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quarta-feira, 13 de novembro de 2024

MÚSICA(ATIVIDADES): ATRÁS DA PORTA - CHICO BUARQUE - COM GABARITO

 Música(ATIVIDADES): Atrás da Porta

             Chico Buarque

Quando olhaste bem nos olhos meus
E o teu olhar era de adeus
Juro que não acreditei
Eu te estranhei
Me debrucei
Sobre teu corpo e duvidei
E me arrastei e te arranhei
E me agarrei nos teus cabelos
Nos teus pelos
Teu pijama
Nos teus pés
Ao pé da cama
Sem carinho, sem coberta
No tapete atrás da porta
Reclamei baixinho

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi343B2S2OVnkbPSSq32R1vw_1NY5nDNLWev82hPtr3yiVMp4-bpZeg-jhSP5_3MFGmdOWCeOK06tjEq308YJ1NPSF8mUAmjL1jXdEwyiDW1uWEk_YtQckwpiuZ__C7_0WXQOd27Eg93qtCD5y3cncooVKWoo6gyQonpNEVRYmJcEB5Ztn_vf6cdPUhFDE/s320/CHICO.jpg


Dei pra maldizer o nosso lar
Pra sujar teu nome, te humilhar
E me vingar a qualquer preço
Te adorando pelo avesso
Pra mostrar que inda sou tua
Só pra provar que inda sou tua.

Composição: Chico Buarque / Francis Hime.

Fonte: Português – José De Nicola – Ensino médio – Volume 1 – 1ª edição, São Paulo, 2009. Editora Scipione. p. 320.

Entendendo a música:

01 – Qual a principal emoção transmitida pela música?

      A principal emoção transmitida pela música é a angústia da separação. O eu lírico demonstra intensa dor, raiva e desespero diante da iminência do fim do relacionamento. A letra retrata uma luta desesperada para manter o outro, marcada por ações impulsivas e destrutivas.

02 – Qual o papel do ambiente na construção da atmosfera da música?

      O ambiente da música é crucial para a construção da atmosfera de sofrimento e desespero. A descrição do "tapete atrás da porta" e da ausência de carinho e coberta cria uma imagem de solidão e abandono. O espaço íntimo do casal se transforma em um palco de uma luta dolorosa, intensificando o sofrimento do eu lírico.

03 – Como a relação entre o eu lírico e o outro se transforma ao longo da música?

      A relação entre o eu lírico e o outro passa por uma transformação radical. Inicialmente, há a negação da separação e a tentativa de reconciliação. No entanto, à medida que a letra avança, essa tentativa se transforma em uma espiral de destruição e autoflagelação. O amor se transforma em ódio, e a paixão em vingança.

04 – Qual o significado da frase "Te adorando pelo avesso"?

      A frase "Te adorando pelo avesso" é uma das mais poderosas da música. Ela expressa a complexidade dos sentimentos do eu lírico, que ao mesmo tempo ama e odeia o outro. A adoração "pelo avesso" indica um amor distorcido e destrutivo, que se manifesta através da dor e da humilhação.

05 – Quais as características da linguagem utilizada por Chico Buarque nessa música?

      A linguagem utilizada por Chico Buarque é direta, intensa e visceral. As palavras são escolhidas de forma precisa para transmitir a força das emoções. A repetição de palavras e expressões, como "teus", "teu" e "atrás da porta", cria um ritmo frenético que acompanha a agitação emocional do eu lírico. A ausência de metáforas complexas e a utilização de um vocabulário cotidiano contribuem para a universalidade da mensagem.

 

 

quarta-feira, 6 de novembro de 2024

CRÔNICA: BUDAPESTE - DEVIA SER PROIBIDO - (FRAGMENTO) - CHICO BUARQUE - COM GABARITO

 Crônica: Budapeste – Devia ser proibido – Fragmento

              Chico Buarque

        Devia ser proibido debochar de quem se aventura em língua estrangeira. Certa manhã, ao deixar o metrô por engano numa estação azul igual à dela, com um nome semelhante à estação da casa dela, telefonei da rua e disse: aí estou chegando quase. Desconfiei na mesma hora que tinha falado besteira, porque a professora me pediu para repetir a sentença. Aí estou chegando quase... havia provavelmente algum problema com a palavra quase. Só que, em vez de apontar o erro, ela me fez repeti-lo, repeti-lo, repeti-lo, depois caiu numa gargalhada que me levou a bater o fone. Ao me ver à sua porta teve novo acesso, e quanto mais prendia o riso na boca, mais se sacudia de rir com o corpo inteiro.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXkIukiyfwOtDlhHakdX4issV_7wnh_kKAq7vqemtfyR1a9U-2fkdRe57k2n56itFFtEZH_ZikaWjSEPKO5Y3ESoh36OyKU78PTqmd_3KzPPYKQGGmtpPy4bVDiIFu9vnv1i4qRTdPTmAuWa5dwu0NqQLc7ifzICdEOopAhKdtrO117gku1WZj3RzJCKc/s320/budapeste_.jpg


        Disse enfim ter entendido que eu chegaria pouco a pouco, primeiro o nariz, depois uma orelha, depois um joelho, e a piada nem tinha essa graça toda.

        Tanto é verdade que em seguida Kriska ficou meio triste e, sem saber pedir desculpas, roçou com a ponta dos dedos meus lábios trêmulos. Hoje, porém posso dizer que falo o húngaro com perfeição, ou quase. Quando de noite começo a murmurar sozinho, a suspeita de um ligeiríssimo sotaque aqui e ali muito me aflige. Nos ambientes que frequento, onde discorro em voz alta sobre temas nacionais, emprego verbos raros e corrijo pessoas cultas, um súbito acento estranho seria desastroso.

        Para tirar a cisma, só posso recorrer a Kriska, que tampouco é muito confiável; a fim de me segurar ali comendo em sua mão, como talvez deseje, sempre me negará a última migalha. Ainda assim, volta e meia lhe pergunto em segredo: perdi o sotaque? Tinhosa, ela responde: pouco a pouco, primeiro o nariz, depois uma orelha... E morre de rir, depois se arrepende, passa as mãos no meu pescoço e por aí vai.

        [...]

BUARQUE, Chico. Budapeste. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.

Fonte: Português – José De Nicola – Ensino médio – Volume 1 – 1ª edição, São Paulo, 2009. Editora Scipione. p. 131.

Entendendo a crônica:

01 – Qual a situação cômica que o narrador vivencia ao tentar falar húngaro?

      O narrador comete um erro ao tentar dizer "quase" em húngaro, o que gera uma série de reações engraçadas por parte de sua namorada, Kriska. A repetição do erro e a interpretação inusitada dada por Kriska criam um momento de humor.

02 – Qual a importância da linguagem na construção da identidade do narrador em Budapeste?

      A linguagem, especialmente o domínio do húngaro, é fundamental para a construção da identidade do narrador em Budapeste. Ele busca dominar a língua para se integrar à cultura local e se sentir mais próximo de Kriska. A preocupação com o sotaque revela seu desejo de ser aceito e reconhecido como um verdadeiro húngaro.

03 – Como a relação entre o narrador e Kriska é influenciada pela questão da linguagem?

      A questão da linguagem cria um jogo de sedução e poder entre o narrador e Kriska. Ao fazer piada com o erro do narrador, Kriska demonstra seu domínio da língua e, ao mesmo tempo, o coloca em uma posição de inferioridade. No entanto, essa dinâmica também aproxima o casal, criando momentos de cumplicidade e intimidade.

04 – Qual o papel do humor na crônica?

      O humor é um elemento fundamental na crônica, servindo para criar uma atmosfera leve e divertida. A situação cômica do erro de linguagem e as reações de Kriska proporcionam momentos de descontração e aproximam o leitor da história.

05 – Quais as inseguranças do narrador em relação ao domínio do húngaro?

      O narrador demonstra insegurança em relação ao seu domínio do húngaro, temendo ser descoberto como estrangeiro. Ele se preocupa com o sotaque e com a possibilidade de cometer erros em situações formais, o que revela sua necessidade de aprovação e reconhecimento.

06 – Qual o significado da frase "pouco a pouco, primeiro o nariz, depois uma orelha..."?

      Essa frase, repetida por Kriska, tem um duplo sentido. Inicialmente, ela serve para zombar do erro do narrador, sugerindo que ele está aprendendo o húngaro lentamente e de forma gradual. No entanto, ela também pode ser interpretada como uma metáfora para o processo de aproximação entre o narrador e Kriska, que se conhecem e se apaixonam aos poucos.

07 – Como a crônica "Budapeste" aborda o tema da identidade e do pertencimento?

      A crônica aborda o tema da identidade e do pertencimento através da experiência do narrador em um país estrangeiro. A busca por dominar a língua local e se integrar à cultura húngara revela o desejo do narrador de encontrar um lugar onde se sinta pertencente. No entanto, a crônica também sugere que a identidade é algo complexo e fluido, que não se limita à questão da nacionalidade ou da língua.

 

 

quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

MÚSICA(ATIVIDADES): O VELHO FRANCISCO - CHICO BUARQUE - COM GABARITO

 Música(Atividades):O Velho Francisco

                                   Chico Buarque

Já gozei de boa vida
Tinha até meu bangalô
Cobertor, comida,

roupa lavada

Vida veio e me levou

 

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhA_vnD5z2oYgeH9cD6_YW91MbS-P5ZuJ68ot5qlGqybIauZnQ18UoYwpVHcrDVr4qScVDwO4REwvBxQbjf88bbtUAKzgtVMDPVijDj_If0HBepCxkuYtSpKGTRf4CwyrkNsezVZnCPWz0goQGAwjoub3geWGZSCooNVCr_uMhEQm0DRvR01dxchX8_fSY/s320/CHICO.jpg

Fui eu mesmo alforriado
Pela mão do Imperador
Tive terra, arado,

cavalo e brida
Vida veio e me levou

Hoje é dia de visita
Vem aí meu grande amor
Ela vem toda de brinco
Vem todo domingo
Tem cheiro de flor

Quem me vê, vê nem bagaço
Do que viu, quem me enfrentou
Campeão do mundo

em queda de braço
Vida veio e me levou

Li jornal, bula e prefácio
Que aprendi sem professor
Frequentei palácio

sem fazer feio
Vida veio e me levou

Hoje é dia de visita
Vem aí meu grande amor
Ela vem toda de brinco
Vem todo domingo
Tem cheiro de flor

Eu gerei dezoito filhas
Me tornei navegador
Vice-rei das ilhas

da Caraíba
Vida veio e me levou

Fechei negócio da China
Desbravei o interior
Possuí mina

de prata, jazida
Vida veio e me levou

Hoje é dia de visita
Vem aí meu grande amor
Hoje não deram almoço, né
Acho que o moço

até nem me lavou.

Acho que fui deputado
Acho que tudo acabou
Quase que

já não me lembro de nada
Vida veio e me levou
.

Fonte: LyricFind

Compositores: Francisco Buarque De Hollanda

Letra de O velho Francisco © Universal Music Publishing Group

 

Entendendo o texto

01. Na canção há uma ambivalência que oscila entre o humano e o geográfico. Qual é a dualidade encontrada no título “O Velho Francisco”?

O idoso e o rio.

02.  Nesse poema narrativo, manifesta-se em 1ª pessoa um idoso supostamente internado num asilo. Cite alguns versos que confirma.

“Hoje é dia de visita”/”Hoje não me deram almoço, né”/e a venerada existência do Rio São Francisco “Desbravei o interior/ Possui mina / De prata, jazida”.

03. Que tem em comum o idoso e o rio?

Ambos têm na memória um passado.

04. Explique a linguagem do texto.

É reveladora da simplicidade do Velho Francisco (“Ela vem toda de brinco”; “Quem me vê, vê num bagaço”).

        05. Qual é o sentimento expresso na música "O Velho Francisco" de Chico Buarque?

              a) Alegria.

              b) Tristeza.

              c) Nostalgia.

              d) Raiva.

        06. O que o narrador da música tinha no passado, mas foi perdendo ao longo da vida?

             a) Amigos.

             b) Riqueza material.

             c) Saúde.

             d) Amor.

        07. Qual é o evento que acontece regularmente na vida do narrador, trazendo-lhe alegria?

             a) Aniversário.

             b) Natal.

             c) Dia de visita do seu grande amor.

             d) Festa de carnaval.

       08. O narrador menciona que hoje não deram almoço. O que isso sugere sobre sua situação?

             a) Ele está em um asilo.

             b) Ele está em um hospital.

             c) Ele está esquecido pelos cuidadores.

             d) Ele está enfrentando dificuldades financeiras.

      09. Quais são algumas das realizações que o narrador menciona ter tido ao longo da vida?

             a) Ser campeão do mundo em queda de braço e fechar negócio na China.

             b) Ser professor e escrever um prefácio.

             c) Ser imperador e ter uma mina de ouro.

             d) Ser presidente e liderar uma revolução.

 

sábado, 14 de maio de 2022

MÚSICA(ATIVIDADES): O QUE SERÁ (À FLOR DA PELE) - MILTON NASCIMENTO/CHICO BUARQUE - COM GABARITO

 Música(Atividades): O Que Será (À Flor da Pele)

                                      Milton Nascimento

O que será que me dá

Que me bole por dentro, será que me dá
Que brota à flor da pele, será que me dá
E que me sobe às faces e me faz corar
E que me salta aos olhos a me atraiçoar
E que me aperta o peito e me faz confessar
O que não tem mais jeito de dissimular
E que nem é direito ninguém recusar
E que me faz mendigo, me faz suplicar
O que não tem medida, nem nunca terá
O que não tem remédio, nem nunca terá
O que não tem receita

O que será que será
Que dá dentro da gente e que não devia
Que desacata a gente, que é revelia
Que é feito uma aguardente que não sacia
Que é feito estar doente de uma folia
Que nem dez mandamentos vão conciliar
Nem todos os unguentos vão aliviar
Nem todos os quebrantos, toda alquimia
E nem todos os santos, será que será
O que não tem descanso, nem nunca terá
O que não tem cansaço, nem nunca terá
O que não tem limite

O que será que me dá
Que me queima por dentro, será que me dá
Que me perturba o sono, será que me dá
Que todos os tremores me vêm agitar
Que todos os ardores me vêm atiçar
Que todos os suores me vêm encharcar
Que todos os meus nervos estão a rogar
Que todos os meus órgãos estão a clamar
E uma aflição medonha me faz implorar
O que não tem vergonha, nem nunca terá
O que não tem governo, nem nunca terá
O que não tem juízo.

                   HOLLANDA, Chico Buarque de. Chico Buarque – Letra e música. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.

Fonte: Livro – Viva Português 2° – Ensino médio – Língua portuguesa – 1ª edição 1ª impressão – São Paulo – 2011. Ed. Ática. p. 60-2.

Entendendo a música:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Alquimia: a química da Idade Média, que buscava o remédio contra todos os males físicos e morais e a pedra filosofal, que transformaria os metais em ouro.

·        Dissimular: disfarçar.

·      Quebranto: segundo a crendice popular, efeito maléfico que o olhar ou a atitude de uma pessoa produz em outra.

·        Revelia: rebeldia; teimosia.

·        Unguento: medicamento de uso externo à base de gordura.

02 – Diante das sensações que o envolvem, o eu lírico dessa letra fica confuso, surpreso, mas não consegue atribuir nome a seu sentimento. Relacione essa afirmação ao título da canção.

      Mesmo sem o ponto de interrogação, é possível que o título “O que será” seja uma pergunta; o próprio eu lírico desejaria saber o que ele tem. Entre parênteses, portanto, está uma das chaves para a compreensão da letra, “À flor da pele”, indicando que, seja qual for a causa perturbadora, as manifestações seriam sensações físicas.

03 – Releia os versos das linhas 1 a 7 e responda às questões abaixo:

a)   Pode-se afirmar que nesses versos há uma gradação de sentimentos? Explique.

Sim, trata-se de uma gradação. A sensação é percebida primeiro internamente (“por dentro”), depois da pele, no rosto, nos olhos e na fala, ficando, assim, cada vez mais evidente, impossível de disfarçar.

b)   Como se pode descrever o sentimento do eu lírico? Ele controla com facilidade o que sente?

O eu lírico não tem controle sobre o sentimento que o invade, que é praticamente autônomo.

04 – A descrição de sensações feita pelo eu lírico nos versos dados na atividade 3, permite uma hipótese de resposta à pergunta “O que será?”

a)   O que está provocando todas essas sensações no eu lírico seria, aparentemente ............

·        Uma doença contagiosa.

·        Uma paixão amorosa.

·        Um segredo que ele não consegue esconder.

b)   Pensando na resposta dada ao item a, explique com suas palavras os cinco últimos versos da primeira estrofe.

Resposta pessoal do aluno.

05 – A resposta ao item b, da questão 3, pode ser confirmada por versos da segunda estrofe. Quais?

      “Que dá dentro da gente e que não devia / Que desacata a gente, que é revelia.”

06 – Releia os versos 16 a 18. Eles revelam que o sentimento do eu lírico é ........

a)   Contraditório e insaciável.

b)   Carnavalesco.

c)   Insatisfeito e religioso.

07 – Releia os versos 19 e 20. Esses versos da segunda estrofe retomam um da primeira, tornando-o mais concreto. Copie esse verso no caderno.

      “O que não tem remédio, nem nunca terá”.

08 – O verso identificado na atividade anterior permite comparar o estado em que se encontra o eu lírico a uma doença. Copie as palavras da segunda e da terceira estrofe que confirmem essa afirmação.

      Na segunda estofe: doente, unguentos, quebrantos, alquimia, santos. Na terceira estrofe: tremores, agitar, ardores, atiçar, suores, encharcar.

09 – A ideia de que o sentimento do eu lírico é algo que ele não pode controlar, se repete em alguns versos. Copie-os.

      “O que não tem medida, nem nunca terá”, “O que não tem limite”, “O que não tem governo, nem nunca terá”.

10 – Entre as propostas a seguir, apenas uma não serve como recurso para determinar o sentimento do eu lírico. Complete a frase no caderno, fazendo adaptações, conforme necessário.

O sentimento que transforma o eu lírico em “O que será (À flor da pele)”, de Chico Buarque, mesmo sem ser nomeado em nenhum momento, é percebido por meio dos seguintes recursos:

a)   O eu lírico descreve as sensações que um sentimento, que pode ser a paixão, lhe provoca.

b)  Certas ideias importantes para a compreensão do sentido do texto são repetidas de diferentes maneiras ao longo das estrofes.

c)   Empregam-se palavras do campo semântico da doença a fim de expressar as sensações físicas do eu lírico.

d)   Empregam-se palavras relacionadas à suavidade e à doçura para expressar a felicidade do amor correspondido

e)   A ideia da ausência de controle do eu lírico sobre suas sensações é reiterada.

 

 

MÚSICA(ATIVIDADES): BEATRIZ - CHICO BUARQUE - COM GABARITO

 Música(Atividades): Beatriz

                                     Chico Buarque

Olha
Será que ela é moça
Será que ela é triste
Será que é o contrário
Será que é pintura
O rosto da atriz.

Se ela dança no sétimo céu
Se ela acredita que é outro país
E se ela só decora o seu papel
E se eu pudesse entrar na sua vida.

Olha
Será que é de louça
Será que é de éter
Será que é loucura
Será que é cenário
A casa da atriz.
Se ela mora num arranha-céu
E se as paredes são feitas de giz
E se ela chora num quarto de hotel
E se eu pudesse entrar na sua vida.

Sim, me leva pra sempre, Beatriz
Me ensina a não andar com os pés no chão
Para sempre é sempre por um triz
Aí, diz quantos desastres tem na minha mão
Diz se é perigoso a gente ser feliz.

Olha
Será que é uma estrela
Será que é mentira
Será que é comédia
Será que é divina
A vida da atriz.
Se ela um dia despencar do céu
E se os pagantes exigirem bis
E se o arcanjo passar o chapéu
E se eu pudesse entrar na sua vida.

Edu Lobo / Chico Buarque de Hollanda. O grande circo místico, Marola, 1983.

Fonte: Livro – Viva Português 2° – Ensino médio – Língua portuguesa – 1ª edição 1ª impressão – São Paulo – 2011. Ed. Ática. p. 239-240.

Entendendo a música:

01 – Essa letra mostra que a ideia de mulher inatingível, presente nas cantigas medievais, volta à tona em produções de outras épocas, como no Romantismo, no Simbolismo e nas canções populares da atualidade. Observe a seleção lexical usada pelo compositor para falar da mulher amada e escreva no caderno:

a)   As expressões da canção que, além de se referirem à essência da amada (o que ela é), indicam também dificuldades que impediriam o eu lírico de alcançar o seu amor.

“Será que é pintura”; “Será que é de louça”; “Será que é de éter”; “Será que é estrela”; “Será que é mentira”; “Será que é divina”.

b)   As palavras ou expressões que se referem a lugares inatingíveis possivelmente frequentados pela amada ou imaginados pelo eu lírico.

Sétimo céu, cenário, arranha-céu, paredes de giz, céu.

02 – A amada em alguns momentos torna-se mais humana, isto é, mais próxima de um ser humano comum. Observe a seleção lexical usada em torno da mulher amada e escreva:

a)   Palavras ou expressões que se referem à essência da amada, mas indicando ser ela igual a qualquer outra mulher.

“Será que ela é moça”; “Será que ela é triste”.

b)   Palavras ou expressões que se referem a lugares reais frequentados por essa mulher.

Quarto de hotel, arranha-céu, casa, cenário.

03 – Nessa letra de música, a repetição de palavras e de fonemas é um fator importante para a construção do ritmo. Podemos notar, por exemplo, que a própria construção das estrofes tem uma forma muito semelhante, repetida.

a)   Copie no caderno as palavras ou expressões do início dos versos que se repetem ao longo do texto.

“Olha”; “Será que”; “Se ela”; “E se”.

b)   Observe e copie os pares ou grupos de palavras que formam as rimas, encontradas tanto nos versos do interior de uma estrofe, como entre uma estrofe e outra.

Moça/louça, contrário/cenário, pintura/loucura, chão/mão, céu/arranha-céu/papel/hotel/chapéu, atriz/país/giz/Beatriz/triz/feliz/bis.

c)   A vogal i assume uma importância maior na penúltima e, principalmente, na última estrofe desse texto. Escreva no caderno as palavras que, por terem essa vogal na sílaba tônica, são responsáveis por enfatizar a assonância nas duas últimas estrofes.

Beatriz, ensina, triz, diz, minha, feliz, mentira, divina, vida, atriz, dia, bis.

d)   Identifique e copie no caderno alguns fonemas consonantais que se repetem no texto. Escreva também as palavras responsáveis por essa aliteração. Lembre-se: pode haver mais de um som correspondente a uma mesma letra ou mais de uma letra correspondente ao mesmo som.

Som/sl: será, moça, triste, atriz, sétimo, céu, país, só, se, pudesse, cenário, giz, Beatriz, ensina, triz, diz, feliz, etc.

Som/pl: pintura, papel, pudesse, paredes, pés, perigoso, despencar, pagantes, chapéu, passar, etc.

Grupo consonantal/-tr: triste, contrário, atriz, entrar, Beatriz, triz, desastre.

04 – Em relação ao aspecto temático, compare os últimos versos da letra de música analisada com os seguintes versos do poema “Acrobata da dor”, de Cruz e Sousa:

        Pedem-te bis e um bis não se despreza!

        Vamos! Retesa os músculos, retesa

        Nessas macabras piruetas d’aço...

Releia os versos da canção Beatriz:

        Se ela um dia despencar do céu
        E se os pagantes exigirem bis
        E se o arcanjo passar o chapéu
        E se eu pudesse entrar na sua vida.

O que há em comum entre o bis pedido no poema “Acrobata da dor” e o bis pedido na canção Beatriz?

      Ambos são pedidos de repetição de uma situação desconfortável, humilhante, de dor.

05 – Complete a frase a seguir no caderno:

        Esse fato traduz indiretamente a visão que cada eu lírico tem do sentimento retratado nos versos e da forma como algumas pessoas são capazes de recepcionar esse sentimento. Para essas pessoas, a dor pode ser vista como .....................

·        Sofrimento.

·        Alegria.

·        Prazer.

·        Espetáculo.

·        Doença.

06 – Para o eu lírico da canção “Beatriz” o pedido de bis feito pelos pagantes à sua amada transforma-se em uma oportunidade. Que oportunidade é essa? Explique sua resposta.

      A oportunidade de entrar na vida da atriz. Esse final pode indicar que, mesmo numa situação em que a amada acaba se tornando mais humana, ele ainda desejaria fazer parte da sua vida.

 

 

 

domingo, 10 de outubro de 2021

MÚSICA(ATIVIDADES): HISTÓRIA DE UMA GATA - CHICO BUARQUE/MIUCHA - COM GABARITO

 MÚSICA(ATIVIDADES): HISTÓRIA DE UMA GATA      

      Chico Buarque/Miucha

Me alimentaram
Me acariciaram
Me aliciaram
Me acostumaram

O meu mundo era o apartamento
Detefon, almofada e trato
Todo dia filé-mignon
Ou mesmo um bom filé... de gato
Me diziam, todo momento
Fique em casa, não tome vento
Mas é duro ficar na sua
Quando à luz da lua
Tantos gatos pela rua
Toda a noite vão cantando assim

Nós, gatos, já nascemos pobres
Porém, já nascemos livres
Senhor, senhora ou senhorio
Felino, não reconhecerás

De manhã eu voltei pra casa
Fui barrada na portaria
Sem filé e sem almofada
Por causa da cantoria
Mas agora o meu dia-a-dia
É no meio da gataria
Pela rua virando lata
Eu sou mais eu, mais gata
Numa louca serenata
Que de noite sai cantando assim

Nós, gatos, já nascemos pobres
Porém, já nascemos livres
Senhor, senhora ou senhorio
Felino, não reconhecerás

 

Fonte: Musixmatch

Compositores: Francisco Buarque De Hollanda / Sergio Bardotti / Luis Enriquez Bacalov

Letra de História de uma gata © Fonit Cetra Music Publishing Srl

Entendendo a canção

1)   Do que fala o texto?

Conta a história de uma gata.

2)   Como a gata era tratada, no início?

Era alimentada, acariciada, aliciada.

3)   Depois que a gata saiu de casa, qual a sanção (castigo) que ela recebeu?

Foi barrada na portaria, sem filé e sem almofada.

4)   Na linha 23 do texto, a palavra mas introduz uma ideia positiva ou negativa? Justifique.

Esse “Mas” introduz uma ideia positiva, porque agora o  dia-a-dia dela é  no meio da gataria, pela rua virando lata, ela é mais gata.

5)   O texto da gata diz que a liberdade não pode ser negociada. Você concorda com isso?

Resposta pessoal.

 

segunda-feira, 30 de novembro de 2020

MÚSICA(ATIVIDADES): GOTA D'ÁGUA - CHICO BUARQUE & PAULO PONTES - COM GABARITO

 MÚSICA(ATIVIDADES): Gota d’Água

                   Chico Buarque & Paulo Pontes

Já lhe dei meu corpo

Minha alegria
Já estanquei meu sangue
Quando fervia
Olha a voz que me resta
Olha a veia que salta
Olha a gota que falta
Pro desfecho da festa
Por favor…

Deixe em paz meu coração
Que ele é um pote até aqui de mágoa
E qualquer desatenção, faça não
Pode ser a gota d’água…(2x)

Já lhe dei meu corpo
Minha alegria
Já estanquei meu sangue
Quando fervia
Olha a voz que me resta
Olha a veia que salta
Olha a gota que falta
Pro desfecho da festa
Por favor…

Deixe em paz meu coração
Que ele é um pote até aqui de mágoa
E qualquer desatenção, faça não
Pode ser a gota d’água
Pode ser a gota d’água
Pode ser a gota d’água….

ENTENDENDO A CANÇÃO

1)   “Gota d’água” é uma canção que conta uma história de amor. Essa letra retrata que sentimento?

O estado de limite da paciência do eu lírico que, embora fiel, é tratado com desprezo. No momento em que fala, está por um triz, pronto a explodir, a dar um desfecho “a festa”.

2)   Nos versos:

“Olha a voz que me resta

Olha a veia que salta

Olha a gota que falta...”.

Que  figura de linguagem há?

A figura de linguagem é anáfora (repetição da mesma palavra, no início de cada frase).

3)   Em que versos o eu lírico declara que não quer mais ver sua amada?

“Por favor

Deixe em paz meu coração

Que ele é um pote até aqui de mágoa”.

4)   Que tema é abordado nessa canção?

Aborda o fim de um relacionamento com muita mágoa.