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quinta-feira, 26 de setembro de 2024

MÚSICA(ATIVIDADES): SERENATA DO ADEUS - VINÍCIUS DE MORAES - COM GABARITO

 Música(Atividades): Serenata do Adeus

             Vinícius de Moraes

Ai, a lua que no céu surgiu
Não é a mesma que te viu
Nascer dos braços meus
Cai a noite sobre o nosso amor
E agora só restou do amor
Uma palavra: Adeus

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjRYfjUIvoUkMNiaY3W9LaTd1vwbWFWw63sVj_aA2mueST-G3s6NnnMDnubETmL8UKmDqAZf19yVCD6qVjze03ZM6SArF7YJ1yLN6Qhyphenhyphen0A1EnyQJWRDAo0ePD7de9QbosSHz1q9yEd2Sv4oxhpzA8O662oiAyOpjMPmSZpfgTFBDi7UJjuHr1ZXTvMye7A/s320/SERENATA.jpg


Ah, vontade de ficar
Mas tendo que ir embora
Ai, que amar é se ir morrendo pela vida afora
É refletir na lágrima
Um momento breve
De uma estrela pura, cuja luz morreu.

Ó mulher, estrela a refulgir
Parte, mas antes de partir
Rasga o meu coração
Crava as garras no meu peito em dor
E esvai em sangue todo amor
Toda a desilusão.

Ah, vontade de ficar
Mas tendo que ir embora
Ai, que amar é se ir morrendo pela vida afora
É refletir na lágrima

O momento breve de uma estrela pura
Cuja luz morreu
Numa noite escura
Triste como eu
...

Composição: Vinícius de Moraes.

Fonte: livro Língua e Literatura – Faraco & Moura – vol. 3 – 2º grau – Edição reformulada 9ª edição – Editora Ática – São Paulo – SP. p. 220.

Entendendo a música:

01 – Qual a principal emoção transmitida pela música?

      A principal emoção transmitida pela música é a melancolia profunda. A letra expressa a dor da separação, a saudade do amor perdido e a inevitabilidade do fim de um relacionamento.

02 – Quais os elementos da natureza são utilizados para simbolizar o fim do amor?

      A lua e a noite são os principais elementos da natureza utilizados para simbolizar o fim do amor. A lua que "não é a mesma que te viu nascer dos braços meus" representa a passagem do tempo e a transformação do sentimento, enquanto a noite simboliza a escuridão e a tristeza que se seguem à perda.

03 – Qual o significado da frase "Ai, que amar é se ir morrendo pela vida afora"?

      Essa frase expressa a ideia de que amar é um processo doloroso e gradual de perda. A cada dia que passa, o amor se desgasta e se aproxima da morte, como uma estrela que se apaga lentamente.

04 – Como a figura da estrela é utilizada na música?

      A estrela é utilizada como uma metáfora para o amor. Ela representa a beleza, a intensidade e a efemeridade do sentimento. A imagem da estrela que se apaga simboliza a morte do amor e a dor da perda.

05 – Qual o papel da repetição na música?

      A repetição de versos e frases enfatiza a intensidade do sofrimento e a dificuldade de superar a perda. A repetição de "Ai, vontade de ficar, mas tendo que ir embora" reforça a contradição entre o desejo de permanecer junto e a necessidade de se despedir.

06 – Qual a relação entre a música e o título "Serenata do Adeus"?

      O título "Serenata do Adeus" já antecipa o tema principal da música: a despedida. A serenata, tradicionalmente associada ao amor e à paixão, é aqui transformada em um lamento pela perda e pela saudade.

07 – Qual a mensagem principal da música?

      A mensagem principal da música é a inevitabilidade da perda e a dor que acompanha o fim de um relacionamento. A "Serenata do Adeus" é um hino à melancolia, um lamento universal que ecoa nos corações de todos aqueles que já amaram e perderam.

 

 

SONETO: SONETO DE DEVOÇÃO - VINÍCIUS DE MORAES - COM GABARITO

 Soneto: Soneto de devoção

             Vinícius de Moraes

Essa mulher que se arremessa, fria

E lúbrica em meus braços, e nos seios

Me arrebata e me beija e balbucia

Versos, votos de amor e nomes feios.

Essa mulher, flor de melancolia

Que se ri dos meus pálidos receios

A única entre todas a quem dei

Os carinhos que nunca a outra daria.

 

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6nahHlmXFKTNlRMwlxv4ijolCK4vODYLxFY8NlVjNBii9bOkt9Tcvqsrc63YX0lEkIGPtpmE5gayo-ca_jKjBqQ9aHuGNwixxpDF2LycsjKRQbO4SfFkrsw44kAEMaoPc2rkBm9UkzX6qQBSGheuU6Zw0bk1LIaSFuJZFdz5130gMEj2iUXrU5b_nGGA/s1600/MULHER.jpg

Essa mulher que a cada amor proclama

A miséria e a grandeza de quem ama

E guarda a marca dos meus dentes nela.


Essa mulher é um mundo! – uma cadela

Talvez... – mas na moldura de uma cama

Nunca mulher nenhuma foi tão bela!

Vinicius de Moraes.

Fonte: livro Língua e Literatura – Faraco & Moura – vol. 3 – 2º grau – Edição reformulada 9ª edição – Editora Ática – São Paulo – SP. p. 223.

Entendendo o soneto:

01 – Qual a principal característica da mulher descrita no soneto?

      A mulher descrita é apresentada como complexa e contraditória. Ela é ao mesmo tempo "fria" e "lúbrica", "flor de melancolia" e capaz de proclamar a "miséria e a grandeza" do amor. Essa dualidade a torna um enigma e um objeto de desejo intenso para o poeta.

02 – Qual o significado da expressão "Versos, votos de amor e nomes feios"?

      Essa expressão revela a intensidade e a complexidade da relação entre o poeta e a mulher. Os "versos" e os "votos de amor" indicam um envolvimento profundo, enquanto os "nomes feios" sugerem uma intimidade intensa e apaixonada.

03 – Por que o poeta afirma que a mulher é "a única entre todas a quem dei / Os carinhos que nunca a outra daria"?

      Essa afirmação destaca a exclusividade da relação entre o poeta e a mulher. Os carinhos que ele oferece são únicos e destinados apenas a ela, o que intensifica o sentimento de posse e de desejo.

04 – Qual a importância da comparação entre a mulher e uma "cadela"?

      A comparação da mulher com uma "cadela" é provocativa e intencional. Ela subverte a imagem tradicional da mulher como um ser puro e angelical, revelando a face mais carnal e instintiva da paixão. Ao mesmo tempo, a expressão "mas na moldura de uma cama" relativiza essa comparação, sugerindo que a beleza da mulher transcende qualquer julgamento moral.

05 – Qual a mensagem principal do soneto?

      O soneto celebra a paixão em sua forma mais intensa e visceral. A mulher descrita é um símbolo da paixão, do desejo e da entrega total. Ao mesmo tempo, o poema reflete sobre a complexidade e a ambiguidade do amor, que pode ser tanto fonte de alegria quanto de sofrimento.

 

 

quinta-feira, 19 de setembro de 2024

MÚSICA(ATIVIDADES): APELO - VINÍCIUS DE MORAES - COM GABARITO

 Música(Atividades): Apelo

             Vinícius de Moraes

Ah, meu amor não vás embora
Vê a vida como chora, vê que triste esta canção
Não, eu te peço, não te ausentes
Pois a dor que agora sentes, só se esquece no perdão
Ah, minha amada me perdoa
Pois embora ainda te doa a tristeza que causei
Eu te suplico não destruas tantas coisas que são tuas
Por um mal que eu já paguei

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitgyhhcNEYhdlCdmZ5SAf8yyWoHaZUb0VaDS7dufniHu7BBCOoejC2k7fqksHD9nHNAKE1ZI7LYQXsihAumn9lBUEIfm4ngvILomw5tFY1d7RqaiQXshlI6D51ao2wpRBtpDHcpftQmzWzuEA8m4pWvw63M3ZQW5Tns-adJW0HKbb2ZnacNpEHLJyRm10/s320/MUSICA.jpg


Ah, minha amada, se soubesses
Da tristeza que há nas preces
Que a chorar te faço eu
Se tu soubesses num momento todo arrependimento
Como tudo entristeceu
Se tu soubesses como é triste
Perceber que tu partiste
Sem sequer dizer adeus

Ah, meu amor tu voltarias
E de novo cairias
A chorar nos braços meus

(falado por Vinícius de Moraes)

De repente do riso fez-se o pranto,
silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento,
Que dos olhos desfez a última chama,
E da paixão fez-se o pressentimento,
E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente não mais que de repente,
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo, o distante,
Fez-se da vida uma aventura errante,
De repente não mais que de repente.

(novamente no ritmo da música)

Ah, meu amor tu voltarias
E de novo cairias
A chorar nos braços meus.

Ah, meu amor tu voltarias
E de novo cairias
A chorar nos braços meus.

Composição: Baden Powell / Vinícius de Moraes.

Fonte: livro Língua e Literatura – Faraco & Moura – vol. 1 – 2º grau – Edição reformulada 9ª edição – Editora Ática – São Paulo – SP. p. 32.

Entendendo a música:

01 – Qual a emoção predominante expressa na música?

      A emoção predominante é a súplica, o pedido desesperado por perdão e pelo retorno do amor perdido. A letra transmite um profundo sofrimento e arrependimento.

02 – Em qual contexto da vida de Vinícius de Moraes essa música pode ter sido escrita?

      É difícil determinar o contexto exato de cada canção de Vinícius, pois sua obra é marcada por uma grande variedade de experiências amorosas. No entanto, a temática do arrependimento e do pedido de perdão é recorrente em suas letras, sugerindo que essa música pode ter sido inspirada por algum relacionamento turbulento que ele vivenciou.

03 – Quais as principais metáforas utilizadas na música?

      A música utiliza metáforas como "a vida como chora" e "a dor que agora sentes, só se esquece no perdão" para expressar a intensidade do sofrimento e a esperança de reconciliação. A imagem da "espuma" e da "última chama" também contribui para criar um clima de melancolia e perda.

04 – Como a repetição do verso "Ah, meu amor tu voltarias" reforça o sentimento expresso na música?

      A repetição desse verso cria um refrão insistente, enfatizando a súplica do eu lírico. Ela transmite a ideia de que o desejo de reconciliação é constante e obsessivo.

05 – Qual a importância do trecho falado por Vinícius de Moraes para a música?

      O trecho falado cria um contraste com a parte cantada, intensificando o drama da situação. As imagens poéticas e a mudança de ritmo contribuem para uma experiência auditiva mais rica e emotiva.

06 – Como a música se conecta com o estilo de Vinícius de Moraes?

      A música "Apelo" se encaixa perfeitamente no estilo de Vinícius de Moraes, que se caracterizava por letras poéticas e melodias melancólicas. A temática do amor, da perda e do arrependimento é recorrente em sua obra, e a música "Apelo" é um exemplo clássico dessa abordagem.

07 – Qual a sua interpretação pessoal sobre a mensagem principal da música?

      A mensagem principal da música, na minha interpretação, é a importância do perdão e da reconciliação em um relacionamento. O eu lírico demonstra um profundo arrependimento e a esperança de que o amor possa superar qualquer obstáculo. A música nos convida a refletir sobre a fragilidade dos relacionamentos e a necessidade de valorizarmos aqueles que amamos.

quarta-feira, 18 de setembro de 2024

POESIA: A BOMBA ATÔMICA i - (FRAGMENTO) - VINÍCIUS DE MORAES - COM GABARITO

 Poesia: A bomba atômica I – Fragmento

             Vinícius de Moraes

Dos céus descendo
Meu Deus eu vejo
De paraquedas?
Uma coisa branca
Como uma forma
De estatuária
Talvez a forma
Do homem primitivo
A costela branca!

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiE0ZGmVVXTZEfdtFIoJihCJ6ffKcZas3_dwaAlL8SvroZtSC5wDCYJtXUMVYMBBRucPrgyrkIHfzoInljAUhn4iNkT-I3jZhLea8yQPoXILJ43JyIvN2ahUOd1hKZqICRhpEXyou_QmqCrD44ELgiX6KQEYDnlCF6qN5CGTluDWXptActFNfWkvxGxlaM/s320/BOMBA.png 
  

Talvez um seio
Despregado à lua
Talvez o anjo
Tutelar cadente
Talvez a Vênus
Nua, de clâmide
Talvez a inversa
Branca pirâmide
Do pensamento
Talvez o troço
De uma coluna
Da eternidade
Apaixonado
Não sei indago
Dizem-me todos
É A BOMBA ATÔMICA.

Vinícius de Moraes.

Fonte: livro Língua e Literatura – Faraco & Moura – vol. 3 – 2º grau – Edição reformulada 9ª edição – Editora Ática – São Paulo – SP. p. 23.

Entendendo a poesia:

01 – Qual a principal sensação evocada pelos versos iniciais do poema?

      Os versos iniciais ("Dos céus descendo / Meu Deus eu vejo / De paraquedas?") evocam uma sensação de espanto e mistério, como se o eu lírico estivesse diante de uma aparição celestial ou de um objeto desconhecido e grandioso. A imagem do "paraquedas" contrasta com a gravidade da situação que se revelará posteriormente, criando um efeito de suspense.

02 – Como o poeta descreve a forma da bomba atômica?

      O poeta utiliza diversas comparações para descrever a forma da bomba, como "uma coisa branca", "uma forma de estatuária", "a costela branca", "um seio despregado à lua", entre outras. Essas comparações revelam a dificuldade do eu lírico em compreender e descrever a forma estranha e aterrorizante do objeto. A variedade de imagens também sugere a complexidade e a imprevisibilidade da bomba atômica.

03 – Qual o significado da "inversa branca pirâmide do pensamento"?

      A "inversa branca pirâmide do pensamento" é uma metáfora complexa e abstrata. Ela pode ser interpretada como uma representação da destruição da racionalidade e do conhecimento diante da força bruta da bomba atômica. A pirâmide, símbolo de ordem e construção, aparece invertida, sugerindo a subversão de valores e a fragilidade da civilização.

04 – Qual a importância da repetição da palavra "talvez" no poema?

      A repetição da palavra "talvez" expressa a incerteza e a perplexidade do eu lírico diante do objeto observado. O poeta não tem certeza do que está vendo e busca em diversas comparações uma explicação para o que parece ser inexplicável. Essa incerteza reflete a própria natureza da bomba atômica, que representa uma força desconhecida e aterrorizante para a humanidade.

05 – Qual a principal temática do poema?

      O poema "A bomba atômica I" aborda a temática da destruição e da violência, representadas pela bomba atômica. Vinícius de Moraes utiliza uma linguagem poética e repleta de metáforas para expressar o horror e a perplexidade diante desse poder destrutivo. A obra também pode ser interpretada como uma reflexão sobre a condição humana e a fragilidade da civilização.

 

 

quinta-feira, 12 de setembro de 2024

MÚSICA(ATIVIDADES): A FORMIGA - VINÍCIUS DE MORAES/PAULO SOLEDADE - COM GABARITO

 Música(Atividades): A formiga

             Vinicius de Moraes, Paulo Soledade

As coisas devem ser bem grandes 
Pra formiga pequenina 
A rosa, um lindo palácio 
E o espinho, uma espada fina 

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZr5uAcbaibDr8TSe8vMF5QrzVsF3pPZMmkVozcPGIBWD4O4y9ulB_YunnEWHoXBPSCDdXRo2i8zVKn_fun4INRmmaJ-S5KRrNuVp81hZGXN2SLwMY_uolOd3-rgY9xh0bqmF-cGbO4uN6lytvH_sFJDihWrlduxfgWyIE7ljh8qHF9DpH9fp3I3cUgN0/s320/FORMIGA.jpg



A gota d'água, um manso lago 
O pingo de chuva, um mar 
Onde um pauzinho boiando 
É navio a navegar 

O bico de pão, o corcovado 
O grilo, um rinoceronte 
Uns grãos de sal derramados, 
Ovelhinhas pelo monte.

http://letras.terra.com.br/vinicius-de-moraes/87245. Acesso em: 19 jan. 2010.

Fonte: Livro – Português: Linguagens, 6º ano. William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. 7ª edição reformulada – São Paulo: ed. Saraiva, 2012. p. 91.

Entendendo a música:

01 – O que representa a rosa para a formiga na canção?

      A rosa é descrita como um "lindo palácio", simbolizando algo grande e imponente para a formiga, que é muito pequena.

02 – Como a canção compara o espinho para a formiga?

      O espinho é comparado a "uma espada fina", mostrando que para a formiga, um simples espinho parece uma arma poderosa.

03 – Qual é a relação entre a gota d'água e o universo da formiga?

      A gota d'água é vista como um "manso lago", indicando que, para a formiga, até uma pequena quantidade de água parece um grande corpo d’água.

04 – O que simboliza o pauzinho boiando na percepção da formiga?

      O pauzinho boiando na água é comparado a "um navio a navegar", sugerindo que até pequenos objetos podem parecer enormes aventuras para a formiga.

05 – Como a canção retrata os grãos de sal derramados?

      Os grãos de sal derramados são comparados a "ovelhinhas pelo monte", uma metáfora que revela como algo pequeno, como grãos de sal, podem se transformar em uma paisagem vasta e viva aos olhos da formiga.

 

 

segunda-feira, 13 de maio de 2024

POESIA: CARTA AOS PUROS - VINÍCIUS DE MORAES - COM GABARITO

 Poesia: “Carta aos Puros"

              (Vinicius de Moraes)

Ó vós, homens sem sol, que vos dizeis os Puros
E em cujos olhos queima um lento fogo frio
Vós de nervos de nylon e de músculos duros
Capazes de não rir durante anos a fio.

Ó vós, homens sem sal, em cujos corpos tensos
Corre um sangue incolor, da cor alva dos lírios
Vós que almejais na carne o estigma dos martírios
E desejais ser fuzilados sem o lenço.

Ó vós, homens iluminados a néon
Seres extraordinariamente rarefeitos
Vós que vos bem-amais e vos julgais perfeitos
E vos ciliciais à ideia do que é bom.

Ó vós, a quem os bons amam chamar de os Puros
E vos julgais os portadores da verdade
Quando nada mais sois, à luz da realidade,
Que os súcubos dos sentimentos mais escuros.

Ó vós que só viveis nos vórtices da morte
E vos enclausurais no instinto que vos ceva
Vós que vedes na luz o antônimo da treva
E acreditais que o amor é o túmulo do forte.

Ó vós que pedis pouco à vida que dá muito
E erigis a esperança em bandeira aguerrida
Sem saber que a esperança é um simples dom da vida
E tanto mais porque é um dom público e gratuito.

Ó vós que vos negais à escuridão dos bares
Onde o homem que ama oculta o seu segredo
Vós que viveis a mastigar os maxilares
E temeis a mulher e a noite, e dormis cedo.

Ó vós, os curiais; ó vós, os ressentidos
Que tudo equacionais em termos de conflito
E não sabeis pedir sem ter recurso ao grito
E não sabeis vencer se não houver vencidos.

Ó vós que vos comprais com a esmola feita aos pobres
Que vos dão Deus de graça em troca de alguns restos
E maiusculizais os sentimentos nobres
E gostais de dizer que sois homens honestos.

Ó vós, falsos Catões, chichisbéus de mulheres
Que só articulais para emitir conceitos
E pensais que o credor tem todos os direitos
E o pobre devedor tem todos os deveres.

Ó vós que desprezais a mulher e o poeta
Em nome de vossa vã sabedoria
Vós que tudo comeis mas viveis de dieta
E achais que o bem do alheio é a melhor iguaria.

Ó vós, homens da sigla; ó vós, homens da cifra
Falsos chimangos, calabares, sinecuros
Tende cuidado porque a Esfinge vos decifra...
E eis que é chegada a vez dos verdadeiros puros.

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3KaTaj_U3eKVGvxfUFm7k6TUyvwkdJRGxZopeRwD6L3xPlmhuJORxhREjxorFcJqQNQvENw7NwEbIF84xpXJ1WgKgdIHH6Tqh2gJ59VhBlWnADVQIoQHwnHTqtKSxyWjxEuLvWixBD4m6C4Nzk6jUKLi64YkLNXYVdqXsGBywwBbRR49c4UWsyPt5-uc/s1600/HOMENS.jpg 


Entendendo o texto

01. Quem é o eu lírico da poesia "Carta aos Puros" de Vinicius de Moraes?

a) Um observador crítico.

b) Um homem sem sal.

c) Um ser iluminado a néon.

d) Um súcubo dos sentimentos mais escuros.

02. Como o eu lírico descreve os homens aos quais se refere na poesia?

a) Como homens de músculos duros e sangue colorido.

b) Como homens raros e perfeitos.

c) Como homens sem sol, sem sal e iluminados a néon.

d) Como homens corajosos e altruístas.

03. Qual é o sentimento principal expressado pelo eu lírico em relação aos "Puros"?

a) Admiração.

b) Desprezo.

c) Indiferença.

d) Solidariedade.

04. Segundo o eu lírico, como os homens descritos na poesia se veem?

a) Como portadores da verdade.

b) Como homens fracos e insignificantes.

c) Como portadores de sentimentos escuros.

d) Como homens iluminados pela esperança.

05. Qual é a crítica central do eu lírico em relação aos "Puros"?

a) Sua falta de ambição.

b) Sua tendência ao conflito e à violência.

c) Sua falsa virtude e autoengano.

d) Sua incapacidade de amar.

06. Qual é a analogia utilizada pelo eu lírico para descrever a relação dos "Puros" com a esperança?

a) Como uma bandeira aguerrida.

b) Como um túmulo do forte.

c) Como um dom público e gratuito.

d) Como um antônimo da treva.

07. Como os "Puros" são caracterizados em relação à escuridão dos bares e ao amor?

a) Eles se revelam nas sombras, mas temem o amor.

b) Eles se escondem da escuridão e temem o amor.

c) Eles desfrutam da escuridão dos bares e desprezam o amor.

d) Eles evitam a escuridão e enxergam o amor como uma fraqueza.

08. Qual é a crítica do eu lírico em relação ao comportamento dos "Puros" diante dos sentimentos nobres?

a) Eles maiusculizam os sentimentos nobres.

b) Eles menosprezam os sentimentos nobres.

c) Eles ignoram os sentimentos nobres.

d) Eles distorcem os sentimentos nobres.

09. O que o eu lírico sugere sobre a visão dos "Puros" em relação aos pobres e aos sentimentos nobres?

a) Eles desvalorizam os pobres e os sentimentos nobres.

b) Eles valorizam os pobres, mas menosprezam os sentimentos nobres.

c) Eles oferecem esmolas aos pobres em troca de virtude.

d) Eles desprezam os pobres, mas valorizam os sentimentos nobres.

10. Qual é a advertência final do eu lírico aos "Puros"?

a) Eles devem cuidar-se porque estão sendo vigiados pela Esfinge.

b) Eles devem buscar a verdadeira pureza.

c) Eles devem aceitar sua imperfeição.

         d) Eles devem abandonar suas ideias preconcebidas. 

sexta-feira, 8 de julho de 2022

MÚSICA(ATIVIDADES): A FELICIDADE - VINÍCIUS DE MORAES/ANTÔNIO CARLOS JOBIM - COM GABARITO

 Música(Atividades): A FELICIDADE

                 Vinicius de Moraes, Antônio Carlos Jobim

Tristeza não tem fim
Felicidade sim

A felicidade é como a gota
De orvalho numa pétala de flor
Brilha tranquila
Depois de leve oscila
E cai como uma lágrima de amor

A felicidade do pobre parece
A grande ilusão do carnaval
A gente trabalha o ano inteiro
Por um momento de sonho
Pra fazer a fantasia
De rei ou de pirata ou jardineira
Pra tudo se acabar na quarta-feira

Tristeza não tem fim
Felicidade sim

A felicidade é como a pluma
Que o vento vai levando pelo ar
Voa tão leve
Mas tem a vida breve
Precisa que haja vento sem parar

A minha felicidade está sonhando
Nos olhos da minha namorada
É como esta noite, passando, passando
Em busca da madrugada
Falem baixo, por favor
Pra que ela acorde alegre com o dia
Oferecendo beijos de amor.

                            MORAES, Vinícius de. Disponível em: http://www.viniciusdemoraes.com.br. Acesso em: 3 fev. 2015.

Fonte: Livro Língua Portuguesa – Singular & Plural – 7° ano – Laura de Figueiredo – 2ª edição. São Paulo, 2015 – Moderna. p. 113-115.

Entendendo a música:

01 – O que você entendeu do texto? Do que a “voz que fala” está tratando?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: A voz fala sobre como entender a felicidade.

02 – No texto, a felicidade é comparada a quê?

      É comparada à gota de orvalho (1ª estrofe), à ilusão do carnaval; à pluma (3ª estrofe); e também a “esta noite” que passa em busca da madrugada.

03 – Há presença de rimas, na canção?

      Sim, apresenta a rima como recurso. Não há um esquema regular, em cada estrofe temos esquemas diferentes.

04 – Quanto ao uso de linguagem figurada que produz novos sentidos.

      Sim, usa a linguagem figurada: o texto faz uso de metáforas e comparações.

05 – Depois de ter conversado sobre alguns aspecto do texto, você diria que o texto é poético? Por quê?

      Sim. Porque o texto trabalha com o jogo de palavras, além da presença de rimas e organização em versos. Tratando-se de um texto poético.

06 – Você saberia dizer qual é a diferença entre a letra da canção e um poema? Justifique sua resposta.

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: É difícil dizer, porque muitas vezes foi escrito próprio para a música e outra vez foi feito como poema, podendo ser transformado em música.

 

domingo, 12 de setembro de 2021

POEMA: O POETA APRENDIZ - VINICIUS DE MORAES - COM GABARITO

 Poema: O Poeta Aprendiz

             Vinicius de Moraes

Ele era um menino
Valente e caprino
Um pequeno infante
Sadio e grimpante
Anos tinha dez
E asas nos pés
Com chumbo e bodoque
Era plic e ploc
O olhar verde gaio
Parecia um raio
Para tangerina
Pião ou menina
Seu corpo moreno
Vivia correndo
Pulava no escuro
Não importa que muro
Saltava de anjo
Melhor que marmanjo
E dava o mergulho
Sem fazer barulho
Em bola de meia
Jogando de meia-direita ou de ponta
Passava da conta
De tanto driblar.

[...]

MORAES, Vinícius de. Livro de Letras. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.

Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 6º ano – Ensino Fundamental – IBEP 4ª Edição São Paulo 2015 p. 50-1.

Entendendo o poema:

01 – Leia os versos a seguir e preste atenção na palavra “caprino”:

        “Ele era um menino / Valente e caprino.”

a)   Leia agora a definição do dicionário para “caprino”.

Ca.pri.no s.m.pl. 1 nome genérico para cabras e bodes, ovelhas e carneiros, considerados como espécie; ovinos: É criador de caprinos. Adj. 2 relativo a cabra ou bode: carne caprina.

 CEGALLA, Domingos Paschoal. Dicionário escolar da língua portuguesa. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2013.

b)   O que fazia o menino para ser qualificado como “caprino”?

O menino vivia saltitando, pulando por todos os lados, brincando e correndo “sem parar”.

02 – Que outras características, além de caprino, são dadas ao menino no poema?

      O menino era valente, sadio e grimpante, tinha dez anos, parecia um raio, era moreno, vivia correndo e pulando.

03 – As expressões “asas nos pés” e “saltava de anjo” ressaltam que característica do menino?

      Sua agilidade.

04 – A descrição feita no poema leva o leitor a formar uma imagem do menino. Qual é ela?

      A maior parte das características expostas no texto traça o perfil de uma criança esperta, ativa.

05 – Releia: O olhar verde gaio
                     Parecia um raio
                     Para tangerina
                     Pião ou menina.”

Explique a comparação entre “olhar” e “raio” feita no poema.

      A comparação sugere que o olhar do menino tem o mesmo brilho, a mesma força, a mesma “rapidez” que um raio. O termo “verde-gaio” caracteriza o olhar do garoto como esperto, alegre e, neste caso, representa o próprio menino.

06 – Localize no poema as palavras que correspondem aos brinquedos e às brincadeiras do menino e transcreva-as.

      As palavras e expressões são: “bodoque”, “plic e ploc”, “pião”, “correndo”, “saltava”, “bola de meia”, “jogando” e “driblar”.

·        Que versos destacam a habilidade do menino com brinquedos?

“Era plic e ploc” / “E dava o mergulho / Sem fazer barulho / Em bola de meia / Jogando de meia-direita ou de ponta”.

07 – Copie o trecho do poema de que você mais gostou. Justifique sua escolha.

      Resposta pessoal do aluno.

08 – Escreva no caderno uma justificativa para o título do poema.

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Para o garoto, a vida era poesia. Como um poeta se expressa das mais variadas maneiras com palavras e gosta do que faz, o menino também extravasa de mil maneiras o que ele curte.

quinta-feira, 25 de março de 2021

POEMA: O RIO - VINICÍUS DE MORAES - COM GABARITO

 POEMA: O RIO


Vinicius de Moraes

 

Uma gota de chuva

A mais, e o ventre grávido

Estremeceu, da terra.

Através de antigos


Sedimentos, rochas

Ignoradas, ouro

Carvão, ferro e mármore

Um fio cristalino

Distante milênios

Partiu fragilmente

Sequioso de espaço

Em busca de luz.

Um rio nasceu.

 

MORAES, Vinicius de. O rio. Disponível em: <www.viniciusdemoraes.com.br/pt-br/

poesia/poesias-avulsas/o-rio>. Acesso em: 24 jun. 2019.

 ENTENDENDO O POEMA

1.1 Qual é o tema do texto?

     O nascimento de um rio.

 2.2 Explique, com suas palavras, o que o poema conta.

      Resposta pessoal. Sugestão de resposta: Uma gota de chuva a mais cai sobre a terra fértil, formando um fio de água cristalina que futuramente se transforma em rio.

 

terça-feira, 17 de novembro de 2020

MÚSICA(ATIVIDADES): PAIOL DE PÓLVORA - VINÍCIUS DE MORAIS - COM GABARITO

 Música: Paiol de Pólvora

               Toquinho, Vinicius de Moraes e Clara Nunes

 

Estamos trancados no paiol de pólvora

Paralisados no paiol de pólvora

Olhos vedados no paiol de pólvora

Dentes cerrados no paiol de pólvora

 

Só tem entrada no paiol de pólvora

Ninguém diz nada no paiol de pólvora

Ninguém se encara no paiol de pólvora

Só se enche a cara no paiol de pólvora

 

Mulher e homem no paiol de pólvora

Ninguém tem nome no paiol de pólvora

O azar é sorte no paiol de pólvora

A vida é morte no paiol de pólvora

 

São tudo flores no paiol de pólvora

TV a cores no paiol de pólvora

Tomem lugares no paiol de pólvora

Vai pelos ares o paiol de pólvora

                                     Composição: Toquinho / Vinícius de Moraes

Entendendo a canção:

01 – De que se trata essa canção?

      Fala da liberdade, depois a condenação. Atingida pelos ruídos de comunicação da censura, a música.

02 – Após analisar a letra da canção, como o eu lírico se sente?

      Se sente sufocado, pois faz um desabafo.

03 – Identifique a opção que completa corretamente o enunciado a seguir.

        Pode-se afirmar que o texto cumpre seu objetivo, pois...:

a)   Simplesmente passa informações.

b)   Provoca emoções e reflexões.

c)   Serve de diversão.

d)   Modifica o comportamento.

04 – Do que o eu lírico tem medo? Comprove com um verso.

      Tem medo da morte. “A vida é morte no paiol de pólvora”.

05 – Existe uma crítica social. Cite-a.

      A censura.

06 – Nos versos:

        “O azar é sorte no paiol de pólvora

         A vida é morte no paiol de pólvora.”

        Que figura de linguagem há nesses versos?

      A figura é antítese (palavras ou orações que se opõem quanto ao sentido).