Mostrando postagens com marcador FÁBULA. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador FÁBULA. Mostrar todas as postagens

sábado, 21 de setembro de 2024

FÁBULA: AS REALIDADES - LOUIS ARAGON - COM GABARITO

 Fábula: As Realidades

             Louis Aragon.

Era uma vez uma realidade

com suas ovelhas de lã real

a filha do rei passou por ali

E as ovelhas baliam que linda que está

A re a re a realidade.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9aPoHv10arvJgAPwEfeqHmtwgw30n2Amk6sPAivjk8s_MHTxMfEQs0AKI-I6JCwcua3Kco7x16LwvMxVHJ0uP2wtCqJW22DFSgR-CTk2yxWBKHsqupOnLvfcNqlG6Ad2rOx23PJVH2cx2a3DUb83kzps0oytHFr_icEGciycerHjJl-RxwKul0E2b_Dk/s320/LA.jpg


 

Na noite era uma vez

uma realidade que sofria de insônia

Então chegava a madrinha fada

E realmente levava-a pela mão

a re a re a realidade.

 

No trono havia uma vez

um velho rei que se aborrecia

e pela noite perdia o seu manto

e por rainha puseram-lhe ao lado

a re a re a realidade

 

CAUDA: dade dade a reali

dade dade a realidade

A real a real

idade idade dá a reali

ali

a re a realidade

era uma vez a REALIDADE.

Louis Aragon.

Fonte: livro Língua e Literatura – Faraco & Moura – vol. 3 – 2º grau – Edição reformulada 9ª edição – Editora Ática – São Paulo – SP. p. 51.

Entendendo a fábula:

01 – Qual a principal característica da realidade apresentada no início da fábula?

      A principal característica da realidade no início da fábula é a sua natureza idealizada e quase mágica. As ovelhas baliam elogiando a beleza da filha do rei, criando uma atmosfera irreal e quase onírica.

02 – Que papel a madrinha fada desempenha na vida da realidade que sofre de insônia?

      A madrinha fada atua como uma figura salvadora e confortante na vida da realidade insone. Ela a leva pela mão, sugerindo um gesto de carinho e proteção, aliviando assim o sofrimento da realidade.

03 – Qual a função da realidade no trono, ao lado do velho rei?

      A realidade, ao lado do velho rei, parece servir como uma companhia e um conforto. Ela é colocada como rainha, indicando uma posição de destaque e importância, mesmo que o rei esteja aborrecido.

04 – Qual o efeito da repetição da palavra "realidade" no poema?

      A repetição constante da palavra "realidade" cria um ritmo hipnótico e enfatiza a centralidade do tema. Ao mesmo tempo, a repetição pode gerar um efeito de estranhamento, questionando a própria natureza da realidade.

05 – Qual a possível interpretação da "cauda" do poema?

      A "cauda" do poema, com a repetição frenética da palavra "realidade", pode ser interpretada como uma espécie de mantra ou incantatório, reforçando a ideia de que a realidade é uma construção constante e multifacetada. A repetição também pode sugerir uma sensação de vertigem ou de perda de controle diante da complexidade da realidade.

 

quinta-feira, 12 de setembro de 2024

FÁBULA: OS DOIS AMIGUINHOS - ESOPO - COM GABARITO

 Fábula: Os dois amiguinhos 

        Uma vez uma garça adotou um filhote de tigre órfão e criou o bebê junto com seu próprio filho. Os dois viraram grandes amigos, e todo dia faziam a maior bagunça, sem jamais brigar. 

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDLwfXMFx9NDbfQKg3EYJXP0mB165Y1N3hcO4uLcR7Id1sR04SWjCuKf7m3c4wUYGDXta4TvogroXG0vIGEZrqp_NbAbHKqIJSsZ4rNNYDmW7a_g4SEIWUgfRfkNlw2ng_Lh9ELxSDFcNnpZPjTl2DvkimMfGCwVMrsGz2h693T82bp1hM-8c58Xo-_Bo/s1600/AMIGO.jpg


Na realidade, eram as crianças mais boazinhas do mundo. Um dia apareceu outra garça que era uma encrenqueira; essa garça tratou muito mal o bebê garça. O bebê garça pediu socorro, e o tigre veio correndo: num instante engoliu a encrenqueira. Só ficou um ossinho e um punhado de penas para contar a história. O tigre, que tinha sido criado num regime vegetariano, achou aquela comida diferente uma maravilha. Lambendo os bigodes, piscou o olho e disse:

        – Eu te adoro, minha pequena garça!

        E zás, lá se foi sua companheira de brincadeiras servir de sobremesa para o piquenique improvisado.

        Moral: Nada elimina o que a natureza determina.

Fábulas de Esopo. Compilação de Russel Ash e Bernard Higton. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1994. p. 44.

Fonte: Livro – Português: Linguagens, 6º ano. William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. 7ª edição reformulada – São Paulo: ed. Saraiva, 2012. p. 17.

Entendendo a fábula:

01 – Qual é o enredo principal da fábula "Os dois amiguinhos"?

      A fábula conta a história de uma garça que adota um filhote de tigre órfão, que se torna grande amigo do filho da garça. Apesar de serem inseparáveis, a natureza do tigre prevalece quando ele, instintivamente, come tanto uma garça encrenqueira quanto seu próprio amigo.

02 – Por que o tigre engoliu a garça encrenqueira?

      O tigre, criado de forma vegetariana, correu para socorrer seu amigo e, seguindo seus instintos, devorou a garça encrenqueira sem perceber que estava matando outro ser.

03 – O que acontece após o tigre comer a garça encrenqueira?

      O tigre, depois de provar carne pela primeira vez, se encanta com o sabor e, instintivamente, come também seu amigo garça, apesar de terem sido companheiros de brincadeiras por muito tempo.

04 – Qual é a moral da fábula?

      A moral da fábula é que "Nada elimina o que a natureza determina", ressaltando que, mesmo criado de maneira diferente, o tigre não pode fugir de seus instintos naturais de predador.

05 – O que a relação entre o tigre e a garça nos ensina sobre amizade e instintos?

      A fábula ensina que, apesar da amizade entre espécies diferentes, os instintos naturais podem prevalecer sobre os vínculos criados, mostrando os limites da adaptação e da convivência.

 

domingo, 9 de junho de 2024

FÁBULA: O RATINHO, O GATO E O GALO - MONTEIRO LOBATO - COM GABARITO

 Fábula: O ratinho, o gato e o galo

             Monteiro Lobato

        Certa manhã, um ratinho saiu do buraco pela primeira vez. Queria conhecer o mundo e travar relações com tanta coisa bonita de que falavam seus amigos. Admirou a luz do sol, o verdor das árvores, a correnteza dos ribeirões, a habitação dos homens. E acabou penetrando no quintal duma casa da roça. 

        — Sim, senhor! É interessante isto! 

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2t5faCLLMfRudmUhkyhZIHAAbc3Y81Ks32jeO3YZ3QGBOmXaFAPlkf27Sn3BGV9oHAW2lCGC1_kPPj5SI8NU7rP86X7pjrqdxHgt2zOLFGTTDuGbtyGYd3n8BI-XXfLOYU_wt2bppxloiu9rPC9D-ZtcsUmlp2CWPj4FBiZYQtVDK4JLdMV_Ne0Qa6CM/s320/GALO.jpg 


        Examinou tudo minuciosamente, farejou a tulha de milho e a estrebaria. Em seguida, notou no terreiro um certo animal de belo pelo, que dormia sossegado ao sol. Aproximou-se dele e farejou-o, sem receio nenhum. Nisto, aparece um galo, que bate as asas e canta. O ratinho, por um triz, não morreu de susto.                

        Arrepiou-se todo e disparou como um raio para a toca. Lá contou à  mamãe as aventuras do passeio. 

        — Observei muita coisa interessante — disse ele. — Mas nada me impressionou tanto como dois animais que vi no terreiro. Um de pelo   macio e ar bondoso, seduziu-me logo. Devia ser um desses bons amigos da nossa gente, e lamentei que estivesse a dormir impedindo-me de cumprimentá-lo. O outro… Ai, que ainda me bate o coração! O outro era um bicho feroz, de penas amarelas, bico pontudo, crista vermelha e aspecto ameaçador. Bateu as asas barulhentamente, abriu o bico e soltou um có-ri-có-có tamanho, que quase caí de costas. Fugi. Fugi com quantas pernas tinha, percebendo que devia ser o famoso gato, que tamanha destruição faz no nosso povo. 

        A mamãe rata assustou-se e disse: 

        — Como te enganas, meu filho! O bicho de pelo macio e ar bondoso é que é o terrível gato. O outro, barulhento e espaventado, de olhar feroz e crista rubra, filhinho, é o galo, uma ave que nunca nos fez mal. As aparências enganam. Aproveita, pois, a lição e fica sabendo que:

        Moral da história: Quem vê cara não vê coração

Monteiro Lobato. “O ratinho, o gato e o galo”. In: BRASIL. Contos tradicionais, fábulas, lendas e mitos. Brasília: MEC, 2000, p. 97. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me001614.pdf. Acesso em: 8 fev. 2021.

Fonte: Maxi: Séries Finais. Caderno 2. Língua Portuguesa – 6º ano. 1.ed. São Paulo: Somos Sistemas de Ensino, 2021. Ensino Fundamental 2. p. 27-28.

Entendendo a fábula:

01 – De acordo com a fábula, qual o significado das palavras abaixo:

·        Estrebaria: local onde ficam os cavalos.

·        Minuciosamente: feito de modo minucioso, com muito cuidado e atenção.

·        Ribeirões: plural de ribeirão, curso de água menor que um rio.

·        Tulha: monte de grãos.

02 – Qual era o desejo do ratinho?

      O ratinho desejava conhecer o mundo e estabelecer relações com muitas coisas bonitas.

03 – Onde o ratinho encontrou o galo e o gato?

      No quintal de uma casa na roça.

04 – De que forma o gato é descrito pelo ratinho?

      O gato é descrito como um animal de belo pelo macio e ar bondoso.

05 – Essa descrição apresenta características positivas ou negativas do gato?

      A descrição apresenta características positivas do gato.

06 – De que forma o galo é descrito pelo ratinho?

      O galo é descrito como um bicho feroz, de bico pontudo e aspecto ameaçador.

07 – Essa descrição apresenta características positivas ou negativas do galo?

      A descrição apresenta características negativas do galo.

08 – O ratinho estava correto em relação às suas observações sobre o gato e o galo?

      Não, pois o ratinho pensou que o galo fosse o animal que ameaçava os ratos, e não o gato.

09 – Qual foi a lição ensinada pela mamãe rata?

      A mamãe rata ensinou que as aparências enganam, pois quem vê cara não vê coração.

 

FÁBULA: O LEÃO E O RATO - ESOPO - COM GABARITO

 Fábula: O leão e o rato

             ESOPO

        Na floresta, havia um rato muito pequeno e também muito medroso que tinha medo de tudo. Se uma folha caísse no chão, já era motivo para que ele se escondesse entre os galhos da primeira árvore que encontrasse.

        Sabendo da fraqueza do rato, os outros animais se divertiam, seguindo-o para, então, assustá-lo. É claro que o rato não gostava nada daquilo, mas não conseguia fazê-los parar, por mais que insistisse.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGiPmMh8I9YBRAo3QUTHSfTQsV90MJZXW7uY8RfhmxR_GFS6tpqws9J5tHBVR5OZ74YVSRe17qv-vvRbuETObUJGkVXldEFmyVJSyijCQeFpWOmre_Ur1OAdyZuS-HdzyAp5lj9-mEJVwmCeVxcOlqzwkAnjsug_3LMm0DyQSlqLoi5ABNq_EX2BoKEVM/s320/LEAO.jpg


        Um dia, como em outras vezes, o rato percebeu que estava sendo seguido. Mais à frente, ele notou a presença do leão que dormia. Foi então que ele imaginou que, se talvez subisse nas costas do leão, os animais poderiam entender naquele ato uma demonstração de coragem. Desse modo, quem sabe, parariam de assustá-lo, achando que, enfim, ele se tornara corajoso.

        Com passos miúdos, o rato foi se aproximando do leão, subindo pela cauda até que conseguiu alcançar suas costas. Animado com a façanha, o rato seguiu até o topo da cabeça, acabando por se enroscar na juba do leão, que, nesse momento, acordou.

        O rato caiu de lá de cima, ficando de frente para o leão, que o encarava e rugia alto. Os animais, que acompanhavam atentos ao que estava acontecendo, trataram de se esconder em meio ao arvoredo.

        -- O que você pensa que está fazendo? – perguntou, furioso, o leão.

        -- Na-na-na-da. Eu só estava... – gaguejou o rato.

        -- Como ousa me acordar do meu sono? Vou comê-lo para que nunca mais venha a me perturbar!

        -- Por favor, não me faça mal. Quem sabe se o senhor me deixar ir embora eu possa, um dia, retribuir o seu gesto.

        -- Você retribuir algo para mim? – perguntou o leão que ria muito do que lhe dissera o rato. – Vá embora, figurinha insignificante, e não volte a perturbar o meu sono!

        Nesse momento, o rato tratou de correr, seguido na corrida pelos outros animais.

        Passado algum tempo, o leão perambulava pela floresta quando, de repente, caiu em uma armadilha feita de grossas cordas deixadas ali por uns caçadores. Ele se movimentava com força e rugia, mas não conseguia escapar. O rato, que estava por perto, ouviu seus rugidos e foi conferir o que estava acontecendo. Ao chegar próximo do leão preso, ele subiu ao topo da armadilha e começou a roer as cordas, que foram se rompendo. Desse modo, conseguiu libertar o leão que, espantado, agradeceu pelo feito do rato.

        -- Eu lhe disse que um dia poderia retribuir sua gentileza de me deixar ir embora – disse o rato ao leão.

        Contam que, hoje, leão e rato são bons amigos.

        Moral da história: uma atitude legal é retribuída com outra atitude legal.

ESOPS. O leão e o rato. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ea000378.pdf. Acesso em: 3 jun. 2021.

Fonte: Maxi: Séries Finais. Caderno 2. Língua Portuguesa – 6º ano. 1.ed. São Paulo: Somos Sistemas de Ensino, 2021. Ensino Fundamental 2. p. 02-04.

Entendendo a fábula:

01 – De acordo com a fábula, o que significa “arvoredo”?

      Conjunto de árvores de um determinado lugar.

02 – Quais são os personagens principais da fábula?

      Os personagens principais são o leão e o rato.

03 – Onde se passa a narrativa?

      A narrativa se passa na floresta.

04 – Qual é a principal característica do rato citada no texto?

      O fato de ele ser medroso.

05 – Das características abaixo, qual você escolheria para descrever o rato e a atitude que ele toma no final da fábula. Justifique suas escolhas.

          Medroso – corajoso – leal – digno – indiferente – solidário.

      Resposta pessoal do aluno.

06 – O rato subiu no leão para que os outros achassem que ele havia se tornado corajoso. Em sua opinião, as pessoas fazem coisas somente para demonstrar algo a outras pessoas? Explique a sua resposta.

      Resposta pessoal do aluno.

07 – Releia o seguinte trecho do texto. Depois, faça o que se pede.

        “– Vá embora, figurinha insignificante, e não volte a perturbar o meu sono!”. Utilizando o dicionário, se necessário, qual o significado da palavra em destaque?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestões: muito pequeno, minúsculo, sem importância, sem valor, etc.

08 – Como você explica a moral da história em situações da vida real?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: A mensagem de que uma ação positiva gera outra ação positiva, além da solidariedade e cooperação entre as pessoas envolvidas nesse movimento de troca.

     

 

FÁBULA: A FORMIGA MARIA E A CIGARRA CIDA - ARNALDO JUNIOR - COM GABARITO

 Fábula: A Formiga Maria e a Cigarra Cida

             Arnaldo Junior

        -- Você cantou, agora dance!

        Dizendo isso, a Formiga bateu a porta na cara da Cigarra, deixando-a ao relento em uma noite fria e chuvosa. Assim terminava a história da Cigarra e da Formiga que todo mundo conhece ou pelo menos já ouviu falar. Só que não. A história continuou. Leia o que aconteceu depois daquela noite.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4II1KFdcCcfzDMFhLZYU6uWB7t12hYvM-5yjg_f9x8dAUX_u6wKwEX1AlOo3NKjKYGt4_IAFHrEypSAOlFHxfVrcllzWtnyVeYc7psb6SHg09ku5A8pFSBY3po-_Q30UEUiYW8jiS9e2vx2mZ1Wcvja1KPanwwOEDoKKOxvU45uwGHGZnLVH9kEsDT8U/s320/CigarraFormiga-1280x720.jpg


        Maria Formiga voltou ao seu trabalho, operária que era, na fábrica de doces dietéticos do formigueiro e nunca mais ouviu falar de Cida Cigarra. Maria Formiga trabalhava duro, ganhava pouco e, para dar conta das contas, fazia muita hora extra, que era o trabalho feito fora das horas normais de serviço. A fábrica ia de vento em popa e nunca faltava trabalho.

        Foi então que veio a crise: um vírus surgido sabe-se onde, espalhou muita doença entre os insetos, obrigando os bichinhos a não saírem de suas tocas por muito tempo. Desanimados, os insetos pararam de fazer uma porção de coisas, inclusive dietas. As vendas da fábrica de doces dietéticos do formigueiro despencaram e Maria Formiga perdeu seu emprego, ficando sem condições de se sustentar.

        Sem nada para fazer, Maria Formiga passava os dias na internet. Foi quando ela se deparou com uma “live” que diziam ser o maior sucesso. Ao abrir o canal, Maria Formiga quase teve uma síncope! Passado o susto dessa palavra difícil, ela viu com mais calma que a estrela da tal “live” era justamente Cida Cigarra, sua velha conhecida. Desesperada, Maria Formiga resolveu arriscar. Encheu-se de coragem, engoliu seu orgulho e foi até a casa de Cida Cigarra.

        Maria Formiga apertou a campainha, mas lembrando de como ela tratara a sua antiga amiga, já ia mudando de ideia. Foi quando Cida Cigarra, olhando pela janela, gritou:

        -- Maria Formiga, minha amiga! Há quanto tempo, heim! Entra, por favor. Em que posso ajuda-la?

        Maria Formiga, envergonhada, contou sua história para Cida Cigarra.

        -- Qual nada, Maria Formiga. Sou muito grata a você. Se não fosse seu conselho, talvez hoje eu não fizesse tanto sucesso.

        -- Como assim? – perguntou Maria Formiga, espantada.

        -- Ora, você não se lembra? Você me aconselhou a aprender a dançar. Entrei numa academia de dança e a partir daí, meus shows ficaram muito melhores e virei esse sucesso todo. Por falar nisso, estou mesmo precisando de alguém para me ajudar a cuidar da logística dos meus shows.

        -- Mas eu não entendo nada de loja, Cida Cigarra.

        -- Não é nada disso, parceirinha! – disse Cida Cigarra dando uma piscadinha. – Logística é a parte do trabalho pesado, do planejamento e administração. É a parte que faz o show acontecer. E eu tenho feito tudo sozinha. Quase nem sobra tempo para ensaiar e melhorar ainda mais as minhas músicas. Então... topas?

        Mas é claro que Maria Formiga topou na hora, além de ter aprendido várias lições naquele dia. E não é que Maria Formiga, além de ajudar na logística, ainda se tornou DJ de Cida Cigarra? Hoje elas se apresentam em dupla pelas festas de todos os jardins da cidade com o nome de CiBuzzer & Mary. E estão fazendo aquele sucesso!

        Moral da história: Diante da adversidade, arrisque-se a mudar: use a criatividade.

JUNIOR, Arnaldo.

Fonte: Maxi: Séries Finais. Caderno 2. Língua Portuguesa – 6º ano. 1.ed. São Paulo: Somos Sistemas de Ensino, 2021. Ensino Fundamental 2. p. 23-25.

Entendendo a fábula:

01 – De acordo com a fábula, qual o significado da palavra “síncope”?

      O mesmo que desmaio.

02 – De que forma começa a história da Formiga Maria e da Cigarra Cida?

      A história começa a partir do desfecho da história narrada originalmente na fábula Cigarra e da Formiga, com a Formiga recusando-se a abrigar a Cigarra no inverno.

03 – No início da narrativa, a Formiga Maria ajudou a Cigarra Cida? Justifique sua resposta.

      Não. No início da história, Maria não ajudou a Cida, uma vez que deixou a Cigarra ao relento em uma noite fria e chuvosa.

04 – Qual era o trabalho da Maria Formiga antes da crise?

      Maria Formiga era uma operária em uma fábrica de doces dietéticos.

05 – Releia o seguinte trecho do texto:

        “Foi então que veio a crise: um vírus surgido sabe-se onde, espalhou muita doença entre os insetos, obrigando os bichinhos a não saírem de suas tocas por muito tempo.”. As histórias ficcionais, como é o caso desse texto, podem ser produzidas com base em fatos da realidade. Esse trecho faz referência a qual acontecimento que de fato ocorreu no “mundo real”? Justifique sua resposta.

      Esse trecho faz referência à pandemia causada pela doença covid-19, uma vez que um “vírus” – isto é, o novo coronavírus – obrigou os animais a não saírem de suas tocas – ou seja , de suas casas. Tal medida da quarentena e de isolamento social foi amplamente divulgada pelas autoridades de saúde durante a pandemia da covid-19.

06 – Como Maria Formiga voltou a ter contato com a Cida Cigarra?

      Maria Formiga assistiu a uma “live” da Cida Cigarra e, a partir desse evento, decidiu ir à casa da amiga para retomar o contato.

07 – Ao se encontrarem, Cida Cigarra demonstrou estar chateada com a Maria Formiga? Justifique sua resposta.

      Cida Cigarra não demonstrou estar chateada com a Maria Formiga, uma vez que disse ser grata ao conselho dado pela amiga.

08 – O texto A Formiga Maria e a Cigarra Cida pode ser considerado uma paródia da fábula A Cigarra e a Formiga? Justifique sua resposta.

      Sim, o texto A Formiga Maria e a Cigarra Cida é uma paródia da fábula A Cigarra e a Formiga. Uma vez que recria o final da história original, dando a ela um caráter cômico.

09 – O trabalho de cantora e de dançarina da Cigarra Cida é valorizado positivamente na nova versão da história? Justifique sua resposta.

      Na nova versão da história, as atividades de canto e de dança realizadas pela Cigarra Cida são valorizadas positivamente, ao contrário do que ocorre na fábula original.

     

 

domingo, 31 de dezembro de 2023

FÁBULA: O BICHO-PREGUIÇA - HENRIQUETA LISBOA - COM GABARITO

 Fábula: O bicho-preguiça

             Henriqueta Lisboa

        Dizem que o gato tem sete fôlegos e que o bicho-preguiça tem sete preguiças.

        Uma vez, uma preguiça estava embaixo de uma embaúba esperando ela florescer. Quando as flores roxas viessem, a preguiça, que é muito gulosa por bananinhas de embaúba, começava a subir. Pensava que, até chegar lá em cima, já as frutas tinham vindo e estavam maduras.

        Então ela foi subindo, subindo. Sete anos se passaram. Sete vezes a embaúba

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsnlm24yJOaYhYtY0lWRt9_5fhbopWh0IXNb9gqa1o0XtMnT2gRxv2qXocjT0WBclyYXzqvzleV5nPo9DGi7bOiFYaJPDwXWcSIiR3wFLdxkIEYVT0HcnFvp9mYZ2a1gilhiRuA2b1JgICbxRheYCeoOWrEpHe0eWhyphenhyphenicxV6PYvgCwVghT2kicJPlOHUg/s320/bicho-preguica.jpg

floresceu e frutificou. Quando a preguiça acabou a viagem e ia comer os frutos, arrebentou o galho, e ela veio para o chão que nem um bolo. Santa paciência! Voltou à árvore e começou a subir, mas sete anos.

        Ainda está lá.

Henriqueta Lisboa. Em: Literatura oral para a infância a juventude: lendas, contos e fábulas populares no Brasil. São Paulo: Petrópolis, 2002.

Fonte: Coleção Desafio Língua Portuguesa – 5° ano – Anos Iniciais do Ensino Fundamental – Roberta Vaiano – 1ª edição – São Paulo, 2021 – Moderna – p. MP131-2.

Entendendo a fábula:

01 – Indique o sujeito dos verbos destacados no texto:

·        Estava: uma preguiça.

·        Viessem: as flores roxas.

·        Passaram: sete anos.

·        Frutificou: a embaúba.

·        Acabou: a preguiça.

·        Veio: ela.

02 – Se o sujeito do verbo estava fosse “a preguiça e o jabuti”, como deveria ser escrita a frase abaixo?

        “Uma vez, uma preguiça estava embaixo de uma embaúba esperando ela florescer.”

      Uma vez, uma preguiça e um jabuti estavam embaixo de uma embaúba esperando ela florescer.

03 – Como ficaria a frase: “Sete anos se passaram” se a preguiça tivesse demorado um ano para subir a árvore?

      Um ano se passou.

04 – Reescreva a frase “Sete vezes a embaúba floresceu e frutificou” considerando que isso tenha ocorrido apenas uma vez.

      Uma vez a embaúba floresceu e frutificou.

·        Houve mudança nos verbos da frase? Explique.

Não. Pois os verbos concordam com o sujeito, que é embaúba, e não com o termo modificado.

 

quinta-feira, 23 de novembro de 2023

FÁBULA: DIREITOS HUMANOS - LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO - COM GABARITO

 Fábula: Direitos Humanos

             Luís Fernando Veríssimo

- Famous Ipanema Beach! Dentro do ônibus, os turistas exclamavam "oh!" com entusiasmo. Ipanema Beach! O motorista, Algemiro, torcedor do Vasco, morador do Vidigal, sacudia a cabeça cada vez que ouvia a pronúncia da guia. Por que "Ipanima"? Era Ipanema com "e". "Ipanimá' era frescura de gringo.

- Vieira Souto Avenue.

- Aveniu dos bacana - completou Algemiro. E, com um certo orgulho:

- Caminho da minha casa.

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhx7Pv7SyTH-ThEUpKHtvOeE4kx7ZYYa39SWPevHf6Nm-fruKrkY28Z6MNrVlUcrenMOeTG4OArXca_LHgPusX6bzVJx_Uq5uXcs2SDdB8ApiyXr5v-5z6JceD4nVV1fCBeF2DbHyQNIGfYVk93_qh3gj6wElN3JH1BkJMH_yN_AJCe2xjtkgU8DTVHYF8/s320/IPANEMA.jpg 


- What? - quis saber uma velhinha americana de dentro do seu vestido gasoso.

- Rich people live here - explicou a guia. Mais "ohs" entusiasmados.

-The girls from Ipanema - disse a guia, apontando as garotas da praia.

- Oh! - gritaram os turistas.

- In front of us, Pedra da Gávea, Gávea Stone - disse a guia.

- Oh! - gritaram os turistas.

- O Budum Filho! - gritou o motorista.

- Oh! - gritaram os turistas, com a freada do ônibus.

- O que foi isso? - quis saber a guia, ajeitando o chapeuzinho.

- O Budum Filho. Um pilantrão que me deve uma nota.

- Mas você não vai parar o ônibus agora para falar com...

- Ah, se não vou! Segura as pontas que eu já volto.

- Espera! Mas o Algemiro já puxara o freio de mão e se precipitara para a rua atrás do Budum Filho, filho do Budum Pai, bicheiro e mau-caráter. Os turistas pularam dos bancos para acompanhar a perseguição. Em minutos o Algemiro voltava com o Budum Filho pela nuca.

- Por que aqui? - gritou a guia, sem saber o que dizer para as velhinhas.

- Quero ter uma conversa com este pilantra num particular.

- Mas aqui?

- Calminha. É rápido. O Budum Filho, aterrorizado, apelou para uma americana.

- Rélpi, madame. É seqüestro.

- Rélpi eu vou te mostrar, caloteiro.

- Who is he? - perguntou a americana, mais aterrorizada do que ele, apontando para o Budum Filho.

- Nothing, nothing - disse a guia.

- A boy from Ipanema.

- Oh!

- O que foi que ele fez? - perguntou a guia para o Algemiro.

- Eu ganhei no bicho e ele não pagou. Enrustiu na marra.

- Rélpi! - repetiu o Budum Filho. Com a revolta dos turistas, o Algemiro se viu constrangido a largar a nuca do mauca. Mas segurou a sua camiseta. Que tinha o nome de uma universidade americana na frente. As simpatias dos turistas estavam com o Budum Filho.

- E a minha grana, ó calota!

- Que grana?

- Vem com essa. Vem com essa!

- Ó Algemiro, tá me estranhando? Eu ia pagar.

- Ia, não. Vai.

- Vou.

- Dívida de bicho é sagrada.

- What is it?

- Jogo do bicho. Animal game. Gambling.

- Oh! Um americano, calça quadriculada, se apresentou para mediar. Aquilo estava atrasando a excursão. Ele tinha pago bom dinheiro para ver as vistas do Rio. Não uma briga. Se bem que as velhinhas, depois do susto inicial, pareciam estar apreciando o incidente entre os nativos. O que iam ter para contar na volta! Com a guia como intérprete, o americano propôs que procurassem uma autoridade para resolver o caso. A proposta foi vetada pelas partes. E, mesmo, seria difícil encontrar uma autoridade por perto.

- Autoridade neste ônibus - disse o Algemiro, sacudindo o Budum Filho com ênfase - sou eu.

- Rélpi, mister!

- Come on, let him go - disse o americano.

- Não tem camone.

- Algemiro - suplicou a guia -, vamos primeiro terminar a excursão, depois você cuida desse assunto. Algemiro estudou a questão. Depois concordou. O Budum Filho ficaria no ônibus, sob custódia dos turistas, até o fim da excursão. Depois acertariam as contas. E tocaram o ônibus. Budum Filho sentou ao lado de uma velhinha da Minnesota, que lhe ofereceu um drops de hortelã. Foi fotografado por dezessete polaróides simultaneamente. Com a ajuda da guia, contou a história da sua vida. O seu sonho era conhecer os Estados Unidos.

- Lá não entra caloteiro! - gritou o Algemiro, mas foi silenciado pelos protestos gerais. Ninguém olhava mais a paisagem. Todas as atenções estavam no Budum Filho. Ele era um artista. As madames queriam ouvir um samba da sua autoria? Claro que queriam. Budum cantou um samba do Martinho da Vila. O Algemiro tentou desmascara-lo mas foi desprezado. Quando o Budum Filho acabou de cantar, todos gritaram "oh!" e aplaudiram muito. No fim da excursão alguns deram gorjetas para o Budum Filho (e nada para o Algemiro). A guia recomendou ao Algemiro que não fizesse nenhuma loucura. A companhia podia ficar sabendo e os dois se dariam mal. O Algemiro disse que só ia ter uma conversínha com o desgraçado. E ficou sozinho no ônibus com o Budum Filho.- Canta um samba agora, garoto.

- Álgemiro, se eu fosse você eu não me tocava.

- Ah, é?

- É.

- E por quê?

- Porque eu passei um bilhete para uma das madame, escondido.

- Que bilhete?

- Para o Clinton.

- Que Clinton?

- O presidente. Se me acontecer qualquer coisa, ele vai ficar sabendo que foi você. Respeita os meus direitos humanos, senão vai ter.

- Ah, é?

- É.

- Pois quem é o presidente lá é o Bush e sabe o que o Bush gosta de fazer com vagabundo?

- Não, Algemiro. Não!

Entendendo o texto

01. Onde se passa a fábula "Direitos Humanos"?

     a) Salvador.

     b) Ipanema.

     c) Vidigal.

     e) Minesota.

02. Qual é a ocorrência do motorista Algemiro ao ouvir a pronúncia de "Ipanema" pela guia?

     a) Ele fica animado.

     b) Ele concorda com a pronúncia.

    c) Ele sacode a cabeça, discordando da pronúncia.

    d) Ele aplaude.

03. O que motivou a perseguição de Algemiro ao Budum Filho?

      a) Um desentendimento sobre a pronúncia de Ipanema.

      b) Um calote no jogo do bicho.

      c) Um roubo no ônibus.

      d) Uma briga anterior.

04. Como os turistas reagem à perseguição de Algemiro?

     a) Ficam assustados e pedem para parar.

     b) Acompanham a perseguição com paixão.

    c) Ignorar a situação.

    d) Descer do ônibus para evitar problemas.

05. Qual é a ocorrência das velhinhas americanas ao incidente?

    a) Ficam apavoradas.

    b) Parecem apreciar o incidente entre os nativos.

    c) Pedem para ir embora.

    d) Tiram fotos da paisagem.

06. Como o americano sugere resolver o problema?

    a) Procurar uma autoridade.

    b) Deixar o Budum Filho no ônibus até o fim da viagem.

    c) Deixar os turistas resolverem.

    d) Ignorar o incidente.

07. Qual é a sugestão de Algemiro para resolver o problema?

    a) Procurar uma autoridade.

    b) Resolver imediatamente.

    c) Deixar para depois da viagem.

    d) Ignorar o Budum Filho.

08. Como Budum Filho é descrito pelos turistas?

      a) Como um artista talentoso.

      b) Como um criminoso perigoso.

      c) Como um guia turístico.

     d) Como um nativo típico.

09. O que Budum Filho ameaça fazer se algo acontecer com ele?

     a) Chamar a polícia.

     b) Contar para a guia.

     c) Enviar um bilhete para o presidente Clinton.

     d) Fugir do país.

10. Qual é a resposta de Algemiro à ameaça de Budum Filho?

      a) Ele fica assustado.

      b) Ele respeita os direitos humanos.

      c) Ele ignora a ameaça.

      d) Ele ameaça chamar a polícia.