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quinta-feira, 12 de setembro de 2024

AUTOBIOGRAFIA: MARTA, A RAINHA DO BRASIL - REVISTA MARIE CLAIRE - COM GABARITO

AUTOBIOGRAFIA: MARTA, A RAINHA DO BRASIL

        A INFÂNCIA

        Meu pai se separou da minha mãe quando eu tinha 1 ano e meu irmão mais velho assumiu a responsabilidade de um pai para minha mãe poder trabalhar. Minha mãe só via a gente à noite. Comecei a frequentar o colégio com 9 anos, porque as dificuldades eram muito grandes e ela não tinha como comprar material escolar. Só que eu queria muito estudar, então pegava cadernos e ficava tentando ler e escrever sozinha. Quando fui pra escola, já sabia fazer o meu nome, e a professora perguntou: “Você já estudou alguma vez?”. E eu disse: “Não, aprendi sozinha mesmo” (fica emocionada).

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0ThPBRbYtpW-xQdyhLg0vEIGvjY999ZkRqJ_bI4IoBkQoPH3eXigOG2jFwh45ahGKmefdHqlcKmlzke2hE9uO0sX2xC6G_qRTi2KzkRCOrnV8eArnZYYXizNzJFy_vaUnBS7S1x0FenIYsNov3KLr1cPdhL1sh54IKnKYVNkdGYqGpGtJ6i6p8sS7YNc/s320/marta.jpg


        COMEÇO DE TUDO

        Em Dois Riachos, eu vivia com os meninos jogando bola e indo a jogos do time masculino. A minha vontade era me tornar uma jogadora profissional e quando apareceu a oportunidade de tentar fazer um teste no Vasco e no Fluminense, times que tinham equipes de futebol feminino naquela época, fui. Eu tinha 14 anos.

        A MÃE

        Ela falava: “Chega perto da hora e essa menina vai é desistir. Ela não vai, não”. E eu falava: “Eu vou, eu vou, eu vou”. No dia de embarcar, ela só foi acreditar quando o ônibus estava parado e eu falei: “Eu vou”, e subi no ônibus. Aí ela chorou, meus irmãos choraram, foi aquela despedida. Só aí ela acreditou que eu estava indo em busca do meu sonho (fica emocionada).

        NO RIO DE JANEIRO, COM 14 ANOS

        Foi uma época difícil porque cheguei no Vasco e não conhecia ninguém, tinha um monte de gente que jogava na seleção, e as cariocas todas cheias de gírias para cima de mim. Eu ficava quietinha e me chamavam de bicho-do-mato.

        A ADOLESCÊNCIA

        Saí de Dois Riachos para realizar um sonho e, por ele, tive que enfrentar dificuldades. Fiquei no Rio sem receber salário por vários meses, morando na concentração do Vasco.  E olha que o salário era nada mais do que uma ajuda de custo, o que me obrigava a abrir mão de várias coisas. Não podia nem ir à praia porque tinha que pegar ônibus e nem dinheiro para o ônibus eu tinha.

        MOMENTO DE DÚVIDA

        Depois de dois anos, acabaram com o futebol feminino do Vasco, e aí bateu desespero. Já tinha sido convocada uma vez para a seleção brasileira, então pensava assim: “Se voltar para Alagoas, será que eu vou ter outra oportunidade de ir para a seleção? Será que eles vão me esquecer?”.

        DECISÃO

        Fui morando com amigos, sempre de favor, fui jogar em Minas, ganhava um troco, me virava como dava. Acabei convocada para a seleção outras vezes. E foi jogando pela seleção, em 2003, que o pessoal do Umea Ik me viu e me sondou.

        EDUCAR UM FILHO

        Queria mostrar sempre o que é bom e o que é ruim. Lógico que não vou falar assim: “Você tem que seguir este caminho”, ele é que vai decidir, só que me sentiria no direito de explicar porque foi isso que não tive na infância. Mas não culpo ninguém. Sem meu pai, minha mãe teve que trabalhar para manter os filhos e ficou ausente. Não era o que ela queria realmente.

Revista Marie Claire, Nº 209. Editora Globo.

Fonte: Livro – Português: Linguagens, 6º ano. William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. 7ª edição reformulada – São Paulo: ed. Saraiva, 2012. p. 167-168.

Entendendo o texto:

01 – Por que Marta começou a frequentar a escola apenas aos 9 anos?

      Marta começou a frequentar a escola aos 9 anos porque sua mãe não tinha condições financeiras de comprar material escolar devido às grandes dificuldades que enfrentavam.

02 – Quem assumiu a responsabilidade de pai para Marta quando ela era criança?

      O irmão mais velho de Marta assumiu a responsabilidade de um pai para que a mãe pudesse trabalhar e sustentar a família.

03 – Como Marta aprendeu a escrever seu nome antes de ir à escola?

      Marta aprendeu a escrever seu nome sozinha, pegando cadernos e tentando ler e escrever por conta própria, pois tinha muita vontade de estudar.

04 – Qual foi o primeiro grande passo de Marta para realizar seu sonho de ser jogadora de futebol?

      O primeiro grande passo de Marta foi quando, aos 14 anos, teve a oportunidade de fazer um teste para os tempos de futebol feminino no Vasco e no Fluminense.

05 – Como foi a ocorrência da mãe de Marta no dia em que ela foi tentar seu sonho no Rio de Janeiro?

      No início, a mãe de Marta não acreditava que ela realmente iria, mas no dia do embarque, quando Marta subiu no ônibus, sua mãe chorou junto com seus irmãos, e só aí acreditou que ela estava realmente indo em busca do seu sonho.

06 – Quais dificuldades Marta planejou ao chegar no Rio de Janeiro?

      Marta enfrentou muitas dificuldades, como a falta de dinheiro, morando na concentração do Vasco sem receber salário e sem recursos nem para pegar ônibus, além de lidar com o choque cultural e as gírias cariocas.

07 – Qual foi o momento de dúvida que Marta teve após dois anos no Vasco?

      Após dois anos no Vasco, o clube encerrou o futebol feminino, e Marta ficou em dúvida sobre seu futuro, questionando se teria outra oportunidade de jogar pela seleção brasileira caso voltasse para Alagoas.

 


sábado, 6 de julho de 2024

AUTOBIOGRAFIA: "O ARCO-ÍRIS" - FREI BETTO - COM GABARITO

 Autobiografia: O ARCO-ÍRIS”

                        Frei Betto.

        Debruçado no chão, abri o álbum de desenhos vazados que ganhara de aniversário, derramei em volta a caixa de lápis de cor e, em fúria policrômica, preenchi de cores que sugeriam bichos, nuvens, semáforos e paisagens campestres. As cores fortes, como o vermelho e o roxo, expressavam com maior nitidez a ênfase criativa que me inundava o peito. Rompi os limites das gravuras e aqueles que a própria natureza impôs à sua harmonia, pintando as montanhas de violeta e as estradas de azul.

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirz6EUDUXq6vzUGnrN6u68tEKNOM_bimueDN2DDXSH4jWxy3mvUiPjhCNPqPUqW448SGoX6ve5pEG_NbBAhbsvee1WbLSs47RJJxoBtrq99nhG80jx06PXSit2ylJmZudYRgn6gwZAkFNzyGsx1QkreZUKO3Gx0hoHxlquvdqjBAAo-y2nCgWdoDKs2Qc/s320/freibetto12.jpg

        Findo o álbum, peguei folhas de rascunho na escrivaninha do papai, deitei-me na copa e, absorto, entreguei-me ao delírio, traçando arcos e linhas, curvas e hipérboles, círculos e triângulos, retorcendo a geometria e enlouquecendo o próprio Euclides, caso visse aquilo.

        Desenhar eu nunca soube. Jamais tive o domínio da forma das mãos. Nem o olho da perspectiva. Em compensação, o mundo coloria-se através dos meus dedos, que subvertiam a estética divina, pintando as árvores de vermelho, o oceano de amarelo, o céu de marrom, o sol de azul. Enchia folhas e folhas com linhas esdrúxulas, perfis surreais, astros impressionistas, cujos significados só existiam em meu espírito.

        Reproduzi o arco-íris que coroava os céus de Belo Horizonte na época das chuvas, mapeando tesouros inidentificáveis. Estiquei paralelamente os traços de cores variadas, até gastar a ponta dos lápis. Não coube nas folhas espalhadas pelo chão da copa. Prossegui sobre o piso de cerâmica e subi parede afora. Todos os tons de minha caixa estavam representados naquele borrão forte, espectro de serpente alada.

        Mamãe deu um suspiro ao entrar na copa. Por um momento, acometeu-me a dúvida se de admiração ou indignação recobrada a fala, deserdou-me em zangas. Correu a molhar o pano na torneira da pia e obrigou-me a limpar a parede e o chão. Fiquei inconsolável. Aquilo era uma obra de arte, que me exigira esforço e criatividade. Só não merecia reconhecimento porque eu era criança. 

        Ao preparar-me para limpar “essa sujeirada”, como exclamou minha mãe, adentrou meu pai, vindo do trabalho. Espantou-se ao ver o filho, sob o olhar severo da mulher, esfregando na parede o pano de chão. Meteu-se em nossa discussão, inteirou-se do motivo, contemplou o que restava do meu arco-íris. 

        -- Uma beleza, meu filho! – reconheceu para desagrado de minha mãe. – Vamos deixar aí para que todos possam apreciar.

        Irritada, minha mãe bateu boca com meu pai sobre o modo de educar os filhos. (Teria gostado que me consultassem, mas isso estava fora de cogitação, uma vez que todos os adultos se julgam mais sábios que as crianças). Contudo, enchi-me de orgulho com o arco-íris exposto na copa.

        Cecília, minha mãe, também olhou e, virando o rosto, encaretou-se, como quem se depara com uma porcaria. Não me importei, sabia que as mulheres nada entendiam de obra de arte. Nunca ouvira papai citar uma mulher artista. Ele só falava em pintores: Di Cavalcanti, Portinari, Marcier, Guignard, Segall, Velázquez, Cézanne, Matisse, Van Gogh e outros.

        Meu pai levou-me, um par de dias depois, a uma galeria de arte. Um amigo dele expunha pinturas abstratas. Vi lá borrões muito piores do que os meus. Mas ninguém ousou pedir ao artista que apagasse aquilo. Pelo contrário, todos o cobriam de sorrisos e cumprimentos elogiosos.

        No Natal, ganhei uma aquarela. Uma cartolina branca em forma de paleta, com um arco de botões de múltiplas cores na borda, dois pincéis finos e um copinho de cerâmica para pôr água. Revesti as paredes da garagem de obras, se perenizadas como as pinturas rupestres, possivelmente me garantiriam ao menos o reconhecimento da posteridade. Contudo, levei boas palmadas de papai quando, ao sair do banho, encontrou-me estirado em sua cama, aquarela em punho, transformando em estampado o lençol branco. Desta vez, ele concordou com o desgosto artístico de minha mãe.

FREI BETTO. Alfabeto: Autobiografia escolar. São Paulo: Ática, 2002, p. 48-50.

Entendendo a autobiografia:

01 – Qual foi a reação inicial da mãe de Frei Betto ao ver a parede e o chão da copa pintados?

      A mãe de Frei Betto ficou indignada e zangada ao ver a parede e o chão da copa pintados. Ela o obrigou a limpar tudo imediatamente.

02 – Como o pai de Frei Betto reagiu ao ver a obra de arte na copa?

      O pai de Frei Betto ficou impressionado e reconheceu a beleza da obra, decidindo deixá-la para que todos pudessem apreciar, apesar do desagrado da mãe.

03 – Quais artistas o pai de Frei Betto mencionava frequentemente?

      O pai de Frei Betto mencionava frequentemente artistas como Di Cavalcanti, Portinari, Marcier, Guignard, Segall, Velázquez, Cézanne, Matisse e Van Gogh.

04 – Como Frei Betto se sentiu quando sua mãe pediu para ele limpar a parede e o chão?

      Frei Betto ficou inconsolável, pois considerava sua obra uma verdadeira arte que exigira muito esforço e criatividade.

05 – Qual presente Frei Betto recebeu no Natal e como ele o usou?

      No Natal, Frei Betto recebeu uma aquarela. Ele usou a aquarela para revestir as paredes da garagem com suas obras de arte.

06 – Qual foi a reação do pai de Frei Betto quando encontrou a cama pintada?

      O pai de Frei Betto ficou zangado e concordou com o desgosto artístico da mãe, dando-lhe boas palmadas.

07 – O que motivava a criatividade de Frei Betto ao pintar?

      Frei Betto era movido por uma fúria policrômica e uma ênfase criativa que inundava seu peito, levando-o a preencher os desenhos com cores intensas e subverter a estética convencional.

08 – Como Frei Betto via suas próprias habilidades de desenho?

      Frei Betto reconhecia que não sabia desenhar bem, mas compensava isso com sua habilidade de colorir o mundo através de seus dedos de forma criativa e subversiva.

09 – Como Frei Betto percebia a arte das mulheres em comparação com a dos homens?

      Frei Betto percebia que as mulheres não eram reconhecidas como artistas, já que nunca ouvira seu pai mencionar uma mulher artista, e isso influenciava sua visão de que as mulheres não entendiam de arte.

10 – Qual foi a experiência de Frei Betto ao visitar uma galeria de arte com seu pai?

      Ao visitar uma galeria de arte com seu pai, Frei Betto viu pinturas abstratas que considerava piores que as suas, mas percebeu que essas obras eram elogiadas e reconhecidas, ao contrário das suas.

 

domingo, 23 de junho de 2024

AUTOBIOGRAFIA(CRÔNICA): MAIO - FRAGMENTO - LIMA BARRETO - COM GABARITO

 Autobiografia (Crônica): Maio – Fragmento

                       Lima Barreto 

        Estamos em maio, o mês das flores, o mês sagrado pela poesia. Não é sem emoção que o vejo entrar. Há em minha alma um renovamento; as ambições desabrocham de novo e, de novo, me chegam revoadas de sonhos. Nasci sob o seu signo, a treze, e creio que em sexta-feira; e, por isso, também à emoção que o mês sagrado me traz, se misturam recordações da minha meninice.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjiJQG6jf69tBqzucp6QAQ09Raxh2IzlsYHwZh597lUXkg9PdeACQhVa02ICLcry_a9m4qgJXAyrYkk-GRr4_jNM3BBoXTyoaPag0MlLj7Az7ITwPYiJ6v2F9iVekM6q-fJWqD5EnyV50Ntr8pCHukJdG5koSeeBli0oNyBCpUh33gaPmnSrQnhINYY6tI/s320/Maio.jpg

        Agora mesmo estou a lembrar-me que, em 1888, dias antes da data áurea, meu pai chegou em casa e disse-me: a lei da abolição vai passar no dia de teus anos. E de fato passou; e nós fomos esperar a assinatura no Largo do Paço.

        [...]

        Havia uma imensa multidão ansiosa, com o olhar preso às janelas do velho casarão. Afinal a lei foi assinada e, num segundo, todos aqueles milhares de pessoas o souberam. A princesa veio à janela. Foi uma ovação: palmas, acenos com lenço, vivas... [...]

        Eu tinha então sete anos e o cativeiro não me impressionava. Não lhe imaginava o horror; não conhecia a sua injustiça. [...] Mas como ainda estamos longe de ser livres! Como ainda nos enleamos nas teias dos preceitos, das regras e das leis!

        [...]

        E maio volta... Há pelo ar blandícias e afagos; as coisas ligeiras têm mais poesia; os pássaros como que cantam melhor; o verde das encostas é mais macio; um forte flux de vida percorre e anima tudo...

        O mês augusto e sagrado pela poesia e pela arte [...] volta; e os galhos da nossa alma que tinham sido amputados – os sonhos, enchem-se de brotos muito verdes, de um claro e macio verde de pelúcia, reverdecem mais uma vez, para de novo perderem as folhas, secarem, antes mesmo de chegar o tórrido dezembro.

        E assim se faz a vida, com desalentos e esperanças, com recordações e saudades, com tolices e coisas sensatas [...].

BARRETO, Lima. Maio. In: BARRETO, Lima. A crônica militante. São Paulo: Expressão Popular, 2016, p. 279-283.

Fonte: Maxi: Séries Finais. Caderno 1. Língua Portuguesa – 7º ano. 1.ed. São Paulo: Somos Sistemas de Ensino, 2021. Ensino Fundamental 2. p. 03-04.

Entendendo a autobiografia:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Amputar: cortar, podar.

·        Blandícia: carícia.

·        Cativeiro: escravidão.

·        Data áurea: Dia da Abolição da Escravatura.

·        Desalento: desencanto.

·        Enlear: embaraçar-se, enrolar-se.

·        Flux: termo inglês para “fluxo”.

·        Ovação: aplausos.

·        Tórrido: seco, árido.

02 – Agora que você já leu a crônica (autobiografia), conte com suas próprias palavras o que achou da experiência de ler texto.

      Resposta pessoal do aluno.

03 – Qual é o nome da crônica e do autor? Você sabe dizer em que livro o texto está publicado?

      “Maio” é o título da crônica. O autor é Lima Barreto. Já o título da obra se encontra no fim do texto: A crônica militante.

04 – Agora, defina em uma palavra como você gosta de ser reconhecido.

      Resposta pessoal do aluno.

05 – Identifique, na crônica de Lima Barreto, palavras que indiquem a ação verbal ligada ao pronome eu.

      Vejo, nasci, creio, estou, tinha, etc.

06 – Na crônica “Maio”, o autor conta um fato que registra sua vida íntima. Diga qual é a data e o dia do nascimento do autor e o que parece significar para você.

      Treze de maio, sexta-feira. Verifique se eles notam que o autor está falando de uma “sexta-feira 13”. Explique, então, que a superstição com esse dia já existia no fim do século XIX.

07 – Como o autor enxerga o mês de seu nascimento?

      Para o autor, maio é um mês poético e sagrado, em que os sonhos renascem. Provavelmente ele pensava assim pela associação com o registro histórico da abolição.

08 – Lima Barreto usou a escrita de uma crônica para registrar um momento de sua vida. Existem outros meios ou técnicas para registrar um momento da vida? Se sim, conte quais são.

      Sim, pois podemos criar registros de nossas imagens em vídeos, na pintura de quadros ou escrevendo nosso perfil em um diário, em uma página de rede social, etc.

 

sexta-feira, 27 de maio de 2022

AUTOBIOGRAFIA: BARTOLOMEU C.QUEIROZ E CAROLINA M. DE JESUS - COM GABARITO

 Autobiografia: Bartolomeu C. Queiroz e Carolina M. de Jesus

Texto 1

     Bartolomeu C. Queiroz

        ... das saudade que não tenho

        Nasci com 57 anos. Meu pai me legou seus 34, vividos com duvidosos amores, desejos escondidos. Minha mãe me destinou ser 23, marcados com traições e perdas. Assim, somados, o que herdei foi a capacidade de associar amor ao sofrimento... Morava numa cidade pequena do interior de Minas, enfeitada de rezas, procissões, novenas e pecados. Cidade com sabor de laranja-serra-d’água, onde minha solidão já pressentida era tomada pelo vigário, professora, padrinho, beata, como exemplo de perfeição.

        [...]

Bartolomeu Campos Queiroz. In: Fanny Abramovich (Org.). O mito da infância feliz. São Paulo: Summus, 1983. p. 27.

Texto 2

        Carolina Maria de Jesus

        Carolina Maria de Jesus morava em uma favela e escreveu um livro de muito sucesso na década de 1960, Quarto de despejo.

       Carolina Maria de Jesus foi uma figura ímpar. Viveu sozinha, com três filhos – um de cada pai – em uma favela na cidade de São Paulo, desde 1947. Descendente de africanos, nasceu em 1914, em Sacramento, um vilarejo rural no Estado de Minas Gerais, e foi à escola apenas até o segundo ano primário. Trabalhou na roça com a mãe, desde muito cedo. Depois, ambas foram empregadas domésticas. Já em São Paulo, na favela do Canindé, como catadora de papel e mãe de três filhos, escrevia folhas e folhas de histórias reais e imaginadas. Um dia, um jovem jornalista teve acesso a estes escritos e conseguiu ajudá-la a publicar seu Quarto de despejo, em 1960. O sucesso foi imediato. Vendeu o equivalente, naquele ano, a Jorge Amado. Seu livro foi publicado em 13 línguas, em mais de 40 países.

        [...]

José Carlos Sebe Bom Meihy e Robert M. Lvine. Cinderela negra: A saga de Carolina Maria de Jesus. Rio de Janeiro: Editora da UFRJ, 1994. p. 17.

Fonte: Língua Portuguesa – Caminhar e transformar – Aos finais do ensino fundamental – 1ª edição – São Paulo – FTD, 2013. p. 44-46.

Entendendo a autobiografia:

01 – Em qual dos textos:

a)   Autor e biografado são as mesmas pessoas?

Texto 1.

b)   O autor é diferente do biografado?

Texto 2.

02 Assinale com A as palavras que indicam que o autor é o biografado e com B as que indicam que o autor não é o biografado.

(B) Trabalhou.

(A) Meu.

(A) Nasci.

(B) Seu.

(B) Nasceu.

(A) Herdei.

03 – Releia o texto 1 e responda.

a)   De que período da vida o autor relata fatos?

Da infância.

b)   Como foi para ele esse período de sua vida? Selecione um trecho que comprove sua resposta.

Foi um tempo de infelicidade: “[...] o que herdei foi a capacidade de associar amor ao sofrimento...” / “[...] minha solidão já pressentida [...]”.

04 – Releia o texto 2 e numere as informações na ordem em que aparecem.

(6) Publicou o livro Quarto de despejo.

(2) Carolina de Jesus estudou até o segundo ano.

(4) Morava na favela do Canindé, catava papel e escrevia suas histórias.

(1) Nasceu em Sacramento, Minas Gerais, em 1914.

(5) Um jovem jornalista teve acesso aos seus escritos.

(3) Trabalhou na roça e foi empregada doméstica.

 

segunda-feira, 1 de novembro de 2021

AUTOBIOGRAFIA: LÁZARO RAMOS, A ILHA (FRAGMENTO) - NA MINHA PELE - COM GABARITO

 Autobiografia: LÁZARO RAMOS, A ILHA (Fragmento)

      [...]

        Minha história começa numa ilha com pouco mais de duzentos habitantes, na baía de Todos os Santos. Uma fração de Brasil praticamente secreta, ignorada pelas modernidades e pelos mapas: nem o (quase) infalível Google Maps consegue encontrá-la. É nessa terra minúscula, a Ilha do Paty, que estão minhas raízes. O lugar é um distrito de São Francisco do Conde — município a 72 quilômetros de Salvador, próximo a Santo Amaro e conhecido por sua atual importância na indústria do petróleo. Na ilha, as principais fontes de renda ainda são a pesca, o roçado e ser funcionário da prefeitura.

        No Paty, sapatos são muitas vezes acessórios dispensáveis. Para atravessar de um lado para o outro na maré de águas verdes, o transporte oficial é a canoa, apesar de já existirem um ou outro barco, cedidos pela prefeitura. Ponte? Nem pensar, dizem os moradores, em coro. Quando alguém está no “porto” e quer chegar até o Paty, só precisa gritar: “Tomaquê!”.

        Talvez você, minha companhia de viagem, não saiba o que quer dizer “tomaquê”. É uma redução, como “oxente”, que quer dizer “O que é isso, minha gente”. Ou “Ó paí, ó”, que é “Olhe pra isso, olhe”. Ou seja, é simplesmente “Me tome aqui, do outro lado da margem”. É muito mais gostoso gritar “Tomaquê!”.          

        Assim, algum voluntário pega sua canoa e cruza, a remo, um quilômetro nas águas verdes e calmas. Entre os dois pontos da travessia se gastam uns quarenta minutos. Essa carona carrega, na verdade, um misto de generosidade e curiosidade. Num lugar daquele tamanho, qualquer visita vira assunto, e é justamente o remador quem transporta a novidade.

        Até hoje procuro visitar a ilha todos os anos. Gosto de entender minha origem e receber um abraço afetuoso dos mais velhos. Vou também para encontrar um sentimento de inocência, uma felicidade descompromissada, que só sinto por lá.

        Graças à sua refinaria de petróleo, São Francisco do Conde é um dos municípios mais ricos do país. (....) Essa dinheirama, porém, não chega até o cotidiano de quem mora no Paty. Eles até conseguem ver vantagens na vida simples que levam: como não há violência, não há polícia na ilha, e as portas das casas estão sempre abertas para quem quiser entrar. O que faz falta mesmo é a água encanada. Para tudo: dar descarga nos banheiros, lavar pratos e roupas, tomar banho.

        Não faz muito tempo, luz também era luxo. Na minha infância, a energia elétrica vinha de um único gerador, usado exclusivamente à noite, quando os televisores eram ligados nas novelas. As janelas da casa de meu avô, que teve uma das primeiras TVs do Paty, ficavam sempre cheias de gente. Era o nosso cineminha.

        [...]

Lázaro Ramos. Na Minha Pele. Rio de Janeiro: Objetiva, 2017. p.16-17.

Fonte: Língua Portuguesa – Português – Apoema – Editora do Brasil – São Paulo, 2018. 1ª edição – 6° ano. p. 11-2.

Entendendo a autobiografia:

01 – O texto está organizado em parágrafos, marcados por uma entrada em branco na mudança de linha e um sinal de pontuação final. Releia o primeiro parágrafo.

a)   A qual localidade referem-se as passagens abaixo?

Referem-se à Ilha do Paty, onde o autor nasceu.

I – “[...] Ilha com pouco mais de duzentos habitantes, na Baía de Todos os Santos”.

II – “Uma fração de Brasil praticamente secreta, ignorada pelas modernidades e pelos mapas [...]”.

III – “[...] nem o (quase) infalível, Google Maps conseguiu encontrá-la.”

IV – “[...] terra minúscula [...]”.

b)   Que características do lugar são reforçadas pela caracterização feita pelo autor nas passagens acima?

A pequena dimensão da ilha e seu afastamento em relação às modernidades.

c)   Com base em seu conhecimento de mundo, explique o que vem a ser Google Maps. Por que ele seria quase infalível, segundo o autor?

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: O Google Maps é uma ferramenta digital que localiza lugares em mapas. A ferramenta seria “(quase) infalível” porque há, ao menos, um lugar que ela não localiza – a Ilha do Paty.

d)   O modo detalhado pelo qual o autor apresenta seu local de nascimento é importante para o leitor? Por quê?

Sim, porque o autor o descreve com detalhes e o leitor pode imaginar que ele nasceu num lugar bem pequeno e afastado de tudo.

02 – Identifique no texto mais algumas informações sobre o autor.

a)      Ele ainda mora na ilha? Justifique sua resposta com uma passagem do texto.

Não. Isso pode ser deduzido do trecho: “Até hoje procuro visitar a Ilha todos os anos”.

b)      No último parágrafo, o autor fala de um tempo passado. Que lembranças ele traz para o texto?

Ele fala do tempo em que não havia luz na ilha e se recorda das janelas da casa de seu avô, que funcionavam como cinema, porque dali as pessoas viam televisão.

c)       Com base nas informações do texto, como você imagina a infância do autor?

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Foi uma criança livre, que viveu em uma ilha sem violência, em contato com a natureza. Tem boas lembranças do avô e dos hábitos da ilha, como andar descalço e aproveitar a generosidade dos habitantes.

d)      Que sentimentos ele parece ter em relação a ilha? Escolha elementos do texto para explicar sua resposta.

Aparenta ter sentimentos positivos, pois afirma, por exemplo, que gosta de visitar o lugar todos os anos e reencontrar os mais velhos. Isso o faz “encontrar um sentimento de inocência uma felicidade descompromissada”, que só sente em seu lugar de origem.

03 – O estilo de vida dos moradores da ilha é o mesmo da época em que o autor era criança? Justifique sua resposta.

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Parece haver poucas mudanças, já que a vida dos habitantes permanece simples (a travessia de canoa, a inexistência de pontes, o hábito de manter as casas abertas, etc.). A principal mudança foi a chegada da luz elétrica.

04 – Nas frases a seguir, aparecem elementos linguísticos, como verbos, pronomes, que indicam ser o próprio autor quem relata sua história.

        “Minha história começa numa ilha.”

        “Até hoje procuro visitar a ilha todos os anos.”

a)   Em que pessoa verbal foi escrito o relato?

Na 1ª pessoa.

b)   Destaque do texto mais uma passagem que confirme o uso dessa pessoa verbal.

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: “Gosto de entender minha origem e receber um abraço afetuoso dos mais velhos”; “Vou também para encontrar um sentimento de inocência, uma felicidade descompromissada, que só sinto por lá”.

c)   Indique as duas alternativas corretas. Esse tipo de relato:

(X) Produz um efeito de verdade, de que o autor conta o que de fato aconteceu na vida dele.

(  ) Tem efeito de dissimulação e incerteza, porque o autor admite estar inventando tudo.

(   ) Afasta autor e leitor, porque esse último desconfia do que lê, já que tudo parece invenção.

(   ) Constrói efeito de fantasia e ficção, porque nada do que se conta parece ter verdadeiramente acontecido.

(X) Aproxima autor e leitor, porque este último acredita na sinceridade do relato pessoal.

05 – Na seção Antes da leitura você e seus colegas pensaram em algumas hipóteses sobre o conteúdo do livro “Na Minha Pele”, depois de ler o texto suas ideias iniciais se confirmaram? Por quê?

      Resposta pessoal do aluno.     

06 – No texto aparecem algumas formas abreviadas, ou seja, reduzidas, de expressões, como oxente, que significa “O que é isso, minha gente”; e Ó paí, ó em vez de “Olhe pra isso, olhe”.

a)   As expressões abreviadas usadas pelos habitantes da ilha mostram um uso próprio da região. Em que situações essas expressões são empregadas por eles?

No dia-a-dia, nas conversas entre eles, no uso cotidiano.

b)   O autor diz que é “mais gostoso” usar a forma abreviada tomaquê do que a frase completa “me tome aqui, do outro lado da margem”.

Os falantes são os habitantes da ilha e essa é a forma usada por todos da região para pegar a canoa no dia-a-dia; é uma forma familiar, mais simples e mais direta, que identifica os moradores da ilha e todos de lá a reconhecem.

c)   Você provavelmente utiliza expressões como essas ou outras abreviações em seu dia-a-dia. Discorra sobre algumas situações em que você as utiliza.

Resposta pessoal do aluno.

07 – Releia a seguinte passagem do texto.

        “Graças à sua refinaria de petróleo, São Francisco do Conde é um dos municípios mais ricos do país. (....) Essa dinheirama, porém, não chega até o cotidiano de quem mora no Paty. [...]”.

a)   Em vez de usar a palavra dinheiro, o autor preferiu dizer dinheirama. O que significa a palavra empregada?

Muito dinheiro.

b)   O autor usa a palavra num contexto em que está criticando a distribuição do dinheiro arrecadado pelo município. Qual é a crítica que ele faz?

Ele diz que o munícipe é um dos mais ricos do país por causa da refinaria de petróleo, mas que o dinheiro não ajuda a melhorar o dia-a-dia da população.

c)   Pode-se dizer que o aumentativo empregado ajuda a construir a crítica? Por quê?

Sim, porque, ao usar o aumentativo, o autor quis mostrar que a quantidade de dinheiro é muito grande. Isso reforça a crítica: se é tanto dinheiro, por que os moradores não veem melhorias em seu dia-a-dia?

 

AUTOBIOGRAFIA: JOSÉ SARAMAGO(FRAGMENTO) - FUNDAÇÃO JOSÉ SARAMAGO - COM GABARITO

 Autobiografia: José Saramago (Fragmento)

              Nasci numa família de camponeses sem terra, em Azinhaga, uma pequena povoação situada na província do Ribatejo, na margem direita do rio Almonda, a uns cem quilómetros a nordeste de Lisboa. Meus pais chamavam-se José de Sousa e Maria da Piedade. José de Sousa teria sido também o meu nome se o funcionário do Registo Civil, por sua própria iniciativa, não lhe tivesse acrescentado a alcunha por que a família de meu pai era conhecida na aldeia: Saramago. (Cabe esclarecer que saramago é uma planta herbácea espontânea, cujas folhas, naqueles tempos, em épocas de carência, serviam como alimento na cozinha dos pobres). Só aos sete anos, quando tive de apresentar na escola primária um documento de identificação, é que se veio a saber que o meu nome completo era José de Sousa Saramago… Não foi este, porém, o único problema de identidade com que fui fadado no berço. Embora tivesse vindo ao mundo no dia 16 de Novembro de 1922, os meus documentos oficiais referem que nasci dois dias depois, a 18: foi graças a esta pequena fraude que a família escapou ao pagamento da multa por falta de declaração do nascimento no prazo legal.

        [...]

        Fui bom aluno na escola primária: na segunda classe já escrevia sem erros de ortografia, e a terceira e quarta classes foram feitas em um só ano. Transitei depois para o liceu, onde permaneci dois anos, com notas excelentes no primeiro, bastante menos boas no segundo, mas estimado por colegas e professores, ao ponto de ser eleito (tinha então 12 anos…) tesoureiro da associação académica… Entretanto, meus pais haviam chegado à conclusão de que, por falta de meios, não poderiam continuar a manter-me no liceu. A única alternativa que se apresentava seria entrar para uma escola de ensino profissional, e assim se fez: durante cinco anos aprendi o ofício de serralheiro mecânico. O mais surpreendente era que o plano de estudos da escola, naquele tempo, embora obviamente orientado para formações profissionais técnicas, incluía, além do Francês, uma disciplina de Literatura. Como não tinha livros em casa (livros meus, comprados por mim, ainda que com dinheiro emprestado por um amigo, só os pude ter aos 19 anos), foram os livros escolares de Português, pelo seu carácter “antológico”, que me abriram as portas para a fruição literária: ainda hoje posso recitar poesias aprendidas naquela época distante. Terminado o curso, trabalhei durante cerca de dois anos como serralheiro mecânico numa oficina de reparação de automóveis. Também por essas alturas tinha começado a frequentar, nos períodos nocturnos de funcionamento, uma biblioteca pública de Lisboa. E foi aí, sem ajudas nem conselhos, apenas guiado pela curiosidade e pela vontade de aprender, que o meu gosto pela leitura se desenvolveu e apurou.

        [...]

José Saramago. Autobiografia de José Saramago. Fundação José Saramago. Disponível em: www.josesaramago.org/autobiografia-de-jose-saramago. Acesso em: 29 mar. 2018.

Fonte: Língua Portuguesa – Português – Apoema – Editora do Brasil – São Paulo, 2018. 1ª edição – 6° ano. p. 36-7.

Entendendo a autobiografia:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Alcunha: apelido, nome não oficial criado para identificar alguém com base em uma característica específica dessa pessoa.

·        Antológico: algo notável, exemplar, que merece ser lembrado; pertencente a uma antologia ou coletânea de textos.

·        Fadado: destinado (a algo).

·        Fruição: prazer.

·        Herbáceo: relativa ou semelhante a erva.

·        Liceu: estabelecimento em que antigamente era ministrado o Fundamental II e o Ensino Médio.

·        Tesoureiro: pessoa responsável pelo dinheiro e pelas finanças de uma empresa, instituição, etc.

02 – Você deve ter percebido que a grafia de certas palavras do texto é diferente da grafia delas no português do Brasil.

a)   Observe as palavras quilómetros e académica. Como são grafadas no Brasil? O que a diferença indica?

No Brasil, são grafadas quilômetro e acadêmica. Indica que a vogal com acento agudo, em Portugal, é aberta, e no Brasil, com acento circunflexo, é fechada.

b)   Em certas palavras, os portugueses usam consoantes que indicam uma particularidade da pronúncia deles, diferente da pronúncia brasileira. Encontre no texto a forma da palavra noturnos tal como é usada em Portugal.

Nocturnos.

c)   Em outros casos, os portugueses eliminam uma consoante, como na palavra registo. Qual é a forma usada no português do Brasil?

Registro.

03 – O tema principal do trecho lido é:

a)   O surgimento do gosto pela literatura.

b)   A pobreza dos camponeses portugueses.

c)   Os problemas de identidade do narrador.

d)   A dificuldade de estudar francês e literatura em uma escola de ensino profissional.

04 – Releia o trecho a seguir:

        “[...] Como não tinha livros em casa (livros meus, comprados por mim, ainda que com dinheiro emprestado por um amigo, só os pude ter aos 19 anos), foram os livros escolares de Português, pelo seu carácter “antológico”, que me abriram as portas para a fruição literária: ainda hoje posso recitar poesias aprendidas naquela época distante. [...]”.

·        Consulte o glossário e responda às questões.

a)   Por que o autor afirma que os livros escolares de Português têm caráter antológico?

Porque os livros escolares reúnem textos e esses textos são exemplares, são textos importantes e representativos.

b)   Por que, segundo o autor, a leitura desses livros abriu para ele as portas para a “fruição literária”?

Porque ele passou a gostar de Literatura. A leitura dos textos, nos livros escolares, fez com que descobrisse o prazer da literatura.

05 – O trecho em que o autor da autobiografia aparece em 1ª pessoa é:

·        “A única alternativa que se apresentava seria entrar para uma escola de ensino profissional [...]”.

·        “[Cabe esclarecer que Saramago é uma planta herbácea espontânea, cujas folhas, naqueles tempos, em épocas de carência, serviam como alimento na cozinha dos pobres]”.

·        “E foi aí, sem ajudas nem conselhos, apenas guiado pela curiosidade e pela vontade de aprender, que o meu gosto pela leitura se desenvolveu e apurou.”

·        “O mais surpreendente era que o plano de estudos da escola, naquele tempo, embora obviamente orientado para formações profissionais técnicas, incluía, além do Francês, uma disciplina de Literatura.”

06 – Releia o trecho a seguir e responda às questões.

        “Fui bom aluno na escola primária: na segunda classe já escrevia sem erros de ortografia, e a terceira e quarta classes foram feitas em um só ano. Transitei depois para o liceu, onde permaneci dois anos, com notas excelentes no primeiro, bastante menos boas no segundo, mas estimado por colegas e professores, ao ponto de ser eleito (tinha então 12 anos…) tesoureiro da associação académica… Entretanto, meus pais haviam chegado à conclusão de que, por falta de meios, não poderiam continuar a manter-me no liceu. [...]”.

a)   Predominam sequências de que tipo?

Narrativas.

b)   Qual marcador temporal introduz a passagem do narrador de uma fase escolar a outra?

Depois.