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quarta-feira, 6 de novembro de 2024

MÚSICA(ATIVIDADES): VAMOS FUGIR - GILBERTO GIL - COM GABARITO

 Música(Atividades): Vamos Fugir

             Gilberto Gil

Vamos fugir!
Deste lugar, Baby!
Vamos fugir
Tô cansado de esperar
Que você me carregue

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNJtJJhiQNv5mSxd0-nM5u3wbN2TbA9Djdy7OElF8_wxLnVbXw12xUPmkVM57fm1LTQIegnlDOC1-U2WMWhGg6ROzSFcLQJqgOcsNXE7nRQVgDUEaMXRZm2_bEBOuX2nGGTGlb0L-X4oYZAEJgbH1aLyER_1geBLuA-LbGqf_2z75RwgTx06Ea8AQVRRo/s320/FUGIR.jpg


Vamos fugir!
Pr'outro lugar, Baby!
Vamos fugir
Pr'onde quer que você vá
Que você me carregue

Pois diga que irá
Irajá, Irajá
Pra onde eu só veja você
Você veja a mim só
Marajó, Marajó
Qualquer outro lugar comum
Outro lugar qualquer

Guaporé, Guaporé
Qualquer outro lugar ao sol
Outro lugar ao sul
Céu azul, céu azul
Onde haja só meu corpo nu
Junto ao seu corpo nu

Vamos fugir!
Pr'outro lugar, Baby!
Vamos fugir
Pr'onde haja um tobogã
Onde a gente escorregue

Todo dia de manhã
Flôres que a gente regue
Uma banda de maçã
Outra banda de reggae

Composição: Liminha / Gilberto Gil.

Fonte: Português – José De Nicola – Ensino médio – Volume 1 – 1ª edição, São Paulo, 2009. Editora Scipione. p. 77.

Entendendo a música:

01 – Qual a principal mensagem da música "Vamos Fugir"?

      A principal mensagem da música é um convite à fuga da rotina, da insatisfação e da busca por um novo horizonte. A canção expressa o desejo de liberdade e a vontade de construir uma nova vida ao lado de alguém amado.

02 – Qual a importância dos nomes de lugares citados na música?

      Os nomes de lugares como Irajá, Marajó e Guaporé não têm um significado literal, mas sim um valor simbólico. Eles representam destinos desconhecidos, lugares onde os amantes podem construir uma nova realidade juntos, longe das preocupações e do cotidiano.

03 – Qual a relação entre a natureza e o amor na música?

      A natureza é utilizada como metáfora para representar a liberdade e a beleza da vida. A imagem do "céu azul" e das "flores que a gente regue" simbolizam um novo começo e a possibilidade de construir um futuro juntos.

04 – Qual o papel da repetição na música?

      A repetição do verso "Vamos fugir" enfatiza o desejo intenso de escapar da realidade e buscar um novo caminho. A repetição cria um ritmo e uma atmosfera de urgência, transmitindo a emoção do momento.

05 – Como a música "Vamos Fugir" pode ser interpretada em diferentes contextos?

      A música pode ser interpretada de diversas formas, dependendo do contexto e da experiência de cada ouvinte. Além da busca por um amor idealizado, ela pode representar a busca por liberdade, a vontade de mudar de vida ou a necessidade de escapar de uma situação difícil.

06 – Qual a influência da música reggae na canção?

      A influência do reggae é evidente na melodia, no ritmo e na temática da fuga e da liberdade. A referência a uma "banda de reggae" reforça essa conexão e contribui para criar um clima de leveza e descontração.

07 – Por que a música "Vamos Fugir" se tornou um clássico da música brasileira?

      A música "Vamos Fugir" se tornou um clássico por sua letra poética e inspiradora, que fala diretamente ao coração das pessoas. A melodia contagiante e a mensagem universal de amor e liberdade contribuíram para a sua popularidade duradoura.

 

 

segunda-feira, 13 de maio de 2024

MÚSICA(ATIVIDADES): A LINHA E O LINHO - CAETANO VELOSO, GILBERTO GIL E IVETE SANGALO - COM GABARITO

 MÚSICA(ATIVIDADES): A LINHA E O LINHO

                                          Caetano Veloso, Gilberto Gil e Ivete Sangalo

 É a sua vida que eu quero bordar na minha

Como se eu fosse o pano e você fosse a linha
E a agulha do real nas mãos da fantasia
Fosse bordando ponto a ponto nosso dia-a-dia
E fosse aparecendo aos poucos nosso amor
Os nossos sentimentos loucos, nosso amor

 

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsCCZSq31WX0TcKYCtrXlkYhNDswAmOefLnMbOBw_RButByKCe1rmdSxOgn4wrbhkPfwDteVo1xj-kGjH1bmZhljBSUkadU4PiTYkkXf_xykE-a5NhcvnFNf1OaprZiD7h3jfnxWCrfZARY8Dm7zng39IGHz3_a-CoUQm60vZqAbdFbtVjiqI0Nj_P9HA/s320/Bordado.jpg

O zig-zag do tormento, as cores da alegria
A curva generosa da compreensão
Formando a pétala da rosa, da paixão
A sua vida o meu caminho, nosso amor
Você a linha e eu o linho, nosso amor
Nossa colcha de cama, nossa toalha de mesa
Reproduzidos no bordado
A casa, a estrada, a correnteza
O sol, a ave, a árvore, o ninho da beleza

 

Entendendo o texto

01. Qual é o tema principal abordado na música "A Linha e o Linho"?

a) As estações do ano.

b) A importância da amizade.

c) A construção de um relacionamento amoroso.

d) O amor pela natureza.

02. Que figura de linguagem é utilizada na frase "Como se eu fosse o pano e você fosse a linha"?

a) Metáfora.

b) Hipérbole.

c) Personificação.

d) Metonímia.

03. Qual elemento é comparado à agulha do real nas mãos da fantasia na música?

a) Uma pena.

b) Uma folha seca.

c) Uma flor.

d) Uma estrela.

04. Segundo a música, qual é o papel do linho em relação à linha?

a) Representar a realidade.

b) Representar a fantasia.

c) Ser o protagonista da história.

d) Simbolizar a jornada.

05. Como é descrita a relação entre os personagens na música? a) Como uma colcha de cama.

b) Como uma toalha de mesa.

c) Como uma correnteza.

d) Como um ninho da beleza.

 

domingo, 1 de maio de 2022

MÚSICA(ATIVIDADES): FILHOS DE GANDHI - GILBERTO GIL - COM GABARITO

 Música(Atividades): Filhos de Gandhi

         Gilberto Gil

Omolu, Ogum, Oxum, Oxumaré
Todo o pessoal
Manda descer pra ver
Filhos de Gandhi

Iansã, Iemanjá, chama Xangô
Oxossi também
Manda descer pra ver
Filhos de Gandhi

Mercador, Cavaleiro de Bagdá
Oh, Filhos de Obá
Manda descer pra ver
Filhos de Gandhi

Senhor do Bonfim, faz um favor pra mim
Chama o pessoal
Manda descer pra ver
Filhos de Gandhi

Oh, meu pai do céu, na terra é carnaval
Chama o pessoal
Manda descer pra ver
Filhos de Gandhi.

GIL, Gilberto. In: Todas as letras. São Paulo: Companhia das Letras, 1996. p. 146.

Fonte: Livro – Língua Portuguesa – Heloísa Harue Takazaki – ensino médio – Coleção Vitória-Régia – Volume único – IBEP. 2004, p. 77.

Entendendo a música:

01 – O que significa respeito pela pluralidade religiosa de um povo? Troque ideias com o professor e colegas a partir da letras da canção presente.

      O respeito pela pluralidade é entender que a convivência em sociedade pressupõe posturas e atitudes não discriminatórias e/ou preconceituosas.

02 – Em muitas regiões do Brasil é interessante observar um sincretismo religioso, ou seja, há uma identificação entre santos do catolicismo com entidades do candomblé. Converse sobre isso com o professor.

      Na letra de “Filhos de Gandhi”, Gilberto Gil evoca o Senhor do Bonfim, no sincretismo religioso representa Oxalá, o orixá que governa a Terra.

03 – Como você observou, no Brasil, a religiosidade é muito forte e se manifesta das mais diversas formas. É comum que as crenças religiosas entrem em conflito com conhecimentos científicos? Comente.

      Sim, A ciência toma como base a investigação, a pesquisa, a experimentação; enquanto que a religião tem, como base, a fé.

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domingo, 1 de agosto de 2021

MÚSICA(ATIVIDADES): A RAÇA HUMANA - GILBERTO GIL - COM GABARITO

 MÚSICA(ATIVIDADES): A RAÇA HUMANA

                                                     Gilberto Gil

A raça humana é

Uma semana

Do trabalho de Deus

 

A raça humana é a ferida acesa

Uma beleza, uma podridão

O fogo eterno e a morte

A morte e a ressurreição

 

A raça humana é

Uma semana

Do trabalho de Deus

 

A raça humana é o cristal de lágrima

Da lavra da solidão

Da mina, cujo mapa

Traz na palma da mão

 

A raça humana é

Uma semana

Do trabalho de Deus

 

A raça humana risca, rabisca, pinta

A tinta, a lápis, carvão ou giz

O rosto da saudade

Que traz do Gênesis

Dessa semana santa

Entre parênteses

Desse divino oásis

Da grande apoteose

Da perfeição divina

Na Grande Síntese

 

A raça humana é

Uma semana

Do trabalho de Deus

 

(Todas as letras. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

p. 261. © Gege Edições Musicais – Brasil e América do Sul/

Preta Music – Resto do mundo.

Fonte: Livro- Português: Linguagem, 2/ William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 11.ed – São Paulo: Saraiva, 2016.p.280-281.

 

Entendendo a canção

1. A letra da canção se propõe a refletir sobre um dos temas mais inquietantes de toda a história da humanidade: a raça humana e suas origens.

a) Que palavras ou expressões do texto comprovam a busca das origens?

Entre outras, “Uma semana/Do trabalho de Deus” e “Gênesis.

b) A abordagem do tema é, portanto, científica ou mítica.

Mítica.

 2. Observando a estrutura sintática das estrofes, notamos que quase todas elas são semelhantes.

Veja a 1ª estrofe, que também é o refrão:

“A raça humana é

Uma semana

Do trabalho de Deus”

a)   Identifique a função sintática dos termos a raça humana e uma semana do trabalho de Deus.

A raça humana: sujeito; uma semana do trabalho de Deus: predicativo do sujeito.

 

b)   Classifique o predicado dessa oração.

         Predicado nominal

c)   Que outras estrofes apresentam uma estrutura sintática semelhante?

          2ª, 3ª, 4ª, 5ª e 7ª

d)   Qual é a única estrofe que apresenta uma estrutura sintática completamente diferente?

          6ª estrofe

3. Ao conceituar a raça humana, o eu lírico faz uso de uma linguagem figurada, metafórica, como neste verso: “A raça humana é a ferida acesa”.

a) Qual é a função sintática do termo a ferida acesa?

    predicativo do sujeito

b) Que outras metáforas são empregadas na 2ª estrofe com a mesma função sintática?

“Uma beleza, uma podridão”, “O fogo eterno e a morte”, “A morte e a ressurreição”.

c) Sobre a metáfora ferida acesa, Gil comenta: “Eu adorava essa expressão do Caetano Veloso, ‘ferida acesa’ [da canção ‘Luz do Sol’: ‘Marcha o homem sobre o chão / Leva no coração uma ferida acesa’], e resolvi transpô-la, traduzi-la para o contexto de ‘A raça humana’, ‘Ferida acesa’: como se o pus fosse luz...”. Explique as associações que Gil faz entre ferida acesa, pus e luz.

Se é ferida, então tem pus, parte da podridão e da morte. Mas, se está acesa, então tem luz, vida.

4. Observe este trecho da canção: “A raça humana risca, rabisca, pinta / A tinta, a lápis, carvão ou giz / O rosto da saudade”.

a) Qual é a predicação dos verbos riscar, rabiscar e pintar?

São verbos transitivos diretos.

b) Logo, que tipo de predicado essas orações possuem?

Predicados verbais.

5. Como conclusão de estudo, compare estes dois trechos quanto ao sentido e ao tipo de predicado:

I. “A raça humana é

Uma semana

Do trabalho de Deus”

II. “A raça humana risca, rabisca, pinta

A tinta, a lápis, carvão ou giz

O rosto da saudade

Que traz do Gênesis”

Em seguida, indique os itens que traduzem afirmações apropriadas sobre o texto:

a) São empregadas duas estruturas sintáticas distintas, com diferentes finalidades: o predicado nominal é empregado quando se quer conceituar a raça humana: “A raça humana é [...]”; o predicado verbal, com verbos transitivos, quando se quer dizer o que a raça humana faz.

b) Os verbos de ligação facilitam a construção das metáforas, que desempenham a função sintática de predicativo do sujeito, o núcleo do predicado verbal.

c) Tanto nas estrofes em que predomina o predicado nominal (o que o homem é) quanto naquela em que predomina o predicado verbal (o que o homem faz), tudo lembra o Gênesis, o que comprova a abordagem mítica do tema.

d) A “Grande Síntese” a que faz referência o texto é a raça humana.

e) A “semana santa” a que faz referência o texto é a semana da criação do mundo.

domingo, 20 de dezembro de 2020

MÚSICA(ATIVIDADES): ANDAR COM FÉ - GILBERTO GIL - COM GABARITO

 MÚSICA(Atividades): Andar com fé

                                                    Gilberto Gil/Caetano Veloso

Andá com fé eu vou
Que a fé não costuma faiá
Andá com fé eu vou
Que a fé não costuma faiá
Andá com fé eu vou
Que a fé não costuma faiá
Andá com fé eu vou
Que a fé não costuma faiá

Que a fé 'tá na mulher
A fé 'tá na cobra coral
Oh oh
Num pedaço de pão

A fé 'tá na maré
Na lâmina de um punhal
Oh oh
Na luz, na escuridão
Andá com fé eu vou
Que a fé não costuma faiá olêlê
Andá com fé eu vou
Que a fé não costuma faiá
Olálá

Andá com fé eu vou
Que a fé não costuma faiá
Oh menina
Andá com fé eu vou
Que a fé não costuma faiá

A fé 'tá na manhã
A fé 'tá no anoitecer
Oh oh
No calor do verão

A fé 'tá viva e sã
A fé também 'tá prá morrer
Oh oh
Triste na solidão

Andá com fé eu vou
Que a fé não costuma faiá
Oh menina
Andá com fé eu vou
Que a fé não costuma faiá

Andá com fé eu vou
Que a fé não…


Entendendo a canção

1 – As palavras abreviadas e expressões populares utilizadas na letra da canção provocam efeito de:

a)   formalidade.

b)   comicidade.

c)   descrença.

d)   informalidade.

 2 – Antítese é a figura da linguagem em que ideias contrárias são colocadas lado a lado. Na letra da canção, há antítese em:

a)   “Triste na solidão/Andá com fé eu vou.”

b)   “A fé tá na maré/Na lâmina de um punhal.”

c)   “A fé tá viva e sã/A fé também tá pra morrer.”

d)   “Que a fé não costuma faiá/Que a fé tá na mulher.”

 

3 – De que se trata a canção?

      Ela aponta para o horizonte na busca da ressignificação do eu.

 4 – A primeira estrofe o eu lírico entoa-se o mantra “Andá com fé eu vou/que a fé não costuma faiá/Andá com fé eu vou/que a fé não costuma faiá”, e assim repete-se até o próximo verso, intercalando-se.

   Com que sentido o eu lírico usa do artifício da repetição?

    Ele puxa o sentido da reza, oração, vozes incessantes evocando, chamando, para a materialização do pedido. Vá com fé, gana, graça, acredite.

 5 – Por que o eu lírico usa a expressão “Faiá”?

       Ele personifica o pedido da pessoa humilde, desprovida de bens, a fé e a certeza da oração, por ser quem é, do jeito que é.

 6 – No verso: “Na luz, na escuridão”. Que sentido tem na canção referente a fé?

      Que em todas as situações a fé não o abandona, na alternância contínua de momentos.

7 – Após analisar a letra da canção responda: a temática é positiva ou negativa. Em seguida, explique por quê?

       Positiva. Porque a fé é algo tão pessoal, tem vários significados, distintos a cada pessoa, um artifício para o caminho parecer menos amargo, para dar sentido, o farol distante que nos guia, uma doce ilusão, a verde esperança... Contudo, andá com fé meu povo... entoa este canto, a fé não costuma faiá.


8 – Que tipo de linguagem há nessa canção?

       Apresenta uma linguagem sociocultural marcado pelo regionalismo.

9 – Que mensagem traz essa canção em tempos atuais, diante da Pandemia?

     Neste momento independente de religiões, através da prece tentamos ouvir a serena voz e o som do silêncio que nem sempre tão claro e de fácil compreensão; em tempos sombrios, de mudanças, crises e de certa desesperança, o remédio é andar com fé, pois esta não costuma falhar, jamais.





quarta-feira, 15 de julho de 2020

MÚSICA(ATIVIDADES): MARGINÁLIA II - GILBERTO GIL - COM GABARITO

Música(Atividades): Marginália II

                Gilberto Gil

Eu, brasileiro, confesso

Minha culpa, meu pecado

Meu sonho desesperado

Meu bem guardado segredo

Minha aflição

 

Eu, brasileiro, confesso

Minha culpa, meu degredo

Pão seco de cada dia

Tropical melancolia

Negra solidão

 

Aqui é o fim do mundo

Aqui é o fim do mundo

Aqui é o fim do mundo

 

Aqui, o Terceiro Mundo

Pede a bênção e vai dormir

Entre cascatas, palmeiras

Araçás e bananeiras

Ao canto da juriti

 

Aqui, meu pânico e glória

Aqui, meu laço e cadeia

Conheço bem minha história

Começa na lua cheia

E termina antes do fim

 

Aqui é o fim do mundo

Aqui é o fim do mundo

Aqui é o fim do mundo

 

Minha terra tem palmeiras

Onde sopra o vento forte

Da fome, do medo e muito

Principalmente da morte

Olelê, lalá

 

A bomba explode lá fora

E agora, o que vou temer?

Oh, yes, nós temos banana

Até pra dar e vender

Olelê, lalá

 

Aqui é o fim do mundo

Aqui é o fim do mundo

Aqui é o fim do mundo

Composição: Gilberto Gil / Torquato Neto.

                              Fonte: Livro – Encontro e Reencontro em Língua Portuguesa – 8ª Série – Marilda Prates – Ed. Moderna, 2005 – p. 107/8.

Entendendo a canção:

01 – Identifique no texto pelo menos duas palavras que possam ser relacionadas à religião católica.

      Confesso, pecado, culpa, bênção.

02 – Qual o significado de degredo?

      Exílio, afastamento voluntário ou compulsório.

03 – Procure no dicionário ou nos livros de História ou de Geografia a definição de Terceiro Mundo.

      Conjunto de nações ou de países que, devido a suas condições sociais, culturais, políticas e econômicas, não pode ser incluído entre os países mais desenvolvidos do mundo.

04 – “Aqui o Terceiro Mundo pede a bênção e vai dormir”.

a)   O que é pedir a bênção?

Pedir auxílio, autorização, permissão, aprovação. No texto, é curvar-se perante as grandes potências.

b)   A quem o Terceiro Mundo poderia estar pedindo a bênção?

O Terceiro Mundo, mais especificamente o Brasil, pede a bênção aos países desenvolvidos.

c)   A expressão “pedir a bênção” no texto tem um significado positivo ou negativo? Por quê?

Negativo, pois refere-se à submissão dos países subdesenvolvidos em relação aos países desenvolvidos.

05 – Os versos que iniciam a Canção do exílio, de Gonçalves Dias, poeta brasileiro do século XIX, foram aproveitados no poema por Torquato Neto. Gonçalves Dias estava estudando em Portugal e, saudosamente comparando-o ao Brasil, escreveu:

“Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabiá;

As aves que aqui gorjeiam,

Não gorjeiam como lá”.

Torquato Neto, ao escrever Marginália II em plena ditadura militar, via o Brasil de maneira diferente.

a)   Identifique no texto os versos que fazem referência ao poema de Gonçalves Dias.

Versos 27 e 30.

b)   O Brasil de hoje, para você, é mais parecido com a visão de Gonçalves Dias ou de Torquato Neto? Por quê?

Resposta pessoal do aluno.

06 – Marginália podem ser as anotações feitas à margem de um livro. Essa palavra pode também significar conjunto de marginais. Marginal é aquele que, de forma geral, fica à margem.

a)   De acordo com o texto, por que “Aqui é o fim do mundo”?

Para o eu lírico, o Brasil é o fim do mundo, uma vez que aqui há fome, abandono, aflição.

b)   A partir das reflexões feitas até agora, identifique: quem seria a marginália mencionada no título do poema?

A marginália seria o povo brasileiro, à margem do desenvolvimento.

 


quarta-feira, 1 de maio de 2019

MÚSICA(ATIVIDADES): VOU ME EMBORA PRA PASÁRGADA - GILBERTO GIL - COM GABARITO

Música(Atividades): Vou me Embora Pra Pasárgada

                               Gilberto Gil

Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconsequente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive

E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada

Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcaloide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar

E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
- Lá sou amigo do rei -
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.
                             In: Manuel Bandeira. Poesia completa e prosa,
Rio de Janeiro: Nova Aguilar, p. 425.
Entendendo a canção:

01 – Os versos “Vou-me embora pra Pasárgada / Aqui eu não sou feliz” exprimem o desejo do eu lírico de fugir da realidade concreta e adentrar outro tipo de realidade, a sonhada ou idealizada. Esse desejo se associa ao escapismo dos escritores românticos, e a oposição existente no texto entre o aqui e o lá faz lembrar os versos da “Canção do exílio”, de Gonçalves Dias, veja:
        “Minha terra tem palmeiras,
        Onde canta o Sabiá;
        As aves, que aqui gorjeiam,
        Não gorjeiam como lá.”

        “Minha terra tem primores,
        Que tais não encontro eu cá;
        Em cismar – sozinho, à noite
        -- Mais prazer encontro eu lá;
        Minha terra tem palmeiras,
        Onde canta o Sabiá.”

a)   A que espaço se refere o cá/lá de cada um?
Para Gonçalves Dias, o cá é Portugal; para Bandeira, é a realidade concreta, no Brasil ou em qualquer outro lugar.

b)   Que semelhanças e diferenças há entre o lá de Gonçalves Dias e o lá de Manuel Bandeira?
Para ambos, o lá representa um mundo de delícias. Contudo, para Gonçalves Dias o lá é o Brasil, a pátria; enquanto para Bandeira não se coloca a questão da pátria, o lá é um mundo imaginário.

02 – Pasárgada é o mundo da liberdade, do permitido, da realização plena dos desejos. Opõe-se diretamente, portanto, ao mundo real, cheio de proibições, de regras, de lógica e de moral.
a)   Em sua lógica particular, o eu lírico afirma: “Lá sou amigo do rei”. Que vantagens há nessa condição?
Essa condição hipoteticamente lhe permitiria estar acima de todas as leis.

b)   Identifique no texto exemplos de transgressão das normas da considerada “boa conduta social”.
Consumo de drogas (alcaloides) e namorar prostitutas.

c)   Os surrealistas consideravam a razão uma verdadeira prisão para a criação artística. Assim, procuravam desenvolver métodos que a driblassem, como o uso de non sense (textos sem nexo) e, assim, alcançar a liberdade total. Identifique, no poema, um exemplo de non sense.
Está na 2ª estrofe: “Joana a Louca de Espanha / Rainha e falsa demente / vem a ser contraparente / Da nora que eu nunca ative.”

03 – Pode-se dizer que esse poema de Manuel Bandeira também é uma espécie de canção de exílio? Por quê?
      Sim. Porque o poeta quer largar tudo e ir para um lugar em que poderá viver melhor. Mas esse “exílio” é interno; o poeta sente-se infeliz e quer ir buscar a felicidade.

04 – É válido afirmar que a Pasárgada de Manuel Bandeira é a expressão de um ideal nacionalista e coletivo como é a terra brasileira na “Canção do exílio” de Gonçalves Dias? Por quê?
      Não. Pois a Pasárgada de Bandeira é um lugar mítico, uma terra de felicidades e prazeres que só existe na imaginação do poeta. O que é saudade da terra natal, em Gonçalves Dias, em Bandeira é saudade de um tempo feliz.

05 – Do ponto de vista da forma, há semelhanças entre os textos? Justifique sua resposta.
      Sim, pois ambos são compostos de redondilhas maiores (versos de sete sílabas poéticas).

06 – Na 3ª estrofe, o poema faz menção a um conjunto de ações comuns na infância. Levando em conta os dados biográficos do autor, explique por que essas ações são supervalorizadas.
      Certas ações simples do cotidiano – andar de bicicleta, tomara banhos de mar, etc. – tornaram-se impossíveis para o poeta, por força da tuberculose. Assim, figuram no mundo imaginário de Pasárgada.

07 – Releia a última estrofe do poema de Bandeira. Nela se percebe que, às vezes, o mundo de prazeres oferecidos por Pasárgada sucumbe.
a)   Identifique os versos em que isso ocorre.
Principalmente estes: “Quando de noite me der / vontade de me matar”.

b)   Com base nos três últimos versos da estrofe, identifique o elemento que se opõe à morte e se configura como saída para ao eu lírico.
É o sexo. É a manifestação de amor e prazer físico do eu lírico.