Mostrando postagens com marcador WALCYR CARRASCO. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador WALCYR CARRASCO. Mostrar todas as postagens

domingo, 12 de maio de 2024

CRÔNICA: MEU AMIGO MARCOS - WALCYR CARRASCO - COM GABARITO

 Crônica: Meu Amigo Marcos

                Walcyr Carrasco

         Conheci MARCOS REY há mais de vinte anos, quando sonhava-me tornar escritor. Certa vez confessei esse desejo à atriz Célia Helena, que deixou sua marca no teatro paulista. Tempos depois, ela me convidou para tentar adaptar um livro para teatro. Era “O Rapto do Garoto de Ouro”, de Marcos. Passei noites me torturando sobre as teclas. Célia marcou um encontro entre mim e ele, pois a montagem dependia da aprovação do autor. 

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh60_pAQHZelqEP5hjcmBOxq7_EeMOj3Ixno1FltdyVOLiqcbfiLiLkqbJkthuv5qvRY9po9WmzX3hApZcM5XD5EhKqPiJFvPm1v6DjrXEagB4uBcZr74_YmW6llXVN2b5GbV6j0L_jl2sui9TjgV0lQmc5G87lolDUblgOt2FpyAQRd9fN53ig9gerZX0/s320/O%20RAPTO.jpg


Quando adolescente, eu ficara fascinado com Memórias de um Gigolô, seu livro mais conhecido. Nunca tinha visto um escritor de perto. Imaginava uma figura pomposa, em cima de um pedestal. Meu coração quase saiu pela boca quando apertei a campainha. Fui recebido por Palma, sua mulher. Um homem gordinho e simpático entrou na sala. Na época já sofria de uma doença que lhe dificultava o movimento das mãos e dos pés. Cumprimentou-me. Sorriu. Estava tão nervoso que nem consegui dizer "boa tarde". Gaguejei. Mas ele me tratou com o respeito que se dedica a um colega. Propôs mudanças no texto. Orientou-me. Principalmente, acreditou em mim. A peça permaneceu em cartaz por dois anos. Muito do que sou hoje devo ao carinho com que me recebeu naquele dia.

         Continuei a vê-lo esporadicamente. Era alegre, divertido. Todo sábado, de manhã, ia tomar cerveja e uísque com outros escritores na Livraria Cultura, no Conjunto Nacional. As vezes nos telefonávamos para falar da vida. Escritores costumam ser competitivos e ciumentos. Buscam defeitos nas obras alheias, como mulheres vaidosas, comparando vestidos umas das outras. Marcos, não. Conheci muitos autores beneficiados por suas opiniões. Era generoso. Quando deu uma entrevista no programa do Jô Soares, a escritora Fanny Abramovich lhe telefonou. Elogiou seu suéter, de uma bonita cor cinza. Marcos mandou-o de presente para ela.

         Sempre me senti orgulhoso por ser seu companheiro aqui na última página de Veja São Paulo. Quando começamos as crônicas, fui visitá-lo. Ele acabara de comprar um apartamento em Perdizes. Seus livros ficarão na história da literatura. Mas, até poucos anos atrás, lutava com o aluguel. Não costumávamos nos telefonar em aniversários ou datas especiais. Mas, em janeiro último, ligou para desejar feliz ano novo. Chamou-me de colega. Emocionei-me:

         — Tomara que você também tenha um ano maravilhoso.

        Como é a vida, não?

         Palma me contou que tudo aconteceu muito depressa. Hospitalização, operação. Os médicos foram francos. Ela o visitou na UTI.

         — Marcos, não fique sofrendo. Pode partir em paz, meu amor.

         Estava adormecido, mas ela tem uma certeza íntima de que ele entendeu. Depois de 39 anos juntos, Palma tem o direito de ter certezas. Quando alguém nos deixa, até as pessoas mais céticas sentem o desejo de acreditar no desconhecido. Pessoalmente, nunca tive dúvida de que existe algo mais, em algum lugar. Ainda bem.

         Marcos, algum dia a gente se encontra por aí.

 Entendendo a crônica:

 01 – Qual é o título do livro que Walcyr Carrasco adaptou para o teatro, escrito por Marcos Rey?

a)   Memórias de um Gigolô.

b)   O Rapto do Garoto de Ouro.

c)   Meu Amigo Marcos.

d)   A Última Página.

 02 – Como o autor descreveu Marcos Rey quando o conheceu pessoalmente?

a)   Como uma figura pomposa em um pedestal.

b)   Como um homem gordinho e simpático.

c)   Como um escritor distante e arrogante.

d)   Como uma presença intimidadora.

 03 – O que Marcos Rey propôs ao autor após a leitura de sua adaptação para teatro?

a)   Que mudasse de editora.

b)   Que fizesse mais alterações no texto.

c)   Que desistisse do projeto.

d)   Que o apresentasse a outros escritores.

 04 – O que Marcos Rey costumava fazer aos sábados de manhã com outros escritores?

a)   Ir ao teatro.

b)   Ir à praia.

c)   Tomar cerveja e uísque na Livraria Cultura.

d)   Participar de competições de escrita.

 05 – Qual era uma característica marcante de Marcos Rey em relação aos outros escritores?

a)   Ele era competitivo e ciumento.

b)   Ele buscava constantemente defeitos nas obras alheias.

c)   Ele era generoso e não competitivo.

d)   Ele evitava conversar com outros escritores.

 06 – O que Marcos Rey enviou de presente para a escritora Fanny Abramovich após receber um elogio dela?

a)   Uma cópia autografada de seu livro.

b)   Um suéter cinza.

c)   Um convite para um evento literário.

d)   Um exemplar de uma revista.

 07 – Onde Marcos Rey e Walcyr Carrasco eram companheiros na última página de Veja São Paulo?

a)   Na seção de cultura do jornal.

b)   Na coluna de opinião.

c)   Na seção de viagens.

d)   Na seção de crônicas.

 08 – Qual era a situação financeira de Marcos Rey antes de sua consolidação como escritor famoso?

a)   Ele era um autor bem-sucedido desde o início.

b)   Ele tinha dificuldades com aluguel.

c)   Ele vivia em um apartamento luxuoso.

d)   Ele era um escritor de renome internacional.


09 – O que Palma, esposa de Marcos Rey, disse a ele quando o visitou na UTI?

a)   Que ele não deveria sofrer e poderia partir em paz.

b)   Que ele deveria lutar mais contra a doença.

c)   Que ela não queria mais viver com ele.

d)   Que eles precisavam viajar juntos.

10 – Qual foi a última mensagem emocionante que Marcos Rey deixou para Walcyr Carrasco?

a)   "Espero que você tenha um ano maravilhoso."

b)   "A vida é breve, colega."

c)   "Até logo, amigo."

d)   "Nos encontraremos por aí."

sábado, 11 de maio de 2024

CRÔNICA: FAMÍLIA UNIDA - WALCYR CARRASCO - COM GABARITO

 Crônica: Família Unida

              Walcyr Carrasco

         Todos os anos, mães e filhos se encontram para um novo    round. São os tais laços de família que, frequentemente, se transformam em nós.

         — Acho que a mamãe não está regulando bem. Fez tender para o almoço. Está cansada de saber que estou de regime — geme a mais nova.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvjCOyo_QNL4atdkcK5KcpvqgWzPPfYwHN19JJdtTsB6lp60qw3hhyKRIDRcK42OpO2u0NBTca6qOst7xPCNi8iHX_QTxtBh2G1rPfkgFe8TnMld2id61iDo841BsgZzeVpfHU2TSGTSD1ZSFImIdEyfCWrJilISBaCiHy1ld2cni3SmLe-Y7cYm0A9kI/s320/FAMILIA.jpg


         — E a idade... ela não é mais o que era — diz a mais velha.

         Saltitante, a mãe mostra a mesa com um sorrisinho. Não só o tender criminoso, adornado com pêssegos em calda. Mas também a maionese, que todos adoravam quando meninos, e o quindim de sobremesa. Só falta uma garrafa de colesterol puro. O mais velho, com uma ponte de safena, morre de pavor de ter infarto à mesa. Mas come. Seja dito o que for, um dos grandes objetivos de qualquer mãe é engordar os filhos.

         — Está uma delícia, mamãe — suspira a mais nova.

         A mãe não resiste:

         —- Vai repetir? Pensei que estivesse de regime. Você não tem mesmo força de vontade.

         A filha quase atira o prato no chão. Se comesse pouco, a mãe reclamaria:

         — Desse jeito você acaba doente.

         Surgem as recordações dos bons tempos.

         — Zelito, por que você chegou atrasado? Eu me lembro daquela noite que passei acordada é depois soube que tinha batido o carro e quase foi preso. Fico nervosa.

         Por que ela tem de se lembrar sempre daquela noite em que ele dirigiu sem carta? A única, ilegalidade em toda a sua vida de juiz!

         — Mamãe, isso faz vinte anos. Eu tinha 15.

         — Eu nunca esqueci.  

         Quem disse que mãe esquece? A não ser, é claro, nos momentos estratégicos. 

         — Gilda, me passe a salada.

         Silêncio mortal. Choque. O filho do meio balbucia.

         — Mãe, esta é a Soraia. Você trocou os nomes. A Gilda é minha ex-mulher.

         — Desculpe, Soraia... eu sei que você não se importa. É a idade. Mas é que eu adorava a Gilda!

         Um neto bate com um martelinho no chão! 

         — Não faça barulho.

         — Você está reprimindo o Arturzinho —- revolta-se a nora.

         -— Gislaine, mamãe tem razão. É uma tortura — defende o caçula.

         Gislaine se levanta, puxando o menino pela mão, e sai. O marido, irritado, corre atrás.

         -—Vocês atacam minha mulher só porque ela era manicure!

         Todos contemplam a mesa desfalcada. A mãe, arrasada.

         — Com ela por perto, não posso dizer um ah! O que será desse menino?

         O grupo descasca a cunhada. Até que ela volta, com o filho e o marido. Senta-se, um sorriso torto. Tocam a campainha, a mais nova vai atender. É o namorado. A mãe suspira:

         — Já casou duas vezes. Nem fala mais em noivo ou marido. Só em namorado. Quando essa menina vai se acertar na vida?

         — Mãe, ela já tem 34 anos. Não meta o bico — palpita a mais velha, esta, sim, casada e atormentada com os filhos adolescentes, que fugiram do almoço.

         — Eu não me meto em nada — avisa a mãe, feroz. — Mas, se isso é o que chamam de liberdade, eu dispenso.

         A mais nova entra com um sujeito de bermuda e cabelos de cantor de reggae, dez anos mais novo. Todos trocam olhares venenosos. A filha avisa que já vão. Surge o convite materno:

         — Sente-se... coma um pouquinho... eu mesma fiz — murmura gentil.

         Ele recusa educadamente. Ela insiste. Ele se senta e come metade do pernil, dois terços da maionese e um naco do tender, acompanhado por três cervejas. Depois, levanta-se:

         — Desculpem por bancar o cachorro magro, mas tenho de ir.

         Mal ele sai com a filha a tiracolo, a mãe geme:

        — E um morto de fome. Imaginem só... criar uma filha, dar estudo, para depois ela virar vendedora de bijuteria e arrumar um namorado desses.

         Exalta-se o caçula:

         — Mãe, será que você tem de criticar tudo?

         Uma lágrima furtiva. A velha mexe humildemente o garfo no prato.

         — Viu o que você fez? Magoou sua mãe — ataca a nora.

         Olhos arregalados, ele dispara:

         — Quem magoou foi você, quando brigou por causa de seu filho.     

          Artur, você vai deixar seu irmão falar assim comigo?

         — Ela tem razão, Zelito... você...

         Olhos cintilantes, a mãe pede, com voz angelical:

         — Filhos, não briguem por minha causa. Tudo o que quero é uma família unida!

 Entendendo a crônica:

 01 – Quais são as principais queixas dos filhos durante o almoço preparado pela mãe?

a)   A falta de variedade de pratos.

b)   O excesso de comida não saudável.

c)   A preocupação com a saúde da mãe.

d)   A insistência da mãe para repetir os pratos.

02 – Por que o filho mais velho come mesmo tendo preocupações com sua saúde?

a)   Porque a mãe o convenceu.

b)   Porque adora a comida da mãe.

c)   Porque tem medo de discutir com a mãe.

d)   Porque está faminto.

03 – Qual foi o acontecimento que a mãe relembra de forma inoportuna durante o almoço?

a)   A formatura do filho mais novo.

b)   O acidente de carro do filho mais velho.

c)   O divórcio do filho do meio.

d)   O nascimento do neto.

04 – Por que a mãe confunde o nome da nora durante o almoço?

a)   Por estar nervosa.

b)   Por ter problemas de memória.

c)   Por preferir a ex-nora.

d)   Por não gostar da atual nora.

05 – Qual é a reação da nora diante da repreensão da mãe?

a)   Ela concorda.

b)   Ela fica revoltada.

c)   Ela se desculpa.

d)   Ela se retira com o marido e o filho.

06 – Como a mãe se sente quando a mais nova chega com um acompanhante inusitado?

a)   Encantada.

b)   Preocupada.

c)   Desgostosa.

d)   Surpresa.

07 – Qual é o motivo do acompanhante recusar a comida educadamente?

a)   Por não gostar da comida.

b)   Por ter pressa.

c)   Por não querer causar problemas.

d)   Por estar de dieta.

08 – O que a mãe lamenta após a saída da filha com o acompanhante?

a)   A falta de educação do acompanhante.

b)   O comportamento da filha.

c)   A profissão da filha.

d)   O estado financeiro da filha.

09 – Como os filhos reagem à discussão entre a nora e o caçula?

a)   Ficam indiferentes.

b)   Defendem a nora.

c)   Ignoram.

d)   Apoiam o caçula.

10 – Qual é o desejo final da mãe diante das discussões entre os filhos?

a)   Que parem de brigar.

b)   Que a respeitem mais.

c)   Que se sintam culpados.

d)   Que se afastem.

 

 

 

CRÔNICA: VIDA DE CACHORRO - WALCYR CARRASCO - COM GABARITO

 Crônica: Vida de Cachorro

              Walcyr Carrasco

         Ando com vontade de virar cachorro. Não pagam contas de luz nem seguro de carro e ainda se dão ao direito de deitar de patas para cima, oferecendo o corpo aos carinhos de quem querem. Comportamento que não atingi em quase duas décadas de terapia.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhspmI8i3s6B8wwzAGOndGqXPIQ_KmeDidNH0Jsc_efxNUEYY43YpDCCN-iQU4fJkSQoVb_zkuvmmmu68hPfMcBGTCMLmFaK91j2ljBCYQp15y-t_dGIsTvzxUVAv-MrGAk0IxuCHoRUGqF_kXzZMjG0vp7njZ4pH_oqIXhoZI-aAXOWAxkKBk3pgzVjRg/s320/CACHORRO.jpg


         Quem ama os cães enlouquece por eles. É uma vocação. Minha vizinha não pode ver um filhote: leva para casa. Chegou a dez. Todos de raças diferentes, mas com um ponto em comum: hoje são enormes. Decidida a transformar a paixão em negócio, ela montou um pet shop. O primeiro filhote, trazido em consignação, era um poodle de cor champanhe. Sem coragem de vender, aumentou a coleção. O pai da moça anda preocupado: nesse ritmo, toda a ração da loja será consumida pelos seus próprios cachorros.

         Amigos do melhor amigo do homem não podem se encontrar sem passar horas e horas descrevendo as qualidades dos bichinhos:

         — O Gandhi entende o que eu falo. Outro dia eu estava na maior deprê. Ele abanou o rabinho e deitou no meu colo, com um jeito triste, triste.

         — O Fidel é apaixonado por mim. Cada vez que meu ex-marido chega, ele rosna!

         Atenção para um detalhe: o bom dono confere ao seu bicho o nome de uma personalidade, nunca um nome de cachorro! Meus amigos Vera e Fúlvio são donos da Cora Coralina, uma gigantesca cadela rottweiler. Da poetisa, ela ostenta o olhar meigo, mas apenas quando quer conquistar um osso ou um pãozinho francês.

         Venderam o sítio onde Cora vivia em liberdade e trouxeram-na para sua nova e ampla residência, no Alto da Boa Vista. No primeiro dia Cora tentou devorar Florbela, uma altiva cadelinha fox-terrier, já habitante da casa. Com o coração partido, a rottweiler foi entregue a um criador da raça. No dia seguinte Fúlvio pegou o carro, juntamente com um beneficiário, para buscar, também no sítio, o companheiro da cadela, Pablo Neruda. No céu, percebeu algumas nuvens escuras. — Vai chover — comentou Fúlvio. — E melhor voltarmos. — Mas não caiu nem um pingo!

         Fúlvio entrou no acostamento, com o rosto transformado na máscara da

tragédia.

         — Quando chove, à estrada inunda. Há batidas. As pessoas se afogam.  Acelerou até a casa do outro, no Morumbi. Desceu e pegou Cora Coralina de volta. Resumindo: o casal recontratou os antigos caseiros do sítio. Alugou uma casa para os dois, na estrada.

         Paga um salário para que cuidem dos cães e os visita regularmente, como pessoas da família. Pensaram até em comprar o sítio de volta.

         Não são os únicos. Há um florescente comércio em torno dos peludos. Outro dia houve uma feira funerária no Anhembi. Um dos grandes sucessos: caixõezinhos para cães. O detalhe: tinham a forma de um Y invertido, para caber as patinhas abertas. Quem é cachorreiro, como se diz no jargão, vive em busca de veterinários melhores. Há um, na Vila Mariana, onde se formam filas de senhoras com cachorrinhos do tamanho de luvas. Entre elas, comentam os espirros de cada bichinho, o melhor corte de pelo. Meu amigo Rogério levou o seu, da raça Akita, branco e magro como um varapau. Enfrentou, na fila, um macaco de circo com boné, sentado, que fingia ler uma revista, e dez papagaios gripados, que tossiam como gente, uma aflição. O diagnóstico: anorexia nervosa. Talvez causada porque o cão fora proibido de entrar em casa e comer as almofadas do sofá.

         As rações melhoram de sabor a cada dia. Um rapaz, recém-separado, chegou a comprar um saco para comer no jantar. Alimentou-se durante um mês com os biscoitinhos, e até me aconselhou:

         — Para regime, nada melhor. E uma refeição completa.

         Eu me imagino entrando no pet shop e experimentando Bonzo, Purina, Canadian...

         — Levo dois sacos de vinte quilos daquela lá. — Está feita a compra do mês.

         E um caso raro em que a língua não evoluiu juntamente com a realidade. A expressão "vida de cachorro" relaciona-se com uma existência desagradável. Agora o significado está mais para o de mordomia. Vou ser franco: hoje em dia tornou-se mais fácil para um cão encontrar um lar do que para uma criança abandonada. Nada contra os amigos caninos, porque também amo os meus. Mas há alguma coisa errada, não há não?

 Entendendo a crônica:

 01 – Qual é a crônica em que Walcyr Carrasco discute a relação entre os donos e seus cães?

a)   Vida de Cachorro.

b)   Amor Incondicional.

c)   A Paixão Canina.

d)   Filhotes e Companheiros.

02 – Qual é o principal sentimento expresso pelo autor em relação aos cachorros?

a)   Pena.

b)   Admiração.

c)   Desprezo.

d)   Descontentamento.

03 – O que a vizinha do autor fez com os filhotes que adotou?

a)   Levou para a casa.

b)   Devolveu para o criador.

c)   Vendeu os filhotes.

d)   Mantém todos em casa.

04 – Segundo a crônica, por que os amigos dos cachorros se reúnem?

a)   Para descrever suas qualidades.

b)   Para contar histórias engraçadas.

c)   Para discutir problemas pessoais.

d)   Para compartilhar receitas de petiscos.

05 – Qual é a sugestão do autor sobre como os bons donos devem nomear seus cachorros?

a)   Com nomes de personalidades.

b)   Com nomes exóticos.

c)   Com nomes de outros animais.

d)   Com nomes de lugares famosos.

06 – O que aconteceu com a cadela Cora Coralina ao ser trazida para a nova casa?

a)   Ela se adaptou rapidamente.

b)   Ela tentou atacar outra cadela.

c)   Ela se tornou agressiva.

d)   Ela ficou doente.

07 – O que o autor comenta sobre o comércio relacionado aos cachorros?

a)   Está em declínio.

b)   Está crescendo.

c)   Está perdendo popularidade.

d)   Está sendo regulamentado.

08 – O que um rapaz recém separado fez com a ração de cachorro?

a)   Alimentou-se dela.

b)   Vendeu para os amigos.

c)   Jogou fora.

d)   Doou para um abrigo de animais.

09 – Qual é a visão do autor sobre a expressão "vida de cachorro"?

a)   Está ultrapassada.

b)   Deve ser desencorajada.

c)   Mudou seu significado.

d)   Deve ser preservada.

10 – Segundo o autor, o que ele acha mais fácil do que encontrar um lar para uma criança abandonada?

a)   Adotar um gato.

b)   Comprar um cachorro.

c)   Adotar um cachorro.

d)   Criar um canário.