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terça-feira, 23 de abril de 2019

POEMA: AS POMBAS - RAIMUNDO CORREIA - COM QUESTÕES GABARITADAS

Poema: As Pombas
      
      Raimundo Correia

Vai-se a primeira pomba despertada...
Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas
Das pombas vão-se dos pombais, apenas
Raia sanguínea e fresca a madrugada.

E à tarde, quando a rígida nortada
Sopra, aos pombais, de novo elas, serenas,
Ruflando as asas, sacudindo as penas,
Voltam todas em bando e em revoada...

Também dos corações onde abotoam
Os sonhos, um a um, céleres voam,
Como voam as pombas dos pombais;

No azul da adolescência as asas soltam,
Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam,
E eles aos corações não voltam mais.

In: Benjamim Abdala Jr., org. Antologia da poesia brasileira –
Realismo e Parnasianismo. São Paulo: Ática, 1985. p. 35.
Entendendo o poema:

01 – Qual o tema do poema? Com o que é comparado?
      O tema do poema é inicialmente o revoar das pombas. Que acaba por estabelecer uma comparação com as fases da vida humana. 

02 – Qual é o símbolo representado pelas pombas?
      A pomba, é símbolo da pureza, da paz e da elevação espiritual.

03 – Por que a pomba como todos os pássaros, tem o sinônimo de liberdade?
      Porque eles podem voar, fazendo a conexão entre o céu e a terra, eles vivem nos dois ambientes.

04 – Pesquise no dicionário, o significado de:
·        Nortada: vento que sopra do norte.
·        Ruflar: agitar, fazer tremular.
·        Célere: rápido, veloz.

05 – De acordo com o poema, o que a pomba traz com relação a vida humana?
      As pombas, nos versos parnasianos acima, trazem também à tona a efemeridade da vida e o sentimento de transitoriedade do tempo. 

06 – De acordo com os termos dessa comparação, identifique a que correspondem, no plano da vida:
a)   A madrugada e a tarde.
A madrugada representa o nascimento da vida, já a tarde representa o fim da vida.

b)   A nortada, que as pombas encontram, à tarde, fora dos pombais.
Representa as dificuldades e transtorno que o ser humano passa na vida.

sexta-feira, 19 de abril de 2019

POEMA: MAL SECRETO - RAIMUNDO CORREIA - COM GABARITO

Poema: Mal Secreto
        
             Raimundo Correia

Se a cólera que espuma, a dor que mora
Na alma, e destrói cada ilusão que nasce,
Tudo o que punge, tudo o que devora
O coração, no rosto se estampasse;

Se se pudesse o espírito que chora
Ver através da máscara da face,
Quanta gente, talvez, que inveja agora
Nos causa, então piedade nos causasse!

Quanta gente que ri, talvez, consigo
Guarda um atroz, recôndito inimigo,
Como invisível chaga cancerosa!

Quanta gente que ri, talvez existe,
Cuja a ventura única consiste
Em parecer aos outros venturosa!

                Raimundo Correia. Rio de Janeiro: Agir, 1978.

Entendendo o poema:

01 – Qual é a temática do poema?
      De acordo com o poema, nem sempre as pessoas que demonstram felicidade são, na verdade, venturosas. Muitas vezes ocultam um “mal secreto” que disfarçam em meio a sorrisos.

02 – Você concorda com a afirmação de que muitas pessoas fingem seus verdadeiros sentimentos? Por quê?
      Resposta pessoal do aluno.

03 – Seria melhor se as pessoas mostrassem claramente seus sentimentos? Esclareça sua resposta.
      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Sim, para que outras pessoas não ficassem sendo enganados.

04 – Qual a função morfológica da palavra se no início da primeira e da segunda estrofe?
      Conjunção subordinada adverbial condicional.

05 – Qual é o gênero do texto?

      O texto é um poema.

06 – O texto apresenta características da poesia mais tradicional. Qual é essa características?

      “Mal Secreto” apresenta rimas, versos com o mesmo número de sílabas, estrofes. É um soneto, texto introduzido na Literatura Portuguesa em 1498.

07 – Quanto ao tema, o que o poema apresenta?

      Trata-se da falsidade humana.



domingo, 25 de março de 2018

POESIA: A CAVALGADA - RAIMUNDO CORREIA - COM GABARITO

Poesia: A CAVALGADA
             Raimundo Correia


A lua banha a solitária estrada...
Silêncio! ... Mas além, confuso e brando,
O som longínquo vem se aproximando
Do galopar de estranha cavalgada.

São fidalgos que voltam da caçada;
Vêm alegres, vêm rindo, vêm cantando.
E as trompas a soar vão agitando
O remanso da noite embalsamada...

E o bosque estala, move-se, estremece...
Da cavalgada o estrépito aumenta
Perde-se após no centro da montanha...

E o silêncio outra vez soturno desce...
E límpida, sem mácula, alvacenta
A lua a estrada solitária banha...

                                Correia, Raimundo. Poesias. Rio de Janeiro, Agir, 1976.

Entendendo a poesia:

01.Nesse texto, a construção do verso “Vêm alegres, vêm rindo, vêm cantando.”(v.6) tem o objetivo

a.   caracterizar a chegada dos fidalgos.

b.   fazer uma crítica ao comportamento dos fidalgos.

c.   comparar o sentido das palavras utilizadas.

d.   reproduzir o som da cavalgada.

e.   Sugerir o exagero de uma ação.

02. A linguagem utilizada nesse texto é

a.   científica.

b.   culta.

c.   informal.

d.   regional.

e.   técnica.

03. As reticências utilizadas na última estrofe desse texto reforçam a ideia de

a.   continuidade de uma ação.

b.   desconfiança.

c.   interrupção do pensamento.

d.   ironia.

e.   suspense.

  04 – No soneto A Cavalgada, o poeta leva o leitor a acompanhar o trânsito de um grupo de fidalgos que volta de uma caçada. Primeiramente, pinta o cenário onde vai acontecer o episódio (primeiro quarteto); depois, evolui para a cavalgada propriamente dita (segundo quarteto, primeiro terceto), e, finalmente, fecha o episódio (último terceto). Essa é a interpretação imediata que temos do soneto. Entretanto, poderia haver uma segunda interpretação, mais profunda. Você seria capaz de detectá-la? Compare-a, por exemplo, ao processo de existência.

      Esse outro nível, mais profundo, é o da trajetória do ser humano, que nasce, cresce, envelhece e morre.

05 – O Parnasianismo pretendia a poesia impassível, fria, pouco emotiva. Os parnasianos eram, aliás, antiromânticos. No entanto, no soneto A Cavalgada, percebe-se nitidamente uma ambientação romântica. Qual é ela?
      É a ambientação noturna, a valorização da lua, o bosque, o silêncio.

06 – Que elementos desse soneto permitem que o consideremos sonoro?
      O emprego de alguns vocábulos que nos remetem a sonoridades: “som”, “galopar”, “rindo”, “cantando”, “tropas a soar”, “o bosque estala”, “estrépito”.



segunda-feira, 19 de março de 2018

POEMA: AS POMBAS - RAIMUNDO CORREIA - COM GABARITO

POEMA: AS POMBAS
                  Raimundo Correia


Vai-se a primeira pomba despertada...
Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas
De pombas vão-se dos pombais, apenas
Raia sanguínea e fresca a madrugada...

E à tarde, quando a rígida nortada
Sopra, aos pombais de novo elas, serenas,
Ruflando as asas, sacudindo as penas,
Voltam todas em bando e em revoada...

Também dos corações onde abotoam,
Os sonhos, um por um, céleres voam,
Como voam as pombas dos pombais;

No azul da adolescência as asas soltam,
Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam,
E eles aos corações não voltam mais...

                                      Correia, Raimundo. Op. Cit.

Entendendo o poema:
01 – No soneto As Pombas, o poeta faz uma comparação ente os sonhos e as pombas e, por consequência, entre os corações e os pombais. Em que momento acontece a desarmonia dessa comparação? Por quê?
       No último terceto acontece a desarmonia porque, quando passada a adolescência, não há como recuperá-la. Os sonhos não duram para sempre.

02 – Nota-se que em As Pombas o assunto é, aparentemente, uma descrição de como as aves saem de madrugada de seus ninhos e voltam ao anoitecer. Contudo, trata-se somente de uma aparência. No fundo, a intensão do poeta é bem outra. Você poderia interpretar qual é essa intensão?
     A intenção do poeta é fixar a ideia de que a vida é efêmera e precisa ser vivenciada com intensidade, pois o tempo passa e é irrecuperável.

domingo, 25 de fevereiro de 2018

POEMA: O VINHO DE HEBE - RAIMUNDO CORREA - COM GABARITO

Poema: O VINHO DE HEBE

Quando o Olimpo nos festins surgia
Hebe risonha, os deuses majestosos
Os copos estendiam-lhe, ruidosos
E ela passando, os copos lhes enchia...

A Mocidade, assim, na rubra orgia
Da vida, alegre e pródiga de gozos,
Passa por nós, e nós também, sequiosos,
Nossas taças estendemos-lhe, vazia...

E o vinho do prazer em nossa taça
Verte-nos ela, verte-nos e passa...
Passa, e não torna atrás o seu caminho.

Nós chamamo-la em vão; em nossos lábios
Restam apenas, tímidos ressábios,
Como recordações daquele vinho.

                   Raimundo Correa. Nossos Clássicos, Rio de Janeiro: Agir, 1958.

Entendendo o poema:
01 – NÃO se pode dizer do texto lido:
     a)     O poeta se utiliza de linguagem descritiva.
  b)    A primeira estrofe serve de base ideológica para a transmissão do conteúdo geral.
     c)     Há no texto correspondência analítica entre duas situações.
     d)    Na terceira estrofe fica-nos a ideia da fugacidade do tempo.
     e)     O poeta, fica evidente, dá mais importância ao presente do que ao passado.

02 – Em que aspectos poéticos o texto é representativo do Parnasianismo?
      Na utilização da forma regular dos versos, na inspiração clássica, no apuro vocabular.

03 – A última estrofe guarda com certos textos românticos uma identidade. Qual é essa identidade?
       A temática do retorno ao passado.

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

POEMA: AS POMBAS - RAIMUNDO CORREIA - COM GABARITO

AS POMBAS

  Raimundo Correia

Vai-se a primeira pomba despertada...
Vai-se outra... mais outra... enfim dezenas
De pomba vão-se dos pombais, apenas



Raia sanguínea e fresca a madrugada...

E à tarde, quando a rígida nortada
Sopra, aos pombais de novo elas, serenas,
Ruflando as asas, sacudindo as penas,
 Voltam todas em bando e em revoada...

Também dos corações onde abotoam,
Os sonhos, um por um céleres voam,
Como voam as pombas dos pombais;

No azul da adolescência as asas soltam
Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam,
E eles aos corações não voltam mais...


Interpretação do texto:

01. No poema, o eu lírico faz:
a) uma descrição do revoar das pombas.
b) uma declaração de amor a natureza.
c) uma reflexão sobre a sabedoria da natureza.
d) uma defesa ao direito de liberdade dos pássaros.

02. O revoar das pombas é comparado:
a) a madrugada      b) aos corações      c) aos sonhos 
   d) a adolescência.

03. “Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam/
E eles aos corações não voltam mais...” 
entre os versos percebe-se:
a) uma relação de causa e efeito.
b) uma relação de proporção.
c) uma condição
d) uma diferenciação.

04. “Vai-se a primeira pomba despertada...” as reticências
 foram usadas nesse verso para:
a) indicar suspensão do pensamento.
b) indicar a continuidade de uma ação.
c) representar uma hesitação na língua falada.
d) realçar uma palavra ou expressão.

05. De acordo com os versos do poema, a madrugada 
corresponde a que fase da vida?
a) a infância      b) a maturidade      c) a juventude   
d) vida adulta.

06. A última estrofe do poema expressa:
a) um sentimento de euforia.
b) uma visão esperançosa da vida.
c) um sentimento de expectativa.

d) uma visão pessimista da condição humana.