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sábado, 21 de setembro de 2024

ARTIGO DE OPINIÃO: ENVELHECER - COM MEL OU FEL? AFFONSO R. SANT'ANNA - COM GABARITO

 ARTIGO DE OPINIÃO: Envelhecer – com mel ou fel?

           Affonso R. Sant'Anna

        Conheço algumas pessoas que estão envelhecendo mal. Desconfortavelmente. Com uma infelicidade crua na alma. Estão ficando velhas, mas não estão ficando sábias. Um rancor cobre-lhes a pele, a escrita e o gesto. São críticos azedos do mundo. Em vez de críticos, aliás, estão ficando cítricos sem nenhuma doçura nas palavras. Estão amargas. Com fel nos olhos.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9SJv-nUd8blr7zJf1W0PVIfN0Vk_nFk5Ze4EkKcsDASo0b7N7aOE3pK-EH3exhfDy6DhZR1OQDJKXgrIfeDKCupYGj_qxmMndtgqJtOWRh-bC2UTrhe0hmHkR5o4v-GskQBTitzDckXYKtL2R5D1M3JsMdNwXW4zZzxY6j0kMFUxm-ZUCO-p64j8cIMY/s320/IDOSO.jpg


        E alguns desses, no entanto, teriam tudo para ser o contrário: aparentemente tiveram sucesso em suas atividades. Maior até do que mereciam. Portanto, a gente pensa: o que querem? Por que essa bílis ao telefone e nos bares? Por que esse resmungo pelos cantos e esse sarcasmo público que se pensa humor?

        Isto está errado. Errado, não porque esteja simplesmente errado, mas porque tais pessoas vivem numa infelicidade abstrusa. E, ademais, dever-se-ia envelhecer maciamente. Nunca aos solavancos. Nunca aos trancos e barrancos. Nunca como alguém caindo num abismo e se agarrando nos galhos e pedras, olhando em pânico para o buraco enquanto despenca. Jamais, também, como quem está se afogando, se asfixiando ou morrendo numa câmara de gás.

        Envelhecer deveria ser como plainar. Como quem não sofre mais (tanto) com os inevitáveis atritos. Assim como a nave que sai do desgaste da atmosfera e vai entrando noutro astral, e vai silente, e vai gastando nenhum-quase combustível, flutuando como uma caravela no mar ou uma cápsula no cosmos.

        Os elefantes, por exemplo, envelhecem bem. E olha que é uma tarefa enorme. Não se queixam do peso dos anos, nem da ruga do tempo, e, quando percebem a hora da morte, caminham pausadamente para um certo e mesmo lugar – o cemitério dos elefantes, e aí morrem, completamente, com a grandeza existencial só aos sábios permitida.

        Os vinhos envelhecem melhor ainda. Ficam ali nos limites de sua garrafa, na espessura de seu sabor, na adega do prazer. E vão envelhecendo e ganhando vida, envelhecendo e sendo amados, e, porque velhos, desejados. Os vinhos envelhecem densamente. E dão prazer.

        O problema da velhice também se dá com certos instrumentos. Não me refiro aos que enferrujam pelos cantos, mas a um envelhecimento atuante como o da faca. Nela o corte diário dos dias a vai consumindo. E, no entanto, ela continua afiadíssima, encaixando-se nas mãos da cozinheira como nenhuma faca nova.

        Vai ver, a natureza deveria ter feito os homens envelhecerem de modo diferente. Como as facas, digamos, por desgaste, sim, mas nunca desgastante. Seria a suave solução: a gente devia ir se gastando até desaparecer sem dor, como quem, caminhando contra o vento, de repente, se evaporasse. E aí iam perguntar: cadê fulano? E alguém diria: gastou-se, foi vivendo, vivendo e acabou. Acabou, é claro, sem nenhum gemido ou resmungo.

Affonso Romano de Sant’Anna. Jornal do Brasil, 30 de julho de 1987.

Fonte: livro Língua e Literatura – Faraco & Moura – vol. 1 – 2º grau – Edição reformulada 9ª edição – Editora Ática – São Paulo – SP. p. 240-241.

Entendendo o texto:

01 – Qual a principal crítica do autor ao modo como algumas pessoas envelhecem?

      O autor critica o rancor, a amargura e a negatividade que algumas pessoas demonstram ao envelhecer, em vez de abraçar a sabedoria e a serenidade que a idade pode trazer.

02 – Qual a imagem ideal de envelhecimento apresentada pelo autor?

      A imagem ideal apresentada é a de um envelhecimento tranquilo, sereno, como o de um elefante caminhando para a morte com sabedoria ou de um vinho que amadurece e ganha sabor com o tempo.

03 – Por que o autor compara o envelhecimento ao processo de amadurecimento de um vinho?

      A comparação com o vinho serve para ilustrar como o envelhecimento pode ser um processo de aprimoramento, em que a experiência e a maturidade agregam valor e profundidade à vida.

04 – Qual a função da metáfora da faca no texto?

      A metáfora da faca representa um envelhecimento ativo e útil, em que o objeto se desgasta com o uso, mas mantém sua função e eficiência.

05 – Qual a diferença entre o envelhecimento comparado a uma faca e o envelhecimento comparado a um objeto que enferruja?

      O envelhecimento como uma faca representa um processo de desgaste gradual, mas que mantém a utilidade do objeto, enquanto o envelhecimento como um objeto que enferruja simboliza a perda de função e a deterioração.

06 – Qual a visão de mundo transmitida pelo autor através do texto?

      O autor transmite uma visão otimista e serena sobre a vida, defendendo a ideia de que o envelhecimento pode ser uma fase rica em experiências e aprendizados.

07 – Qual a importância da aceitação da morte na visão do autor sobre o envelhecimento?

      A aceitação da morte é fundamental para um envelhecimento tranquilo e sereno, pois permite que a pessoa viva o presente de forma plena e sem medos.

08 – Quais os principais recursos linguísticos utilizados pelo autor para construir sua argumentação?

      O autor utiliza metáforas, comparações e exemplos para tornar sua argumentação mais clara e persuasiva.

09 – Qual a estrutura argumentativa do texto?

      O texto apresenta uma estrutura argumentativa clara, com a apresentação de uma tese inicial (a importância de envelhecer bem), seguida de exemplos e argumentos que a sustentam.

10 – Qual o efeito da repetição de palavras e expressões no texto?

      A repetição de palavras e expressões como "envelhecer", "sábio" e "amor" reforça a ideia central do texto e cria um ritmo que envolve o leitor.

 

 

quinta-feira, 12 de setembro de 2024

ARTIGO: MAS AFINAL, O QUE É EMPREENDEDORISMO? (FRAGMENTO) -JEFFERSON REIS BUENO - COM GABARITO

 Artigo: Mas afinal, o que é empreendedorismo? – Fragmento

Publicado em 27 de novembro de 2019. Por Jefferson Reis Bueno

        Houve um tempo em que a palavra "empreendedorismo" não fazia parte oficial da língua portuguesa. No entanto, há empreendedores por aí há séculos, contribuindo com mudanças importantes na humanidade. Hoje, o termo é cada vez mais utilizado para definir pessoas capazes de identificar problemas, oportunidades e encontrar soluções inovadoras.

 
Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLj8Iyej5lGbHAgUEXyQ0kB8haG2YvZnROfJsoI0ZA_SlbZTT1QHWpUPRoceOjV0A6SZ6Cnh9p6CNTj4UWYJD8GjzpIxD9Ujg7ukg2k6uAd0MtfoVUryFWXouJ9SA3Vl9HEHF7LlxkT7VSVC-yPP0AAQmQsbGwWfYCpgezJzRcnS281Y6LJzf8IyF3UOI/s320/empreendedorismode-impacto-scaled.jpeg

        Isso não significa que um empreendedor seja, necessariamente, um empresário e vice-versa. Neste artigo, você vai finalmente entender o que é empreendedorismo e descobrir algumas qualidades comuns aos empreendedores de sucesso.

        O que é empreendedorismo?

        Empreendedorismo é a capacidade que uma pessoa tem de identificar problemas e oportunidades, desenvolver soluções e investir recursos na criação de algo positivo para a sociedade. Pode ser um negócio, um projeto ou mesmo um movimento que gere mudanças reais e impacto no cotidiano das pessoas.

        [...]

        A introdução de um novo bem, a criação de um método de produção ou comercialização e até a abertura de novos mercados, são algumas atividades comuns do empreendedorismo. [...]

        O Brasil apresenta grande potencial para o empreendedorismo. De acordo com A Global Entrepreneurship Monitor (GEM), a Taxa de Empreendedorismo Total no Brasil é de 38% (2018). São 52 milhões de brasileiros se dedicando ao próprio negócio. [...]

        O que é ser empreendedor?

        Agora que você já sabe o que é empreendedorismo, precisa saber o que significa ser um verdadeiro empreendedor. Alguns entendem como empreendedor quem começa algo novo, que enxerga oportunidades que ninguém viu até o momento. Em outras palavras, é aquela pessoa que faz, sai da zona de conforto e da área de sonhos e parte para a ação.

        Portanto, um empreendedor é um realizador que coloca em prática novas ideias, por meio de criatividade. Isso muitas vezes significa mudar tudo o que já existe. Já viu aquelas pessoas que conseguem transformar crises em oportunidades e que influenciam os outros com suas ideias? Provavelmente são bons empreendedores.

        [...] Dados do Relatório de Empreendedorismo no Brasil de 2018, mostram que houve um aumento no número de pessoas que empreendem por oportunidade.

        De acordo com o levantamento, 61,8% dos empreendedores abriram o próprio negócio porque identificaram uma oportunidade. O saldo é o maior desde 2014, quando atingiu a marca de 70,6%. Enquanto isso, a necessidade tem influenciado cada vez menos a decisão de empreender. O índice caiu para 37,5% em 2018. A menor taxa desde 2014.

        A pesquisa também mostra que houve um crescimento no número de jovens empreendedores. De 2017 para 2018, a participação de pessoas de 18 a 24 anos subiu de 18,9% para 22,2%. [...]

        Características de um empreendedor

        Ninguém nasce empreendedor. É o contato social e estudos que favorecem o desenvolvimento de talentos e características na personalidade que podem ser fortalecidos ao longo da vida. Todos os contatos e referências influenciam diretamente no nível de empreendedorismo de uma pessoa, já que um empreendedor é um ser social. Abaixo, elencamos algumas peculiaridades encontradas nos diversos perfis de empreendedores:

        Otimismo: [...]. O otimista sempre espera o melhor e acredita que tudo vai dar certo no final, mas faz de tudo para chegar aos seus objetivos. [...]

        Autoconfiança: acreditar em si mesmo é fundamental para valorizar seus próprios talentos e defender suas opiniões. [...]

        Coragem: sem temer fracasso e rejeição, um empreendedor faz tudo o que for necessário para ser bem-sucedido. Essa característica não impede que seja cauteloso e precavido contra o risco, mas o faz entender a possibilidade de falhar.

        Persistência e resiliência: motivado, convicto e entusiasmado, um bom empreendedor pode resistir a todos os obstáculos, até que as coisas finalmente entrem nos eixos. [...]

        Quem reúne essas características já está em vantagem quando o assunto é empreendedorismo, mas isso não é suficiente. Para ter sucesso como empreendedor, em alguma atividade é fundamental ter um bom projeto, investir no planejamento e no plano de negócios.

        [...]

BUENO, Jefferson Reis. Mas afinal, o que é empreendedorismo? Blog do Sebrae Santa Catarina, 27 nov. 2019. Disponível em: https://blog.sebrae-sc.com.br/o-que-e-empreendedorismo/. Acesso em: 23 ago. 2020.

Fonte: Linguagens em Interação – Língua Portuguesa – Ensino Médio – Volume Único – Juliana Vegas Chinaglia – 1ª edição, São Paulo, 2020 – IBEP – p. 309-310.

Entendendo o artigo:

01 – O que é empreendedorismo segundo o artigo?

      Empreendedorismo é a capacidade de identificar problemas e oportunidades, desenvolver soluções inovadoras e investir recursos para criar algo positivo para a sociedade. Isso pode incluir negócios, projetos ou movimentos que gerem mudanças reais no cotidiano das pessoas.

02 – Empreendedorismo está restrito ao mundo dos negócios?

      Não. Embora muitos empreendedores sejam empresários, empreendedorismo não está restrito ao mundo dos negócios. Ele envolve a inovação em várias áreas, como introdução de novos produtos, métodos de produção, ou até abertura de novos mercados.

03 – Qual é o papel do Brasil no empreendedorismo global, segundo o artigo?

      O Brasil tem grande potencial para o empreendedorismo, com uma Taxa de Empreendedorismo Total de 38% em 2018, o que representa cerca de 52 milhões de brasileiros dedicados ao próprio negócio.

04 – O que significa ser um empreendedor?

      Ser empreendedor é ser uma pessoa que transforma ideias em realidade, saindo da zona de conforto para buscar oportunidades que outros não viram. Os empreendedores são criativos, inovadores e muitas vezes transformam crises em oportunidades.

05 – Qual é a principal razão que leva os brasileiros a empreender, segundo o Relatório de Empreendedorismo de 2018?

      A maioria dos brasileiros (61,8%) empreende por oportunidade, ou seja, porque enxergaram uma chance de negócio, e não por necessidade, uma tendência que tem aumentado desde 2014.

06 – Como o número de jovens empreendedores evoluiu de 2017 para 2018?

      Houve um aumento no número de jovens empreendedores no Brasil. A participação de pessoas entre 18 e 24 anos passou de 18,9% em 2017 para 22,2% em 2018.

07 – Quais são algumas características fundamentais de um bom empreendedor?

      Um bom empreendedor é otimista, autoconfiante, corajoso, persistente e resiliente. Essas qualidades são essenciais para enfrentar desafios e criar soluções inovadoras, embora também seja necessário planejamento e um bom plano de negócios para alcançar o sucesso.

 

 

ARTIGO DE OPINIÃO: OS HUMANOS SÃO MEUS AMIGOS - ANTÔNIO PRATA - COM GABARITO

 ARTIGO DE OPINIÃO: Os humanos são meus amigos

           Antônio Prata

        Mas os vegetarianos sempre criam caso quando critico sua doutrina alimentar juro que não queria escrever sobre vegetarismo outra vez. Primeiro porque já escrevi duas colunas sobre o assunto e não gosto de me repetir. Segundo porque aprendi, em quatro anos fazendo esta coluna, que não se pode discutir da existência de Deus às opções políticas de cada um [...] mas basta questionar um vegetariano para sentir na carne as duras consequências. Ameaçaram até fazer sashimi da minha estimada mãe e oferece-la aos tubarões.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8uThsoRqx-RE37H9jG3PiHgri2lWnjYgFY9Qaz4FZ7br6839C6wTC9XXc1ZesgliiiopLYvo7VmQMIu1ABKoIFtYGvxCeLuHx-DPJChbscjMEOyttW8ynkwuyfwLyOx2I0-EbVsZ14xLQ_YDeyqI8RTLnYBx8tzcJKNxsrtyhkyrh2gRPCNCVNRn3PeM/s320/VEGETAL.jpg


        Acontece que às vezes o tema insiste em voltar, toca a campainha, liga nos telefones fixo e celular, manda cartas, e-mails, mensagens em sonhos e me sussurra no ouvido. Como um simples operário da inspiração, nada me resta a não ser respeitá-la.

        Na boa, pouco me importa se você come carne, rabanete ou sorvete de pistache. Cada um faz o que quer. Só não me venha com o argumento que vi no adesivo de um carro outro dia: “Os animais são nossos amigos, não comida”, com o desenho de uma vaquinha, uma galinha e um peixinho, todos sorrindo felizes e contentes. Minhas queridas, não nos iludamos, os animais não são nossos amigos. Pelo contrário, estamos todos os seres vivos numa intensa competição, cada um come quem consegue e salve-se quem puder. Imagine se você está no meio do mato e aparece uma onça faminta, o que você vai dizer? Oi, oncinha, você viu o último paredão do Big Brother? Posso te adicionar no Orkut?

        Claro que, durante a evolução, algumas espécies desenvolveram parcerias. Temos desde as bactérias no intestino, por exemplo, que nos ajudam na digestão, ao cachorro do quintal, que nos acompanha em nossa solidão em troca de comida e um cafuné de vez em quando. Tudo bem. Mas o fato de precisarmos ou nos afeiçoarmos a uma ou outra espécie não significa que todos os bichos são nossos amiguinhos. É impossível ficar amigo de uma galinha, de uma vaca, de um peixinho dourado. Você pode até tentar, mas garanto que vai ser uma amizade de mão única. Te asseguro que, mesmo que você convide a galinha todo dia para comer na lanchonete da esquina, ela não aparecerá, nem a querida vaca responderá a seus e-mails.

        Os animais nos são úteis não só como doente nutricional, mas como cobaias em pesquisas científicas. Para salvar vidas humanas, sacrificamos milhares de camundongos. Quem é contra matar ratos para salvar pessoas está lidando com uma lógica absurda: defende que se mate gente para salvar roedores! Se a moda pega, daqui a pouco terei de andar por aí com camisetas dizendo: “Os humanos são meus amigos. Salvem os humanos!” Não te parece meio absurdo?

Antônio Prata. Capricho, nº 963.

Fonte: Livro – Português: Linguagens, 6º ano. William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. 7ª edição reformulada – São Paulo: ed. Saraiva, 2012. p. 217.

Entendendo o texto:

01 – Qual a principal tese defendida por Antônio Prata no texto?

      O autor defende a ideia de que a relação entre humanos e animais não é de amizade, mas sim de competição pela sobrevivência. Ele critica a visão romantizada dos animais presente em algumas correntes do vegetarianismo.

02 – Qual é a reação comum das pessoas quando o autor questiona o vegetarianismo?

      As pessoas reagem de forma bastante intensa, muitas vezes com ameaças e argumentos emocionais, como no caso da ameaça de fazer sashimi da mãe do autor.

03 – Por que o autor considera a frase "Os animais são nossos amigos" uma ilusão?

      Prata argumenta que a natureza é regida pela lei da sobrevivência, onde cada espécie luta por seus próprios interesses. A amizade, como a entendemos entre humanos, não se aplica a essa relação.

04 – Quais exemplos o autor utiliza para ilustrar sua tese?

      Ele usa exemplos como a relação entre predador e presa (onça e humano), a relação utilitária entre humanos e animais domésticos (cachorro) e a utilização de animais em pesquisas científicas.

05 – Qual é a crítica do autor à lógica de quem defende a vida animal em detrimento da vida humana?

      O autor considera essa lógica absurda, pois implica em valorizar a vida de um animal mais do que a vida de um ser humano.

06 – Qual a intenção do autor ao escrever este texto?

      A intenção do autor é provocar uma reflexão sobre a relação entre humanos e animais, questionando a visão idealizada e emocional que muitas vezes permeia esse debate.

07 – Você concorda com a visão de Antônio Prata? Por quê?

      Esta é uma pergunta aberta que incentiva a reflexão individual. A resposta dependerá da visão de mundo e dos valores de cada leitor. É importante considerar os argumentos apresentados pelo autor, mas também analisar outras perspectivas sobre o tema.

 

ARTIGO DE OPINIÃO: BATER PRA QUÊ? ALEXANDRE ROSSI - COM GABARITO

 Artigo de opinião: Bater pra quê?

               Alexandre Rossi

        Acho um absurdo donos de cachorros que querem educar seu animal através da violência.

        Há várias técnicas que podem ser utilizadas para repreender um mau comportamento do cão.

        Por exemplo: recompensar o cachorro com um petisco ou carinho quando fizer a coisa certa, incentivando-o a agir da maneira correta, será bem mais eficaz do que um tapa quando ele aprontar.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgexxtpL0R5-D_FGd9L7Q7vs0VtanOkjtptYxSMMKX9ihUpQyEzLuaXRqHTIVM8P3gd4S2vjogYCORsCUPsF6gwwEiyOmfr4UwXlf7lglZDSx2CvBUm3MJB37us-un7Y13b9wPMOnCUzaI2ymTUzwCzGQlBxVwtSqUwUJHTRy0sEgtDeaiRqV3FYb399Rw/s320/CAO.jpg


        Além do que, é muito mais fácil machucar o cachorro ao bater nele. Quando o cão se comporta mal, na hora da raiva, o proprietário pode não ter controle de sua própria força.

        Imagine você dando uma joelhada no peito do cachorro para ele parar de pular em cima de você... Sabia que você fazendo isso pode acabar fraturando uma costela dele?

        E mesmos aqueles tapinhas "inofensivos", como petelecos no focinho, também podem machucar se forem fortes demais, pois está é uma região sensível.

        Leve em conta também que bater no cachorro não apenas coloca em risco o bem-estar físico dele, mas também a segurança de quem está agredindo-o e de outras pessoas que se aproximarem do animal. O cão pode agir de maneira agressiva quando percebe que vai ser atacado, principalmente se, antes de bater, o dono gritou ameaçando-o ou olhou fixamente nos olhos dele.

        E essa reação contra quem o agrediu pode não vir na hora...Há chance de acontecer com qualquer outra pessoa que se aproxime do cachorro depois. Isso porque o cão passa a ficar com medo de qualquer movimento brusco e pode atacar até mesmo uma criança que esteja querendo abraça-lo, por exemplo.

        No fim das contas, quando a punição é necessária, o ideal é associar o comportamento errado a algo desconfortável para o cachorro. A meu ver, punições que só causem um susto, como chacoalhar uma lata com moedas, ou um leve desconforto físico, como borrifar água no focinho, são soluções bem eficazes na hora de repreender. Assim ninguém se machuca... Nem você, nem o cachorro!

Alexandre Rossi. http://www.caocidadao.com.br/artigocaes.php?id=108.

Fonte: Livro – Português: Linguagens, 6º ano. William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. 7ª edição reformulada – São Paulo: ed. Saraiva, 2012. p. 190.

Entendendo o artigo de opinião:

01 – Qual é a principal tese defendida pelo autor no artigo?

      O autor defende que a educação de cães através da violência é ineficaz e prejudicial, tanto para o animal quanto para o dono. Ele argumenta que existem métodos mais eficazes e humanos para corrigir comportamentos indesejados.

02 – Quais são os principais argumentos utilizados pelo autor para sustentar sua tese?

      O autor utiliza argumentos baseados na ineficácia da violência, no risco de ferimentos físicos para o cão e para o dono, e nas consequências psicológicas do abuso para o animal, como o aumento da agressividade e do medo.

03 – Quais são as alternativas à violência propostas pelo autor para educar um cão?

      O autor sugere o uso de reforço positivo, como recompensas e elogios, para incentivar comportamentos desejáveis. Além disso, ele menciona punições leves e não violentas, como ruídos altos ou borrifar água, como alternativas para corrigir comportamentos indesejados.

04 – Quais são as possíveis consequências do uso da violência na educação de cães, de acordo com o autor?

      O autor aponta que a violência pode causar ferimentos físicos ao cão, aumentar sua agressividade, gerar medo e insegurança no animal, e prejudicar o vínculo entre o dono e o cão.

05 – Qual é a importância de abordar o tema da violência contra animais?

      Abordar esse tema é importante para conscientizar a sociedade sobre os maltratos dos animais e promover o bem-estar animal. Além disso, discutir sobre métodos eficazes de educação canina pode ajudar a prevenir casos de violência e abandono de animais.

06 – O autor apresenta alguma solução para pessoas que já utilizam a violência na educação de seus cães e desejam mudar essa prática?

      O artigo não apresenta uma solução específica para esse caso, mas sugere que essas pessoas busquem orientação de profissionais especializados em adestramento canino para aprenderem técnicas mais adequadas e humanas de educação.

07 – Qual é a sua opinião sobre o uso da violência na educação de cães?

      Essa pergunta é aberta e permite que o leitor reflita sobre o tema e expresse sua própria opinião, com base nos argumentos apresentados no artigo e em sua própria experiência.

 

quarta-feira, 28 de agosto de 2024

ARTIGO DE OPINIÃO: A UTOPIA DA DESCONEXÃO - RONALDO LEMOS - COM GABARITO

 Artigo de opinião: A Utopia da Desconexão

        Talvez seja preciso ser um bilionário para se dar ao luxo de não ter um smartphone

        Esteve no Brasil na semana passada o escritor Yuval Noah Harari, conhecido mundialmente por seus livros “Sapiens” e “Homo Deus”. Tive a oportunidade de conversar com ele em três eventos distintos, incluindo um realizado no Congresso Nacional, com presença massiva de parlamentares. Em uma das conversas, ele confessou que “não tem smartphone”.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivCTOEpXkSzjQwkUBMdp1KhmSxxS3tFLqWPlW9CPiSw-C2_jw5D0ZaapFxYf6TFwCQ0LrXbePT-AEk4t5a_5h0MKUiNzfIXyqPwoVyMi2UkDGOq1h7xVlnUkue-XZ6OJKXodAXfrZhOssK3iU62WMvSTy9zM7qFPYFcQaaMwqX3eFGun_dRKXhNGImCwo/s320/smartphone-qualidade.jpg


        Essa revelação leva a pensar o que significa no mundo de hoje – para quem tem condições de pagar por conexão – não ter um smartphone.

        Uma resposta a essa indagação pode ser encontrada involuntariamente no documentário sobre a vida de Bill Gates [...]. O documentário é interessante. No entanto, o que mais me chamou a atenção é o fato de que Gates vive praticamente desconectado. Ele lê livros em papel (muitos!) e dá a impressão de que raramente chega perto de um computador ou de um smartphone.

        Isso ilustra o fato de que no mundo de hoje talvez seja preciso ser um bilionário do nível de Bill Gates para se dar ao luxo de não ter um smartphone.

        Como disse Harari quando perguntei sobre isso: “O maior símbolo de status no mundo de hoje é a desconexão. Se você tem um smartphone, significa que você tem um chefe. Pode ser seu marido, seus filhos ou colegas de trabalho. Podem ser também os próprios aplicativos. Por meio do aparelho você está condicionado a ser acionado por alguém a qualquer momento”.

        Harari diz que, apesar de não ter smartphone, seu marido tem. E isso o protege das infinitas demandas que vêm através do aparelho, segundo ele “abrindo tempo para que ele possa pensar e escrever”.

        Perguntei também o que ele recomendaria nesse contexto de overdose de informação. Sua resposta foi justamente a importância de buscar proteger espaços de desconexão. Criar “santuários” mentais. Momentos em que temos autonomia e tranquilidade para deixar a mente livre.

        Esse é, aliás, um dos principais pontos enfatizados por Harari. A humanidade nos últimos séculos teve um progresso imenso na área de saúde, com a invenção das vacinas e dos antibióticos e avanços em medicina e prevenção. Não por acaso, a expectativa de vida era de 49 anos nos Estados Unidos no início do século 20 e hoje é de 78 anos.

        O problema é que, se avançamos em saúde física, em saúde mental não se pode dizer o mesmo. Especialmente por causa da velocidade da mudança atual, casos de ansiedade ou depressão estão se tornando cada vez mais visíveis.

        Harari lida com isso meditando duas horas por dia, além de partir uma vez por ano para um retiro isolado de ao menos um mês. Soluções que usualmente não são acessíveis à maioria das pessoas.

        No mundo em desenvolvimento, a situação é ainda mais paradoxal. Há ao mesmo tempo o desafio de conectar os desconectados e de reparar os excessos da ultraconexão. Tarefa cada vez mais difícil em um mundo em que a sobrevivência depende cada vez mais de estar conectado o tempo todo.

        No Brasil conheço apenas uma pessoa que, tendo dinheiro, optou por não ter smartphone. E você, quantas pessoas conhece?

        Reader

        Já era: Esquecer que 40% dos brasileiros até 2018 nunca usaram um    computador.

        Já é:  Trabalhar para conectar 100% do país e especialmente as escolas públicas.

        Já vem:  Cultivar autonomia para se desconectar.   

Lemos, Ronaldo. A utopia da desconexão. Folha de S. Paulo, 11 nov. 2019.  

Fonte: Linguagens em Interação – Língua Portuguesa – Ensino Médio – Volume Único – Juliana Vegas Chinaglia – 1ª edição, São Paulo, 2020 – IBEP – p. 182-183.

Entendendo o artigo:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Paradoxal: algo contraditório.

·        Utopia: projeto de natureza ideal, irrealizável ou impossível.

02 – Qual é o principal argumento de Yuval Noah Harari sobre o uso de smartphones?

      Harari argumenta que o maior símbolo de status no mundo atual é a desconexão. Ele sugere que ter um smartphone significa estar constantemente à disposição de alguém, seja um chefe, um familiar, ou até mesmo dos próprios aplicativos, limitando a autonomia pessoal.

03 – Por que Harari não usa smartphone?

      Harari opta por não usar smartphone para se proteger das infinitas demandas que o aparelho traz, o que lhe permite ter tempo para pensar e escrever. Ele acredita que essa desconexão é crucial para manter a saúde mental.

04 – Como Harari lida com a overdose de informações e o excesso de conexão?

      Harari lida com a overdose de informações e o excesso de conexão meditando duas horas por dia e participando de retiros isolados de pelo menos um mês, uma vez por ano. Essas práticas o ajudam a criar “santuários” mentais para manter a tranquilidade e a autonomia.

05 – Qual é o paradoxo da conectividade no mundo em desenvolvimento mencionado no artigo?

      No mundo em desenvolvimento, existe o paradoxo de que, ao mesmo tempo que há o desafio de conectar os desconectados, há também a necessidade de reparar os excessos da ultraconexão, o que se torna cada vez mais difícil em um mundo onde a sobrevivência depende de estar sempre conectado.

06 – Como Bill Gates exemplifica a ideia de desconexão no artigo?

      Bill Gates é citado como um exemplo de alguém que vive praticamente desconectado. Ele lê livros em papel e raramente usa computadores ou smartphones, ilustrando que é preciso ser bilionário para se dar ao luxo de não ter um smartphone e manter essa desconexão.

07 – Quais são os avanços mencionados no artigo em relação à saúde física e mental?

      O artigo destaca que a humanidade fez enormes progressos em saúde física nos últimos séculos, como a invenção de vacinas e antibióticos, que aumentaram a expectativa de vida. No entanto, a saúde mental não acompanhou esses avanços, com casos crescentes de ansiedade e depressão devido à velocidade das mudanças tecnológicas e sociais.

08 – O que Harari recomenda para lidar com o excesso de conexão e a sobrecarga de informações?

      Harari recomenda a criação de “santuários” mentais, ou seja, momentos de desconexão que permitam à mente estar livre de interferências, proporcionando autonomia e tranquilidade essenciais para o bem-estar mental.

                

 

segunda-feira, 29 de julho de 2024

ARTIGO DE OPINIÃO: JOGAR VIDEOGAME FAZ MAL? (FRAGMENTO)- ROSELY SAYÃO - COM GABARITO

 ARTIGO DE OPINIÃO: Jogar videogame faz mal? – Fragmento

             Rosely Sayão

        Você gosta de jogar videogame? Eu adoro!

        "O quê? Você gosta disso? Na sua idade?". Eu já ouvi
muitas vezes essas reações quando confesso que eu gosto, e também já enfrentei caras feias, sabia? Acho que, no fundo, as pessoas se perguntam como uma pessoa velha como eu pode curtir esse tipo de jogo. Vou contar como foi que aprendi a gostar disso.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0DOQcRSde9v4ctdh0Fo49n8LLqmAQXyuLGCEqnt1LaCs8mfZ7Hf8jJMlheZArn8TRYxQQMppUpkGkN8MjCJCLLq_m0znhhdRagYRtK9dWoxrVNPa47zrjp2MXluIq30eeo1m4kDNouRqRP6jFOKeqhUohOJCLbxm6RUFHXqOU5BvulpNGupLSiBtE3_U/s320/destaque-videogame.jpeg


        Quando meus filhos tinham a sua idade, mais ou menos, eles ganharam o primeiro videogame da tia deles. E, aí, foi aquela loucura lá em casa.

        Os dois não saíam da frente daquele aparelho, e eu tinha que chamá-los uma, duas, três vezes até que eles me respondessem, de tão concentrados que ficavam. E eu não entendia nada, nadinha do jogo. Uma noite, depois que eles foram dormir, eu peguei o jogo para tentar aprender. E fiquei vidrada nele! Aí senti na pele o que acontece com as crianças quando elas jogam.

        É mesmo fascinante, não é? Tudo o que a gente quer é ganhar do aparelho, passar para a próxima fase, não ficar sem vida para poder continuar a jogar.

        E assim o tempo passa e as horas voam, sem que
a gente se dê conta.

        Acredita que tive que começar a marcar hora para parar de jogar? É, não foi fácil mandar no jogo e não deixar que ele mandasse em mim. E até hoje é assim.

        Sabe que o videogame provoca a maior confusão no mundo? É
que tem quem ache que ele prejudica a criança, e tem quem pense que é bom. [...]

        Uma coisa é certa: tudo o que é exagerado e que prende a gente não pode fazer bem. Afinal, prisão é prisão, seja ela qual for.

        Então, se você tem vídeo game e adora jogar, como eu, precisa aprender a controlar o bicho, porque há muitas outras coisas legais para você fazer e se divertir também. [...] 

SAYÂO, Rosely. Jogar vídeo game faz mal? Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/folhinha/2014/09/1523168-jogar-videogame-faz-mal-leia-a-coluna-de-rosely-sayao.shtml. Acesso em: 13 jul. 2019.

Entendendo a notícia:

01 – Qual é a opinião inicial de Rosely Sayão sobre jogar videogame?

      Rosely Sayão confessa que adora jogar videogame, apesar das reações negativas que recebe por causa de sua idade.

02 – Como Rosely Sayão começou a se interessar por videogames?

      Rosely Sayão começou a se interessar por videogames quando seus filhos ganharam um videogame da tia. Ela decidiu experimentar o jogo uma noite e ficou fascinada.

03 – Qual foi a reação de Rosely Sayão ao experimentar o videogame pela primeira vez?

      Rosely Sayão ficou vidrada no jogo e entendeu o fascínio que ele exerce sobre as crianças, sentindo na pele a vontade de ganhar e avançar para a próxima fase.

04 – O que Rosely Sayão teve que fazer para controlar o tempo que passava jogando videogame?

      Rosely Sayão teve que começar a marcar hora para parar de jogar, para evitar que o jogo tomasse conta de seu tempo.

05 – Qual é a opinião de Rosely Sayão sobre os efeitos do videogame?

      Rosely Sayão reconhece que há uma grande confusão sobre os efeitos do videogame, com algumas pessoas achando que prejudica as crianças e outras acreditando que é benéfico. No entanto, ela afirma que qualquer coisa em excesso não pode fazer bem.

06 – O que Rosely Sayão aconselha para quem gosta de jogar videogame?

      Rosely Sayão aconselha a aprender a controlar o tempo de jogo, pois há muitas outras atividades divertidas que também merecem atenção.

07 – Como Rosely Sayão define o exagero no contexto dos videogames?

      Rosely Sayão define o exagero como uma forma de prisão, indicando que qualquer coisa que nos prenda em excesso não pode ser saudável.

 

 

quarta-feira, 10 de julho de 2024

ARTIGO DE OPINIÃO: A CALAMIDADE DOS ACIDENTES DE TRABALHO NO BRASIL - INGRID COELHO - COM GABARITO

 Artigo de opinião: A calamidade dos acidentes de trabalho no Brasil

        São 5 mil mortes por dia, três vidas perdidas a cada minuto

          Ingrid Coelho

        A Organização Mundial do Trabalho (OIT) aponta que em todo o mundo, por ano, cerca de 270 milhões de trabalhadores são vitimados em decorrência de acidentes no exercício de suas funções laborais. Desse total, cerca de dois milhões perdem suas vidas. São 5 mil mortes por dia, três vidas perdidas a cada minuto, aproximadamente o dobro dos óbitos registrados pelas guerras e mais do que as perdas provocadas pela Aids. Ainda a se lamentar o fato de que 12 mil dessas vítimas são crianças.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWcqelB2TUlPvuBtVtf5jF97ay0voP7JTtIosSv0e8LdqbXLGtmzM3r7qRjxg0794rCQ-BITfZADAKOsd5xLSo5NP_-uYfWTL4gldgl04e3mMkUD9jBw18QQq6lXJIg_pem0hsKkh-Ry4Ar09ielia8XOt5gEi4D8f4t26v2NRNAQZkk3_roq_Ym1g-eA/s320/mortes-em-acidentes-de-trabalho.jpeg


        No Brasil, segundo números do Ministério da Previdência Social, aconteceram 705.239 acidentes de trabalho com 2.731 mortes no ano de 2012. Desses, 14.755 trabalhadores ficaram permanentemente incapacitados para o trabalho. O setor com maior número de acidentes é o de comércio e reparação de veículos automotores, com 95.659 registros, seguido pelo de saúde e serviços sociais, com 66.302 casos. Em terceiro aparece o da construção civil, que apresentou aumento, passando de 60.415 em 2011, para 62.874 em 2012.

        É importante destacar em relação ao nosso país que essas estatísticas levam em conta somente os acidentes que vitimaram trabalhadores formais, com vínculo celetista, o que corresponde a 30% da População Economicamente Ativa (PEA). Por isso mesmo é possível indicar que os números reais revelam verdadeira calamidade quanto a esse quadro no Brasil. Hoje, portanto, quando se celebra o Dia em Memória às Vítimas de Acidentes de Trabalho, faz-se necessária reflexão sobre a temática, principalmente ao se levar em conta que a saúde do trabalhador está contemplada no direito universal à saúde como uma conquista da cidadania brasileira, garantida na Constituição Federal, em seu artigo 200.

        Como competência do Sistema Único de Saúde (SUS), questões ligadas a esse campo extrapolam a mera relação entre trabalhador e empregador, passando a ser também um objeto de saúde pública. É preciso que isso seja efetivado de fato.

COELHO, Ingrid. A calamidade dos acidentes de trabalho no Brasil. O Povo On-line, 28 abr. 2014. Disponível em: www.20.opovo.com.br/app/opovo/opiniao/2014/04/28/noticiasjornalopiniao,3242550/a-calamidade-dos-acidentes-de-trabalho-no-brasil.shtml. Acesso em: 2 ago. 2019.

Entendendo o artigo:

01 – Quantas mortes por acidentes de trabalho ocorrem por dia no mundo, segundo a OIT?

      Segundo a Organização Mundial do Trabalho (OIT), ocorrem 5 mil mortes por dia devido a acidentes de trabalho.

02 – Qual é a proporção de mortes causadas por acidentes de trabalho em comparação com as guerras e a Aids?

      As mortes por acidentes de trabalho são aproximadamente o dobro das registradas por guerras e mais do que as provocadas pela Aids.

03 – Quantas crianças são vítimas de acidentes de trabalho anualmente, de acordo com a OIT?

      Anualmente, 12 mil crianças são vítimas de acidentes de trabalho.

04 – Quantos acidentes de trabalho ocorreram no Brasil em 2012, segundo o Ministério da Previdência Social?

      Em 2012, ocorreram 705.239 acidentes de trabalho no Brasil.

05 – Qual foi o número de mortes por acidentes de trabalho no Brasil em 2012?

      Em 2012, houve 2.731 mortes por acidentes de trabalho no Brasil.

06 – Quais foram os três setores com maior número de acidentes de trabalho no Brasil em 2012?

      Os três setores com maior número de acidentes de trabalho em 2012 foram: comércio e reparação de veículos automotores (95.659 registros), saúde e serviços sociais (66.302 casos), e construção civil (62.874 casos).

07 – Por que as estatísticas de acidentes de trabalho no Brasil podem não refletir a realidade completa?

      As estatísticas de acidentes de trabalho no Brasil podem não refletir a realidade completa porque consideram apenas os acidentes que vitimaram trabalhadores formais com vínculo celetista, o que corresponde a apenas 30% da População Economicamente Ativa (PEA).