Redação
Enem: Aumento da AIDS Entre os Jovens
Na década de 1980, o mundo todo descobriu o vírus HIV, causador da AIDS, e todos se assustaram muito com o número de
mortos pela doença que, naquela época, era praticamente uma sentença de morte.
Pessoas famosas mundialmente e anônimas começaram a descobrir que estavam
infectadas, o vírus ganhou as páginas dos jornais e das revistas e espaço na
televisão e os sintomas e a velocidade das mortes apavoraram todo o planeta.
Com tudo isso, o preconceito e a discriminação em torno desses indivíduos
nasceram como barreiras quase intransponíveis, pois os chamados grupos de risco
foram denominados como os que mais corriam riscos de serem contaminados pelo
HIV.
Ao longo dos anos, a medicina evoluiu e o conhecimento sobre a AIDS
aumentou, assim como a sua prevenção e o seu tratamento. Casos em que pessoas
se contaminavam por meio de transfusões sanguíneas diminuíram, o coquetel de
remédios foi criado e passou a fazer parte dos sistemas de saúde e campanhas a
favor do uso de preservativos e do teste foram realizadas em toda a mídia
mundial.
Atualmente, a contaminação por meio de transfusões de sangue estão
praticamente erradicadas, assim como a transmissão de mãe para filho durante o
parto ou a amamentação; também não se fala mais em grupos de risco, mas sim em
comportamento de risco, ou seja, relações sexuais sem o uso de preservativo masculino
ou feminino e o coquetel de remédios proporciona ao soro positivo uma vida
relativamente normal e longa, salvos os efeitos colaterais.
Todos esses avanços contribuíram para o aumento do conhecimento acerca
do HIV e da AIDS (inclusive uma vacina está sendo testada), na diminuição da
transmissão e no crescimento da qualidade de vida dos portadores. No entanto,
há um lado negativo, o qual é o tema do texto de hoje: o aumento do número de jovens contaminados pelo vírus.
Devido aos avanços sobre a AIDS, muitos jovens brasileiros subestimam o
HIV e não o consideram uma sentença de morte como ocorria no século XX. Apesar
da quantidade imensa de remédios que devem ser tomados diariamente e dos
respectivos efeitos colaterais, vários jovens pensam que basta tomar o coquetel
e seguir com a vida que está tudo bem, mas não é certo pensar deste modo, já
que a AIDS ainda é uma doença sem cura.
Os números de contaminados pelo HIV estavam diminuindo no Brasil já há
algum tempo, mas dados da UNAIDS (Programa Conjunto da ONU sobre HIV/AIDS)
relevaram que os casos de AIDS cresceram 11% entre 2005 e 2013 no nosso país e
entre os jovens o número de contaminados é maior: entre os meninos de 15 a 19 anos, o número de casos cresceu 50% na
última década.
Esses resultados nos mostram que, apesar de todas as informações acerca
da AIDS, os casos da doença tendem a aumentar entre os jovens, ou seja, parece que o conhecimento não consegue barrar o crescimento da
doença entre as pessoas ditas mais informadas. Um estudo realizado
com mais de 35 mil meninos de 17 a 20 anos revelou que o aumento de
contaminação entre os jovens pelo vírus HIV está relacionado ao baixo grau de
escolaridade.
Dados da página do governo federal sobre a AIDS confirmam que a faixa
etária na qual há maior contágio é entre 25 e 49 anos, em ambos os sexos, mas
na faixa entre 13 e 19 anos a incidência é maior entre as meninas desde o ano
de 1998. A cada dia que passa, os jovens estão explorando cada vez mais a sua
sexualidade, das mais variadas formas, mas sem a devida proteção. Além disso,
ao estarem em relacionamentos mais sérios, como namoros duradouros, o uso do
preservativo é deixado de lado baseado na confiança no parceiro e é aí que
muitos se contaminam, como ainda acontece com mulheres adultas casadas.
Por se tratar de um tema eternamente importante que impacta a sociedade
brasileira, pensamos que o aumento dos casos de AIDS entre os jovens
brasileiros é dos possíveis temas da
proposta de redação do Enem, até porque a maioria dos candidatos está na faixa
etária na qual os casos cresceram.
A mídia comunica, o governo realiza campanhas comunitárias de
conscientização acerca da prevenção e dos testes, além de oferecer
preservativos e o coquetel no Sistema Único de Saúde (SUS), a escola esclarece…
O que mais precisa se feito para que o número de casos de AIDS diminua entre os
jovens brasileiros?
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