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domingo, 8 de junho de 2025

POEMA: TREMELIQUES - TATIANA BELINKY - COM GABARITO

 Poema: Tremeliques

             Tatiana Belinky

Eu ataco os preocupados

Nervosinhos, meio assustados,

Que olham em redor

Com certo temor

Volta e meia sobressaltados.

 

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8696GznLZeMa1CEtk11KXtZ0nZFw6bCRSNwOTuyYDYA5xyTAg4DMArvqeMi8SH2mqz7fkyZXvfxPTTkSLT3t5kX1RQmsllUEiNuE93TZxh4ufxBx_qKg-WUQLAbIgaBszIUrSoJt9jY9d9HLCK5RGflCqfyhdqy7Gp7-RB7huD-inu3rOqIM0uOs0W3c/s320/generate_card.jpg

“Tremeliques” atacam à toa

Menino, menina ou coroa

Eles são a frescura

Que às vezes tem cura

Mas a vítima é qualquer pessoa.

Belinky, Tatiana. Limeriques dos tremeliques. São Paulo: Biruta, 2006. p. 12 e 16.

Fonte: Língua Portuguesa: Singular & Plural. Laura de Figueiredo; Marisa Balthasar e Shirley Goulart – 6º ano – Moderna. 2ª edição, São Paulo, 2015. p. 98.

Entendendo o poema:

01 – Quem são as vítimas preferenciais dos "Tremeliques" no poema?

      Os "Tremeliques" atacam principalmente os preocupados, nervosinhos e meio assustados, que olham ao redor com certo temor e vivem sobressaltados.

02 – A que tipo de pessoa os "Tremeliques" podem afetar, de acordo com o poema?

      Os "Tremeliques" podem atacar a qualquer pessoa, seja menino, menina ou coroa (adulto).

03 – Como o poema descreve a natureza dos "Tremeliques"?

      O poema descreve os "Tremeliques" como uma "frescura" que, às vezes, pode ter cura.

04 – Qual o estado emocional das pessoas que sofrem de "Tremeliques"?

      As pessoas que sofrem de "Tremeliques" estão preocupadas, nervosas, assustadas e vivem com temor, sentindo-se sobressaltadas.

05 – Apesar de serem uma "frescura", os "Tremeliques" são incuráveis?

      Não, o poema sugere que os "Tremeliques", embora sejam uma "frescura", às vezes têm cura.

 

 

domingo, 1 de junho de 2025

CRÔNICA: ALFABETIZAR ... TATIANA BELINKY - COM GABARITO

 Crônica: Alfabetizar...

               Tatiana Belinky

        Eu não sou professora – não tenho direito a esse título, não tive formação acadêmica para merecê-lo, até porque parei no segundo ano de Filosofia, e dali em diante "filosofei" pela vida por minha própria conta... Mas hoje, se fosse para ostentar um título muito honroso, eu gostaria que ele fosse o de alfabetizadora. Sim, porque para mim o momento mais importante do magistério, de todo o magistério, é o do professor primário, o "mestre-escola"; e dentro deste, o degrau verdadeiramente fundamental, primordial, é o do alfabetizador – ou quiçá deva dizer da alfabetizadora, a mulher, representante sem dúvida majoritária desta mais nobre das profissões.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhlEWPrRuLD4D3RFhWWwy8BwHxrjVJADxmgVSioNbj9OLN4Xipxsjxb3zmKy-EnJq0vihPvL6j61qDrorNTrzvM9Oi8D-LjbEinmZdqL5PCSKyIjfDiX_g5mDFJHZGar-k40XEtRuFvgrvMgt70PYedfNIAuU8Uev-nXniVJgnSyMto0OlVylLLK9hRuNc/s1600/images.jpg


        Alfabetizar, qualquer que seja o método – e hoje os há mais eficientes do que muitos antigos, haja vista os de Paulo Freire ou Emília Ferreiro, para só citar dois (embora os métodos mais antigos não tenham deixado de produzir grandes nomes de escritores, poetas, dramaturgos, romancistas, pensadores, há séculos e mesmo milênios) –, alfabetizar é abrir os olhos de crianças, de jovens e de adultos para o mundo deslumbrante de Sua Majestade, a Palavra, na sua grande função de ferramenta do pensamento. A Palavra Escrita, para ser lida...

        Ensinar a ler, que maravilha! Abrir o caminho para a leitura, para o livro, maravilha! Dá vontade de fazer algumas citações, como por exemplo, "Bendito quem semeia, / livros à mancheia, / e faz o povo pensar!", de Castro Alves; ou "Um país se faz com homens e livros", de Monteiro Lobato. Ou até a "sacada" brilhante de Ziraldo: "Ler é mais importante do que estudar"...

        O grande papel do alfabetizador é, sim, ensinar a ler – mas a ler "de verdade", com fluência natural, sem decifrar penosamente o código escrito, sem tropeçar em letras, sílabas e palavras, sem "gaguejar" nas frases –, a ler "como quem respira" (ainda citando Ziraldo). E isto se consegue só com textos que de uma forma ou outra interessem aos alunos de qualquer tipo ou idade e nunca com "frases de cartilha" ocas e sem sentido...

        Alfabetizar é dar instrumentos ao estudante para saber fazer uso dessa habilidade adquirida em fins práticos, sim. Mas principalmente para presenteá-lo com o dom da leitura prazerosa – o acesso à literatura, com as suas emoções estéticas e éticas, a poesia, o romance, a aventura – toda uma riqueza sem fim... É ensiná-lo a "querer" ler, sem nunca "mandar". Ensiná-lo a gostar de ler...

        E aqui vai mais uma das minhas citações preferidas, do premiado escritor francês e professor de literatura, Daniel Pennac, na primeira frase do primeiro capítulo do seu livro Como um romance: "O verbo ler não comporta imperativo – como o verbo amar e o verbo sonhar... Não se manda – não se pode – mandar amar ou mandar sonhar. E o mesmo deve valer para a leitura, o encantamento e o prazer de ler – de ler de livre e espontânea vontade – o que só é possível quando se é alfabetizado 'pra valer'."

        E isto inclui, naturalmente, o aprender a escrever, a se expressar e se comunicar por escrito – mas aqui já se trata da segunda parte da alfabetização básica – “uma outra história que fica para uma outra vez", e não cabe no espaço desta pequena crônica...

        O que cabe aqui é mesmo uma entusiasmada saudação à Equipe Pedagógica do Programa de Formação de Professores Alfabetizadores, com os votos de merecido sucesso da Tatiana Belinky.

Fonte: Letra e Vida. Programa de Formação de Professores Alfabetizadores – Coletânea de textos – Módulo 3 – CENP - São Paulo – 2005. p. 15-16.

Entendendo a crônica:

01 – Por que Tatiana Belinky, apesar de não ser professora, gostaria de ser reconhecida como alfabetizadora?

      Tatiana Belinky, mesmo sem formação acadêmica em pedagogia, gostaria do título de alfabetizadora porque considera essa a profissão mais nobre e o momento mais fundamental do magistério. Para ela, o ato de alfabetizar é o alicerce de todo o aprendizado e a chave para abrir o mundo do conhecimento.

02 – Qual é a principal função da Palavra Escrita, segundo a autora?

      A principal função da Palavra Escrita, segundo a autora, é ser a "ferramenta do pensamento". Ao abrir o mundo deslumbrante da Palavra, o alfabetizador oferece o instrumento essencial para que o indivíduo possa refletir, compreender e se expressar de forma mais profunda.

03 – Quais são os dois objetivos centrais do processo de alfabetização, além do uso prático da habilidade?

      Os dois objetivos centrais são, primeiro, ensinar a ler "de verdade", ou seja, com fluência natural e sem dificuldade, "como quem respira". Em segundo lugar, e talvez mais importante, é presentear o aluno com o dom da leitura prazerosa, abrindo o acesso à literatura, às emoções estéticas e éticas, e ensinando-o a "querer" ler, sem imposição.

04 – Como a crônica contrapõe os métodos de alfabetização antigos e modernos?

      A crônica menciona que, embora haja métodos modernos mais eficientes (citando Paulo Freire e Emília Ferreiro), os métodos antigos também produziram grandes nomes da literatura e do pensamento. Isso sugere que a eficácia da alfabetização vai além do método em si, focando mais no resultado de abrir o mundo da leitura para o indivíduo.

05 – Qual a importância de se usar textos que interessem aos alunos no processo de alfabetização?

      É crucial usar textos que interessem aos alunos porque isso permite que a leitura se torne fluente e natural, sem a necessidade de decifrar penosamente o código. A autora enfatiza que o prazer e o engajamento são alcançados com "textos que de uma forma ou outra interessem" e nunca com "frases de cartilha" ocas e sem sentido.

06 – O que a citação de Daniel Pennac sobre o verbo "ler" revela sobre a filosofia de ensino da autora?

      A citação de Daniel Pennac ("O verbo ler não comporta imperativo – como o verbo amar e o verbo sonhar...") revela a filosofia da autora de que a leitura não deve ser imposta. Assim como o amor e o sonho, o prazer de ler deve ser uma escolha livre e espontânea, algo que só é possível quando a pessoa é alfabetizada "pra valer" e desenvolve o desejo genuíno pela leitura.

07 – Por que a crônica não aprofunda o tema da escrita, apesar de mencioná-lo como parte da alfabetização básica?

        A crônica não aprofunda o tema da escrita porque, para a autora, o aprender a escrever e se expressar por escrito é a "segunda parte da alfabetização básica". Ela considera esse um tópico que "fica para uma outra vez" e que "não cabe no espaço desta pequena crônica", focando no objetivo principal de saudar o processo de alfabetização e o papel do alfabetizador na iniciação à leitura.

 

 

domingo, 9 de março de 2025

POEMA: SEM MEDO DO MEDO - TATIANA BELINKY - COM GABARITO

 Poema: Sem medo do medo

             Tatiana Belinky

De monstros, fantasmas
Gosmentos miasmas,
E coisas que – bumba! –
Estourem assim;

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVYOOT7SVmRy6ob_LHDlylqrzIgEchuE4ZBRsJPAGlics2Xov94xskLFZcNkMzTnQ6VTEKU1EdlVjrlcfKaX5N6zO78by_d49HzTY60LQXXvmCs_BCT5EzUy0Vl2s6LILNt7OLc2_jekNwIhvRqUoSfgjbcZFlVHpeedDwIS_t1CgHmqcJm69110MIfUA/s320/VAMPIROS.jpg



Vampiros dentuços,
Viscosos e ruços
Querendo assustar
A você e a mim;

Na noite escura
Não tenho paúra –
A coisa é bem
Diferente, isso sim!

Porque meu segredo
É nunca ter medo –
São eles que tremem
Com medo de mim!

Tatiana Belinky. Sem medo do medo. In: ______. Um caldeirão de poemas. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2003. p. 7.

Fonte: Português. Vontade de Saber. 6º ano – Rosemeire Alves / Tatiane Brugnerotto – 1ª edição – São Paulo – 2012. FTD. p. 116.

Entendendo o poema:

01 – Quais criaturas assustadoras são mencionadas no poema?

      O poema menciona monstros, fantasmas, vampiros dentuços, e "coisas que – bumba! – estourem assim".

02 – Qual é a atitude da narradora em relação a essas criaturas assustadoras?

      A narradora afirma não ter medo dessas criaturas, mesmo na noite escura.

03 – Qual é o "segredo" da narradora para não sentir medo?

      O segredo da narradora é nunca ter medo, o que faz com que as próprias criaturas assustadoras tremam de medo dela.

04 – Como a narradora descreve os vampiros no poema?

      A narradora descreve os vampiros como "dentuços, viscosos e ruços" e que querem assustar as pessoas.

05 – Qual é o efeito da inversão da expectativa no final do poema?

      A inversão da expectativa no final do poema, onde as criaturas assustadoras é que tremem de medo da narradora, cria um efeito de humor e empoderamento, mostrando que o medo pode ser superado.

 

 

sábado, 3 de agosto de 2024

CONTO: NOITE DE TERROR - (FRAGMENTO) - TATIANA BELINKY - COM GABARITO

 Conto: Noite de terror – Fragmento

           Tatiana Belinky

        [...]

        Papai e mamãe tiveram de sair por algumas horas, à noite, e nos deixaram sozinhos no quarto, eu, como de costume, tomando conta dos meus irmãos. O que parecia fácil, especialmente porque, quando eles saíram, os dois meninos já estavam dormindo, o maior numa das camas junto comigo, e o menor no berço, tudo na santa paz. Só que, uma hora depois que eles saíram, o caçulinha acordou chorando. Fui ver o que havia – e era que o pequerrucho, decerto por causa da excitação daquele dia movimentado, fez xixi no berço, e não fez pouco: o berço ficou encharcado e eu tive que tirá-lo de lá. Troquei-lhe a fralda e coloquei-o junto conosco, na nossa cama. Ficou meio apertado, mas enfim, tudo bem, ele adormeceu logo.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnwdaeY9QkgKhqlCqNnHpW6PPC2XBiWyhjbq-dXwEyBaSdAp_3AsKH2tgpR0pW0HdY3ZjYtfQMNX5NVscJtsbHreH_URAHaPQBGVWlNKDDlnnhdVOeA2ol9iQXdQ-8evVDLAtOZIaX7Q_jLnl6iAL38-Tp3fBEKTSn2ec6gJh2-EqBuXpJ8brjERnUf-0/s1600/IRMAOS.jpg


        Mas a paz não durou muito, e logo logo ele fez xixi de novo, molhando o lençol debaixo de nós três. Que fazer? Peguei o maninho no colo, chamei o maior, e fomos os três para a cama grande, de papai e mamãe. "Quando eles chegarem, vão dar um jeito em tudo", pensei. E cansada, adormeci também, junto com os dois – só para ser novamente acordada, “nadando" no lençol novamente encharcado pelo inesgotável caçulinha...

        Não havia outra cama para a gente ir, mas também não dava pra ficar naquela molhadeira, e tivemos de descer, ficar no chão mesmo. Mas aí aconteceu mais um terrível imprevisto: nem bem pisamos no assoalho. Era uma barata, mas uma barata "tropical", enorme, de um tamanho nunca visto! As baratinhas europeias que eu conhecia eram pigmeus perto daquela, insetos meio nojentinhos, porém miúdos, pouco maiores que as unhas das minhas mãos. Mas aquela ali era do tamanho de uma ratazana, ou assim me pareceu, e acho que não ficaria mais apavorada se visse uma tarântula ou uma cobra na minha frente.

        De um pulo, com o pequeno no colo e o maior atrás, voltei para a cama encharcada... Era muita desgraça junta! E sentada sobre o lençol "xixizado", com os meus irmãozinhos dos lados, entreguei os pontos e comecei a chorar, assustando os dois, que também abriram o bué.

        E foi assim que nossos pais nos encontraram um pouco depois: os três sentados sobre o lençol empapado de xixi, chorando em desafinado uníssono. E o pior foi que papai e mamãe, em vez de ficarem horrorizados, penalizados e solidários, desataram a rir “às bandeiras despregadas", para a minha grande raiva e humilhação. “Os adultos às vezes não entendem nada", pensei comigo, magoada. Mas logo esqueci o "doloroso" episódio – ou não? Por que será que o contei agora?

Tatiana Belinky. Onde já se viu? São Paulo: Ática, 2005. p. 56-57.

Fonte: Encontros – Língua Portuguesa – Isabella Carpaneda – 5º ano – Ensino fundamental anos iniciais. FTD – São Paulo – 1ª edição. 2018. p. 90-91.

Entendendo o conto:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Pigmeu: indivíduo de baixa estatura.

·        Tarântula: espécie de aranha.

·        Abrir o bué: abrir o berreiro, chorar bem alto.

·        Às bandeiras despregadas: sem parar.

·        Episódio: acontecimento.

02 – Por que os pais tiveram que sair e deixar os filhos sozinhos?

      Os pais tiveram que sair por algumas horas à noite e deixaram os filhos sozinhos no quarto.

03 – O que aconteceu quando o caçula acordou pela primeira vez?

      O caçula acordou chorando porque tinha feito xixi no berço, molhando tudo. A narradora trocou a fralda dele e o colocou na cama junto com ela e o irmão maior.

04 – Qual foi a solução encontrada pela narradora após o segundo incidente de xixi?

      Após o caçula fazer xixi de novo e molhar o lençol, a narradora pegou o caçula no colo, chamou o irmão maior e foram para a cama dos pais.

05 – O que aconteceu quando os irmãos desceram para o chão?

      Quando os irmãos desceram para o chão, encontraram uma barata enorme, o que os assustou muito e os fez voltar para a cama molhada.

06 – Como os pais encontraram as crianças ao retornarem para casa?

      Os pais encontraram as crianças sentadas sobre o lençol molhado de xixi, chorando.

07 – Qual foi a reação dos pais ao verem a situação das crianças?

      Em vez de ficarem horrorizados, penalizados ou solidários, os pais começaram a rir muito da situação, para grande raiva e humilhação da narradora.

08 – Como a narradora se sentiu após a reação dos pais e o que ela concluiu?

      A narradora ficou magoada e pensou que os adultos às vezes não entendem nada. Ela reflete sobre o episódio, questionando por que se lembrou de contar essa história.

 

domingo, 30 de junho de 2024

CRÔNICA: ONDE JÁ SE VIU? TATIANA BELINKY - COM GABARITO

 Crônica: Onde já se viu?

               Tatiana Belinky

        Uma tarde de inverno, estava eu lá, na Rua Barão de Itapetininga, mexendo nas estantes de uma livraria. (Não consigo passar por uma sem entrar pra fuçar no meio dos livros. Desde que eu tinha quatro anos de idade – o que já faz muito tempo – livro para mim é a coisa mais gostosa do mundo. A gente nunca sabe que surpresa vai encontrar entre duas capas. Pode ser coisa de boniteza, ou de tristeza, ou de poesia, ou de risada, ou de susto, sei lá. Um livro é sempre uma aventura, vale a pena tentar!)


Fonte:https://www.google.com/url?sa=i&url=http%3A%2F%2Fsaopaulo-40s-50s-60s.blogspot.com%2F2017%2F01%2Frua-barao-de-itapetininga.html&psig=AOvVaw0hkA3QRH-GuMW7FQWPmMM7&ust=1719869126581000&source=images&cd=vfe&opi=89978449&ved=0CBEQjRxqFwoTCOiZt_mhhIcDFQAAAAAdAAAAABAE

    Pois bem, estava eu ali, muito entretida, examinando os livros, quando de repente senti que alguém me puxava pela manga. Olhei para baixo e vi um menino – um garotinho de uns nove ou dez anos, magrelo, sujinho, de roupa esfarrapada e pé no chão. Uma dessas crianças que andam largadas pelas ruas da cidade, pedindo esmola. Ou, no melhor dos casos, vendendo colchetes ou dropes, essas coisas. Eu já ia abrindo a bolsa para livrar-me logo dele, quando o garoto disse:

        -- Escuta, dona... (Naquele tempo, ninguém chamava a gente de tia: tia era só a irmã do pai ou da mãe.)

        -- O quê? – perguntei. – O que você quer?

        -- Eu... dona, me compra um livro? – disse ele baixinho, meio com medo.

        Dizer que fiquei surpresa é pouco. O jeito do menino era de quem precisava de comida, de roupa, isso sim. Duvidei do que ouvira:

        -- Você não prefere algum dinheiro? – perguntei.

        -- Não, dona – disse o garoto, mais animado, olhando-me agora bem nos olhos. – Eu queria um livro. Me compra um livro?

        Meu coração começou a bater forte.

        -- Escolha o livro que você quiser – falei.

        As pessoas na livraria começaram a observar a cena, incrédulas e curiosas. O menino já estava junto à prateleira, examinando ora um ora outro livro, todo excitado. Um vendedor se aproximou, meio desconfiado, com cara de querer intervir:

        -- Deixe o menino escolher um livro – falei. – Eu pago.

        As pessoas em volta me olhavam admiradas. Onde já se viu alguém comprar um livro para um molequinho maltrapilho daqueles?

        Pois vou lhes contar: foi exatamente o que se viu naquela tarde, naquela livraria. O menino acabou se decidindo por um livro de aventuras, nem me lembro qual. Mas me lembro bem da minha emoção quando lhe entreguei o volume e vi seus olhinhos brilhando ao me dizer um apressado "obrigada, dona!" antes de sair em disparada abraçando o livro apertado ao peito.

        Quanto aos meus próprios olhos, estes se embaçaram estranhamente, quando pensei comigo: "Tanta criança rica não sabe o que perde, não lendo, e este pobre menino – que certamente não era um pobre menino – sabe o valor que tem essa maravilha que se chama livro!"

        Isso aconteceu há vários anos. Bem que eu gostaria de saber o que foi feito daquele menino...

BELINKY, Tatiana. Onde já se viu? Em: Olhos de ver. São Paulo: Moderna, 2015. p. 19-21. (Coleção Veredas).

Entendendo a crônica:

01 – Onde a autora estava quando encontrou o menino?

      A autora estava na Rua Barão de Itapetininga, em uma livraria.

02 – Qual era a primeira reação da autora quando o menino puxou sua manga?

      A primeira reação da autora foi pensar em abrir a bolsa para dar dinheiro ao menino e livrar-se logo dele.

03 – O que o menino pediu à autora?

      O menino pediu para a autora comprar um livro para ele.

04 – Como a autora se sentiu ao ouvir o pedido do menino?

      A autora ficou surpresa e seu coração começou a bater forte.

05 – Qual foi a resposta da autora ao pedido do menino?

      A autora disse ao menino para escolher o livro que ele quisesse, e que ela pagaria.

06 – Como as pessoas na livraria reagiram à situação?

      As pessoas na livraria observaram a cena incrédulas e curiosas, admiradas com a situação.

07 – Qual foi a reflexão final da autora sobre o acontecimento?

      A autora refletiu que muitas crianças ricas não sabem o que perdem por não lerem, enquanto o menino pobre sabia o valor que um livro tem. Ela também expressou curiosidade sobre o que teria acontecido com aquele menino nos anos seguintes.

 

 

terça-feira, 2 de janeiro de 2024

LENDA: GUILHERME TELL - TATIANA BELINKY - COM GABARITO

 Lenda: Guilherme Tell 

            Tatiana Belinky

        Há muitos anos, antes de ser um país livre e soberano, a Suíça era governada por um regente autoritário chamado Gessler. Todo mundo tinha medo dele, porque quem desobedecesse às suas ordens era impiedosamente castigado. A única pessoa que não o temia era o bravo caçador das montanhas de nome Guilherme Tell, respeitado pelos seus conterrâneos por ser, além de homem de bem, um exímio arqueiro. Ninguém o superava na pontaria certeira com o arco e a flecha. 

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9UiTXwoBeRAekexJzOStyYVgfyEkyfAOSZ65AzBVr4_nqvClvcFBgELmVrWrTnakeushZqSKi73JgGnIGplo8_uQa5AuxJSF4WGdbU058wpHGhM2NqC5OQe1dtCXwHHjfGsAREHSSLgIYT-5JqbShkdpOak3iYJ80bnKmzEdcHEmAdAjtFFUiBNMEVis/s1600/GESSLER.jpg


        O tirano Gessler, arrogante e vaidoso, gostava de aterrorizar a gente do povo. Por isso, mandou erguer na praça principal um poste no qual fez pendurar o seu chapéu. Diante desse ridículo símbolo de autoridade, todos os passantes deveriam se curvar. E todos obedeciam de medo de ser cruelmente punidos. Todos, menos Guilherme Tell, que não se submetia àquela humilhação por considerá-la abaixo de sua dignidade. Até que um dia aconteceu de o próprio Gessler estar na praça quando Tell passou por ali com seu filho de oito anos. 

        Vendo que o caçador não se curvara diante do chapéu, Gessler ficou furioso e mandou que seus soldados o agarrassem, gritando: 

        -- Tell, tu me desafiaste, e quem me desafia morre. Mas tu podes escapar da morte se fizeres o que eu te ordeno. 

        E o poderoso Gessler mandou que encostassem o filho do caçador ao poste com uma maçã sobre a cabeça. Então, continuou: 

        -- Agora, Tell, terá de provar a tua fama de grande arqueiro acertando a maçã na cabeça do teu filho com uma única flechada. Se acertares, o que duvido, sairá livre. Mas, se errares, será executado aqui, na frente de todo este povo. 

        E Guilherme Tell foi colocado no ponto mais distante da praça, com o seu arco e uma flecha. 

        -- Cumpra-se a minha ordem! – Bradou Gessler. 

        -- Atire, meu pai – disse o menino. – Eu não tenho medo. 

        Com o coração apertado, Guilherme Tell levantou o arco, apontou a flecha, esticou a corda e, de dentes cerrados, mirou em direção ao alvo. Zummmm! A flecha zuniu no ar, rapidíssima, e rachou ao meio a maçã sobre a cabeça da criança. 

        Um suspiro de alívio subiu da multidão, que assistia horrorizada àquele cruel espetáculo. 

        Nesse momento, Gessler viu a ponta de outra flecha escondida debaixo do gibão do arqueiro. 

        -- Para que a segunda flecha se tinha direito a um só arremesso? – urrou o tirano. Guilherme Tell respondeu, em alto e bom som: 

        -- A segunda flecha era para varar o teu coração, Gessler, se eu tivesse ferido o meu filho. 

        E, pegando o menino pela mão, Guilherme Tell deu as costas ao tirano e foi embora. 

        Anos mais tarde, o arqueiro foi um valoroso combatente pela independência da sua terra e pela liberdade de seu povo. 

Lenda Popular Suíça – Recontada por: Tatiana Belinky. Disponível em: https://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2014/2014_uel_port_pdp_eliane_maria_sperandio.pdf. Acesso em: 25 abr. 2021.

Fonte: Coleção Desafio Língua Portuguesa – 5° ano – Anos Iniciais do Ensino Fundamental – Roberta Vaiano – 1ª edição – São Paulo, 2021 – Moderna – p. MP198-202.

Entendendo a lenda:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Regente: governante.

·        Autoritário: dominador, impositivo.

·        Tirano: governante injusto e cruel.

·        Arrogante: orgulhoso.

·        Conterrâneos: pessoas da mesma terra da mesma cidade.

·        Zuniu: zumbiu, assobiou.

·        Exímio: perfeito, brilhante, consagrado.

·        Gibão: tipo de colete.

02 – Como as lendas tem origem na tradição oral, elas costumam ser breves e claras para prender a atenção de quem as ouve. Assinale o item que indica a estrutura apresentada no texto Guilherme Tell.

(  ) Os parágrafos são longos e complicados, com palavras difíceis e cheios de informações.

(X) As frases são curtas, simples e garantem a compreensão do texto.

03 – Na sua opinião, por que a história de Guilherme Tell é uma lenda?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: porque não possui um tempo definido e, no final, transmite um comportamento exemplar.

04 – Algumas lendas mesclam fatos históricos, ou seja, que realmente existiram, com imaginação popular.

a)   Você acha que as personagens dessa história podem ter existido de verdade? Por quê?

Resposta pessoal do aluno.

b)   Na história, Guilherme Tell acerta uma maçã com uma flecha, mesmo estando bem distante dela. Em sua opinião, esse acontecimento se aproxima mais da:

(  ) realidade.

(X) fantasia.

05 – Identifique o protagonista e o antagonista do texto.

      Protagonista: Guilherme Tell; antagonista: Gessler.

06 – Por que o povo temia Gessler?

      Porque Gessler castigava quem o desobedecia.

·        Qual era o símbolo de sua autoridade?

Um poste com seu chapéu pendurado, diante do qual todos deviam se curvar.

07 – Releia este trecho.

        “Vendo que o caçador não se curvara diante do chapéu, Gessler ficou furioso e mandou que seus soldados o agarrassem [...]”

·        Quem é esse caçador? Por que ele não se curvou diante do chapéu?

Guilherme Tell. Porque achava uma exigência humilhante e abaixo de sua dignidade.

08 – Gessler poupou o arqueiro da morte, mas lhe deu outra ordem.

a)   Que ordem foi essa?

Tell deveria acertar, com uma única flechada, uma maçã colocada sobre a cabeça do próprio filho.

b)   Se ele não acertasse, qual seria seu castigo?

Seria executado ali mesmo na praça, diante de todos.

c)   Por que Guilherme Tell não rejeitou a ordem recebida?

Porque estava certo de que iria acertar

 

segunda-feira, 27 de novembro de 2023

POEMA: VIVA A PAZ! - TATIANA BELINKY - COM GABARITO

 POEMA: VIVA A PAZ!

                   (Tatiana Belinky)

Dois gatinhos assanhados
se atracaram, enfezados.
A dona se irritou
e a vassoura agarrou!

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiViT6YmU15DQCTaAIQef1eYJoEqHgjx7Rt-J64IRV180loBVubKWuQExuHkWBU_60MrO83hSzCf7X8NII5NeOIvcAW0neq8rfXD2fUMNMtBiZobXan2ly-vDYDFHzITdyHXlZfKpmdpsmQWvDdYMb_EXfaLQQkZ806Why5r1S8hn45yM1mnFlehpE1HUU/s1600/FOFO.jpg


E apesar do frio, na hora,
os varreu porta afora,
bem no meio do inverno,
com um frio "do inferno"!

Os gatinhos, assustados,
se encolheram, já gelados,
junto à porta, no jardim,
aguardando o triste fim!


De terror acovardados,
os dois gatinhos, coitados,
não puderam nem miar,
lamentando tanto azar!

Sem ouvir nenhum miado,
a dona, por seu lado,
dos gatinhos teve dó,
e a porta abriu de uma vez só!

Mesmo estando tão gelados,
os dois gatinhos arrepiados
Zás! Bem junto do fogão
surgem, sem reclamação!

E a dona comentou:
tanto faz quem começou!
Uma encrenca boba assim
bom é que tenha logo um fim!

E ela acrescentou, então,
não querem brigar mais, não?
E os gatinhos, enroscados,
esqueceram da briga, aliviados.

Confortados, no quentinho,
com sossego e com carinho,
dormem bem, bichos queridos,
já da briga esquecidos.

 

Entendendo o texto

01. O tema do texto é:

     a) A briga que os gatinhos arranjaram um com o outro.

     b) O carinho e admiração que a dona tem pelos gatinhos.

     c) O frio que os gatinhos estavam sentindo no jardim.

     d) A amizade e admiração que os gatinhos têm um pelo outro. 

02. Quem é o eu lírico no poema "Viva a Paz!" de Tatiana Belinky?

     a) Uma dona.

     b) Os gatinhos.

     c) O narrador observador.

     d) Ó inverno.

03. Como o espaço é utilizado no poema para transmitir a atmosfera da história?

     a) O espaço é indiferente à trama.

     b) O espaço intensifica o frio do inverno.

     c) O espaço é um mero pano de fundo.

     d) O espaço é irrelevante para a narrativa.

04. Quais figuras de linguagem são utilizadas para descrever a ação da dona com a vassoura?

     a) Metáfora.

     b) Hipérbole.

     c) Prosopopeia.

     d) Antítese.

05. Como as rimas são empregadas no poema "Viva a Paz!"?

     a) O poema não possui rimas.

     b) Rimas alternadas.

     c) Rimas pareadas.

     d) Rimas interpoladas.

06. Qual é a principal mensagem transmitida no poema em relação à resolução de conflitos?

     a) A violência é a solução.

     b) A indiferença é a melhor resposta.

     c) O diálogo e a compreensão são fundamentais.

     d) Os conflitos devem ser ignorados.