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domingo, 24 de maio de 2020

CONTO: A LENDA DO PREGUIÇOSO - GIBA PEDROZA - COM GABARITO

Conto: A lenda do preguiçoso
                                                                                  Giba Pedroza

        Diz que era uma vez um homem que era o mais preguiçoso que já se viu debaixo do céu e acima da terra. Ao nascer nem chorou, e se pudesse falar teria dito:
        -- "Choro não. Depois eu choro".
        Também a culpa não era do pobre. Foi o pai que fez pouco caso quando a parteira ralhou com ele: "Não cruze as pernas, moço. Não presta! Atrasa o menino pra nascer e ele pode crescer na preguiça, manhoso".
        E a sina se cumpriu. Cresceu o menino na maior preguiça e fastio. Nada de roça, nada de lida, tanto que um dia o moço se viu sozinho no pequeno sítio da família onde já não se plantava nada. O mato foi crescendo em volta da casa e ele já não tinha o que comer. Vai então que ele chama o vizinho, que era também seu compadre, e pede pra ser enterrado ainda vivo. O outro, no começo, não queria atender ao estranho pedido, mas quando se lembrou de que negar favor e desejo de compadre dá sete anos de azar...
        E lá se foi o cortejo. Ia carregado por alguns poucos, nos braços de Josefina, sua rede de estimação. Quando passou diante da casa do fazendeiro mais rico da cidade, este tirou o chapéu, em sinal de respeito, e perguntou:
        -- "Quem é que vai aí? Que Deus o tenha!"
        -- "Deus não tem ainda, não, moço. Tá vivo."
        E quando o fazendeiro soube que era porque não tinha mais o que comer, ofereceu dez sacas de arroz. O preguiçoso levantou a aba do chapéu e ainda da rede cochichou no ouvido do homem:
        -- "Moço, esse seu arroz tá escolhidinho, limpinho e fritinho?"
        -- "Tá não."
        -- "Então toque o enterro, pessoal."
        E é por isso que se diz que é preciso prestar atenção nas crendices e superstições da ciência popular.
                                                             Giba Pedroza
Entendendo o conto:
01 – Uma lenda é um gênero textual que:
a)   Conta uma história real revestida de personagens aparentemente irreais.
b)   Narra fatos fantásticos distantes da realidade para transmitir um ensinamento.
c)   Relata crendices populares inventada em um passado bastante longínquo.
d)   Une fatos reais a fatos irreais de forma fantasiosa e é transmitida pela tradição oral.

02 – Ao introduzir esse texto com “Diz que era uma vez...”, o narrador:
a)   Antecipa a ideia de um texto de conteúdo de base irreal.
b)   Isenta-se da responsabilidade sobre o que será narrado.
c)   Manifesta-se subjetivamente em relação aos fatos.
d)   Reproduz uma introdução tradicional dos contos de fada.

03 – No trecho “Também a culpa não era do pobre”, a palavra destacada tem o sentido de:
a)   Desventurado.
b)   De poucas posses.
c)   De má genética.
d)   Solitário.

04 – Nesse texto, há marcas de personificação em:
a)   “O mato foi crescendo em volta da casa...”
b)   “... nos braços de Josefina, sua rede de estimação”.
c)   “... este tirou o chapéu, em sinal de respeito...”
d)   “Então toque o enterro, pessoal”.

05 – Leia o trecho abaixo:
        “Diz que era uma vez um homem que era o mais preguiçoso que já se viu debaixo do céu e acima da terra.”

A expressão em destaque na frase acima nos dá ideia de:
(X) Lugar.
(   ) Tempo.
(   ) Causa.
(   ) Finalidade.     
  
06 – A expressão “debaixo do céu e acima da terra”, quer dizer:
(   ) No chão.
(   ) No ar.
(   ) Na terra.
(X) Entre o céu e a terra.

07 – O texto nos diz que o homem ao nascer se pudesse falar diria: “Choro não. Depois eu choro”. O que levou o autor a escrever isso foi:
(   ) A preguiça do autor.
(   ) A esperteza do homem.
(X) A preguiça do homem.
(   ) A esperteza do autor.

08 – Leia a frase: “Foi o pai que fez pouco caso quando a parteira ralhou com ele”. Na frase acima a palavra ralhou quer dizer:
(X) Gritou.
(   ) Falou calmamente.
(   ) Brincou.
(   ) Chamou a atenção.

09 – Leia com atenção o que disse a parteira: “Não cruze as pernas, moço. Não presta! Atrasa o menino pra nascer e ele pode crescer na preguiça, manhoso”.
Com essa fala a parteira demonstrou ser:
(   ) Franca.
(   ) Mentirosa.
(X) Supersticiosa.
(   ) Medrosa.

10 – A expressão “nada de lida”, quer dizer:
(X) Nada de trabalha.
(   ) Nada de descanso.
(   ) Nada de preguiça.
(   ) Nada de tristeza.

11 – “O mato foi crescendo em volta da casa e ele já não tinha mais o comer”. A expressão sublinhada na frase acima nos dá ideia de:
(X) Tempo.
(   ) Quantidade.
(   ) Lugar.
(   ) Causa.

12 – “Vai então que ele chama o vizinho”. A palavra ele se refere:
(   ) Ao vizinho.
(   ) Ao pai do homem preguiçoso.
(X) Ao homem preguiçoso.
(   ) Ao autor.

13 – Dê respostas completas às perguntas abaixo.
a)   Que tipo de ajuda o fazendeiro ofereceu ao homem preguiçoso?
Ele ofereceu ao homem preguiçoso dez sacas de arroz.

b)   Por que o homem preguiçoso não aceitou o que o fazendeiro lhe ofereceu?
Porque o arroz que o fazendeiro estava dando, não estava escolhidinho e nem fritinho.

14 – Qual é o tema principal da história?
      É a crendice popular de que se o pai cruzar as pernas durante o parto a criança nasce preguiçoso.

15 – Quem não chorou ao nascer? Se pudesse o que ele teria dito ao nascer?
      O homem preguiçoso. Se pudesse ele teria dito “chorar não, depois eu choro”.

16 – Quando disseram que o arroz não estava escolhido e frito, o que o homem preguiçoso fez?
      Ele pediu para tocar o cortejo.