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segunda-feira, 17 de junho de 2024

MITO: A ORIGEM DA ÁGUA - FORMAÇÃO DOS OCEANOS E RIOS - SEPÉ KUIKURO - COM GABARITO

 Mito: A origem da águaFormação dos oceanos e rios

        Sepé Kuikuro

        Texto 1

        Antigamente não existia água no mundo. Havia somente um homem, chamado Sagakagagu, que tinha seis cabaças de água.

        O deus Taũgi foi procurar esse homem, pois diziam que ele vivia muito melhor do que todos os outros seres. Taũgi foi procurar o dono da água, até que chegou na aldeia onde Sagakagagu morava. O dono da água falou:

        -- Taũgi, você chegou?

        -- Eu cheguei.

        -- O que você quer comigo?

        -- Eu venho atrás do senhor para lhe pedir pelo menos uma cabacinha de água.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQTfz65aLNEI-H9GP9g0zd2rLoYaVW7GHLiwPtbq7WRuuHIog2tWWGnbzddU-cZxP52ySpMMxl6D2L-mtiWO3PskCqOJxJHurv1oidh-QEgESveq4KmtwOVCMdwDHJ0FuspRDxXEIFa1X8VrW2sYM_JyrHkG0H4lQrjF1PTPP3f1-DJZyy7P0_18Xp5-g/s320/CABA%C3%87A.jpg


        -- Senhor Taũgi, eu tenho água aqui, mas não é boa para tomar banho. Eu tenho água salgada e água doce.

        O dono da água, Sagakagagu, não queria mostrar a água para Taũgi. Taũgi já havia percebido que ele não queria lhe dar a água.

        No dia seguinte o deus Taũgi quebrou rodas as cabaças de água que estavam penduradas na casa do dono da água. Então apareceu o mar que tem água salgada, os igarapés, os lagos, os rios e as lagoas. A água se espalhou pelo Brasil e pelo mundo inteiro.

        Foi assim a origem da água no Brasil. Quem trouxe a água para nós foi o deus Taũgi.

Versão de Sepé Kuikuro. Fonte: Livro das Águas – Índios no Xingu (2002). Disponível em: https://bityli.com/YVn36. Acesso em: 14 fev. 2021.

 

        Texto 2

        A água surgiu pela tartaruga há muitos anos atrás. Os antigos tomavam água do cipó, cortavam todos os dias sem parar, eles bebiam com a família. Os homens e as mulheres enchiam a cuia grande com a água do cipó no mato e traziam para casa. Os antigos foram caçar longe, na volta encontraram a tartaruga no mato, ela estava no barranco alto.

        Eles perguntaram para a tartaruga:

        -- Você sabe fazer água?

        A tartaruga respondeu:

        -- Eu sei fazer água.

        Aí ela começou a cavar o chão, porque a tartaruga tinha casco duro e afiado. A tartaruga enorme falava na língua dos antigos, na mesma língua. Ela foi cavando um buraco até encontrar água.

        A tartaruga foi cavando e aumentando a água, bem rápido. Eles voltaram do mato para casa e chegaram. Eles contaram para as pessoas que a tartaruga fez surgir a água e eles acreditaram. Logo pararam de beber a água do cipó. Eles ficaram contentes porque a tartaruga fez os rios. A tartaruga é que deu origem à água.

Versão de Peranko Panará. Fonte: Livro das Águas – Índios no Xingu (2002). Disponível em: https://bityli.com/WOm6Q. Acesso em: 14 fev. 2021.

Fonte: Maxi: Séries Finais. Caderno 2. Língua Portuguesa – 6º ano. 1.ed. São Paulo: Somos Sistemas de Ensino, 2021. Ensino Fundamental 2. p. 57-59.

Entendendo o mito:

01 – O que as duas narrativas têm em comum?

      As duas explicam a origem da água de acordo com lendas indígenas.

02 – De acordo com a narrativa do povo Kuikuro, quem era o único a ter água, quando no mundo ela ainda não existia para todos?

      Sagakagagu.

03 – De acordo com a mesma narrativa, onde ficava armazenada a única água que existia?

      Na casa do dono da água, em seis cabaças.

04 – Quem foi procurar o dono da água em busca de um pouco de água?

      O deus Taũgi.

05 – Com a negativa de Sagakagagu em ceder um pouco de água, o que fez o deus Taũgi? Qual foi o resultado do seu ato?

      Percebendo que Sagakagagu não queria dar a água, o deus Taũgi, então quebrou as seis cabaças de água do dono das águas, fazendo surgir os igarapés, os lagos, os rios e as lagoas.

06 – De acordo com o povo Panará, de onde veio a água?

      A água veio da tartaruga.

07 – De acordo com a crença do povo Panará como os antigos conseguiam água, antes da tartaruga?

      Eles conseguiam água por meio do cipó.

08 – Por que os antigos eram capazes de se comunicarem com a tartaruga?

      Eles conseguiam comunicar-se com a tartaruga porque falavam a mesma língua.

09 – Como a tartaruga conseguiu encontrar água?

      A tartaruga conseguiu água cavando com o seu casco que era duro e afiado.

terça-feira, 2 de janeiro de 2024

MITO: OS MENINOS QUE VIRARAM ESTRELAS - SÁVIA DUMONT - COM GABARITO

 Mito: Os meninos que viraram estrelas

        Sávia Dumont

        Quem vai ao Mato Grosso se encanta com o céu estrelado. Conta-se por lá que as estrelas nasceram da amizade entre uns indiozinhos e um beija-flor, que sempre os acompanhava em suas estripulias.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgaj_Rb7x5L_Hi59NPI0UK2qJsRtKjGA2VW53UGx4o1yPwhrv_v7LOZbTZVsL9Zx3P_swquONJd6JqQvkW_N2tivyXS2fr0jt3j3n2BRnRyzUbPludluQk_sgMZhxwi8lUTXsggjmYp9lnI7VYyBZPoGa1xADO3HSIg5tSWX7XeXMYnN9_idMq6BXvSjEw/s320/ESTRELAS.jpg


        Certo dia, as índias da tribo foram colher milho para fazer comidas gostosas para seus maridos, que estavam caçando. Depois de debulhar as espigas, cantando despreocupadas, puseram os grãos para secar ao sol. Enquanto o milho secava foram se banhar no rio.

        Os curumins observavam tudo aquilo loucos para que o milho secasse logo e eles pudessem comer afinal os quitutes prometidos. Mas não tiveram paciência de esperar. Pediram à avó, já bem velhinha, que fizesse logo um bolo para eles. Tanto insistiram que a vovó fez o bolo, devorado por eles num abrir e fechar de olhos.

        O papagaio tagarela, que a tudo assistia, ameaçava:

        -- Vou contar tudo para as índias. Vou contar que vocês usaram o milho e encheram a barriga com o que era guardado para os guerreiros... Vou contar tudo – repetia.

        Com medo de levar uns bons cascudos, os curumins foram correndo se esconder na mata.

        Assim que as índias retornaram à aldeia, o papagaio deu com a língua no bico. Contou o acontecido tintim por tintim. As mães dos meninos ficaram furiosas e prometeram uma surra bem dada quando eles aparecessem.

        Sabendo o que os esperava, os indiozinhos passaram a tarde emendando um no outro os cipós da floresta. Agarraram-se então na corda comprida que fizeram e pediram ao amigo beija-flor que pegasse a ponta do cipó no bico e voasse o mais alto que pudesse. E lá se foi a avezinha, levando para o céu o cipó apinhado de meninos.

        As índias, desesperadas, chamavam o beija-flor de volta. Mas quanto mais elas chamavam, mais alto ele voava.

        À medida que iam subindo, os meninos choravam, e cada lágrima que caía virava uma estrela solta no ar. Fascinados, os curumins continuaram a brincadeira e não voltaram mais para a aldeia. Ficaram morando no céu.

        Fez-se um colar imenso de estrelas. Quando a saudade bate forte, mãe e filhos trocam olhares. Dizem que em cada estrela que brilha desvenda-se um segredo do universo.

Sávia Dumont. Os meninos que viraram estrelas e outras histórias brasileiras. Companhia das Letrinhas: São Paulo, 2002.

Fonte: Coleção Desafio Língua Portuguesa – 5° ano – Anos Iniciais do Ensino Fundamental – Roberta Vaiano – 1ª edição – São Paulo, 2021 – Moderna – p. MP145.

Entendendo o mito:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Estripulias: brincadeiras; travessuras, traquinagens.

·        Debulhar as espigas: tirar os grãos de espigas de milho.

·        Curumins: garotos; rapazes jovens indígenas.

·        Cascudos: pancadas na cabeça com o nó dos dedos dobrados; coques.

·        Tintim por tintim: nos mínimos detalhes; com minúcias.

·        Apinhado: repleto, cheio; abarrotado.

·        Fascinados: deslumbrados, encantados.

·        Desvenda-se: revela-se; torna-se claro.

02 – Qual é a origem das estrelas de acordo com o mito?

      As estrelas surgiram das lágrimas dos meninos que foram transformados em estrelas enquanto subiam ao céu agarrados a um cipó.

03 – Quais foram as ações dos curumins que levaram à sua transformação em estrelas?

      Eles comeram o milho guardado para os guerreiros, temendo uma surra por parte das índias, fugiram para a mata e, ao serem perseguidos, foram levados ao céu por um cipó carregado pelo beija-flor.

04 – Por que o beija-flor os levou para o céu?

      Os meninos pediram ao beija-flor que os levasse para o céu usando um cipó, pois estavam com medo das consequências de terem comido o milho reservado para os guerreiros.

05 – Como as índias reagiram à ação dos meninos?

      Ficaram furiosas e prometeram uma surra bem dada quando os meninos retornassem à aldeia.

06 – O que aconteceu com as lágrimas dos meninos enquanto subiam ao céu?

      Cada lágrima que caía dos meninos transformava-se em uma estrela solta no ar.

07 – Onde os meninos passaram a morar após terem sido levados pelo beija-flor?

      Eles passaram a morar no céu, transformados em estrelas.

08 – Qual é o significado das estrelas para as mães e filhos conforme o mito?

      Diz-se que em cada estrela que brilha no céu revela-se um segredo do universo, e quando sentem saudades, mães e filhos trocam olhares, conectando-se através das estrelas.

 

MITO: A ÁRVORE DA VITALIDADE - O GUARANÁ - FRAGMENTO - LEONARDO BOFF - COM GABARITO

 Mito: A árvore da vitalidade – o guaraná – Fragmento

         Leonardo Boff

        Aguiri, menino da tribo Sateré-Maué da área cultural do Tapajós-Madeira, tinha os olhos mais lindos e espertos que jamais se vira naquela região. Os pais agradeciam frequentemente ao Grande Espírito por essa graça singular. Muitas mães pediam ao céu que fizesse nascer também para eles um filho com olhos tão bonitos.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjoqFvi4pRGO1s3-PhHW_ps7EFawQTTq7SHVwcLSDyzUVGLnSwYtiS1_V6rAqWqhnUtPNh6w2UajtO2lTR3xQzxNjKiPjQURd9WygMrmA0bHFVT6hbQAkubAnRCF1-nQBMHLIPo8O2yMUwVlG8E7HleiDwadG7ZPS6VuRMwj7rI7gLr4pmDNjVQTr3Z_AY/s1600/INDIO.jpg


        Aguiri se alimentava de frutas que colhia da floresta em cestos que sua mãe lhe fazia e gostava de partilhá-las com outros coleguinhas de jogos.

        Certa feita, o menino dos olhos lindos distraiu-se da colheita das frutas, indo de árvore em árvore até afastar-se muito da maloca. Aí percebeu, com tristeza, que o sol já transmontara e que se fazia escuro na floresta.

        Não achando mais o caminho de volta, decidiu então dormir no oco de uma grande árvore, protegido dos animais noturnos e perigosos. Mas não estava a salvo do temido Jurupari, um espírito malfazejo que vaga pela floresta, ameaçando quem anda sozinho. Ele também se alimenta de frutas. Mas tem o corpo peludo de morcego e o bico de adunco de coruja.

        Jurupari sentiu a presença de Aguiri e, sem maiores dificuldades, o localizou no oco da grande árvore. Atacou-o de pronto, sem permitir que pudesse esboçar qualquer defesa.

        De noite, os pais e todas as mães que admiravam Aguiri ficaram cheios de preocupação. Ninguém conseguiu pregar o olho. Mal o sol raiou, os homens saíram pela mata afora em busca do menino. Depois de muito vaguear daqui e ali, finalmente encontraram seu cesto, cheio de frutas que ficaram intocadas. E no oco da grande árvore deram com o corpo já frio de Aguiri. Havia sido morto pelo terrível Jurupari, o espírito malfazejo.

        Foi um lamento só. Especialmente choravam os curumins, seus colegas de folguedos. Eis que se ouviu no céu um grande trovão e um raio iluminou o corpo de Aguiri. Todos gritaram:

        -- É Tupã que se apiedou de nós. Ele vai nos devolver o menino.

        Nisso se ouviu uma voz do céu, que dizia suavemente:

        -- Tomem os olhos de Aguiri e os plantem ao pé de uma árvore seca. Reguem esses olhos com as lágrimas dos coleguinhas. Elas farão germinar uma planta que trará felicidade a todos. Quem provar o seu suco sentirá as energias renovadas e se encherá de entusiasmo para manter-se desperto e poder trabalhar incansavelmente. E assim foi feito.

        Tempos depois, nasceu uma árvore, cujos frutos tinham a forma dos olhos bonitos e espertos de Aguiri. Fazendo do fruto um suco delicioso, todos da tribo sentiram grande energia e excitação.

        Deram, então, àquela fruta, em homenagem ao curumim Aguiri, o nome de Guaraná, que em língua tupi significa “a árvore da vida e da vitalidade”. [...]

LEONARDO BOFF. O casamento entre o céu e a terra: contos dos povos indígenas do Brasil. Rio de Janeiro: Mar de ideias, 2014. (Fragmento).

Fonte: Coleção Desafio Língua Portuguesa – 5° ano – Anos Iniciais do Ensino Fundamental – Roberta Vaiano – 1ª edição – São Paulo, 2021 – Moderna – p. MP137-140.

Entendendo o mito:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Área cultural: área com a influência dos costumes de um povo.

·        Grande Espírito: deus indígenas; pelo contexto, Tupã.

·        Transmontara: pusera-se, desparecera (Sol, Lua, astro).

·        Malfazejo: que faz o mal.

·        Adunco: com formato curvo, como um gancho.

·        Lamento: choro.

·        Curumins: meninos.

·        Folguedos: brincadeiras.

·        Se apiedou: teve pena.

02 – Que características do texto que você leu permitem considera-lo um mito?

      A história é imaginária ou fantasiosa e serve para explicar a origem do guaraná.

03 – No primeiro parágrafo, é apontada uma característica de Aguiri muito importante para a compreensão do mito. Copie o trecho que mostra essa característica.

      “[...] tinha os olhos mais lindos e espertos que jamais se vira naquela região”.

a)   Em outro momento, essa característica é usada para substituir o nome de Aguiri. Copie a expressão empregada com essa finalidade.

O menino dos olhos lindos.

b)   Qual é a importância dessa característica para a compreensão da história?

São os olhos tão bonitos de Aguiri que Tupã pede que sejam plantados para dar vida ao guaraná e homenagear o menino.

04 – Na história, Tupã é a representação do Bem. Que expressão do texto faz referência a essa divindade?

      Grande Espírito.

a)   Em que outro momento se faz referência a Tupã no texto sem que se diga o seu nome?

Quando é dito que se ouviu um grande trovão, que um raio iluminou o corpo do menino e que todos ouviram uma voz do céu.

b)   Quem representa o Mal na história?

Jurupari, um espírito malfazejo que vaga pela floresta, ameaçando quem anda sozinho.

c)   Tupã não trouxe Aguiri de volta, mas transformou a vida dos que sofriam pela morte do menino. Como ele fez isso?

Através dos olhos de Aguiri; Tupã deu às pessoas uma árvore que produzia frutos que lembravam aqueles queridos olhos, trazendo felicidade a todos.

d)   Muitas histórias ilustram a luta do Bem contra o Mal. Nesse caso, é possível dizer quem ganhou a luta? Por quê?

Resposta pessoal do aluno.

05 – Copie do terceiro parágrafo a frase que indica a quem Jurupari ameaçava.

      “[...] Mas não estava a salvo do temido Jurupari, um espírito malfazejo que vaga pela floresta, ameaçando quem anda sozinho.”

a)   Copie desse parágrafo um trecho que mostra o motivo de Aguiri ter se afastado da maloca.

“[...] distraiu-se na colheita das frutas, indo de árvore em árvore [...]”.

b)   Sublinhe a palavra que caracteriza a atitude do menino.

Cautela – imprudência – teimosia – maldade.

06 – Aguiri era um menino generoso e bastante querido pelos outros curumins. Copie uma frase do texto que comprove essa afirmação.

      “Aquiri se alimentava de frutas que colhia da floresta [...] e gostava de partilhá-las com outros coleguinhas de jogos” / “Especialmente choravam os curumins, seus colegas de folguedos”.

07 – Você acha que os fatos narrados no mito aconteceram de verdade? Explique.

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Não, que o mito conta uma história que não condiz com a realidade.

08 – Reconte, resumidamente, no caderno quem foi Aguiri e sua relação com a fruta de nome guaraná, segundo o mito.

      Resposta pessoal do aluno.

 

 

 

domingo, 27 de novembro de 2022

MITO: PANDORA - MITOLOGIA GREGA - COM GABARITO

 MITO: PANDORA 

        Num tempo distante, os homens dominaram a dádiva do fogo, graças a Prometeu, tornando melhor a vida na Terra.

         Mas diante daquela afronta, a ira de Zeus não teve limites, e ele resolve então punir os homens.

         Ordenou a Hefesto que moldasse uma mulher de barro, tão linda quanto uma verdadeira deusa, que lhe desse voz e movimento e que seus olhos inspirassem um encanto divino.

          A deusa Atena teceu-lhe uma belíssima roupa, as três Graças a cobriram com joias e as Horas a coroaram com uma tiara de perfumadas flores brancas. Por isso a jovem recebeu o nome de Pandora, que em grego significa “todas as dádivas”.

           No dia seguinte, Zeus deu instruções secretas a seu filho Hermes que, obedecendo às ordens do pai, ensinou a Pandora a contar suaves mentiras. Com isso, a mulher de barro passou a ter uma personalidade dissimulada e perigosa.

            Feito isso, Zeus ordenou a Hermes que entregasse a mulher de presente a Epimeteu, irmão de Prometeu, um homem ingênuo e lento de raciocínio.

            Ao ver Pandora, Epimeteu esqueceu-se que Prometeu havia-lhe recomendado muitas vezes para não aceitar presentes de Zeus, e aceitou-a de braços abertos.

            Certo dia, Pandora viu uma ânfora muito bem lacrada, e, assim que se aproximou dela, Epimeteu alertou-a para se afastar, pois Prometeu lhe recomendara que jamais a abrisse, caso contrário, os espíritos do mal recairiam sobre eles.

            Mas, apesar daquelas palavras, a curiosidade da mulher de barro aumentava, não mais resistindo, esperou que o marido saísse de casa e correu para abrir o jarro proibido.

            Mal ergueu a tampa, Pandora deu um grito de pavor e, do interior da ânfora, saíram monstros horríveis o Mal, a Fome, o Ódio, a Doença, a Vingança, a Loucura e muitos outros espíritos maléficos.

            Quando voltou a lacrar a jarra, conseguiu prender ali um único espírito, a Esperança.

             Assim, então, tudo aconteceu exatamente conforme Zeus havia planejado. Usou a curiosidade e a mentira de Pandora para espalhar o mal sobre o mundo, tornando os homens duros de coração e cruéis, castigando Prometeu e toda a humanidade.

 PANDORA. Mitologia grega. In: Ministério da Educação. Contos tradicionais, fábulas, lendas e mitos. p.125.

Disponível em:www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me001614pdf

Acesso em:6 maio 2018.

Fonte: Maxi: ensino fundamental 2:multidisciplinar:6 º ao 9º ano/obra coletiva: Thais Ginicolo Cabral. 1.ed. São Paulo: Maxiprint,2019.7º ano Caderno 4 p.38 a 41.

INTERAGINDO COM O TEXTO

 01. Quem são os personagens principais do mito “Pandora”? Eles são seres humanos, heróis, deuses ou seres sobrenaturais? Comente sua resposta.

Os personagens principais são Zeus, que era um deus; Pandora, que era um ser sobrenatural feito de barro; Prometeu e Epimeteu, que também eram seres sobrenaturais.

02. Segundo o mito, o que causou a ira de Zeus?

Zeus considerou uma afronta Prometeu ter ensinado aos homens dominaram o fogo, tendo, com isso, uma vida mais confortável.

03. Sobre a personagem Pandora, responda ao que se pede.

a)   Pandora foi criada por uma idealização de Zeus. Por que ela recebeu esse nome?

Pandora recebeu esse nome em virtude de todas as dádivas que recebeu: a belíssima roupa, as joias, a tiara perfumada, pois seu nome em grego significa “todas as dádivas”.

b)   Relacione os personagens de acordo com as dádivas dadas à Pandora em sua criação.

I.Hefesto                  ( III ) Cobriram Pandora  com joias.

II.Atena                    (  I  ) Moldou Pandora com barro.

III.As três Graças     (  V ) Ensinou Pandora a contar suaves

                                                        mentiras.

               IV.As Horas             (  II )Teceu-lhe roupas belíssimas.

               V.Hermes                ( IV ) Coroaram Pandora com flores

                                                        Perfumadas.

04. A quem Zeus enviou Pandora? Por quê?

Zeus enviou Pandora ao ingênuo Epimeteu, irmão de Prometeu, para realizar seu plano de se vingar de Prometeu e, ao mesmo tempo, castigar a humanidade com a maldade.

 05. O mito é um texto narrativo e, como tal, pode ser estruturado em: situação inicial, conflito, clímax e situação final (desfecho).

a)   Descreva a situação inicial.

Para se vingar da atitude desleal de Prometeu, Zeus teceu um plano para castigar a humanidade idealizando Pandora.

b)   Explique como o conflito é gerado.

Pandora não resiste à curiosidade e abre o jarro proibido, mesmo tendo sido recomendado por Epimeteu para jamais abri-lo.

c)   Que ações são desencadeadas a partir desse fato?

Ao abrir a tampa, saíram monstros horríveis do interior do jarro: o Mal, a Fome, o Ódio, a Doença, a Vingança, a Loucura e muitos outros espíritos maléficos, somente um espírito permaneceu preso, a Esperança.

d)   Explique como ocorre a situação final (desfecho).

Tudo ocorre como Zeus havia planejado, ele usou a curiosidade e a mentira de Pandora para espalhar o mal sobre o mundo, castigando Prometeu e a humanidade.

06. Conforme vimos, os mitos procuram explicar fatos da realidade, fenômenos naturais ou aspectos da condição humana de maneira fantástica.

a)   O que o mito de Pandora procura explicar?

O mito procura explicar a origem dos males do mundo.

b)   Após fechar o jarro, apenas um espírito fica preso: o da Esperança. Em sua opinião, qual é a possível causa de somente esse espírito ter permanecido preso?

Resposta pessoal.

Sugestão: O fato de a Esperança ter ficado presa refere-se a uma tentativa de explicar que os seres humanos, apesar de todos os infortúnios que vivem, sempre perseveram por ter esperança que um dia tudo será melhor.

 

 

 

 

 

 

sábado, 26 de novembro de 2022

MITO- GUATEMALA, HONDURA E MÉXICO: OS MAIS - CRIAÇÃO DO MUNDO - ZULEIKA DE ALMEIDA PRADO - COM GABARITO

 MITO -  GUATEMALA, HONDURAS E MÉXICO: OS MAIAS

         Os maias têm uma maneira marcante de relatar a criação do mundo. Isso é contado no livro sagrado desse povo que se chama Popol Vuh, o livro dos Príncipes.

         Está escrito no Popol Vuh que, no início de tudo, havia um grande silêncio, um enorme vazio onde podiam ser encontrados sete deuses. O deus maior era  Hurakán, o coração do céu que vive no meio às águas inferiores e superiores, nos mares e nos céus. Ao seu redor havia seis deuses: Tzacol, o criador; Bitol, o formador; Tepeu, o soberano; Gucumatz, a serpente de penas verdes; Alon, a deusa-mãe; e Cajolon, deus-pai.

          Após a formação do primeiro mundo, os deuses começaram, a povoá-lo com animais de todos os tipos, com montanhas, árvores e outros seres viventes. Criavam e olhavam. Paravam, pensavam, observavam, e criavam novamente. Entretanto, não ficavam satisfeitos. Nenhum daqueles seres era capaz de agradecer aos seus criadores o fato de existir e estar vivo. Os deuses estão resolveram destruir aquele mundo e criar outro.

          O segundo mundo trazia como novidade os seres humanos. Eles eram feitos de uma mistura de barro com água. Sabiam falar, mas não demonstravam alegria ou tristeza, não sentiam emoção nenhuma. Também não pensavam. Além do mais, viviam muito pouco, pois, quando se molhavam, desfaziam-se como lama. Os deuses olharam novamente e, mais uma vez não gostaram. Começaram tudo de novo.

           Eles se reuniram, debateram e decidiram povoar o Terceiro Mundo com homens de madeira, mais resistentes à água. Porém, estes ainda não entendiam o que se passava ao redor. Não sabiam amar nem cantar, tampouco tinham memória. Andavam sem direção, como zumbis. O pior de tudo é que eram incapazes de agradecer a seus criadores pelo milagre de sua existência. Os deuses estavam intrigados e contrariados, mas não desistiam tão facilmente de seus planos. E mais uma vez começaram tudo de novo.

          Mas, antes que isso acontecesse, um semideus vaidoso e arrogante falou que também queria criar um mundo. Esse semideus, chamado Vucub-Caquix, adorava metais e pedras preciosas. Com tantas joias e brilhos, julgava-se superior a todos e dizia aos quatro ventos. “Agora eu sou o senhor dos homens. Eu sou o sol, a lua, sou o que brilha.” E assim, envaidecido, não enxergou o sol, a lua e as estrelas que já existiam. Foi então que dois jovens deuses planejaram mata-lo, pois temiam que Vucub-Caquix se tornasse o Todo-Poderoso.

         Ocorreu uma guerra sem precedentes entre deuses e semideuses. Após batalhas sangrentas, os semideuses foram derrotados e deportados para o céu, onde passaram a brilhar como estrelas. Os verdadeiros deuses reassumiram o controle e passaram a criar o Quarto Mundo.

          Hurakán, o deus maior, assumiu a responsabilidade pela criação. Fez o homem e a mulher a partir do milho. Dessa vez deu certo. Surgiram seres humanos capazes de sentir, pensar e agradecer o dom da vida a seus criadores. O deus Hurakán, agora, estava feliz. A criação estava completa!

                                   PRADO, Zuleika de Almeida. Mitos da criação.São Paulo. Callis, 2005. p. 16 e 17.

Fonte: Maxi: ensino fundamental 2:multidisciplinar:6 º ao 9º ano/obra coletiva: Thais Ginicolo Cabral. 1.ed. São Paulo: Maxiprint,2019.7º ano Caderno 4 p.33-6.

 Interagindo com o texto

 01. O texto que você leu constitui um mito da civilização maia. Como vimos anteriormente, o mito é um gênero narrativo muito antigo, originado do imaginário popular para explicar fatos da realidade e aspectos da condição humana de maneira fantástica, fantasiosa.

a)   Que acontecimento o mito que você leu procura explicar?

Esse mito narra e explica a criação do mundo e dos seres humanos sob a ótica do povo maia.

b)   Esse acontecimento começa a ser narrado já no primeiro parágrafo do texto? Justifique sua resposta.

Não, no primeiro parágrafo, a autora que recontou o mito faz uma contextualização do acontecimento que será narrado: a forma como os maias relatavam a criação do mundo, registrada no livro sagrado desse povo. A narrativa propriamente dita começa no segundo parágrafo do texto.

 02. Como se trata de um texto narrativo, o mito contém elementos da narrativa. Analise alguns desses elementos respondendo às questões que seguem.

a)   Quando e onde acontecem os fatos narrados no mito?

Os fatos acontecem em um passado muito distante, “no início de tudo”, mas não é determinado. O local também é impreciso “um enorme vazio”, onde viviam os deuses.

b)   Qual é o foco narrativo desse mito? Copie um trecho do texto para justificar sua resposta.

O mito é narrado em 3ª pessoa. “O deus maior era Hurakán [...]”

c)   Os mitos têm como personagens seres sobrenaturais, deuses, semideuses e heróis. Quais são os personagens desse mito?

Os deuses Hurakán, Tzacol, Bitol, Tepeu, Gucumatz, Alon e Cajolon, mais dois jovens deuses, cujos nomes não são citados, e o semideus Vucub-Caquix.

03. Além da narração, o mito também faz uso da descrição, sobretudo, para caracterizar lugares e personagens, seres sobrenaturais, como deuses e semideuses.

Associe cada personagem a sua identificação.

A.  Hurakán                 (  B  ) Deus criador.

B.  Tzacol                    (  E  ) Deus serpente de penas verdes.

C.  Bitol                        (  G  ) Deus-pai.

D.  Tepeu                     (  F  ) Deusa-mãe.

E.  Gucumatz               (  C  ) Deus formador.

F.   Alon.                       (  A  ) Deus maior.

G.  Cajolon.                  (  D  ) Deus soberano.

04. Caracterize os demais personagens desse mito, segundo o texto.

O semideus Vucub-Caquix, que é vaidoso e arrogante, e os dois jovens deuses que matam Vacub-Caquix.

05. O enredo é um dos elementos da narrativa, o qual é composto de situação inicial, conflito, clímax e desfecho. Identifique, nesse mito, quais são as partes que compõem a estrutura do enredo.

    a)   Situação inicial: Os deuses começaram a povoar o Primeiro Mundo. Após sua formação, não satisfeitos, criaram mais dois mundos.

   b)   Conflito: Os deuses já haviam criado três mundos, mas ainda não estavam satisfeitos. Vucub-Caquix também quis criar um mundo. Temendo que Vucub-Caquix se tornasse o Todo-poderoso, dois jovens deuses planejaram matá-lo.

c)   Clímax: A guerra entre deuses e semideuses.

d)   Desfecho: Hurakán, o deus maior, assumiu a responsabilidade pela criação do Quarto Mundo, fazendo o homem e a mulher a partir do milho.

         06. O surgimento do Universo, a origem dos deuses e o confronto entre eles são temas recorrentes nos mitos de todas as culturas. Os temas que falam da origem do mundo são chamados de mitos da criação.

a)   No mito maia que você leu, não foi criado um, mas quatro diferentes mundos. Que motivo levou os deuses a fazer isso? Explique.

Os deuses queriam seres capazes de reverenciá-los e, até chegar a um mundo que desse certo, criaram três. Apenas no quarto é que conseguiram o resultado esperado.

b)   Explique o que, segundo o mito, descontentava os deuses em cada tentativa da criação do mundo.

Na primeira tentativa, nenhum dos seres era capaz de agradecer o dom de existir e de estar vivo. Na segunda tentativa, os seres humanos apareceram pela primeira vez, porém viviam pouco, pois eram feitos de barro e, quando se molhavam, desfaziam-se como lama, além disso, apesar de falar, não demonstravam alegria nem tristeza, não falavam e não pensavam. Na terceira tentativa, os homens eram feitos de madeira e, apesar de serem mais resistentes à água, eles andavam sem direção, como zumbis, e também não tinham a capacidade de agradecer aos criadores o milagre da existência. Na quarta tentativa, a criação ficou conforme queriam: o ser humano foi capaz de sentir, pensar e agradecer o dom da vida a seus criadores. Quem criou o ser humano, dessa vez, foi apenas Hurakán, que fez o homem e a mulher a partir do milho.

        c)   Na cultura maia, o milho tem grande importância é um alimento fundamental na alimentação desse povo. Sabendo que a mitologia reflete a cultura de cada povo, de que forma a importância do milho para os maias fica evidenciada nesse mito da criação?

A importância do milho fica evidenciada pelo fato de o ser humano ter dado certo apenas quando for feito a partir desse cereal. Ao dizer que o milho é a matéria de que são formados os seres humanos entende-se a importância desse cereal para esse povo.