOIvcAW0neq8rfXD2fUMNMtBiZobXan2ly-vDYDFHzITdyHXlZfKpmdpsmQWvDdYMb_EXfaLQQkZ806Why5r1S8hn45yM1mnFlehpE1HUU/s1600/FOFO.jpg


E apesar do frio, na hora,
os varreu porta afora,
bem no meio do inverno,
com um frio "do inferno"!

Os gatinhos, assustados,
se encolheram, já gelados,
junto à porta, no jardim,
aguardando o triste fim!


De terror acovardados,
os dois gatinhos, coitados,
não puderam nem miar,
lamentando tanto azar!

Sem ouvir nenhum miado,
a dona, por seu lado,
dos gatinhos teve dó,
e a porta abriu de uma vez só!

Mesmo estando tão gelados,
os dois gatinhos arrepiados
Zás! Bem junto do fogão
surgem, sem reclamação!

E a dona comentou:
tanto faz quem começou!
Uma encrenca boba assim
bom é que tenha logo um fim!

E ela acrescentou, então,
não querem brigar mais, não?
E os gatinhos, enroscados,
esqueceram da briga, aliviados.

Confortados, no quentinho,
com sossego e com carinho,
dormem bem, bichos queridos,
já da briga esquecidos.

 

Entendendo o texto

01. O tema do texto é:

     a) A briga que os gatinhos arranjaram um com o outro.

     b) O carinho e admiração que a dona tem pelos gatinhos.

     c) O frio que os gatinhos estavam sentindo no jardim.

     d) A amizade e admiração que os gatinhos têm um pelo outro. 

02. Quem é o eu lírico no poema "Viva a Paz!" de Tatiana Belinky?

     a) Uma dona.

     b) Os gatinhos.

     c) O narrador observador.

     d) Ó inverno.

03. Como o espaço é utilizado no poema para transmitir a atmosfera da história?

     a) O espaço é indiferente à trama.

     b) O espaço intensifica o frio do inverno.

     c) O espaço é um mero pano de fundo.

     d) O espaço é irrelevante para a narrativa.

04. Quais figuras de linguagem são utilizadas para descrever a ação da dona com a vassoura?

     a) Metáfora.

     b) Hipérbole.

     c) Prosopopeia.

     d) Antítese.

05. Como as rimas são empregadas no poema "Viva a Paz!"?

     a) O poema não possui rimas.

     b) Rimas alternadas.

     c) Rimas pareadas.

     d) Rimas interpoladas.

06. Qual é a principal mensagem transmitida no poema em relação à resolução de conflitos?

     a) A violência é a solução.

     b) A indiferença é a melhor resposta.

     c) O diálogo e a compreensão são fundamentais.

     d) Os conflitos devem ser ignorados.

 

 

 

quarta-feira, 22 de junho de 2022

ANEDOTA: LOROTAS DE PESCADOR(VELHA ANEDOTINHA) -TATIANA BELINKY - COM GABARITO

 ANEDOTA: LOROTAS DE PESCADOR (Velha anedotinha)

                    Tatiana Belinky

João e José dois velhos amigos que gostavam de pescar, comparavam suas proezas esportivas, como sempre um procurando superar o outro.

— Outro dia eu pesquei um bagre — disse João —, e nem queira saber, era o maior bagre que olhos mortais já viram. Pesava pelo menos duzentos quilos.

— Isso não é nada - respondeu José. — Outro dia eu estava pescando, e adivinhe o que veio pendurado no meu anzol? Uma lâmpada de navio, com uma data gravada nela: A.D. 1392l .Imagine só: cem anos antes da descoberta da América por Cristóvão Colombo.

E não é só isso: dentro da lâmpada havia uma luz, e ela ainda estava acesa!

João olhou para a cara de José e ficou calado por um momento. Mas logo sorriu e disse:

— Olhe aqui, José, vamos entrar num acordo. Eu abato 198 quilos do meu bagre. E você apaga a luz da sua lâmpada, está bem?

BELINKY, Tatiana. Mentiras... e mentiras. São Paulo: Companhia das letrinhas, 2004.

Entendendo o texto

01. De que se trata o texto?

Lorotas de pescadores.

02. Quais eram os personagens da anedota?

João e José.

03. Que fato provocou o desenrolar dos acontecimentos descritos no texto?

O fato de cada pescador querer contar mais vantagem que o outro.

04. A que conclusão chegou João ao final?

Ele propõe um acordo a José.

05. Que acordo foi este? Descreva-o.

João abatia 198 quilos do bagre e José apagaria a lâmpada que estava acesa desde o tempo de Cristóvão Colombo.

    06. No trecho “... e ela ainda estava acesa!”, a exclamação sugere

        (A) coragem.

        (B) emoção.

        (C) respeito.

        (D) valorização.

 

 

sexta-feira, 15 de março de 2019

AUTOBIOGRAFIA: RÚSSIA - BRASIL - TATIANA BELINKY - COM QUESTÕES GABARITADAS

AUTOBIOGRAFIA: RÚSSIA - BRASIL
                           Tatiana Belinky

        Eu não nasci no Brasil: sou imigrante. Nasci na Rússia, na então capital, que já não se chamava São Petersburgo, como quando foi fundada e construída pelo imperador Pedro, o Grande, e ainda não se chamava Leningrado – agora São Petersburgo, recuperando assim seu nome original. Quando eu nasci, dois anos depois da Revolução Russa, um ano após o término da Primeira Guerra Mundial, a cidade se chamava Petrogrado – “cidade de Pedro”, em russo. O país estava em plena guerra civil, havia mesmo fome na cidade, os alimentos estavam racionados, a vida era muito difícil. Então meus pais, que eram cidadãos letonianos, resolveram voltar para Riga, capital da Letônia, um dos pequenos países do Mar Báltico. E foi assim que, de um ano de idade até os dez vivi com meus pais e meus dois irmãos [...] na bonita cidade de Riga, conhecida principalmente pela madeira que exportava para o mundo inteiro, o famoso pinho-de-Riga.
        Mas também em Riga a vida não era fácil. A situação econômica era ruim, a política, pior ainda, e as coisas não andavam boas para meus pais, gente de classe média remediada. Até que a situação se tornou insustentável, e meus pais resolveram sair do país, tentar arrumar a vida em outra terras.
        [...]
        Então sou – ou fui – imigrante. Mas sou brasileira, como consta no meu “RG” – casada com brasileiro, com filhos e netos brasileiros: marido santista, filhos, netos e bisnetos paulistanos.
        [...]
        Só que eu não virei brasileira de repente, do dia para a noite, sem mais nem menos. Quando cheguei ao Brasil, tinha pouco mais de dez anos e todo um passado europeu atrás de mim: toda uma vida, todo um “caldo de cultura”. Clima, costumes, educação, idioma, até a maneira de vestir e de morar eram muito diferentes. E levei algum tempo até me “aclimatar” e acostumar com todas as coisas novas que me esperavam no Brasil, na cidade de São Paulo e, principalmente, na Rua Jaguaribe [...].
        Hoje – e já há muito tempo – eu não trocaria o Brasil por nenhuma espécie de “paraíso terrestre” em qualquer outra parte do mundo. (E, note-se que eu viajei muito, vi muitos países, coisas bonitas e interessantes...) [...]
        Viajar para o Brasil! Foi o que nos disseram papai e mamãe, naquele dia: nós íamos viajar para o Brasil, um país que ficava na América, muito longe, do outro lado do oceano. E que nós íamos navegar até lá num navio transatlântico – que coisa romântica e empolgante!
        [...]
        Papai de fato partiu antes de nós – para “apalpar o terreno” e, finalmente, três meses depois, chegou também a hora da nossa partida. [...]
        Saímos de Riga de trem noturno, até Berlim, de onde iríamos para Hamburgo, e de lá, desse velho porto alemão, embarcaríamos rumo ao Brasil.
        As despedidas na estação ferroviária de Riga foram emocionadas e emocionantes. De repente a gente se deu conta de que estávamos deixando para trás toda a nossa grande família, boa parte da qual se apinhava na plataforma: vovô e vovó, tios e tias, primos e primas, adultos e crianças – toda uma multidão de pessoas próximas e queridas, que sempre fizeram parte integrante da nossa vida – e das quais de repente íamos ficar separados e distantes, não sabíamos por quanto tempo.
        Por fim, vinte e um dia depois de alçarmos âncora em Hamburgo, chegamos! Chegamos ao Rio de Janeiro. O General Mitre entrou na Baía de Guanabara ao anoitecer e ficou fora da barra à espera da licença de ancorar até a manhã do dia seguinte. Todo mundo correu para as amuradas, e ficamos olhando de longe aquela vista incomparável: a linha harmoniosamente curva da praia de Copacabana, toda faiscante no seu “colar de pérolas”, como era chamada, carinhosamente, a iluminação da Avenida Atlântica. [...]
        O nosso primeiro contato com a paisagem brasileira foi o Rio de Janeiro, e não podia ter sido mais encantador.

BELINKY, Tatiana. Transplante de menina. São Paulo: Uno Educação, 2008.

Entendendo o texto:

01 – Qual o significado de Petrogrado?
        Significa Cidade de Pedro, em Russo.

02 – Por que os pais da narradora resolveram voltar para a cidade de Riga, na Letônia?
      Porque o país estava em plena Guerra Civil, e tinha muita fome, os alimentos racionados e a vida era muito difícil.

03 – Como era a vida em Riga?
        A vida não era fácil.

04 – Por que os pais da narradora decidiram sair de seu país?
       Porque a situação econômica era ruim, a política, pior ainda, e as coisas não andavam boas para meus pais, gente de classe média remediada. Até que a situação se tornou insustentável, e meus pais resolveram sair do país, tentar arrumar a vida em outra terras.

05 – Por que a narradora afirma que não virou brasileira, de repente, de uma hora para outra?
      Porque ela já tinha vivido até os dez anos na Europa. E vindo para o Brasil teve que aprender tudo de novo.

06 – A expressão “caldo de cultura” se refere a que aspectos presentes no texto?
      Refere-se a tudo que ela teve que aprender e acostumar num outro país: Clima, costumes, educação, idioma diferente, etc.

07 – Que parágrafo do texto mostra que a narradora gosta do Brasil?
      “Hoje – e já há muito tempo – eu não trocaria o Brasil por nenhuma espécie de “paraíso terrestre” em qualquer outra parte do mundo.”

08 – Qual o efeito de sentido das exclamações, no sexto parágrafo?
      Tem o sentido de afirmação e de alegria e felicidade.

09 – Qual o efeito de sentido das aspas na expressão “apalpar o terreno” no sétimo parágrafo?
      Tem o efeito de conhecer, verificar se é uma boa ideia mudar para aquele lugar.

10 – A que se refere “desse velho porto alemão” no oitavo parágrafo?
      Refere-se ao local de onde eles partiram rumo ao Brasil.

11 – Qual a diferença entre EMOCIONADA e EMOCIONANTE, no décimo parágrafo?
·        Emocionada: é o sentimento de felicidade, de conquista.
·        Emocionante: é algo que causa emoção.

12 – No décimo primeiro parágrafo, a que se refere General Mitre?
      Refere-se ao Navio Transatlântico.

13 – A que a iluminação da Avenida Atlântica era comparada?
      Era comparada a um colar de pérolas.