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quarta-feira, 4 de junho de 2025

ARTIGO DE OPINIÃO: O MENINO ESTÁ FORA DA PAISAGEM - FRAGMENTO - JABOR A. - COM GABARITO

 Artigo de opinião: O menino está fora da paisagem – Fragmento

        Jabor A.

        O menino parado no sinal de trânsito vem em minha direção e pede esmola. Eu preferiria que ele não viesse. A miséria nos lembra de que a desgraça existe, e a morte também. Como quero esquecer a morte, prefiro não olhar o menino. Mas não me contenho e fico observando os movimentos do menino na rua. Sua paisagem é a mesma que a nossa: a esquina, os meios-fios, os postes. Mas ele se move em outro mapa, outro diagrama. Seus pontos de referência são outros. 

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPzLxropUpUFYerqhF-n3QEhjGwqnsHItU7JY5iCxLYYg4Or0Xy1RFuG8s0VB6OQe42TED_hKGcojV6oLmLmmKUA54AukmlTKQ2noaMCOy_QXZMA80ab2U50YXW_57T1QNIu2AdipDwA4rnaWvRekLphubrmIEx8ryGS2RaMjY1jFHyvyFPgZ37kPMhbo/s320/muros_por_derrubar.jpg


        Como não tem nada, pode ver tudo. Vive num grande playground, onde pode brincar com tudo, desde que “de fora”. O menino de rua só pode brincar no espaço “entre” as coisas. Ele está fora do carro, fora da loja, fora do restaurante. A cidade é uma grande vitrine de impossibilidades. [...]. Seu ponto de vista é o contrário do intelectual: ele não vê o conjunto nem tira conclusões histéricas – só detalhes interessam. O conceito de tempo para ele é diferente do nosso. Não há segunda-feira, colégio, happy hour. Os momentos não se somam, não armazenam memórias. Só coisas “importantes”: "Está na hora de o português da lanchonete despejar o lixo...” ou "Estão dormindo no meu caixote...”

        [...]

        Se não sentir fome ou dor, ele curte. Acha natural sair do útero da mãe e logo estar junto aos canos de descarga pedindo dinheiro. Ele se acha normal; nós é que ficamos anormais com a sua presença.

        [...].

Jabor A. O menino está fora da paisagem. O Estado de São Paulo, São Paulo, 14 abr. 2009. Caderno 2, p. D 10.

Fonte: Livro – Português: Linguagens, 3ª Série – Ensino Médio – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 9ª ed. – São Paulo: Saraiva Editora, 2013. p. 292.

Entendendo o artigo:

01 – Qual a primeira reação do narrador ao ver o menino no sinal de trânsito e o que essa reação revela sobre o observador?

      A primeira reação do narrador é de desconforto e aversão, preferindo que o menino não viesse em sua direção. Essa reação revela o desejo de ignorar a miséria e, por extensão, a própria mortalidade e o lado desagradável da existência, buscando manter uma ilusão de normalidade e esquecimento da dor alheia.

02 – Como o autor descreve a "paisagem" do menino de rua em contraste com a nossa, e qual a diferença fundamental entre seus "mapas"?

      O autor descreve a paisagem física do menino como a mesma nossa ("a esquina, os meios-fios, os postes"). No entanto, a diferença fundamental é que o menino se move em "outro mapa, outro diagrama", com "pontos de referência outros". Isso significa que, embora compartilhem o mesmo espaço físico, suas realidades, prioridades e formas de interação com esse ambiente são completamente distintas devido à sua condição de marginalidade e exclusão.

03 – De que forma o "ponto de vista" do menino de rua é caracterizado como o "contrário do intelectual"?

      O ponto de vista do menino de rua é caracterizado como o "contrário do intelectual" porque ele não vê o conjunto nem tira conclusões históricas, focando apenas em "detalhes" que lhe são importantes para a sobrevivência ("Está na hora de o português da lanchonete despejar o lixo..." ou "Estão dormindo no meu caixote..."). Isso contrasta com a visão abrangente e analítica típica do pensamento intelectual.

04 – Como o artigo descreve a percepção do tempo para o menino de rua?

      O artigo afirma que o conceito de tempo para o menino de rua é "diferente do nosso". Para ele, "Não há segunda-feira, colégio, happy hour. Os momentos não se somam, não armazenam memórias". Isso sugere que o tempo do menino é vivido em um presente contínuo e imediato, ditado pelas necessidades básicas e pelos eventos momentâneos de sua sobrevivência, sem a linearidade e o planejamento que caracterizam a vida organizada da sociedade.

05 – Qual a conclusão do autor sobre a percepção do menino de rua a respeito de sua própria condição?

      A conclusão do autor é que o menino de rua "se acha normal" em sua condição. Ele "acha natural sair do útero da mãe e logo estar junto aos canos de descarga pedindo dinheiro". A "anormalidade" e o desconforto, segundo Jabor, são sentidos por "nós" (a sociedade "normal") com a presença dele, e não o contrário.

 

ARTIGO DE OPINIÃO: MUROS INTERNALIZADOS - FRAGMENTO - SERPA, A. - COM GABARITO

 Artigo de opinião: Muros internalizados – Fragmento

           Serpa, A.

        Vinte anos se passaram desde a queda do Muro de Berlim. A cidade comemora com uma programação rica em atividades. Pode-se conferir, por exemplo, uma grande exposição de fotografias na Alexander Platz ou ver de perto a restauração da East Side Gallery, um pedaço de muro ainda existente que se transformou numa galeria de arte a céu aberto. [...] Em Berlim, [...] tenho ouvido a afirmação recorrente de que o muro persiste enquanto paisagem interiorizada pelos habitantes da cidade. [...] Onde buscar esse muro internalizado?

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsTqsTfEsZhPJRn9dQOa3S-dcKwuH1PCYB9MoLbkkWIJNaDeA4PVzdfjIqLvOWl95YkUYayiqK7mGMZU8OZ3dprU3qfW3RAh2Xz2Aenq9p2_bwPtwbgurAfDScjOTn6ta98q856RthjFo4nenLqR7C2Y-X-5UbQOYXUlYZTh4ekQqYPUC_ju-xNQATdjI/s320/queda-muro-de-berlin1.jpg


        [...]

        Tudo isso faz pensar nas cidades brasileiras, onde os muros tomam conta da paisagem, seja segregando favelas e bairros populares, seja cercando os condomínios fechados dos bairros nobres. Berlim nos ensina que o muro é forma-conteúdo, é produto e também processo, reflete e condiciona o modo como uma sociedade lida com a diferença. O muro também produz a diferença e radicaliza a ocultação do “outro”, transforma diferença em segregação e desigualdade.

SERPA, A. Muros internalizados. A Tarde, Salvador, 1o ago. 2009. Caderno Opinião, p. A 3.

Fonte: Livro – Português: Linguagens, 3ª Série – Ensino Médio – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 9ª ed. – São Paulo: Saraiva Editora, 2013. p. 292.

Entendendo o artigo:

01 – Qual o principal evento que o artigo menciona como ponto de partida para sua reflexão?

      O principal evento que o artigo menciona é a queda do Muro de Berlim, ocorrida vinte anos antes da escrita do texto. A cidade celebra essa data com diversas atividades.

02 – Mesmo após a queda física do Muro de Berlim, que tipo de "muro" a autora afirma que persiste na cidade?

      Mesmo após a queda física, a autora afirma que o muro persiste como uma "paisagem interiorizada pelos habitantes da cidade". Isso sugere que as divisões e mentalidades criadas pelo muro continuam existindo na psique e nas relações sociais das pessoas.

03 – Como a autora relaciona a situação de Berlim com a realidade das cidades brasileiras?

      A autora relaciona a situação de Berlim com as cidades brasileiras ao observar que muros físicos também "tomam conta da paisagem" no Brasil. Ela cita a segregação de favelas e bairros populares, bem como os condomínios fechados nos bairros nobres, como exemplos dessa muralha urbana.

04 – O que o artigo quer dizer com a afirmação de que "o muro é forma-conteúdo"?

      A afirmação de que "o muro é forma-conteúdo" significa que o muro não é apenas uma estrutura física (forma), mas também carrega um significado profundo e um impacto social (conteúdo). Ele é tanto um produto das desigualdades quanto um processo que reflete e condiciona a forma como uma sociedade lida com as diferenças.

05 – De que maneira, segundo a autora, o muro afeta a percepção do "outro" na sociedade?

      Segundo a autora, o muro afeta a percepção do "outro" ao "radicalizar a ocultação do 'outro'" e transformar a diferença em segregação e desigualdade. Ao erguer barreiras, sejam elas físicas ou mentais, o muro impede o contato e a compreensão entre diferentes grupos sociais, reforçando estigmas e distanciamentos.

 

domingo, 27 de abril de 2025

ARTIGO DE OPINIÃO: ESTAMOS NA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO - JUAN IGNÁCIO POZO - COM GABARITO

 ARTIGO DE OPINIÃO: Estamos na sociedade da informação

            Juan Ignácio Pozo

        Estamos na sociedade da informação. Somos autênticos informívoros, necessitamos de informação para sobreviver, como necessitamos de alimento, calor ou contato social. Nas ciências da comunicação, considera-se que informação é tudo aquilo que reduz a incerteza de um sistema. Nesse sentido, todos nós nos alimentamos de informação que nos permite não apenas prever como também controlar os acontecimentos de nosso meio.
Previsão e controle são duas das funções fundamentais da aprendizagem, inclusive nos organismos mais simples.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKtJarwNfXv0alUBExqn6RelfYql3UkYS4Mz1Lfw55QAvZ7ep18Ss7WIgfUcqrP_E80of610fLVSbWF2kAdHiMypl6mn8G3ZjCh0JFfWhfzuKdk6C1DkZFmC60DTUsLykBN8jnrCtJVzcbXB8ruE7USEs_liE67OGgtOljLC6aJg-V7BPAahzocTodBnI/s1600/images.jpg


        Na vida social, a informação é ainda mais essencial porque os fenômenos que nos rodeiam são complexos e cambiantes e, portanto, ainda mais incertos do que os que afetam os outros seres vivos. A incerteza é ainda maior na sociedade atual, como consequência da descentração do conhecimento e dos vertiginosos ritmos de mudança em todos os setores da vida.

        Um traço característico de nossa cultura da aprendizagem é que, em vez de ter de buscar ativamente a informação com que alimentar nossa ânsia de previsão e controle, estamos sendo abarrotados, superalimentados de informação, na maioria das vezes em formato fast food. Sofremos uma certa obesidade informativa, consequência de uma dieta pouco equilibrada.

Juan Ignácio Pozo. Aprendizes e mestres. Fragmento.

Fonte: Livro – Português: Linguagens, 2. William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 9ª Ed. – Ensino médio. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 121-122.

Entendendo o texto:

01 – Segundo o autor, qual a importância da informação na sociedade atual e como ele a compara com outras necessidades humanas?

      Para Juan Ignácio Pozo, na sociedade atual, a informação é essencial para a nossa sobrevivência, assim como o alimento, o calor ou o contato social. Ele nos descreve como "autênticos informívoros", destacando nossa profunda necessidade de informação para navegar e interagir com o mundo.

02 – De acordo com o texto, qual é a definição de "informação" no contexto das ciências da comunicação e qual a sua principal função para os indivíduos?

      Nas ciências da comunicação, informação é definida como tudo aquilo que reduz a incerteza de um sistema. Para os indivíduos, a principal função da informação é permitir não apenas prever, mas também controlar os acontecimentos do seu meio.

03 – Por que a informação é ainda mais crucial na vida social em comparação com outros seres vivos, segundo o autor?

      A informação é ainda mais crucial na vida social porque os fenômenos que nos rodeiam são complexos e cambiantes, tornando-os mais incertos do que os que afetam outros seres vivos. Essa incerteza é intensificada na sociedade atual devido à descentralização do conhecimento e aos rápidos ritmos de mudança.

04 – Qual é uma característica distintiva da nossa "cultura da aprendizagem" em relação à busca por informação, conforme apontado no texto?

      Uma característica distintiva da nossa "cultura da aprendizagem" é que, em vez de precisarmos buscar ativamente a informação, somos constantemente bombardeados por ela, muitas vezes em um formato rápido e superficial ("fast food").

05 – Que metáfora o autor utiliza para descrever o excesso de informação na sociedade contemporânea e qual a sua implicação?

      O autor utiliza a metáfora da "obesidade informativa" para descrever o excesso de informação que vivenciamos. Essa metáfora sugere que, assim como uma dieta desequilibrada pode levar à obesidade física, o consumo excessivo e desequilibrado de informação pode ter consequências negativas para a nossa capacidade de processá-la e utilizá-la de forma eficaz.

 

 

ARTIGO DE OPINIÃO: O PORTUGUÊS DA GENTE - RODOLFO ILARI E RENATO BASSO - COM GABARITO

 ARTIGO DE OPINIÃO: O português da gente

           Rodolfo Ilari e Renato Basso

        Como se sabe, os escritores brasileiros do período romântico interpretaram o ideário de sua escola literária num contexto criado pela independência política; por isso, entenderam a exaltação da natureza como exaltação da natureza tropical e elaboraram um mito das origens da nacionalidade em que no lugar do cavaleiro medieval aparece o índio.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinAjqjQKU9GkTlv_TxmUgxdw1bd_WkXeQ2JxqRYdvQ77tty3zaG2MIPUbKy_7F0beN9TptRxVzrpc2KBmVKA4kk88uDoOn7FS91zFsMwzk8gOPiemNVzROc_SLkdglna8QICfdkEgf_MaHh0pyz8n1KpWFFyXkSpoplf973U_DOyKwlefMI7eHoYRY6FM/s320/dd44daabc094f56aad0c6ef00134f57e.jpeg


        Logo depois da Independência, surgiu no Brasil a questão de saber em que língua deveria expressar-se a literatura brasileira, e muitos intelectuais optaram por denominações como “língua nacional” ou mesmo “língua brasileira” – denominações nas quais Portugal não estava presente. Alguns escritores foram além de uma atitude meramente programática, usando uma linguagem literária em que os “brasileirismos” tinham um papel considerável.

        José de Alencar foi um desses escritores, e o melhor exemplo desse estilo é a obra Iracema, que, embora se apresentasse como romance, tem todas as características de um longo poema em prosa. Diferentemente de tudo quanto tinha aparecido até então em língua portuguesa, o estilo dessa obra não deixou de provocar reações iradas do outro lado do Atlântico: o filólogo português Pinheiro Chagas fez dele uma avaliação muito depreciativa, à qual Alencar responderia acrescentando à segunda edição de Iracema um post-scriptum que ficou célebre.

        Mas a polêmica entre Alencar e Pinheiro Chagas não foi a única em que autores brasileiros e portugueses se enfrentaram a propósito da linguagem literária. Contudo, a polêmica entre Alencar e Pinheiro Chagas permanece como um marco, pela lucidez do pensamento de Alencar e por ter lançado a ideia de que a linguagem literária deveria ser construída a partir da linguagem efetivamente usada pelos brasileiros. Trata-se de um programa que, por um lado, livra o escritor do peso dos modelos antigos e, por outro, o engaja numa pesquisa de linguagem que pode levar a resultados riquíssimos, como mostraram, bem mais tarde, as obras de alguns modernistas (particularmente os da vertente regionalista) e, acima de tudo, a linguagem literária de Guimarães Rosa, na qual o popular e o literário se confundem num constante jogo de espelhos.

ILARI, Rodolfo e BASSO, Renato. O português da gente. São Paulo: Contexto, 2006, p.214-218. Adaptado.

Fonte: Livro – Português: Linguagens, 2. William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 9ª Ed. – Ensino médio. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 210.

Entendendo o texto:

01 – De que maneira o contexto da independência política influenciou os escritores brasileiros do período romântico e como isso se refletiu em sua produção literária, segundo o texto?

      Após a independência política, os escritores românticos brasileiros interpretaram o ideário de sua escola literária exaltando a natureza tropical em vez da natureza europeia e construindo um mito de origem da nacionalidade onde o índio substituiu o cavaleiro medieval como figura central.

02 – Qual foi a questão linguística que surgiu no Brasil logo após a Independência e quais denominações foram propostas por alguns intelectuais para a língua falada no país?

      A questão linguística que surgiu foi sobre em que língua a literatura brasileira deveria ser expressa. Alguns intelectuais propuseram denominações como "língua nacional" ou "língua brasileira", excluindo a referência a Portugal.

03 – Quem foi José de Alencar e qual de suas obras é citada como um exemplo do uso de "brasileirismos" na linguagem literária?

      José de Alencar foi um escritor brasileiro que utilizou uma linguagem literária com um papel considerável de "brasileirismos". A obra citada como melhor exemplo desse estilo é Iracema, que é descrita como tendo características de um longo poema em prosa.

04 – Qual foi a reação do filólogo português Pinheiro Chagas à obra Iracema e como José de Alencar respondeu a essa crítica?

      O filólogo português Pinheiro Chagas fez uma avaliação muito depreciativa da obra Iracema. José de Alencar respondeu a essa crítica acrescentando um post-scriptum que se tornou célebre à segunda edição do livro.

05 – Qual a importância da polêmica entre Alencar e Pinheiro Chagas, de acordo com o texto, para a literatura brasileira?

      A polêmica entre Alencar e Pinheiro Chagas é considerada um marco pela lucidez do pensamento de Alencar e por ter lançado a ideia de que a linguagem literária deveria ser construída a partir da linguagem efetivamente usada pelos brasileiros.

06 – Qual o programa literário defendido por Alencar e quais são os dois aspectos desse programa destacados no texto?

      O programa literário defendido por Alencar era o de construir a linguagem literária a partir da linguagem efetivamente usada pelos brasileiros. Os dois aspectos destacados são: libertar o escritor do peso dos modelos antigos e engajá-lo numa pesquisa de linguagem que pode levar a resultados ricos.

07 – Que autores e movimentos literários posteriores são mencionados como exemplos da concretização do programa de Alencar em relação à linguagem literária?

      São mencionados como exemplos da concretização do programa de Alencar as obras de alguns modernistas (particularmente os da vertente regionalista) e, acima de tudo, a linguagem literária de Guimarães Rosa, na qual o popular e o literário se misturam constantemente.

 

 

ARTIGO DE OPINIÃO: EM BUSCA DA POLÍTICA - ZYGMUNT BAUMAN - COM GABARITO

 ARTIGO DE OPINIÃO: Em busca da política

        As instituições políticas vigentes (por exemplo, partidos políticos, parlamentos, governos) vivem hoje um processo de abandono ou diminuição do seu papel de criadoras de agenda de questões e opções relevantes e, também, do seu papel de propositoras de doutrinas. O que não significa que se amplia a liberdade de opção individual. Significa apenas que essas funções estão sendo decididamente transferidas das instituições políticas (isto é, eleitas e, em princípio, controladas) para forças essencialmente não políticas, primordialmente as do mercado financeiro e do consumo. A agenda de opções mais importantes dificilmente pode ser construída politicamente nas atuais condições. Assim esvaziada, a política perde interesse.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqFqu2Ek-BtaTqaA_50f0k9WNWGO_GW0MFaFi7rpPuPmcXj9sY3_hSBxphGPg9eF_zGOvwGigNiWRcYep6Tu2eIYdzenzyi5cEpz4KdgnDKGsHFAf8u7P9nkqOtR_MdNndVW5fwhqULhCBtSVX8cBkNn5FGpuWtNONTGab6Un1SCXdKTuSAMD7lxlpZ2I/s320/historico-dos-partidos.jpg


Zygmunt Bauman. Em busca da política. Adaptado.

Fonte: Livro – Português: Linguagens, 2. William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 9ª Ed. – Ensino médio. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 377.

Entendendo o texto:

01 – Segundo o texto, qual o principal processo que as instituições políticas tradicionais estão vivenciando atualmente?

      De acordo com o texto, as instituições políticas vigentes, como partidos, parlamentos e governos, estão passando por um processo de abandono ou diminuição do seu papel como criadoras de agenda de questões e opções relevantes, bem como de propositoras de doutrinas.

02 – O texto afirma que a diminuição do papel das instituições políticas leva a uma ampliação da liberdade de opção individual? Justifique sua resposta com base no texto.

      Não, o texto afirma explicitamente que a diminuição do papel das instituições políticas não significa uma ampliação da liberdade de opção individual. Em vez disso, essa perda de função das instituições políticas eleitas e, em princípio, controladas, resulta na transferência dessas funções para forças essencialmente não políticas, como o mercado financeiro e o consumo.

03 – Quais são as principais forças não políticas que estão assumindo o papel de definir a agenda de questões e opções relevantes, de acordo com o texto?

      Conforme o texto, as principais forças não políticas que estão assumindo o papel de definir a agenda de questões e opções mais importantes são primordialmente as do mercado financeiro e do consumo.

04 – Qual a consequência da dificuldade em construir politicamente a agenda de opções mais importantes, conforme apontado no texto?

      Segundo o texto, a consequência de a agenda de opções mais importantes dificilmente poder ser construída politicamente nas atuais condições é o esvaziamento da política, o que leva à perda de interesse por parte da população.

05 – Em suma, qual a principal crítica ou constatação apresentada pelo autor em relação ao papel da política na sociedade contemporânea?

      Em suma, a principal constatação apresentada pelo autor é a de que a política, representada por suas instituições tradicionais, está perdendo sua capacidade de influenciar e definir as questões e opções mais relevantes na sociedade, tendo seu papel transferido para forças não políticas, o que resulta em um enfraquecimento e perda de interesse pela própria política.

terça-feira, 15 de abril de 2025

ARTIGO DE OPINIÃO: POR QUE ALGUMAS MÚSICAS NÃO SAEM DA NOSSA CABEÇA? - MUNDO ESTRANHO - COM GABARITO

 Artigo de Opinião: Por que algumas músicas não saem da nossa cabeça?

        Porque elas usam e abusam de letras repetitivas, melodias simples e positivas – ou seja, poucas notas musicais e sons que inspiram uma sensação de otimismo no ouvinte. Com essa junção, a canção gruda no cérebro que nem chiclete. Quem é que não sabe de cor a melodia e a letra de “Macarena”, de Los Del Rio? Ou a sensação do verão, “Festa no Apê”, do Latino?

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnbosL1oAIIyfK5JNCEJENmqsc78H9XwKmrkSY_25PGtGy9VBCNSrHLkadXUYY5vUC_iyduR8gxiJorLd5-hg44c9cmZT8diBGsGcaN0VtLS4rQ6jiqwvRlPY2AI4wLlbiajQSvJfg3u3jN0dIItCUoH0BOOAld96m-8ivQkxciJ_8vWn05Gev7fWM__A/s320/CANTA.jpg


        Há muito tempo, a publicidade descobriu que a simplicidade e a repetição são o caminho para fazer o público decorar sua mensagem. “Um dos elementos do jingle é justamente a reexecução de melodia e letra dentro da mesma música”, diz o compositor Calique Ludwig, especialista em mensagens publicitárias musicadas. Mesmo assim, os especialistas garantem que não existe uma receita infalível para uma música grudenta – às vezes a tentativa dá certo, às vezes não. Tem algum jeito de se livrar dessas pragas sonoras? Não existe “antídoto” 100% confiável, mas há quem diga que a melhor maneira é repetir até o fim a famigerada canção. Pode funcionar. Então, comece: “Hoje é festa, lá no meu apê…”.

Mundo Estranho, n° 39.

Fonte: Livro – Português: Linguagens, 5ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 4ª ed. – São Paulo: Atual Editora, 2006. p. 24.

Entendendo o texto:

01 – De acordo com o texto, quais são os principais elementos que fazem com que uma música "grude" na nossa cabeça?

      Segundo o texto, as músicas que grudam na cabeça geralmente utilizam e abusam de letras repetitivas, melodias simples e positivas, com poucas notas musicais e sons que inspiram otimismo no ouvinte.

02 – Quais exemplos de músicas "chiclete" são citados no texto?

      O texto cita como exemplos de músicas que grudam na cabeça "Macarena", de Los Del Rio, e "Festa no Apê", do Latino.

03 – Qual a relação que o texto estabelece entre músicas "chiclete" e a publicidade?

      O texto aponta que a publicidade descobriu há muito tempo que a simplicidade e a repetição são eficazes para fazer o público decorar uma mensagem, sendo esses elementos também presentes em jingles e músicas que grudam na cabeça.

04 – Segundo o compositor Calique Ludwig, qual é um elemento fundamental dos jingles publicitários?

      De acordo com Calique Ludwig, um dos elementos fundamentais do jingle é a reexecução da melodia e da letra dentro da mesma música.

05 – O texto oferece alguma solução garantida para se livrar de uma música que não sai da cabeça? Qual é a sugestão apresentada?

      O texto afirma que não existe um "antídoto" 100% confiável para se livrar de músicas grudentas. No entanto, a sugestão apresentada por algumas pessoas é repetir a música até o fim, na esperança de que isso funcione.

 

 

quarta-feira, 9 de abril de 2025

ARTIGO DE OPINIÃO: A MEMÓRIA DA VELHICE - (FRAGMENTO) - DRÁUZIO VARELLA - COM GABARITO

 Artigo de opinião: A memória da velhice – Fragmento

           Dráuzio Varella

        [...]

        Estímulos intelectuais e atividade física

        Ao comentar essas pesquisas, o pesquisador Robert Friedland concluiu que não apenas a leitura, mas simples passatempos como a montagem de quebra-cabeças ou a prática de palavras cruzadas são atividades capazes de proteger o cérebro. No final, acrescentou que vários trabalhos demonstram que assistir à televisão está associado ao efeito contrário: aumenta a probabilidade de Alzheimer. Num inquérito conduzido entre 135 portadores da doença, comparados a 331 de seus familiares saudáveis, cada hora diária adicional diante da TV multiplicou o risco de Alzheimer por 1,3.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKMDfeaTcqZC3BlUZ8XwyjSVgu_102YM7MLbHIfrQ_YwVPfNO12kBPKShhAzTEHwUxZSBsBGc5uksM3-knjmqOVVLmj2g4hrHFT3cETgDnXXe33S5fgDCvYh1bvk9LUDyCQPLc1Z_bBpRKlc2pVLQyJ-sgdc8sP4SoxiyzwtGalBl-PnMXUluWx17FfBY/s1600/DRAUZI.jpg


        Vários estudos apresentados na conferência reforçam a ideia de que nem só do intelecto vive o cérebro: o exercício físico também é capaz de torná-lo mais resistente.

        [...]

        Trabalhos experimentais confirmam essa conclusão: o exercício físico melhora o fluxo sanguíneo cerebral através da formação de novos capilares no córtex -área essencial para a cognição – e induz a produção de proteínas que estimulam o crescimento e favorecem a formação de novas conexões entre os neurônios.

        [...].

Folha de São Paulo, 3/9/2005.

Fonte: Livro – Português: Linguagem, 8ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 4ª ed. – São Paulo: Atual Editora, 2006. p. 141.

Entendendo o artigo:

01 – Qual é a principal conclusão do pesquisador Robert Friedland sobre atividades que protegem o cérebro?

      Robert Friedland concluiu que atividades como leitura, montagem de quebra-cabeças e palavras cruzadas são capazes de proteger o cérebro. Ele também destacou que assistir à televisão está associado ao efeito contrário, aumentando o risco de Alzheimer.

02 – Como o hábito de assistir à televisão pode influenciar o risco de desenvolver Alzheimer, de acordo com o estudo mencionado no artigo?

      Um estudo com portadores de Alzheimer e seus familiares saudáveis revelou que cada hora diária adicional diante da TV aumentou o risco de Alzheimer em 1,3 vezes.

03 – Além dos estímulos intelectuais, que outro fator é destacado no artigo como benéfico para a saúde do cérebro?

      O artigo destaca que o exercício físico também é capaz de tornar o cérebro mais resistente. Estudos mostram que o exercício melhora o fluxo sanguíneo cerebral e estimula a produção de proteínas que favorecem novas conexões entre os neurônios.

04 – Quais são os benefícios do exercício físico para o cérebro, segundo os trabalhos experimentais mencionados no artigo?

      Os trabalhos experimentais confirmam que o exercício físico melhora o fluxo sanguíneo cerebral através da formação de novos capilares no córtex, área essencial para a cognição. Além disso, induz a produção de proteínas que estimulam o crescimento e favorecem a formação de novas conexões entre os neurônios.

05 – Qual a principal mensagem que Dráuzio Varella transmite neste fragmento do artigo?

      Dráuzio Varella transmite a mensagem de que a saúde do cérebro na velhice pode ser preservada através de uma combinação de estímulos intelectuais e atividade física. Ele alerta para os riscos do sedentarismo intelectual, representado pelo excesso de televisão, e destaca a importância de manter o cérebro ativo e o corpo em movimento para uma vida mais saudável e com menor risco de doenças neurodegenerativas.

 

ARTIGO DE OPINIÃO: NOVOS ÓDIOS - (FRAGMENTO) - LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO - COM GABARITO

 Artigo de opinião: Novos ódios – Fragmento

           Luís Fernando Verissimo

        O racismo cresce e assusta na Europa, onde estive durante o último mês e pouco. Acontece um tétrico torneio de violência entre etnias e grupos – brancos contra negros e árabes, árabes contra negros e judeus, neonazistas contra negros, árabes, judeus e o que estiver pela frente. Racismo não é novidade no continente, e nem é preciso invocar a velha tradição anti-semita e o seu paroxismo nazista. Na Europa desigual que emergiu da II Guerra Mundial, portugueses, espanhóis, italianos, gregos e outros em fuga das regiões mais pobres eram discriminados onde procuravam os empregos que não tinham em casa, e o problema dos magrebinos na França é anterior à II Guerra. Mas todos integraram-se de um jeito ou de outro no país escolhido ou voltaram aos seus próprios países economicamente recuperados, e o velho racismo foi solucionado, ou pelo menos amenizado, pelo tempo e o progresso. 

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiASj1l8ro-iAZ3-U2KDEhksm_y_gyBbjRHPpAeVPkWlAGAv6ghC8XxehqlXxWr2KG5xSxRnxY3wGFTZRqvKQgfdx2bPRL4pGqzZ9OtTee5TD-oPFZa2uyAx8HplA2G8g5-ThJBozwTL3zLufsE3JZ63poH2aJ6amZ2_t02vjPUanBABpmjhbG5SKRgCJQ/s320/NEGRO.jpg


O que assusta no novo racismo é a ausência de qualquer solução parecida à vista. Ele é econômico como o outro, claro. Existe na sua grande parte entre jovens marginalizados e sem perspectiva. Mas envolve cor e religião e ódios culturais novos, ou – no caso de judeus e muçulmanos – ódios antigos importados. E o tempo só piora o novo racismo. Caso curioso é o do futebol, que deveria estar contribuindo para o entendimento racial, mas ajuda a deteriorá-lo. Não há grande clube europeu que não tenha um bom número de jogadores negros, que são ídolos das suas torcidas, mas alvos dos insultos raciais das torcidas adversárias – que esquecem seus próprios ídolos negros na hora do xingamento. É nos estádios de futebol que tem havido os piores incidentes raciais. Na França fazem campanhas contra o preconceito e a violência, e contra as novas manifestações do anti-semitismo, que tem sido uma infecção recorrente na história da Europa cristã. A luta parece em vão num mundo que, quanto mais cosmopolita fica, mais se retribaliza.

        [...]

Luís Fernando Veríssimo. O Estado de São Paulo, 31/3/2005.

Fonte: Livro – Português: Linguagem, 8ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 4ª ed. – São Paulo: Atual Editora, 2006. p. 183.

Entendendo o artigo:

01 – Qual a principal preocupação de Luís Fernando Verissimo ao observar a Europa?

      A principal preocupação é o crescimento do racismo e da violência entre diferentes grupos étnicos e religiosos, um fenômeno que ele chama de "tétrico torneio de violência".

02 – Como o autor compara o racismo atual na Europa com o racismo do passado?

      Verissimo aponta que o racismo na Europa não é novidade, mas que o racismo do passado, que discriminava imigrantes europeus, foi amenizado pelo tempo e pelo progresso econômico. O novo racismo, por outro lado, envolve ódio racial e religioso, e não apresenta soluções óbvias.

03 – Qual o papel do futebol nesse contexto, segundo o autor?

      O futebol, que deveria ser um espaço de união e entendimento racial, paradoxalmente, tem se tornado palco de manifestações racistas, com torcidas insultando jogadores negros, mesmo quando seus próprios times contam com ídolos negros.

04 – Quais são os fatores que contribuem para o "novo racismo" na Europa?

      O novo racismo é impulsionado por fatores econômicos, como a marginalização de jovens sem perspectiva, e por ódios culturais e religiosos, tanto novos quanto antigos, como o antissemitismo.

05 – Qual a conclusão do autor sobre a luta contra o racismo na Europa?

      Verissimo expressa uma visão pessimista, sugerindo que a luta contra o racismo parece em vão em um mundo que, apesar de se tornar mais cosmopolita, também se retribaliza, ou seja, se divide em grupos com identidades fechadas e hostis a outros grupos.

 

 

ARTIGO DE OPINIÃO: JOVEM CINQUENTÃO - SUPERINTERESSANTE - COM GABARITO

 ARTIGO DE OPINIÃO: Jovem Cinquentão

        Como se mede a importância de um livro? Há os que se impõem pelo valor do enredo, há os que vencem o critério do tempo pela excelência da linguagem; há os que flagram e desenham para sempre tipos humanos de certo tempo e lugar, há ainda os que, por uma misteriosa combinação de fatores, acabam influenciando o futuro.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhg1R6xmhbLb7_lDaGfSNaFJ1ydXSqEgnmLx-pApDJlLA_QJpTKceLc4LR2OkcvKaagxxv-Mtkda4CJ-CnCX11JYaujmpNf0pjYh6S4n_zsfcwtr-Ershyphenhyphenjn10nctryqgyX_dfUZyClFgcKD__pMVBNeQwd_s1WaYaXwsWUQOfpisqOMghfkeyMVJVcWQE/s1600/50.jpg


        O apanhador em campo de centeio (The Catcher in the rye), de Jerome David Salinger, está nesse caso. Lançado há 50 anos no calor do pós-guerra, aproveitou-se do nascimento da cultura jovem e potencializou-a, na história de Holden Caulfield, adolescente que é expulso de um prestigioso colégio, às vésperas do Natal, e volta para casa, em Nova York. O sofrido e variado percurso entre a escola, com sua ética superada aos olhos do jovem, e a casa da família, idem, é o recheio da novela.

        O livro (publicado No Brasil pela Editora do Autor) acertou em cheio a sensibilidade “teen”. Sabemos desde as primeiras linhas que Holden está internado num hospital e que dali vai desfiar suas lembranças, na ordem em que aconteceram, sem dourar nenhuma passagem.

        Quem não se comove com a sinceridade do jovem? é impossível não sentir uma ponta de agradável melancolia com as observações de Holden, como “É gozado, os adultos ficam horríveis quando estão dormindo de boca aberta, mas as crianças não, elas continuam cem por cento”. Há exatos 50 anos, Salinger fotografou seu futuro, a nossa cara.

Superinteressante, out,2001.

Fonte: Livro – Português: Linguagem, 8ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 4ª ed. – São Paulo: Atual Editora, 2006. p. 210.

Entendendo o texto:

01 – Quais critérios o texto aponta para medir a importância de um livro?

      O texto menciona: Valor do enredo; Excelência da linguagem; Capacidade de retratar tipos humanos de uma época; Influência no futuro.

02 – Qual a importância do livro "O Apanhador no Campo de Centeio" para a cultura jovem?

      O livro potencializou a cultura jovem ao retratar a sensibilidade "teen" através do personagem Holden Caulfield, um adolescente que questiona a ética do mundo adulto.

03 – Qual a estrutura narrativa do livro e como ela contribui para a identificação do leitor?

      O livro é narrado em primeira pessoa, como memórias de Holden Caulfield, o que permite ao leitor acompanhar seus pensamentos e sentimentos de forma direta e sincera, gerando identificação e comoção.

04 – Que características do personagem Holden Caulfield o tornam tão marcante?

      A sinceridade, a melancolia e as observações perspicazes de Holden sobre o mundo adulto, como a que compara o sono de adultos e crianças, tornam o personagem extremamente marcante e atemporal.

05 – Qual a relevância do livro "O Apanhador no Campo de Centeio" para os dias atuais, segundo o autor do texto?

      O autor do texto afirma que Salinger, com sua obra, fotografou o futuro, a nossa cara, ou seja, o livro continua muito atual para os dias atuais.

 

ARTIGO DE OPINIÃO: A CIDADANIA BRASILEIRA É INACESSÍVEL - DÉBORA CRISTÓFARO DAVID - COM GABARITO

 Artigo de Opinião: A cidadania brasileira é inacessível

          Débora Cristófaro David

        A cidadania no Brasil está se tornando cada vez mais difícil, a conveniência rege a moral do brasileiro para que ele só exerça sua cidadania em momentos oportunos. Assim, ele fica propenso a desrespeitar leis e regras e, consequentemente, tornar-se amoral.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSTlMV76qIWb_-ifZZ9q63U-0k7om6cpgRmtR2ResvtLL3U7R_3Gq9YrwkF7rZOtEiEtmugzrhtRLsfd0zAcYBAwLYpVG9X14yomcRJixB7CKS1h5yu_Uu8sm1EPdSz74V8tRZihEZ1uRPU7Kz3myYqpTlV7AVrAxL57tNzFYMKhEs2dCMOjENhBgdTgg/s320/Cidadania.jpg


        O brasileiro ainda não percebe que o processo de conscientização social para a prática da verdadeira cidadania é individual e não apenas conjunta. É claro que a ação da massa é importante e, geralmente, mais significativa, porém, com uma forte motivação pessoal, o resultado torna-se melhor. E, como cidadão, o brasileiro cresce.

        No entanto, o povo segue um exemplo de cidadão que, a seu ver, lhe é superior. Mas, se somos governados por pessoas corruptas, que outro exemplo nos é propício a seguir? Não temos escolhas. Temos acesso apenas à corrupção dos administradores do nosso país, que não deixam espaço para a honestidade no governo. Ao povo só resta segui-los, pois é constantemente desmotivado a ser política e socialmente correto.

        Não obstante isso, as punições aos infratores não são devidamente aplicadas, seja por um papel jogado no chão, seja por um homicídio. A lei é proposta de acordo com o poder aquisitivo do seu transgressor, inversamente, eu diria. Visto isso, o brasileiro não encontra meios que o impeçam de continuar a desrespeitar as regras do país, embora o faça.

        A cidadania no Brasil é, pois, inacessível, já que não encontramos como frear a demasiada corrupção do governo, a “proteção” aos infratores e a visão debilitada de grupos e individualismo do brasileiro que, agindo assim, nunca será um verdadeiro cidadão.

Débora Cristófaro David – 1ª série do ensino médio.

Fonte: Livro – Português: Linguagem, 8ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 4ª ed. – São Paulo: Atual Editora, 2006. p. 211-212.

Entendendo o texto:

01 – Qual a principal crítica do texto sobre a prática da cidadania no Brasil?

      O texto critica a prática da cidadania no Brasil, descrevendo-a como seletiva e conveniente, onde os cidadãos exercem seus direitos e deveres apenas em momentos oportunos, levando ao desrespeito às leis e à amoralidade.

02 – Como o texto descreve a relação entre a corrupção no governo e o comportamento dos cidadãos?

      O texto argumenta que a corrupção dos líderes governamentais serve como um mau exemplo para a população, desmotivando os cidadãos a serem honestos e socialmente corretos, e perpetuando um ciclo de comportamento inadequado.

03 – Qual a crítica do texto em relação à aplicação das leis no Brasil?

      O texto critica a aplicação desigual das leis, onde as punições variam de acordo com o poder aquisitivo do infrator, resultando em impunidade e incentivando a continuidade do desrespeito às regras.

04 – Qual o papel do individualismo na dificuldade de alcançar a verdadeira cidadania no Brasil, segundo o texto?

      O texto destaca que a falta de conscientização individual e a visão debilitada de grupos contribuem para a inacessibilidade da cidadania, pois a verdadeira cidadania exige um compromisso pessoal com os valores e práticas cidadãs.

05 – Quais os principais obstáculos para a cidadania plena no Brasil apontados no texto?

      Os principais obstáculos apontados são: A corrupção governamental; A impunidade e a aplicação desigual das leis; A falta de conscientização individual; O individualismo excessivo.

 

ARTIGO DE OPINIÃO: SEGURANÇA E MEDO - FRAGMENTO - BORIS FUSTO - COM GABARITO

 Artigo de opinião: Segurança e medo – Fragmento

           BORIS FAUSTO

        Nas últimas décadas, muitos indicadores sociais do Brasil melhoraram. Entre eles, os índices de mortalidade infantil, de expectativa de vida, de pessoas alfabetizadas, de crianças e jovens cursando o ensino fundamental. Mas, em matéria de segurança do cidadão e, portanto, de avanço da criminalidade, chegamos a níveis insuportáveis. É preciso insistir no tema, mesmo com o risco de repetir coisas sabidas, quando mais não fosse para enfrentar a resignação e a banalização da violência na vida cotidiana.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoYBUNXthN3bqzn5ua1aGpjDVpsKK7B2ZE4sTduQ_b0RkG39pls_fp4Kp43trfyLppfx8WDk1JmdKSq91RilnKLSyvqUxQ9vbUy82Yj32d17mTIe4hdJdU-SsktyTRo65YD9_pOm1SDGMLqKUJGilk6rFfYkGd3nnTx3VaNUGEzFzmjTTQx_ISumebzuQ/s320/SEGURAN%C3%87A.png


        [...]

        Por que chegamos a essa situação? [...] À desigualdade – uma constante da nossa história – veio se juntar a crise da instituição familiar, a quebra generalizada de valores, a busca de "felicidade imediata", a qualquer preço, tendo por objeto do desejo os bens de consumo multiplicados – dos tênis de marca numa ponta aos carrões de luxo, na outra.

        O crescimento econômico, se associado à ampliação do emprego, pode melhorar o quadro aqui sumariamente descrito. Mas não há automatismo entre o que ocorre na área da economia e na área da criminalidade. Basta lembrar um dos aspectos mais graves do problema – o tráfico e consumo de drogas, opção tentadora de ganhos vultosos, em que não só gente de favela como de classe média está envolvida pesadamente.

        [...] É justo reconhecer que medidas vêm sendo tomadas no sentido de reverter o quadro atual. [...] algumas experiências que combinam medidas preventivas e repressivas com uma constante atuação social, numa associação entre prefeituras, polícia e ONGs, têm produzido efeitos localizados muito positivos, [...].

        As indicações positivas não pretendem significar, nem de longe, que o quadro geral de insegurança está em franca desaparição. Se muitas distorções sociais e muitos erros levaram ao cenário atual, sua reversão demandará um leque variado de iniciativas, em macro e microescala, envolvendo redução do desemprego, oportunidades educativas atraentes, medidas policiais eficazes, preventivas e repressivas, como sabem os especialistas melhor do que eu. Mas as indicações positivas demonstram que é possível atuar eficazmente, tendo como meta garantir a tranquilidade dos cidadãos, entregues muitas vezes à descrença e ao desespero.

       [...].

Boris Fausto. Folha de São Paulo, 7/10/2005.

Fonte: Livro – Português: Linguagem, 8ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 4ª ed. – São Paulo: Atual Editora, 2006. p. 242.

Entendendo o artigo:

01 – Apesar da melhora em alguns indicadores sociais no Brasil nas últimas décadas, qual área específica apresenta níveis considerados insuportáveis pelo autor?

      A área de segurança do cidadão, relacionada ao avanço da criminalidade, atingiu níveis insuportáveis, contrastando com as melhorias em mortalidade infantil, expectativa de vida, alfabetização e acesso ao ensino fundamental.

02 – Quais fatores o autor aponta como contribuintes para a grave situação da segurança pública no Brasil?

      O autor menciona a desigualdade histórica do país, a crise da instituição familiar, a quebra generalizada de valores e a busca por "felicidade imediata" através do consumo de bens materiais como fatores que contribuem para o aumento da criminalidade.

03 – O autor acredita que o crescimento econômico, por si só, é capaz de solucionar o problema da criminalidade? Justifique sua resposta.

      Não, o autor não acredita em um automatismo entre economia e criminalidade. Ele cita o exemplo do tráfico e consumo de drogas, que envolve tanto pessoas de baixa renda quanto de classe média, como um problema complexo que não se resolve apenas com crescimento econômico e geração de empregos.

04 – O autor reconhece que alguma ação está sendo tomada para tentar reverter o quadro de insegurança? Se sim, qual tipo de iniciativa ele destaca?

      Sim, o autor reconhece que medidas estão sendo tomadas. Ele destaca experiências que combinam ações preventivas e repressivas com uma atuação social constante, envolvendo a colaboração entre prefeituras, polícia e ONGs, que têm apresentado resultados positivos em nível local.

05 – Qual a mensagem principal que o autor busca transmitir ao citar as "indicações positivas" de algumas iniciativas na área de segurança?

      A mensagem principal é que, apesar do cenário geral de insegurança e da descrença e desespero da população, é possível atuar eficazmente para garantir a tranquilidade dos cidadãos. As experiências bem-sucedidas demonstram que, com um conjunto variado de iniciativas em diferentes escalas, a situação pode ser melhorada.