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domingo, 27 de dezembro de 2020

CONTO: O CÓDIGO SECRETO - GOSCINNY & SEMPÉ - COM GABARITO

 Conto: O CÓDIGO SECRETO


  Goscinny & Sempé

        Vocês já repararam que falar com os colegas na classe é muito difícil e toda hora ficam atrapalhando a gente? É claro que dá para falar com o colega que está sentado ao lado; mas mesmo que a gente tente falar baixinho a professora escuta e diz: “Já que você está com tanta vontade de falar, venha até o quadro, vamos ver se você continua tão tagarela!”. Também dá para mandar papeizinhos onde a gente escreve o que tem vontade de dizer; mas aí também a professora quase sempre vê o papel passar e manda a gente levar na mesa dela, e depois levar para o diretor, e como estava escrito “O Rufino é burro, passe” ou “O Eudes é feio, passe” o diretor diz que você vai se tornar um ignorante, que vai acabar na cadeia, que isso vai deixar muito tristes os seus pais, que se matam para você poder ser bem educado. E ele deixa a gente de castigo depois da aula!

        Foi por isso que no primeiro recreio de hoje de manhã nós achamos incrível a ideia de Godofredo.

        -- Inventei um código formidável, o Godofredo disse. É um código secreto que só a gente da turma vai entender.

        E ele mostrou para nós: para cada letra a gente faz um gesto. Por exemplo: o dedo no nariz é a letra “a”, o dedo no olho esquerdo é “b”, o dedo no olho direito é “c”. Tem gestos diferentes para todas as letras: a gente coça a orelha, esfrega o queixo, dá tapas na testa, e assim até “Z”, quando a gente fica vesgo. Fantástico! [...]

        Então nós pedimos para o Godofredo ensinar pra gente o código dele. Nós todos ficamos em volta do Godofredo e ele disse pra gente fazer que nem ele: ele tocou o nariz com o dedo e nós todos tocamos os nossos narizes com os nossos dedos; ele pôs um dedo no olho e nós todos pusemos um dedo no olho. Foi quando nós todos estávamos fazendo que nem vesgo que o Sr. Moscadassopa chegou. O Sr. Moscadassopa é um inspetor de alunos novo, que é um pouco mais velho do que os grandes, mas não muito, e parece que é a primeira vez que ele trabalha de inspetor de alunos numa escola.

        -- Escutem, o Sr. Moscadassopa disse. Eu não vou cometer a insensatez de perguntar o que é que vocês estão tramando com essas suas caretas. Eu só vou dizer que se vocês continuarem eu deixo todos de castigo na folga de quinta-feira à tarde. Entenderam?

        E ele foi embora.

        -- Bem, o Godofredo falou, vocês não vão se esquecer do código?

        -- Pra mim o que atrapalha é o negócio do olho esquerdo e do olho direito, para fazer o “b” e o “c”. Eu sempre me engano com a direita e a esquerda; é como a mamãe quando ela está dirigindo o carro do papai.

        -- Bom, não tem importância, o Godofredo falou.

        -- Como que não tem importância?, o Joaquim falou. Se eu quero te chamar de “imbecil” e eu digo “imcebil”, não é a mesma coisa.

        -- Quem é que você quer chamar de “imbecil”, imbecil?, o Godofredo perguntou.

      Mas eles não tiveram tempo de brigar porque o Sr. Moscadassopa tocou o sinal do fim do recreio. Com o Sr. Moscadassopa os recreios estão cada vez mais curtos.

GOSCINNY & SEMPÉ. O pequeno Nicolau e seus colegas. São Paulo: Martins Fontes, 1987.

                      Fonte: Português – Palavra Aberta – 5ª série – Isabel Cabral – Atual Editora – São Paulo, 1995. p. 25-8.

Fonte da imagem:https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fgestaoescolar.org.br%2Fconteudo%2F2066%2Fobservacao-de-aula-coordenador-nao-seja-um-estranho-na-sala&psig=AOvVaw2b7eS_UXAlfvrL86kWNoJJ&ust=1609165400526000&source=images&cd=vfe&ved=0CAIQjRxqFwoTCPCElriu7u0CFQAAAAAdAAAAABAD


Entendendo o conto:

01 – “Vamos ver se você continua tão tagarela!”

a)   O que uma pessoa tagarela faz para ser chamada assim?

Fala muito.

b)   Escreva uma frase utilizando a palavra tagarela.

Resposta pessoal do aluno.

02 – “O Sr. Moscadassopa é um inspetor de alunos novo”.

a)   Há um inspetor de alunos em sua escola?

Resposta pessoal do aluno.

b)   Qual é o trabalho de um inspetor de alunos?

Tomar conta dos alunos quando estes estão fora da classe.

03 – “Eu não vou cometer a insensatez de perguntar o que é que vocês estão tramando com essas suas caretas.”

a)   A palavra destacada poderia ser substituída por:

Agressão – besteira – distração – audácia.

b)   Reescreva a frase em seu caderno, utilizando a palavra escolhida.

Eu não vou cometer a besteira.

04 – Vamos recontar essa história.

a)   Você vai identificar os fatos essenciais, isto é, os acontecimentos mais importantes. Os dois primeiros fatos já estão mencionados no esquema a seguir. Continue a partir deles:

1 – Os alunos têm dificuldade de se comunicar durante a aula porque a professora não deixa.

2 – Godofredo avisa aos colegas que inventou um código secreto.

3 – Godofredo explica como é o código.

4 – Os meninos começam a aprender o código.

5 – O Sr. Moscadassopa chega e fica bravo, mandando-os parar.

6 – Os meninos discutem a dificuldade do código e como não esquecê-lo.

7 – O recreio acaba.

b)   Agora, seguindo o esquema que você elaborou, reconte a história usando suas próprias palavras.

Resposta pessoal do aluno.

05 – São citadas muitas personagens nessa história.

a)   Quem são elas?

Os meninos da escola e o Sr. Moscadassopa.

b)   Onde elas estão?

Na escola.

06 – Vamos observar o narrador da história.

a)   Ele também é personagem?

Sim.

b)   Ele é uma criança ou um adulto?

Uma criança.

c)   Compare os dois trechos:

“Então nós pedimos para o Godofredo ensinar pra gente o código dele. Nós todos ficamos em volta do Godofredo e ele disse pra gente fazer que nem ele.”

Então nós pedimos para o Godofredo nos ensinar o seu código. Nós todos ficamos ao seu redor e ele nos disse para fazermos como ele.

Ao escrever o texto “O código secreto”, o autor tentou imitar a forma de uma criança se expressar?

      Sim.

07 – O Sr. Moscadassopa parece ser um inspetor de alunos mais rígido, severo, ou mais paciente, tolerante com os meninos? Copie dois trechos do texto que comprovem a sua resposta.

      Mais severo. “Eu deixo todos de castigo na folga de quinta-feira à tarde”; “Com o Sr. Moscadassopa os recreios estão cada vez mais curtos.”

08 – No texto “O código secreto”, os meninos inventaram um novo código para se comunicarem.

a)   As pessoas que não conhecem esse código podem entender as mensagens transmitidas pelos meninos?

Não.

b)   Nesse caso, haveria comunicação?

Não.

 

quinta-feira, 24 de setembro de 2020

TEXTO: UMA LEMBRANÇA PARA GUARDAR COM CARINHO(FRAGMENTO O PEQUENO NICOLAU) - GOSCINNY - COM GABARITO

 Texto: Uma lembrança para guardar com carinho

                                                           Goscinny

   Hoje de manhã todo mundo chegou muito contente na escola, porque nós vamos tirar uma fotografia da classe, que vai ficar de lembrança para a gente guardar por toda a vida, como a professora disse. Ela também disse para todo mundo vir bem limpo e penteado. Eu entrei no pátio do recreio cheio de brilhantina na cabeça. Todos os meus amigos já estavam lá e a professora estava brigando com o Godofredo, que veio vestido de marciano. O Godofredo tem pai muito rico, que compra todos os brinquedos que ele quer. O Godofredo estava dizendo para a professora que ele queria de todo jeito ser fotografado de marciano e que, senão, ele ia embora. O fotógrafo também já estava lá com a máquina, e a professora disse para ele andar logo, porque senão a gente ia perder a aula de matemática. O Agnaldo, que é o primeiro da classe e o queridinho da professora, disse que seria uma pena não ter aula de matemática, porque ele gosta muito e tinha feito todos os problemas. O Eudes, um colega muito forte, queria dar um soco no nariz do Agnaldo, mas o Agnaldo usa óculos e a gente não pode bater nele tanto quanto gostaria. A professora começou a gritar que nós éramos insuportáveis, que se continuasse assim não ia ter mais fotografia e que ia todo mundo para a classe. Aí o fotógrafo disse: “Vamos, vamos, calma, calma. Deixe que eu sei como se fala com criança, vai dar tudo certo.”

       O fotógrafo resolveu que a gente tinha que ficar em três filas: a primeira fila sentada no chão, a segunda em pé em volta da professora, que ia ficar sentada numa cadeira, e a terceira, em pé em cima de uns caixotes. Esse fotógrafo tem boas ideias mesmo. Fomos buscar os caixotes que estavam no porão da escola. Foi muito divertido, porque não havia muita luz no porão e o Rufino enfiou um saco velho na cabeça e ficou gritando: “UUU! Eu sou um fantasma”. E aí a gente viu a professora chegar. Ela não parecia muito contente, então nós saímos depressa com os caixotes. O único que ficou foi o Rufino. Com aquele saco ele não via o que estava acontecendo e continuava gritando: “UUU! Eu sou um fantasma”, e foi a professora que tirou o saco da cabeça dele. O Rufino levou um baita susto. Quando chegou de novo no pátio, a professora largou a orelha dele e bateu com a mão na testa e disse: “Mas vocês estão imundos.” Era verdade, a gente tinha se sujado um pouco fazendo palhaçadas no porão. A professora estava zangada, mas aí o fotógrafo disse que não fazia mal, que dava tempo da gente se lavar enquanto ele arrumava os caixotes e a cadeira para a foto. O único que estava com a cara limpa era o Agnaldo, e fora ele também o Godofredo, porque ele estava com a cabeça dentro do capacete de marciano, que parecia um aquário. O Godofredo disse para a professora: “Está vendo só, professora, se todos tivessem vindo vestidos como eu não tinha acontecido nada disso.” Eu vi que a professora estava com muita vontade de puxar as orelhas do Godofredo, mas não tinha jeito de segurar, no aquário. Essa roupa de marciano é um arranjo incrível!

(Goscinny. O Pequeno Nicolau. Martins Fontes, São Paulo, 1986)

ENTENDENDO O TEXTO 

1. A pessoa que está contando essa história é

(A) o Godofredo, um dos alunos.

(B) o fotógrafo que vai fotografar a classe.

(C) a professora da classe.

(D) um dos alunos da classe.

 

2 "Hoje de manhã todo mundo chegou muito contente na escola, porque nós vamos tirar uma fotografia da classe, que vai ficar de lembrança para a gente guardar por toda a vida". Nesse trecho, as palavras grifadas, todo mundonós, e a gente representam

(A) os alunos da classe.

(B) as pessoas em geral e a professora.

(C) os alunos, a professora e o fotógrafo.

(D) todas as pessoas da cidade.

 

3. O narrador comenta: “Essa roupa de marciano é um arranjo incrível”! porque

(A) com o capacete parece um aquário.

(B) ele acha essa roupa uma fantasia bonita e gostaria de ter uma.

(C) o capacete não deixa que a professora puxe as orelhas de quem está com ele.

(D) o capacete protege o rosto e o aluno não precisa se lavar.

 

4- No trecho "e foi a professora que tirou o saco da cabeça dele", a palavra grifada quer dizer:

(A) do Rufino.

(B) do Godofredo.

(C) do velho.

(D) do Agnaldo.

 

5- Quando o fotógrafo diz "eu sei como se fala com criança", ele quer

(A) fazer uma brincadeira com a professora.

(B) mostrar que pode, com calma, organizar as crianças para a foto.

(C) mostrar que é preciso ser rigoroso com as crianças.

(D) que as crianças tenham medo dele.

 

6) Em “O fotógrafo resolveu que a gente tinha que ficar em três filas:...” os dois pontos servem para

(A) pôr em dúvida a arrumação dos alunos.

(B) obrigar os alunos a ficar em filas.

(C) perguntar como seria cada fila.

(D) apresentar a explicação de como será cada fila.

Fonte: Saresp- LP-6EF- Manha

quarta-feira, 16 de setembro de 2020

TEXTO: A FESTA DE ENCERRAMENTO - SEMPÉ E GOSCINNY - COM GABARITO

 Texto: A festa de encerramento

          Sempé e Goscinny

        O diretor disse que ele nos via partir com um monte de emoções e que tinha certeza de que a gente dividia as emoções com ele, e que ele desejava que a gente tivesse muito prazer nas férias, porque na volta às aulas não ia mais ser hora de brincadeira, que a gente ia ter que trabalhar pra burro, e a festa de encerramento acabou.

        Foi uma festa de encerramento muito legal. Nós chegamos de manhã na escola, com os nossos pais e as nossas mães, que tinham vestido a gente que nem bonecos. Todo o mundo estava de terno azul, de camisa branca de um pano que brilha como a gravata vermelha e verde do papai, que a mamãe comprou para o papai e que o papai nunca usa pra não sujar. [...] A gente também estava com o cabelo grudado na cabeça – eu tenho um remoinho –, com as orelhas limpas e as unhas cortadas. Nós estávamos incríveis.

        Eu e os meus colegas não aguentávamos mais esperar a festa de encerramento. Não era tanto por causa dos prêmios, não; isso até que estava deixando a gente um pouco preocupado, mas é que depois da festa de encerramento a gente não vai mais para a escola, e são as férias. Faz muitos e muitos dias que eu fico perguntando para o papai, lá em casa, se as férias vão chegar logo e se eu vou ter que ir à escola até o último dia, porque eu tenho alguns colegas que não vão mais e que isso não é justo, e que de todo o jeito a gente não faz mais nada na escola e que eu estou muito cansado, aí eu choro e o papai fala que é para eu ficar quieto, que eu vou deixar ele louco.

        Teve prêmio pra todo o mundo. O Agnaldo, que é o primeiro da classe e o queridinho da professora, ganhou o prêmio de matemática, o prêmio de história, o prêmio de geografia, o prêmio de gramática, o prêmio de ortografia, o prêmio de ciências e o prêmio de comportamento. O Agnaldo é louco. O Eudes, que é muito forte e que gosta de dar soco no nariz dos colegas, ganhou o prêmio de ginástica. O Alceu, um colega gordo que fica comendo o tempo todo, ganhou o prêmio de assiduidade; [...], porque a mãe do Alceu não quer saber dele na cozinha, e se não for pra ficar na cozinha ele prefere vir para a escola mesmo. O Godofredo, aquele que tem um pai muito rico que compra tudo que ele quer, ganhou o prêmio de elegância, porque ele está sempre bem vestido. [...] O Rufino ganhou o prêmio de desenho, porque ele ganhou uma caixa grande de lápis de cor de presente de aniversário. O Clotário, que é o último da classe, ganhou o prêmio de camaradagem e eu ganhei o prêmio de eloquência. Meu pai ficou muito contente, mas parece que ele ficou meio desapontado quando a professora explicou que, no meu caso, o prêmio era pela quantidade, e não pela qualidade. Preciso perguntar para o papai o que quer dizer isso.

        A professora também ganhou prêmios. Cada um de nós deu um presente para ela, que os nossos pais e as nossas mães tinham comprado. Ela ganhou quatorze canetas e oito caixas de talco. Ela ficou supercontente e disse que nunca tinha ganho tantas, nem nos outros anos [...] Nós todos saímos da escola e na calçada os pais e as mães começaram a conversar uns com os outros. Eles diziam um monte de coisas, como: “O seu foi muito bom” e “O meu ficou doente” e também “O nosso é preguiçoso, é pena, porque ele tem muita facilidade” e depois “Quando eu tinha a idade desse cretino eu sempre era o primeiro, mas hoje em dia as crianças não se interessam mais pelos estudos, é por causa da televisão”. E aí eles agradavam a gente, davam tapinhas na nossa cabeça e limpavam as mãos por causa da brilhantina.

        [...] as mães riam muito, contando as coisas que nós tínhamos feito durante o ano, e nós ficamos admirados, porque quando nós fizemos essas coisas as mães não riram nem um pouco, elas até bateram na gente.

        Os colegas e eu, a gente estava falando das coisas incríveis que nós íamos fazer nas férias e o que estragou tudo foi quando o Clotário disse que ele ia salvar as pessoas que estavam se afogando, como no ano passado. Eu disse que aquilo era mentira, que eu tinha visto ele na piscina: ele não sabe nadar, e deve ser difícil salvar alguém sem largar a prancha. Então o Clotário bateu na minha cabeça com o livro que ele tinha ganho de prêmio de camaradagem. O Rufino começou a rir e eu dei um tapa nele, e aí ele começou a chorar e a dar pontapés no Eudes. Todo mundo começou a empurrar e estava muito divertido, mas os pais e as mães vieram correndo, eles iam pegando as mãos dentro da confusão, iam puxando e dizendo que a gente era incorrigível e que aquilo era uma vergonha. Aí cada pai e mãe pegou o colega que era dele e todo mundo foi embora.

        No caminho para casa eu fui pensando como era tudo legal, que a escola tinha terminado, que não ia mais ter lição de casa, nem castigo, nem recreio e que eu ia ficar um monte de tempo sem ver os meus colega, que a gente não ia mais fazer palhaçada junto e que eu ia me sentir sozinho toda vida.

        -- Então, Nicolau, você não vai dizer nada? – O papai perguntou – Afinal, chegaram as benditas férias!

        Aí eu comecei a chorar e o papai disse que eu ia deixar ele louco.

           Sempé e Goscinny. O pequeno Nicolau no recreio. São Paulo, Martins Fontes, 1991.

Fonte: Língua Portuguesa. Entre palavras – Edição renovada. Mauro Ferreira. 5ª série. Ed. FTD – São Paulo – 1ª edição – 2002. P. 64-8.

Entendendo o texto:

01 – Releia o primeiro parágrafo.

a)   Esse parágrafo permite ao leitor supor que a festa foi igual às festas comemorativas que geralmente acontecem nas escolas? Por quê?

Sim, pois o fecho da festa ficou a cargo do diretor, que fez um discurso. Geralmente é isso que acontece nas festas tradicionais.

b)   A continuidade do texto confirma ou contradiz (nega) essa suposição?

Confirma. “As crianças e os pais estavam todos com roupas novas”; “Houve entrega de prêmios”; etc.

02 – Segundo Nicolau, ele e seus colegas estavam vestidos iguais a bonecos.

a)   O que ele quis dizer com isso?

Ele dá a entender que todos estavam iguais e com a roupa bem arrumada. Isso os obrigava a ficar quietos, parados, para que as roupas não amassassem nem sujassem.

b)   Se você fosse a uma festa, gostaria de ir vestido como boneco? Por quê?

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: não, bonecos não têm vontade própria; não tem personalidade.

03 – Releia.

        “... como a gravata vermelha e verde do papai, que a mamãe comprou para o papai e que o papai nunca usa pra não sujar. [...] A gente também estava com o cabelo grudado na cabeça – eu tenho um remoinho –, com as orelhas limpas e as unhas cortadas.”

a)   O pai de Nicolau tem, em relação a roupas novas, a mesma atitude que pode ser observada em muitos adultos. Qual é essa atitude?

É comum as pessoas comprarem coisas e depois deixa-las guardadas, evitando que se estraguem.

b)   Os alunos estarem com as orelhas limpas e as unhas cortadas é um fato rotineiro na vida deles? Justifique.

Não. Se fosse rotina, o garoto certamente não faria referência a ele. Ao dizer que tinham as orelhas limpas e as unhas cortadas, Nicolau revela que os pais prepararam as crianças para a festa.

04 – Nicolau diz que eles estavam ansiosos pela festa, mas, ao mesmo tempo, estavam preocupados com os prêmios.

a)   Por que eles queriam que a festa acontecesse logo?

Eles queriam que a festa se realizasse logo porque, começariam as férias. Na verdade, eles estavam ansiosos pelas férias, não pela festa.

b)   Qual dos prêmios estava realmente preocupando os alunos? Por quê?

O prêmio de camaradagem, porque ele é dado ao aluno de pior desempenho. Quem ganhou esse prêmio foi o Clotário, que é o último da classe.

05 – Releia.

        “...eu ganhei o prêmio de eloquência. Meu pai ficou muito contente, mas parece que ele ficou meio desapontado quando a professora explicou que, no meu caso, o prêmio era pela quantidade, e não pela qualidade. Preciso perguntar para o papai o que quer dizer isso.”

a)   O que a professora quis dizer ao pai de Nicolau ao explicar que o garotinho ganhara o prêmio de eloquência pela quantidade, e não pela qualidade?

Ela quis dizer que Nicolau fala exageradamente, mas do que ele fala pouco é aproveitado, isto é, não tem qualidade.

b)   Considerando que o narrador desse texto é o próprio Nicolau, você acha que ele mereceu mesmo o prêmio? Por quê?

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Sim, pois Nicolau é um tagarela, fala demais.

06 – Segundo Nicolau, depois da festa os pais e as mães ficaram conversando e alguém disse: “Quando eu tinha a idade desse cretino eu sempre era o primeiro, mas hoje em dia as crianças não se interessam mais pelos estudos, é por causa da televisão”.

a)   Escreva as palavras que, por estarem no gênero masculino, deixam claro que foi um pai que falou essa frase.

“O” e “primeiro”.

b)   O “modo de falar” dessa pessoa (a linguagem que ela utiliza) também permite supor que foi um pai que usou a frase. Por quê?

Porque normalmente os homens são mais duros / exigentes com os filhos, indicando a expressão “esse cretino” para exemplificar esse comportamento.

07 – No final da festa, Nicolau e seus colegas conversavam a respeito do que pretendiam fazer as férias; de repente, começou a confusão.

a)   Como Nicolau concluiu que Clotário estava mentindo?

Ele tinha visto Clotário brincando na piscina com uma prancha e notou que o colega não sabia nadar.

b)   A atitude de Clotário foi coerente, isto é, combinou com o prêmio que ele havia recebido? Justifique.

Não. Clotário ganhou o prêmio de camaradagem. E esse título é uma atitude d amizade, de companheirismo, e não de alguém mentiroso e briguento.

08 – É válido afirmar que Nicolau tem, em relação às férias, um sentimento ambíguo, ou seja, duplo? Por quê?

      Sim. Por um lado, ele está feliz com a chegada das férias, porque não terá que ir à escola; por outro, está triste, pois sabe que ficará sozinho e sentirá falta dos colegas e das brincadeiras de sua turma.

terça-feira, 16 de outubro de 2018

TEXTO: O PEQUENO NICOLAU (TRECHO ADAPTADO)- GOSCINNY - COM GABARITO

Texto: O pequeno Nicolau (trecho adaptado)

        Uma lembrança para guardar com carinho
       Hoje de manhã todo mundo chegou muito contente na escola, porque nós vamos tirar uma fotografia da classe, que vai ficar de lembrança para a gente guardar por toda a vida, como a professora disse. Ela também disse para todo mundo vir bem limpo e penteado. Eu entrei no pátio recreio cheio de brilhantina na cabeça. Todos os meus amigos já estavam lá e a professora estava brigando com o Godofredo, que veio vestido de marciano. O Godofredo tem pai muito rico, compra todos os brinquedos que ele quer. O Godofredo estava dizendo para a professora que queria de todo jeito ser fotografado de marciano e que, senão, ele ia embora.
        O fotógrafo também já estava lá com a máquina, e a professora disse para ele andar logo, porque senão a gente ia perder a aula de matemática. O Agnaldo, que é o primeiro da classe e o queridinho da professora, disse que seria uma pena não ter aula de matemática, porque ele gosta muito e tinha feito todos os problemas. O Eudes, um colega muito forte, queria dar um soco no nariz
       Agnaldo, mas o Agnaldo usa óculos e a gente não pode bater nele tanto quanto gostaria. A professora começou a gritar que nós éramos insuportáveis, que se continuasse assim não ia ter mais fotografia e que ia todo mundo para a classe. Aí o fotógrafo disse: “Vamos, vamos, calma, calma. Deixe que eu sei como se fala com criança, vai dar tudo certo.”
        O fotógrafo resolveu que a gente tinha que ficar em três filas: a primeira fila sentada no chão, a segunda em pé em volta da professora, que ia ficar sentada numa cadeira, e a terceira, em pé em cima de uns caixotes. Esse fotógrafo tem boas ideias mesmo.
        Fomos buscar os caixotes que estavam no porão da escola. Foi muito divertido, porque não havia muita luz no porão e o Rufino enfiou um saco velho na cabeça e ficou gritando: “UUU! Eu sou fantasma”. E aí a gente viu a professora chegar. Ela não parecia muito contente, então nós saímos depressa com os caixotes. O único que ficou foi o Rufino. Com aquele saco ele não via o que estava acontecendo e continuava gritando: “UUU! Eu sou um fantasma”, e foi a professora que tirou o saco da cabeça dele. O Rufino levou um baita susto. Quando chegou de novo no pátio, a professora largou a orelha dele e bateu com a mão na testa e disse: “Mas vocês estão imundos.” Era verdade, a gente tinha se sujado um pouco fazendo palhaçadas no porão. A professora estava zangada, mas aí o fotógrafo disse que não fazia mal, que dava tempo da gente se lavar enquanto arrumava os caixotes e a cadeira para a foto. O único que estava com a cara limpa era o Agnaldo, e fora ele também o Godofredo, porque ele estava com a cabeça dentro do capacete de marciano, que parecia um aquário. O Godofredo disse para a professora: “Está vendo só, professora, se todos tivessem vindo vestidos como eu não tinha acontecido nada disso.” Eu vi que a professora estava com muita vontade de puxar as orelhas do Godofredo, mas não tinha jeito de segurar, no aquário. Essa roupa de marciano é um arranjo incrível!

                                     Goscinny. O Pequeno Nicolau. Martins
Fontes, São Paulo, 1986
Entendendo o texto:

01 – O que quer dizer a frase: “Uma lembrança para guardar com carinho.”?
      Refere-se a foto que iriam tirar todos juntos com a professora.

02 – Quem narra a história?
      O narrador-personagem.

03 – Onde se passa essa história?
      Na escola.

04 – Quem disse para todo mundo vir bem limpo e penteado?
      A professora.   

05 – O que aconteceria de importante naquele dia?
      Iriam tirar fotos todos juntos para guardar com lembrança.

06 – Como ficou a formação dos alunos para tirar a foto, organizada pelo fotógrafo?
      O fotógrafo resolveu que a gente tinha que ficar em três filas: a primeira fila sentada no chão, a segunda em pé em volta da professora, que ia ficar sentada numa cadeira, e a terceira, em pé em cima de uns caixotes.

07 – “Hoje de manhã todo mundo chegou muito contente na escola, porque nós vamos fotografia da classe, que vai ficar de lembrança para a gente guardar por toda a vida". Nesse trecho, as palavras grifadas, todo mundo, nós, e a gente representam:
(A) os alunos da classe.
(B) as pessoas em geral e a professora.
(C) os alunos, a professora e o fotógrafo.
(D) todas as pessoas da cidade.

08 – O narrador comenta: "Essa roupa de marciano é um arranjo incrível"! Porque:
(A) com o capacete parece um aquário.
(B) ele acha essa roupa uma fantasia bonita e gostaria de ter uma.
(C) o capacete não deixa que a professora puxe as orelhas de quem está com ele.
(D) o capacete protege o rosto e o aluno não precisa se lavar.

09 – No trecho "e foi a professora que tirou o saco da cabeça dele", a palavra grifada quer dizer:
(A) do Rufino.           
(B) do Godofredo.              
(C) do velho.     
(D) do Agnaldo.

10 – Quando o fotógrafo diz "eu sei como se fala com criança", ele quer:
(A) fazer uma brincadeira com a professora.
(B) mostrar que pode, com calma, organizar as crianças para a foto.
(C) mostrar que é preciso ser rigoroso com as crianças.
(D) que as crianças tenham medo dele.

11 – Em "O fotógrafo resolveu que a gente tinha que ficar em três filas:", os dois pontos servem para:
(A) pôr em dúvida a arrumação dos alunos.   
(B) obrigar os alunos a ficar em filas.
(C) perguntar como seria cada fila.                 
(D) explicar como será cada fita.