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quinta-feira, 26 de setembro de 2024

POEMA: FILIAÇÃO - MURILO MENDES - COM GABARITO

 Poema: Filiação

             Murilo Mendes

Eu sou da raça do Eterno.

Fui criado no princípio

E desdobrado em muitas gerações

Através do espaço e do tempo.

Sinto-me acima das bandeiras,

Tropeçando em cabeças de chefes.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRJLITAnngG6a3Ps3KhnfM3Yija3Sn0x2OILqHEnaMkSjVsMbxobDlahEsS5zkNYFtTXZeA4KZBKutBK16IVm1wbNRE9K_vjGx9dhP6BIhuYF_a-mLgvzws5_RvMYsA0v28ogqGZUzhrrcNvs2mfp_F0BLZtm83FWWyasiH5ztnEhdEZOoAafO6LNQTfg/s1600/MAR.jpg


Caminho no mar, na terra e no ar.

Eu sou da raça do Eterno,

Do amor que unirá todos os homens:

Vinde a mim, órfãos da poesia,

Choremos sobre o mundo mutilado.

MENDES, Murilo. Filiação. Apud ARAÚJO, Laís Corrêa de. Poetas modernos do Brasil 2. ed. Petrópolis, Vozes, 1972. v. II, p. 126-7.

Fonte: livro Língua e Literatura – Faraco & Moura – vol. 3 – 2º grau – Edição reformulada 9ª edição – Editora Ática – São Paulo – SP. p. 198.

Entendendo o poema:

01 – Qual a principal mensagem transmitida pelo poema "Filiação"?

      O poema "Filiação" de Murilo Mendes transmite uma mensagem de universalidade e transcendência. O eu lírico se identifica com a eternidade, com a criação e com a união de todos os seres humanos. Ele se coloca acima das divisões e conflitos da humanidade, buscando uma conexão mais profunda com o universo e com seus semelhantes.

02 – Como o eu lírico se posiciona em relação ao mundo e à sociedade?

      O eu lírico se posiciona como um observador superior, que transcende as limitações do tempo e do espaço. Ele se sente acima das divisões políticas e sociais, representadas pelas "bandeiras" e pelas "cabeças de chefes". Ao mesmo tempo, ele se mostra solidário com a humanidade, convidando todos a se unirem em busca de um futuro melhor.

03 – Qual o significado da expressão "raça do Eterno"?

      A expressão "raça do Eterno" representa a ideia de uma conexão profunda com algo maior do que a individualidade. O eu lírico se identifica com uma força universal e atemporal, que o liga a todos os seres humanos e a toda a criação. Essa expressão evoca um sentimento de pertencimento a algo maior do que a própria existência individual.

04 – Como o poema aborda a questão da união entre os seres humanos?

      O poema enfatiza a importância da união entre os seres humanos, independentemente de suas diferenças. O eu lírico convida todos a se unirem em torno da poesia e a chorar juntos pela dor do mundo. Essa união é vista como a única esperança para superar as divisões e construir um futuro mais justo e humano.

05 – Quais as principais características da linguagem poética utilizada por Murilo Mendes nesse poema?

      A linguagem poética de Murilo Mendes em "Filiação" é marcada por um tom elevado e grandioso, com o uso de imagens fortes e expressivas. O poeta utiliza metáforas e personificações para transmitir a ideia de transcendência e universalidade. A linguagem é concisa e direta, com um ritmo marcado e expressivo.

 

 

POEMA: FIM - MURILO MENDES - COM GABARITO

 Poema: Fim

             Murilo Mendes

Eu existo para assistir ao fim do mundo.
Não há outro espetáculo que me invoque.
Será uma festa prodigiosa, a única festa.
Ó meus amigos e comunicantes,
tudo o que acontece desde o princípio é a sua preparação.


Eu preciso assistir ao fim do mundo
para saber o que Deus quer comigo e com todos
e para saciar minha sede de teatro.
Preciso assistir ao julgamento universal,
ouvir os coros imensos,
as lamentações e as queixas de todos,
desde Adão até o último homem.

Eu existo para assistir ao fim do mundo,
eu existo para a visão beatífica.

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcbGdph2C-jZ9A1i60jHPK3UXKIJ82ACg4Sd6YKaxBRYIw4kJJFSeA3TsGTnjBDkDfqUU2XGKnIkeFPMQn3dnLpEvEze_a_d2tSMil_toeJaq0f-PCiNGR4B5OD03pavwmHaRydVrNLCUvOxlaMWBPg537dbK-rhLDx-6RIwkcmjq6xRZQieNWFD2qP7s/s320/FIM.jpeg 

Murilo Mendes.

Fonte: livro Língua e Literatura – Faraco & Moura – vol. 3 – 2º grau – Edição reformulada 9ª edição – Editora Ática – São Paulo – SP. p. 207.

Entendendo o poema:

01 – Qual é o evento central que o eu lírico anseia presenciar?

      O eu lírico demonstra um profundo desejo de testemunhar o fim do mundo, um evento que ele considera a celebração definitiva da existência.

02 – Que significado o fim do mundo possui para o eu lírico além de um mero evento catastrófico?

      Para o eu lírico, o fim do mundo representa um momento de revelação, um julgamento final que irá esclarecer o propósito divino e individual. Além disso, ele vê nesse evento a culminação de todo o drama da existência, um espetáculo grandioso e único.

03 – Qual a relação entre o desejo do eu lírico de assistir ao fim do mundo e a sua busca por conhecimento?

      O eu lírico busca no fim do mundo respostas para as grandes questões existenciais, como o propósito de Deus e o destino da humanidade. Ele acredita que a visão beatífica, ou seja, a visão de Deus, que ele espera ter ao final dos tempos, irá saciar sua sede de conhecimento e compreensão.

04 – Como o eu lírico descreve o fim do mundo?

      O eu lírico descreve o fim do mundo como uma festa prodigiosa, um evento grandioso e único. Ele evoca imagens de coros imensos, lamentações e queixas de toda a humanidade, criando um cenário apocalíptico que, ao mesmo tempo, é repleto de uma certa teatralidade.

05 – Qual a importância da palavra "beatífica" no contexto do poema?

      A palavra "beatífica" refere-se à visão de Deus, uma experiência de felicidade suprema e perfeita. No poema, ela representa o objetivo final do eu lírico, a razão pela qual ele anseia tanto pelo fim do mundo. A visão beatífica é vista como a recompensa final por toda a existência e a solução para todas as dúvidas e angústias humanas.

 

domingo, 17 de dezembro de 2023

POEMA: ESTRELAS - MURILO MENDES - COM GABARITO

 Poema: Estrelas

             Murilo Mendes

Há estrelas brancas, azuis, verdes, vermelhas.

Há estrelas-peixes, estrelas-pianos, estrelas-meninas,

Estrelas-voadoras, estrelas-flores, estrelas-sabiás,

Há estrelas que veem, que ouvem,

Outras surdas e outras cegas.

Há muito mais estrelas que máquinas, burgueses e operários:

Quase que só há estrelas.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhM7h-HxfrCO5qR-7a6Y1Owml4sPef0HRuhAtCslTCGd9roZAZbJXuiPo3oVMv7kkladJ-Iej3YqkAv_tm5s8kfJzKEi8aKtWm9rnJG4ikOuqfZGrqZI-fRlYH-Au47py8EQD6Z4aaL0mkIWW4w8ikc4kxGiYCK3GJ17lFQB_lnFw_zZUw0skNm4ki9i4Y/s320/Estrelas.jpg


Entendendo o texto

01. Nesse poema, o eu-poético utiliza muitas figuras de linguagem. Procure um exemplo de personificação e um de hipérbole. Com que intenção poderiam ser utilizadas essas figuras?

Personificação: “Há estrelas que veem, que ouvem/Outras surdas, outras cegas”.

Hipérbole: “Quase que só há estrelas”.

02. O poeta cria uma série de neologismos. Quais são eles?

“Estrelas-peixes”, “estrelas-pianos”, “estrelas-meninas”, “estrelas-voadoras”, “estrelas-flores”, “estrelas-sabiás”.

03. Que efeito produzem esses neologismos no poema?

Expressam a ideia de que o número de estrelas é infinito e que elas são de diferentes tipos.

      04. Quais são as cores mencionadas para descrever as estrelas no poema "Estrelas" de Murilo Mendes?

          a) Brancas, azuis, verdes, vermelhas.

          b) Amarelas, roxas, pretas, alaranjadas.

          c) Douradas, prateadas, violetas, aniladas.

    05. Como as estrelas são comparadas no poema?

        a) A animais.

        b) A máquinas.

        c) A seres diversos como peixes, pianos, meninas, entre outros.

     06. O que algumas estrelas são descritas fazendo no poema?

           a) Voando.

           b) Cantando como sabiás.

          c) Observando e ouvindo.

     07. Como o poema sugere a abundância de estrelas em comparação com outros elementos?

         a) Há mais estrelas do que burgueses.

         b) Há mais estrelas do que operários.

         c) Quase que só há estrelas.

  08. Qual é a ideia principal transmitida pelo poema em relação à presença das estrelas?

       a) Elas são poucas e distantes.

       b) Elas são superiores aos humanos.

       c) Elas não têm importância no universo.

 

quinta-feira, 16 de abril de 2020

POEMA: MENINOS - MURILO MENDES - COM GABARITO

Poema: Meninos
          
    Murilo Mendes

Sentado à soleira da porta
Menino triste
Que nunca leu Júlio Verne
Menino que não joga bilboquê
Menino das brotoejas e da tosse eterna

Contempla o menino rico na varanda
Rodando na bicicleta
O mar autônomo sem fim.

É triste a luta de classes.

Fonte d imagem - https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuLavCYDFXW84ky-ptRtB8DbeHgGjtdpsSicbEmJoJ1kT1vyUgEBuWTaVHu5zcjn0QDmLI8jZVRWjTjuhFVcLKuoelApNxz2IcYQw3-prGM5np_4p_AcdVYSZxx4MgbXvgYMk9bCDpWtc/s1600/MENINOOO.jpg

Entendendo o poema:

01 – De acordo com o poema, é certo dizer que:
a)   O menino está triste, porque nunca leu Júlio Verne.
b)   O menino é triste, pois está na luta das classes.
c)   O menino triste é pobre e adoentado.
d)   O menino não brinca de bilboquê, devido a tosse eterna.

02 – Explique o sentimento do eu lírico ao comparar os dois meninos.
      O poema fala sobre a desigualdade social, fazendo referência a forma como vivem os meninos.

03 – Descreva o lugar onde ocorreu o fato.
      À soleira da porta.

04 – Quem são as personagens do poema?
      O menino triste e o menino rico.

05 – Existe uma relação entre os meninos do poema e os meninos do nosso dia-a-dia?
      Sim, pois a desigualdade social é um mal que assola nosso país.

06 – Que tipo de narrador há no poema?
      Narrador-onisciente (conhece tudo sobre os personagens e sobre o enredo).


domingo, 18 de agosto de 2019

POEMA: NOTURNO RESUMIDO - MURILO MENDES - COM GABARITO


Poema: Noturno resumido
            
               Murilo Mendes - 1901-1975

A noite suspende na bruta mão
que trabalhou no circo das idades anteriores
as casas que o pessoal dorme comportadinho
atravessado na cama
comprada no turco a prestações.

A lua e os manifestos da arte moderna
brigam no poema em branco.

A vizinha sestrosa da janela em frente
tem na vida um camarada
que se atirou dum quinto andar.
Todos têm a vidinha deles.

As namoradas não namoram mais
porque nós agora somos civilizados,
andamos no automóvel gostoso pensando no cubismo.

A noite é uma soma de sambas
que eu ando ouvindo há muitos anos.

O tinteiro caindo me suja os dedos
e me aborrece tanto:
não posso escrever a obra-prima
que todos esperam do meu talento.
Entendendo o poema:

1)   Leia a última estrofe do poema.

a)   Reescreva a estrofe substituindo um dos dois pontos por uma conjunção que não altera o sentido expresso do poema.
“O tinteiro caindo me suja os dedos
e me aborrece tanto que
não posso escrever a obra-prima
que todos esperam do meu talento.”

b)   Que sentido a conjunção que expressa?
Sentido: consequência.

2)   O eu lírico trata sobre qual  assunto no poema?
Ele fala do “estar” do homem em um mundo caótico, com estruturas e verdades desequilibradas dos segredos cotidianos...

3)   Marque a única alternativa onde os recursos empregados no texto que o caracterizam como poético.
a)   Versos, descrição, linguagem figurada.
b)   Descrição, rimas, diálogos e ação de personagem.
c)   Rimas, estrofes, argumentos.
d)   Ritmo, rima, linguagem figurada.

4)   Que figura de linguagem há nos seguintes versos:
“A lua e os manifestos da arte moderna
brigam no poema em branco.?”
Prosopopeia ou personificação.


quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

POEMA: SOLIDARIEDADE - MURILO MENDES - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO


POEMA: SOLIDARIEDADE

Sou ligado pela herança do espírito e do sangue
Ao mártir, ao assassino, ao anarquista,
Sou ligado
Aos casais na terra e no ar,
Ao vendeiro da esquina,


Ao padre, ao mendigo, à mulher da vida,
Ao mecânico, ao poeta, ao soldado,
Ao santo e ao demônio,
Construídos à minha imagem e semelhança.

            MENDES, Murilo. Solidariedade. In:______. O menino Experimental:
                                             Antologia. 1. ed. São Paulo, Summus, 1979. p. 62.

Entendendo o poema:

01 – O poeta se mostra solidário às pessoas e aos seres mais díspares. Cite dois desses elementos que se opõem radicalmente.
       Mártir / assassino; padre / mulher da vida; santo / demônio.

02 – Essa identificação do poeta com todo tipo de pessoa tem uma justificativa. Que justificativa é essa?
       Todos esses seres são feitos à imagem e semelhança do poeta.

03 – O versículo bíblico “criados à minha imagem e semelhança” foi retomado pela poeta, substituindo criados por construídos. Qual pode ser o significado dessa alteração?
       Construir significa “dar estrutura a, fabricar, edificar”. Portanto, neste caso, construídos dá ideia de que os homens vão se identificando com o passar do tempo e não são criados já iguais por Deus.