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sábado, 26 de abril de 2025

MINICONTO: ATRÁS DO ESPESSO VÉU - MARINA COLASANTI - COM GABARITO

 Miniconto: Atrás do espesso véu

                 Marina Colasanti 

      Disse adeus aos pais e, montada no camelo, partiu com a longa caravana na qual seguiam seus bens e as grandes arcas do dote. Atravessaram deserto, atravessaram montanhas. 

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVWgeU3RcbtguFz3jdCxfPT33cw0juaPvG6wwJdQJ9KPbmWRPOTpwcLylQ7whNuWPSbu8tDh_GjS1Akdotn9J5mF9sIx-_KvthZ1S0TSkWOzWdtxCGmd2PT8tfepBlqXRg5FDw67PB9xmKg0Oxj6xvJqf2oQNoQwPSMPdEMdg1-JIpfeUInqdpCMzsww8/s320/photo-1553913861-dc2ce76b856c.jpg


Chegando afinal à terra do futuro esposo, eis que ele saiu de casa e veio andando ao seu encontro. “Este é aquele com quem viverás para sempre”, disse o chefe da caravana à mulher. Então ela pegou a ponta do espesso véu que trazia enrolado na cabeça, e com ele cobriu o rosto, sem que nem se visse os olhos. Assim permaneceria dali em diante. Para que jamais, soubesse o que havia escolhido, aquele que a escolhera sem conhecê-la.

COLASANTI, Marina. Contos de amor rasgados Rio de Janeiro: Rocco, 1986. p. 47.

Fonte: Livro – Português: Linguagens, 2. William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 9ª Ed. – Ensino médio. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 140.

Entendendo o miniconto:

01 – Qual a situação inicial apresentada no miniconto e quem são os personagens envolvidos nessa partida?

      A situação inicial apresenta uma mulher que se despede dos pais e parte em uma longa caravana montada em um camelo. Junto com ela, seguem seus bens e o grande dote. Os personagens envolvidos nessa partida são a mulher, seus pais e o chefe da caravana.

02 – Qual o significado da chegada à "terra do futuro esposo" para a protagonista da história?

      A chegada à "terra do futuro esposo" marca o momento do encontro da protagonista com o homem com quem ela viverá para sempre, conforme a designação do chefe da caravana. É o ponto culminante da sua jornada e o início de sua nova vida matrimonial.

03 – Qual a ação da mulher ao ser apresentada ao futuro esposo e qual o simbolismo desse gesto?

      Ao ser apresentada ao futuro esposo, a mulher pega a ponta do espesso véu que trazia e cobre completamente o rosto, de modo que nem mesmo seus olhos ficam visíveis. Esse gesto simboliza uma renúncia à sua própria identidade e individualidade diante do casamento arranjado. O véu a oculta, impedindo que o esposo a conheça antes do matrimônio e, como se revela no final, evitando que ela própria saiba o que escolheu.

04 – Segundo a última frase do miniconto, qual o propósito de a mulher permanecer com o rosto coberto dali em diante?

      A mulher permanece com o rosto coberto para que jamais soubesse o que havia escolhido, aquele que a escolhera sem conhecê-la. Isso sugere uma crítica à falta de escolha e ao casamento arranjado, onde a individualidade e o conhecimento mútuo são suprimidos.

05 – Que reflexão o miniconto pode suscitar sobre temas como casamento arranjado, identidade feminina e conhecimento no contexto das relações?

      O miniconto suscita reflexões sobre a natureza do casamento arranjado e a passividade imposta à mulher, que é escolhida sem ser conhecida e, por sua vez, é impedida de conhecer sua escolha. O véu simboliza a ocultação da identidade feminina e a ausência de conhecimento mútuo como base para o relacionamento, levantando questões sobre liberdade de escolha e a construção de laços afetivos autênticos.

 

 

 

MINICONTO: DESPEDIDA - DALTON TREVISAN - COM GABARITO

 Miniconto: Despedida

                 Dalton Trevisan

        Meu pai leva-me à porta do famoso noturno para a cidade grande:

        -- Cuide-se, meu filho. É um mundo selvagem.

        Esse verbo clamante no teu ouvido. Por delicadeza, perdi a minha voz. Ó profetas ó sermões!

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfUU3UXroL9b6-8ab6ToptXB1sINcOzGW6Jr12jsfkM6WzhW_eHv8tDQILzFl_cXwgYUIJXFZiHZWz501dWO_2LN17XSkw6pitcVRcgElzlzEQDnrORDMUF17W023a1E6bY2qhZkiQAq_wQcvBfgbWqUIRf0UceMp1XuEjL1i_ROxOqgnZ-NhyphenhypheneB427Nc/s320/744cb8866d3fe82d24c4ef658fdbf303-gpMedium.jpg 


        -- Longe da família, será você contra todos.

        Homem não se beija nem abraça, nos apertamos duramente as mãos. Me instalo a uma das janelas, com a vidraça descida. Mais que me esforce, impossível erguê-la. Já não podemos falar. Esse pai dos pais ali na plataforma, mudo e solene. O trem não parte. Fumaça da estação? De repente ei-lo de olhos marejados.

        E, sem querer, também eu comovido. Diante de mim o feroz tirano da família? Ditador da verdade, dono da palavra final? Primeira vez, em tantos anos, vejo um senhor muito antigo. Pobre velhinho solitário. o trem não parte. Meu pai saca o relógio do colete, dois giros na corda. Pressuroso, digo que se vá. Doente, não apanhe friagem. E ele sem escutar.

        Olha de novo o relógio. Aceno que pode ir, não espere a partida. Quer ver a hora? Exibe o patacão na ponta da corrente dourada. Nosso último encontro, sei lá. E, ainda na despedida, o eterno equívoco entre nós. Maldita vidraça de silêncio a nos separar. Desta vez para sempre.

Dalton Trevisan. Quem tem medo de vampiro? São Paulo: Ática, 1998. p. 75-76.

Fonte: Livro – Português: Linguagens, 2. William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 9ª Ed. – Ensino médio. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 161.

Entendendo o miniconto:

01 – Qual o cenário e a situação inicial apresentada no miniconto?

      O cenário é a plataforma de uma estação de trem, onde o pai leva o filho para se despedir antes de sua partida para a cidade grande em um "famoso noturno". A situação inicial é o momento da despedida entre pai e filho.

02 – Quais conselhos o pai oferece ao filho antes da partida e como o narrador reage a essas palavras?

      O pai oferece dois conselhos ao filho: "Cuide-se, meu filho. É um mundo selvagem" e "Longe da família, será você contra todos". O narrador descreve o primeiro conselho como um "verbo clamante" que o silencia ("Por delicadeza, perdi a minha voz. Ó profetas ó sermões!").

03 – Como a relação entre pai e filho é retratada no momento da despedida, especialmente em relação à demonstração de afeto e à comunicação?

      A relação é retratada como formal e distante em termos de afeto físico ("Homem não se beija nem abraça, nos apertamos duramente as mãos"). A comunicação se torna progressivamente mais difícil devido à vidraça que não se abre, simbolizando uma barreira de silêncio entre eles.

04 – Que transformação na percepção do filho em relação ao pai ocorre durante a despedida e qual o motivo dessa mudança?

      Durante a despedida, o filho tem uma nova percepção do pai. Ele o vê pela primeira vez como um "senhor muito antigo", um "pobre velhinho solitário", em contraste com a imagem anterior de "feroz tirano da família" e "ditador da verdade". Essa mudança ocorre ao perceber a emoção do pai (olhos marejados) e sua aparente fragilidade e preocupação.

05 – Qual o significado da insistência do pai em mostrar o relógio e da menção ao "eterno equívoco" e à "maldita vidraça de silêncio"?

      A insistência do pai em mostrar o relógio pode simbolizar a preocupação com o tempo do filho na cidade grande ou talvez uma tentativa de compartilhar um último gesto significativo. O "eterno equívoco" e a "maldita vidraça de silêncio" representam a dificuldade de comunicação e a distância emocional que sempre existiu entre eles, culminando nessa despedida que o narrador pressente ser definitiva ("Desta vez para sempre"). A vidraça se torna uma metáfora da incomunicabilidade que os separou ao longo da vida e que persiste no derradeiro encontro.

 

 

quarta-feira, 9 de abril de 2025

MINICONTO: O POMBO - RUBEM BRAGA - COM GABARITO

 Miniconto: O pombo

                 Rubem Braga

        Vinícius de Moraes contava ter ouvido de uma sua tia-avó, senhora idosa muito boazinha, que um dia ela estava na sala de jantar, em sua casa do interior, quando um lindo pombo pousou na janela. A senhora foi se aproximando devagar e conseguiu pegar a ave. Viu então que em uma das patas havia um anel metálico onde estavam escritas umas coisas.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVQ-y1Ff8jF0pfM6wj4IfzmushOziH2gOEbHPU3EFwwHBWJnrG_wyLWH2CTykX5o7QPybt0OYRJ5sU0rXb7XmiobIRcjMrexOYfdtrtIfVPv1J31MWXzTmZqBshcTox8HKkkVcN95cB9lEhOkm9i78dYCAl_gg6EyqQC6W0kvrZaU6bczX4x8yGql4_qE/s320/istockphoto-1405625971-612x612.jpg


        — Era um pombo-correio, titia.

        — Pois é. Era muito bonitinho e mansinho mesmo. Eu gosto muito de pombo.

        — E o que foi que a senhora fez?

        A senhora olhou Vinícius com ar de surpresa, como se a pergunta lhe parecesse pueril:

        — Comi, uai.

 BRAGA, Rubem. O Recado de Primavera. 3ª ed. Rio de Janeiro: Editora Record, 1985. p. 76.

Fonte: Livro – Português: Linguagens, 7ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 1ª ed. 15ª reimpressão – São Paulo: Atual Editora, 2003. p. 21.

Entendendo o miniconto:

01 – Quem é o narrador da história dentro do miniconto?

      O narrador é Rubem Braga, que relata uma história contada por Vinícius de Moraes sobre uma tia-avó dele.

02 – Qual a principal característica da tia-avó de Vinícius de Moraes descrita no início do miniconto?

      Ela é descrita como uma senhora idosa muito boazinha.

03 – Que detalhe chamou a atenção da tia-avó no pombo que pousou em sua janela?

      Ela notou que o pombo possuía um anel metálico em uma de suas patas, com algumas coisas escritas nele.

04 – Qual a explicação de Vinícius de Moraes para o anel na pata do pombo?

      Vinícius explicou à tia que se tratava de um pombo-correio.

05 – Qual a reação inesperada da tia-avó ao ser questionada sobre o que fez com o pombo?

      Ela olhou para Vinícius com surpresa, como se a pergunta fosse infantil, e respondeu simplesmente que o comeu.

 

 

MINICONTO: O ADOLESCENTE POR ELE MESMO - TÂNIA ZAGURY - COM GABARITO

 Miniconto: O adolescente por ele mesmo

        Tânia Zagury

        Era uma vez dois irmãos. Um era otimista, o outro, pessimista. Certa vez, no Natal, ao abrirem seus presentes, os meninos encontraram o seguinte: o pessimista tinha ganhado uma bicicleta linda, de dez marchas, moderna e sofisticada. O otimista, ao abrir a linda caixa que recebera, deparou-se com um monte de fezes de cavalo.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXiGoQDP18gerDeGjyE6Fk7xon_7kUwO8RazSGO8qE5NZLlhIRWPDgU7x9ofVOvBOrSu8gDCFwANNFbtwTePjkwqrdCQC7iMwEENiIRetWlv-cD5zr-X0FiOXW2VYVQs7e1GDtN4_rcVRaSPClsWkoJfg9EQaN6L-403Zoloiv-CFVZAvMaDa8M0ltOyQ/s320/ADOLESCENTE.jpg


        Disse então o pessimista:

        -- Viu? Ninguém gosta de mim. Agora, com certeza, mais cedo ou mais tarde, eu vou cair e quebrar a cabeça com essa bicicleta que corre tanto...

        Enquanto isso, o otimista já saíra correndo para a rua, disparado, gritando:

        -- Cadê meu cavalinho? Cadê meu cavalinho que ganhei no Natal?

Tânia Zagury. O adolescente por ele mesmo. 5ª ed. Rio de Janeiro: Record, 1996. p. 93.

Fonte: Livro – Português: Linguagens, 7ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 1ª ed. 15ª reimpressão – São Paulo: Atual Editora, 2003. p. 27.

Entendendo o miniconto:

01 – Qual a principal característica de cada um dos irmãos apresentados no início do miniconto?

      Um dos irmãos era otimista, enquanto o outro era pessimista.

02 – Quais presentes cada um dos irmãos recebeu no Natal?

      O irmão pessimista ganhou uma bicicleta linda, moderna e sofisticada, enquanto o irmão otimista recebeu uma caixa contendo um monte de fezes de cavalo.

03 – Como o irmão pessimista reagiu ao receber a bicicleta de presente?

      Ele reclamou que ninguém gostava dele e expressou a certeza de que cairia e se machucaria com a bicicleta.

04 – Qual foi a reação imediata do irmão otimista ao se deparar com as fezes de cavalo em sua caixa de presente?

      Ele saiu correndo para a rua, animado, gritando e procurando pelo "cavalinho" que acreditava ter ganhado.

05 – Qual a principal lição ou contraste que o miniconto busca ilustrar através da reação dos dois irmãos aos seus presentes?

      O miniconto ilustra a diferença fundamental entre uma perspectiva pessimista, que foca nos aspectos negativos e nos possíveis problemas, e uma perspectiva otimista, que busca o lado positivo e as possibilidades, mesmo em situações aparentemente desfavoráveis.

 

domingo, 7 de abril de 2024

MINICONTO: NO METRÔ VAZIO - HELOISA SEIXAS - COM GABARITO

 Miniconto: No metrô vazio

                 Heloisa Seixas

        Entrou no metro e sentou-se junto a janela. Detestava metro. O silêncio constrangido, as pessoas frente a frente, sem saber o que fazer com as mãos. Era como nos elevadores, só que pior – pois demorava mais tempo. Por isso ia na janela. Fixou os olhos na escuridão lá fora. Estava inquieta. Talvez por causa do metrô vazio. Ou talvez por culpa da jovem de preto que se sentara ali adiante, num banco de frente para o seu. Podia sentir o olhar dela. Resistiu por um tempo, mas acabou encarando-a. E sentiu que o horror a percorria: no fundo amarelo, as pupilas da moca eram um traço. Tinha olhos de gato.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcGgQrEGu0HCEugilyHvWLtuRskgLOHG90lZwdseT6M-KFZKF3hUNNDRhC_2ZXY2sdpzpdShq7aihXvHXf7R2YcU72RuKDhaPbGo2Z95fIM7kG4IENEAYM7BlJwK0efkvYQj4pjeWwELvobGDqZYF3aTEknv8nv75ueaN0AMSSL1slMnU_CfRYE14FGNo/s320/METRO.jpg


SEIXAS, Heloisa. Contos mais que mínimos. Rio de Janeiro: Tinta Negra Bazar, 2010. p. 72.

Fonte: Língua Portuguesa. Se liga na língua – Literatura – Produção de texto – Linguagem. Wilton Ormundo / Cristiane Siniscalchi. 1 Ensino Médio. Ed. Moderna. 1ª edição. São Paulo, 2016. p. 30.

Entendendo o miniconto:

01 – Quem é a protagonista da história e por que ela detesta andar de metrô?

      A protagonista é uma mulher que detesta andar de metrô devido ao ambiente silencioso e desconfortável, onde as pessoas ficam frente a frente sem saber o que fazer com as mãos.

02 – Em que espaço acontece a história?

      A história acontece dentro de um carro do metrô.

03 – O que chama a atenção da protagonista dentro do metrô vazio?

      A protagonista se sente inquieta e é chamada pela presença de uma jovem de preto sentada à sua frente, cujos olhos parecem perturbadores por serem semelhantes aos de um gato.

04 – Considerando que personagem é um ser fictício, criado por um autor a partir de uma caracterização física e psicológica, reflita:

a)   Como você caracterizaria as personagens do miniconto lido?

As personagens são caracterizadas como essências opostas, enquanto uma é mais envergonhada e não gosta do metrô, a outra encara ela sem vergonha alguma e tem olhos de gato.

b)   Elas têm o mesmo peso na história? Por que?

Elas não tem o mesmo peso, apesar de a mulher de gato também ter uma importância, ela não é tanta quanto a da narradora da história.

05 – Como a protagonista se sente ao encarar a jovem de preto?

      A protagonista sente horror ao encarar a jovem de preto, especialmente ao perceber que os olhos dela são semelhantes aos de um gato, com as pupilas em formato estranho.

06 – Qual é a sensação da protagonista ao fixar os olhos na escuridão fora da janela do metrô?

      Ao fixar os olhos na escuridão fora da janela do metrô, a protagonista sente-se inquieta e desconfortável, provavelmente devido ao ambiente vazio e ao encontro com a jovem de preto.

07 – Qual é o contraste entre a quietude do metrô vazio e a inquietação interna da protagonista?

      O contraste está na tranquilidade aparente do metrô vazio versus a agitação interna da protagonista, que se sente desconfortável e perturbada pelo ambiente e pela presença da jovem de preto.

 







terça-feira, 16 de janeiro de 2024

MINICONTO: A ESPÉCIE MAIS LETAL - BERNARDO TAVARES - COM GABARITO

 Miniconto: A espécie mais letal

                 Bernardo Tavares

        Num sábado de manhã resolveu levar sua filhinha até a praia. Ela vivia pedindo pra irem ao zoológico, mas os pais não achavam aquele ambiente muito agradável. Tinha algo em enjaular bichos que os incomodava.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4itvMc-005dGd_KzMKD3ygzkrORsxkzuyi9RHrUkQM9EFY9gls7ASnG0oCq77lfedagtm4sZ7GhrYpSpYKM6oi-pmWe8jCcW5ibnemZw4TaETWuDB2eK9DQS08svMpklzfBnXsX6_ARuh6xFU-JVT5IKfyWfj-kK9EZTU3x6n8CmB8rgqTYITD-RwEio/s320/PRAIA.jpg


        Foram então pra praia. Brincaram na areia, fizeram castelinhos, forte e até uma vila rodeada por um rio. Entraram juntos no mar, tomaram água de coco, passearam pela orla. Durante todas as atividades, o pai recolhia pequenos pedaços de lixo que encontravam na água ou na areia.

        No fim do dia ele chamou mãe e filha para fazerem um tour e conhecerem uma espécie de animal muito perigosa. Ele sabia como ela se encantava por animais, então foram juntos até as pedras, no final da praia, onde as mulheres da família viram canudinhos, bexigas, sacolas, fios de balões de gás hélio, garrafas plásticas cheias de areia, tudo montado de um jeito que parecia formar uma espécie horrível de animal, algo que se assemelhava com um polvo, mas que escancarava a mais letal espécie que habita o planeta: o ser humano.

Bernardo Tavares. A espécie mais letal. Disponível em: https://minicontos.me/a-esp%C3%A9cie-mais-letal-673384a4aca. Acesso em: 8 ago. 2021.

Fonte: Coleção Desafio Língua Portuguesa – 5° ano – Anos Iniciais do Ensino Fundamental – Roberta Vaiano – 1ª edição – São Paulo, 2021 – Moderna – p. MP305-308.

Entendendo o miniconto:

01 – Assinale o tema principal do miniconto lido.

(   ) A prisão de animais perigosos em zoológicos.

(X) A poluição da natureza causada pelo ser humano.

02 – A qual local a filha pedia aos pais que a levassem?

      Ao zoológico.

·        Os pais não a levaram aonde ela queria. Localize e copie o trecho que apresenta os motivos para essa recusa.

“(...) mas os pais não achavam aquele ambiente muito agradável. Tinha algo em enjaular bichos que os incomodava.”

03 – No final do miniconto, o pai leva a família para conhecer uma espécie de animal muito perigosa.

a)   Do que era formado aquilo que o pai mostrou à família?

Canudinhos, bexigas, sacolas, fios de balões de gás hélio e garrafas plásticas cheias de areia.

b)   Tratava-se mesmo de uma espécie perigosa? Explique.

Não. Era um amontoado de lixo que tinha sido descartado de forma errada pelas pessoas e então montado de maneira que parecesse um ser humano.

04 – Releia o título do miniconto “A espécie mais letal”.

a)   A palavra letal no texto significa “mortal”. De acordo dom o miniconto, qual é a espécie animal mais letal que existe? Por quê?

O ser humano. Porque ele polui o meio ambiente, prejudicando a própria vida, a vida das outras pessoas e de animais e plantas.

b)   Você também acha que essa é a espécie mais letal que existe? Justifique sua resposta.

Resposta pessoal do aluno.

05 – Assinale as alternativas que se referem ao miniconto lido.

(X) Conta uma história e tem personagens.

(  ) É um texto longo e ocupa mais de uma página.

(X) Possui um cenário, ou seja, um lugar onde se passa a história.

(X) Apesar de a história ser curta, é possível saber seu assunto principal.

(  ) De tão pequeno, não podemos entender o que aconteceu na história.

(  ) O narrador descreve as personagens e o cenário, por isso o texto é longo.

(X) Permite ao leitor imaginar muitas coisas, por exemplo, o nome das personagens.

06 – Releia um trecho do miniconto e assinale o significado que expressa melhor o sentido da palavra em destaque.

        “[...] Brincaram na areia, fizeram castelinhos, forte e até uma vila rodeada por um rio. [...]”.

(  ) Pessoa musculosa, resistente.

(X) Construção fortificada criada para proteger um lugar.

(  ) Alguém que é corajoso, valente.

 

 

 

 

 

quarta-feira, 3 de agosto de 2022

MINICONTO: A ÁRVORE QUE PENSAVA - OSWALDO FRANÇA JÚNIOR - COM GABARITO

 Miniconto: A árvore que pensava

                 Oswaldo França Júnior

        Houve uma árvore que pensava. E pensava muito. Um dia transpuseram-na para a praça no centro da cidade. Fez-lhe bem a deferência. Ela entusiasmou-se, cresceu, agigantou-se.

        Aí vieram os homens e podaram seus galhos. A árvore estranhou o fato e corrigiu seu crescimento, pensando estar na direção de seus galhos a causa da insatisfação dos homens. Mas quando ela novamente se agigantou os homens voltaram e novamente amputaram seus galhos.

        A árvore queria satisfazer aos homens por julgá-los seus benfeitores, e parou de crescer. E como ela não crescesse mais, os homens a arrancaram da praça e colocaram outra em seu lugar.

FRANÇA JR., Oswaldo. As laranjas iguais. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1996. p. 17.

               Fonte: Livro Língua Portuguesa – Trilhas e Tramas – Volume 1 – Leya – São Paulo – 2ª edição – 2016. p. 146-7.

Entendendo o miniconto:

01 – Você já viu ou ouviu falar na minissérie de TV intitulada Carga pesada?

      Resposta pessoal do aluno.

02 – Você sabia que ela foi baseada no romance Jorge, um brasileiro, de Oswaldo França Jr.?

      Resposta pessoal do aluno.

03 – Você sabia que esse autor também se dedicou ao miniconto?

      Resposta pessoal do aluno.

04 – O que o título do miniconto “A árvore que pensava” lhe sugere?

      Resposta pessoal do aluno.

05 – Qual é a principal figura de linguagem usada na construção do miniconto “A árvore que pensava?” Exemplifique.

      A personificação. Exemplos: “Houve uma árvore que pensava. E pensava muito.”; “Ela entusiasmou-se [...]”; “A árvore estranhou o fato [...]”, etc. O texto contém elementos de um apólogo: um ser vegetal age como se humano e a narrativa tem o objetivo de transmitir uma mensagem, um ensinamento para o leitor.

06 – Identifique e explique no caderno a alternativa que não se relaciona às características formais e temáticas desse miniconto.

I. Impossibilidade de captar a intenção do outro.

II. Dificuldade de agradar as pessoas.

III. Interesse dos homens em relação à natureza.

IV. Uso de linguagem metafórica e concisa.

V. Mescla de real e fantástico.

      Alternativa III. O texto denuncia a falta de respeito dos homens pela natureza.

07 – Como você explica o uso do pretérito perfeito do verbo haver no início do miniconto “A árvore que pensava?”

      No momento da narração, a árvore já não existia: houve (existiu/existia).

08 – Identifique em “A árvore que pensava” uma marca das narrativas orais e explique-a.

      Emprego do advérbio aí, nesse texto, expressa circunstância de tempo e não de lugar: “Ai vieram os homens e podaram seus galhos”: Algum tempo depois vieram os homens e podaram seus galhos.

09 – Explique o uso do substantivo deferência em:

        “Fez-lhe bem a deferência.”

       Árvore se sentiu homenageada.