Poesia: Panorama
Cecília
Meireles
Em cima, é a lua,
no meio, é a nuvem,
embaixo, é o mar.
Sem asa nenhuma,
sem vela nenhuma,
para me salvar.
Ao longe, são noites,
de perto, são noites,
quem se há de chamar?
Já dormiram todos,
não acordam outros...
Água. Vento. Luar.
O trilho da terra
para onde é que leva,
luz do meu olhar?
Que abismos aéreos
de reinos aéreos
para visitar!
Na beira do mundo,
do sono do mundo
me quero livrar.
E em cima - é a lua.
no meio – é a nuvem.
e embaixo – é o mar.
Obra poética. Rio de
Janeiro: José Olympio, 1987. p. 199-200.
Fonte: Livro –
PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 5ª Série – 2ª
edição - Atual Editora – 2002 – p. 248.
Entendendo a poesia:
01 – Na 1ª estrofe, é feita
referência a três espaços diferentes, por meio de substantivos e expressões
adverbiais. Que advérbio ou expressão adverbial corresponde ao substantivo:
a) Lua?
Em cima.
b) Nuvem?
No meio.
c) Mar?
Embaixo.
02 – Na 2ª estrofe, há duas
expressões adverbiais e dois advérbios. Identifique-os e classifique-os.
Ao longe e de
perto: locuções adverbiais de lugar; Já: advérbio de tempo; Não: advérbio de
negação.
03 – A poesia fala de coisas
vagas ou indefinidas, como noite, nuvem, vento. Faça um levantamento do tipo de pronome que há no texto e
verifique por que eles contribuem para criar essa atmosfera.
Há no texto três pronomes indefinidos
(nenhuma, todos, outros) e um interrogativo (quem), que contribuem para criar
uma atmosfera de coisas vagas e imprecisas.
04 – O último verso da 2ª
estrofe, apresenta três elementos naturais (água, vento e luar) que mantêm
relação com os espaços mencionados na questão 1. Qual desses elementos
corresponde a:
a) Em cima?
Luar.
b) No meio?
Vento.
c) Embaixo?
Água.