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domingo, 22 de outubro de 2023

ATIVIDADES COM A MÚSICA: SIRI RECHEADO E O CACETE - JOÃO BOSCO/ALDIR BLANC - COM GABARITO

 Música(ATIVIDADES): Siri Recheado e o Cacete

           João Bosco/Aldir Blanc

Saí com a patroa pra pescar
No Canal da Barra, uns siris pra rechear
Siri, como ela encheu de me avisar
Era o prato predileto do meu compadre Anescar

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiafUdGi21X4-YjlS43evI5yUw1jUnny8pl_JgEXbDrTn5kH4_iJFc04fh8a0lBxIWbGbRMDw3-0WsQJe2aUQYoRqpb4escZik_4ph4FIwcLNff49ubN-_1wFGtEm28FKIdg114pl_cwRXPCFi7ayQF1HYeWnBxWRb7TF1FSoiT9No3nngw8OspGKbwRlg/s320/SIRI.jpg


Levei arrastão e três puçás
Um de cabo, outros dois de jogar
De isca, um sebo da véspera, e pra completar, Cachaça Iemanjá
Birita que dá garantia de ter maré cheia
Choveu siri do patola, manteiga, azulão, um camaleão,
No tapa a minha patroa espantou três sereias.

Na volta, ônibus cheio, o balde derramou
Em pleno coletivo, um gato se encrespou
O velho trocador até gritou: - não bebo mais!
- Siri passando em roleta, mesmo pra mim é demais!
De medo o motorista perdeu a direção
Fez um golpe de vista, raspou num caminhão
Pegou um pipoqueiro, um padre entrou num butiquim
O português da gerência quase voltou pra Almerim...

Quiseram autuar nossos siris
Mas minha patroa subornou a guarnição
Então os cana-dura mais gentis
Levaram a gente e os siris pra casa na Abolição
Depois do "te logo", "um abração"
Fui botar os siris pra ferver
Dentro da lata de banha
Era um tal de chiar, pagava pra ver
Tranquilo, o compadre Anescar colocando o azeite
Foi um trabalho de cão, mas valeu o suor
Croquete, bobó, panqueca, siri recheado, fritada e o cacete.

O Anescar chegou com uma do alambique
Me perguntou se eu era Mendonça ou dinamite
Abri uma lourinha, trouxe um prato de croquete
O Anescar mordeu um, feito quem come gilete
Baixou minha patroa: Anescar, o quê que há?
O Anescar gemeu: dieta de lascar!
O médico mandou que eu coma tudo que pintar
Até cerveja e cachaça
Menos os frutos do mar.

Composição: Aldir Blanc / João Bosco.

Entendendo a canção:

01 – Qual é o motivo da saída do narrador com sua esposa no início da música?

      O narrador sai com sua esposa para pescar siris no Canal da Barra.

02 – O que a esposa do narrador gosta de fazer com os siris?

      A esposa do narrador gosta de rechear os siris.

03 – Quais são os itens que o narrador leva para a pescaria?

      O narrador leva um arrastão, três puçás, isca de sebo, e cachaça Iemanjá.

04 – O que acontece durante a pescaria que faz com que a esposa do narrador espante três sereias?

      Durante a pescaria, a esposa do narrador espanta três sereias com um tapa.

05 – O que ocorre no ônibus durante o retorno da pescaria?

      No ônibus, o balde de siris derrama, e um gato se enfurece, causando tumulto.

06 – Como a esposa do narrador evita que eles sejam autuados pela polícia?

      A esposa do narrador suborna a guarnição policial para evitar serem autuados.

07 – Qual é a recomendação médica mencionada na música em relação à alimentação do narrador?

      O médico recomenda que o narrador coma de tudo, exceto frutos do mar, incluindo cerveja e cachaça.

 

 

quinta-feira, 13 de julho de 2017

MÚSICA(ATIVIDADES): O BÊBADO E A EQUILIBRISTA(DITADURA) - DE JOÃO BOSCO E ALDIR BLANC - COM GABARITO


A fascinante "O Bêbado e a Equilibrista" de João Bosco e Aldir Blanc
O Bêbado e a Equilibrista     -   Elis Regina



Caía a tarde feito um viaduto
E um bêbado trajando luto
Me lembrou Carlitos
A lua tal qual a dona do bordel
Pedia a cada estrela fria
Um brilho de aluguel

E nuvens lá no mata-borrão do céu
Chupavam manchas torturadas
Que sufoco!
Louco!
O bêbado com chapéu-coco
Fazia irreverências mil
Pra noite do Brasil
Meu Brasil!

Que sonha com a volta do irmão do Henfil
Com tanta gente que partiu
Num rabo de foguete
Chora
A nossa Pátria mãe gentil
Choram Marias e Clarisses
No solo do Brasil

Mas sei que uma dor assim pungente
Não há de ser inutilmente
A esperança
Dança na corda bamba de sombrinha
E em cada passo dessa linha
Pode se machucar

Azar!
A esperança equilibrista
Sabe que o show de todo artista
Tem que continuar

        ANÁLISE: "O Bêbado e a Equilibrista" é uma das mais famosas músicas que berraram nos ouvidos da covarde ditadura - mesmo "covarde ditadura" sendo redundante, vale destacar - militar que assolou - e assombrou - o Brasil de 1964 a 1985. A música foi composta por Aldir Blanc e João Bosco e lançada no LP "Linha de Passe", em 1979 e gravada por Elis Regina, voz que deu forma à música e ficou conhecidíssima.
        Como a doce adjetivação da esperança - equilibrista - existem muitas possibilidades para as geniais - e geniosas - metáforas de Aldir Blanc. Como a de que as "estrelas" seriam generais e "céu", a prisão. *
        Betinho, sociólogo, ativista pelos direitos humanos, perseguido e exilado na época do regime militar, era irmão do, também genial, Henrique de Souza, o cartunista Henfil, este que foi apresentado ao compositor Aldir Blanc por sua amiga, a cantora Elis Regina, no verão de 1975, iniciando assim uma boa amizade.
        Henfil costumava encher os ouvidos do amigo de suas memórias do "mano" Betinho, exilado desde 1971.
        Sensibilizado com o falecimento de Charlie Chaplin, João Bosco compôs uma linda melodia em sua homenagem e chamou Aldir para mostrá-la. Aldir escreveu a música e fez uma singela homenagem ao rimar "Brasil" com "irmão do Henfil", esta rima, que por sua vez teve papel de emoção, mobilização, transformação e incentivo a uma nação reprimida. Aldir afirmou que se dissesse "Betinho", ninguém reconheceria, a referência ao irmão Henfil era mais forte, ele já tinha fama na época, enquanto a imagem pública de Betinho veio a se formar com força já pelos anos noventa, principalmente após a criação da "Ação da Cidadania".
        Herbert de Souza, o Betinho, ouviu pela primeira vez a canção, na doce voz de Elis, exilado no México. Seu irmão o telefonou e pôs, sem nada avisar, para que ouvisse. Ao enviar a fita cassete, Henfil escreveu um recado: "Mano velho, prepare-se! Agora nós temos um hino e quem tem um hino faz uma revolução!". Dito e feito!
        A campanha pela anistia irrestrita foi a primeira movimentação nacional que obteve sucesso desde o início da sangrenta ditadura militar no Brasil. Vários manifestos ocorreram no mundo inteiro, inclusive a Conferência Internacional da Mulher, no México, que fez de 1975 o Ano Internacional pela Anistia.
        Em 1979, Betinho desembarcou no Aeroporto de Congonhas e se deparou com uma manifestação: Cerca de duzentas pessoas cantavam "O Bêbado e a Equilibrista".

        INTERPRETAÇÃO
1 – Qual é o nome da música? E quem canta?
      O Bêbado e a Equilibrista, por Elis Regina.

2 – Quem são os compositores da letra? Em que ano foi gravada?
      A composição é de João Bosco e Aldir Blanc, no ano de 1.979.

3 – A letra da música se refere a que acontecimento?
      Refere-se a época da “Covarde Ditadura” no Brasil de 1.964 a 1.985.

4 – Qual foi a reação de Betinho ao ouvir pela primeira vez a música cantada pela Elis Regina?
      “Mano velho, prepare-se! Agora nós temos um hino, e quem tem um hino faz uma revolução”.

5 – Em que ano Betinho retornou ao Brasil? E como foi recebido?
      Chegou ao Brasil em 1.979, foi recebido com uma manifestação onde tinha umas duzentas pessoas e cantavam a música “O Bêbado e a Equilibrista”.

6 – Segundo Aldir Blanc, qual seria a interpretação para; “Equilibrista”, “Estrelas” e “Céu”?
      - “Equilibrista” seria as pessoas que conseguiram superar a “covarde ditadura”.
      - “Estrelas” seriam os generais.
      - “Céu” seria a prisão.

7 – Quando que o Herbert de Souza (Betinho) tornou-se conhecido?
      Nos anos noventa, após a criação da “Ação da Cidadania”.

8 – Qual foi a primeira movimentação nacional que se teve sucesso no Brasil?
      Foi a Campanha pela Anistia Irrestrita.

9 – O Ano Internacional pela Anistia foi realizada em 1.975; qual era o nome e onde foi realizada?
      Foi a Conferência Internacional da Mulher, realizada no México.