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quarta-feira, 29 de setembro de 2021

ARTIGO EXPOSITIVO: MAPA DA VIOLÊNCIA 2014: TAXA DE HOMICÍDIOS É A MAIOR DESDE 1980 - DEMETRIO WEBER E ODILON RIOS - COM GABARITO

 Artigo expositivo: Mapa da violência 2014: taxa de homicídios é a maior desde 1980

Número de assassinatos cresceu 7,9% no país entre 2011 e 2012

Por Demetrio Weber e Odilon Rios

27/05/2014 - 00:01

        BRASÍLIA E ALAGOAS – O Brasil registrou em 2012 o maior número absoluto de assassinatos e a taxa mais alta de homicídios desde 1980. Nada menos do que 56.337 pessoas foram mortas naquele ano, num acréscimo de 7,9% frente a 2011. A taxa de homicídios, que leva em conta o crescimento da população, também aumentou 7%, totalizando 29 vítimas fatais para cada 100 mil habitantes. É o que revela a mais nova versão do Mapa da Violência, que será lançada nas próximas semanas com dados que vão até 2012.

        O levantamento é baseado no Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, que tem como fonte os atestados de óbito emitidos em todo o país. O autor do mapa, o sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, diz que o sistema do Ministério da Saúde foi criado em 1979 e que produz dados confiáveis desde 1980. As estatísticas referentes a homicídios em 2012, portanto, são recordes dentro da série histórica do SIM.

        — Nossas taxas são 50 a 100 vezes maiores do que a de países como o Japão. Isso marca o quanto ainda temos que percorrer para chegar a uma taxa minimamente civilizada — destaca o sociólogo.

        Para Waiselfisz, o Brasil vive um “equilíbrio instável”, em que alguns estados obtêm avanços, mas outros tropeçam. Os dados mais recentes mostram que apenas cinco unidades da federação conseguiram reduzir suas taxas de homicídios de 2011 para 2012. Dois deles — Rio de Janeiro e Espírito Santo — se mantiveram praticamente estáveis, com quedas de 0,3% e 0,4%, respectivamente. Os outros três foram Alagoas, com retração de 10,4%; Paraíba, com 6,2%, e Pernambuco, com 5,1%. Ainda assim eles continuam entre os dez estados com maiores taxas de homicídio do país.

        São Paulo apareceu na outra ponta. Entre 2011 e 2012, registrou alta de 11,3%, mas segue ainda com a segunda menor taxa do país. Considerando um período maior, de dez anos entre 2002 e 2012, os dados de São Paulo ainda são positivos, pois houve queda de 60% em sua taxa. Nesse mesmo período, o índice do Rio caiu 50%. Na média brasileira, a alta nesses dez anos foi de 2,1%. Para o sociólogo, a análise desses dados comprova que esses dois estados tiveram êxito em suas ações de Segurança Pública, mas que ainda é preciso fazer ajustes.

        — Não se pode dizer que o ano de 2012 seja uma tendência, mas é preocupante. As ações pontuais na área de Segurança Pública estão mostrando seus limites. Sem reformas estruturais que mexam no sistema penitenciário e no modelo obsoleto de Polícia Civil e Militar, não conseguiremos resolver o problema. E aí, sim, a tendência vai ser de alta — afirma Waiselfisz.

        O sociólogo destaca ainda que a onda de violência migrou das capitais para o interior, na esteira de novos polos de crescimento econômico. Segundo Waiselfisz, as taxas de assassinatos em capitais e grandes municípios diminuíram 20,9%, no período de 2003 a 2012, enquanto as de municípios menores cresceram 23,6%.

        Líder em violência e cobaia do plano federal Brasil Mais Seguro, Alagoas acumula 64,6 assassinatos por 100 mil habitantes. De janeiro a abril deste ano, 820 pessoas foram assassinadas (contra 765 ano passado). O secretário de Defesa Social alagoano, Diógenes Tenório, informou que só comentará os dados após a publicação do Mapa. Uma das propostas para combater o crime é a parceria da Polícia Militar com projetos sociais de redução do consumo de drogas. Segundo a secretaria, 70% dos homicídios têm a droga como pano de fundo. Outra ação é o reforço no policiamento em áreas críticas.

        A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo também informou que não comentaria o estudo por não ter tido acesso aos dados. No entanto, lembra que, em 2012, sua taxa de homicídios foi de 11,53 para cada 100 mil habitantes, na época, a mais baixa do país.

WEBER, Demetrio; RIOS, Odilon. Mapa da Violência 2014: taxa de homicídios é a maior desde 1980. Disponível em: http://oglobo.globo.com/brasil/mapa-da-violencia-2014-taxa-de-homicidios-a-maior-desde-1980-12613765#ixzz3V1iHk9bL. Acesso em: 13 abr. 2015.

Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 9º ano – Ensino Fundamental – IBEP 4ª edição São Paulo 2015 p. 114-116.

Entendendo o artigo expositivo:

01 – O título da matéria menciona o “Mapa da Violência 2014”, entretanto, os dados apresentados vão até 2012. Explique por que isso acontece.

      Os dados que compõem o mapa vão até 2012, mas a pesquisa foi divulgada somente em 2014, provavelmente porque os dados precisaram ser analisados antes de sua publicação.

02 – Como foi feito o levantamento dos dados que compõem o “Mapa da Violência”?

      A partir dos atestados de óbito emitidos em todo o país, nos quais constam a causa da morte por homicídio.

03 – O sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz afirma que o Brasil vive um “equilíbrio instável” no que se refere à taxa de homicídios. Considerando o contexto, esse equilíbrio é visto por ele como positivo ou negativo? Justifique.

      O sociólogo encara o equilíbrio como negativo, pois ele só existe porque, apesar de alguns estados terem melhorado, outros retrocederam. Além disso, a palavra “instável”, geralmente, denota algo negativo.

04 – Quais estados brasileiros conseguiram reduzir suas taxas de homicídios entre 2011 e 2012?

      Rio de Janeiro, Espírito Santo, Alagoas, Paraíba e Pernambuco.

05 – Sobre as taxas referentes a São Paulo, copie no caderno apenas a alternativa coerente com o texto:

a)   De 2011 a 2012, São Paulo esteve entre os estados com menor alta em homicídios.

b)   São Paulo, em dez anos, teve avanço na redução da taxa de homicídios. 

c)   São Paulo registrou queda de 60% na taxa de homicídios em dois anos.

06 – Segundo o sociólogo, o que deveria ser feito para resolver o problema na área da segurança pública?

      Segundo ele, é necessário reformar o sistema penitenciário e o modelo atrasado das políticas Civil e Militar.

07 – Releia as informações deste trecho e responda às questões seguintes:

        Líder em violência e cobaia do plano federal Brasil Mais Seguro, Alagoas acumula 64,6 assassinatos por 100 mil habitantes. De janeiro a abril deste ano, 820 pessoas foram assassinadas (contra 765 ano passado). O secretário de Defesa Social alagoano, Diógenes Tenório, informou que só comentará os dados após a publicação do Mapa. Uma das propostas para combater o crime é a parceria da Polícia Militar com projetos sociais de redução do consumo de drogas. Segundo a secretaria, 70% dos homicídios têm a droga como pano de fundo. Outra ação é o reforço no policiamento em áreas críticas.”

a)   O trecho informa que Alagoas foi usada como “cobaia” do plano federal Brasil Mais Seguro. Ao utilizar esse termo, fica implícito um posicionamento favorável ou contrário ao plano em questão?

A escolha do termo mostra que está implícito um posicionamento crítico ao plano, já que o termo “cobaia” é pejorativo, referindo-se a uma experiência e não à execução prática de um plano de resolução. 

b)   De acordo com o trecho, quais são as principais ações a serem seguidas para reduzir as mortes por homicídios em Alagoas?

Uma ação é a parceria entre a Polícia Militar e projetos sociais de redução do consumo de drogas, a outra é o reforço no policiamento em áreas críticas. 

c)   Qual é a importância de expor no texto o dado de que “70% dos homicídios têm a droga como pano de fundo”?

Esse número comprova a importância da parceria entre a PM e os projetos sociais, já que as drogas foram apontadas como uma das principais causas de assassinato.

08 – Em sua opinião, qual é a importância para a sociedade de pesquisas como o Mapa da Violência?

      Resposta pessoal do aluno.

09 – Após a leitura do texto deste capítulo, responda: Você se sente próximo ou distante de situações de violência?

      Resposta pessoal do aluno.