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quinta-feira, 21 de março de 2019

MÚSICA(ATIVIDADES): 175 NADA ESPECIAL - GABRIEL O PENSADOR - COM GABARITO

Música(Atividades): 175 Nada Especial

                     Gabriel O Pensador

Mais um dia mais um ônibus que eu peguei no rio
Um ônibus tranquilo Estava vazio
E a cidade engarrafada como não podia deixar de ser
Viagem demorada O que fazer?
Sem nenhuma mulher por perto pra bater um papo esperto
Resolvi escrever um rap a mais, Mas não estou bem certo
Sobre o que eu vou rimar - Diz aí trocador - (Ah sei lá)
Então eu vou no instinto pego um papel e vamos vê o quê que dá
Foi nesse instante em que eu olhei pela janela
E que susto eu levei Era ela A inflação estampada na vitrine
Atingiu meu coração E deu vontade de partir pro crime
Porque o que eu quero comprar já não dá mais
A não ser que eu faça como fez o Ferrabrás (Quem?)
Então eu tento esquecer Continuar a rimar
Mas o que eu vejo do outro lado é duro de acreditar
Mas é real E a realidade dói demais
São dois mendigosse matando pelos restos mortais
De um cachorro qualquer que foi atropelado
E vai virar rango e se der Talvez seja assado
(Hmmesses nojentos gostam disso?) - Não arrombado
Aquilo é um ser humano que chamaram de descamisado
- Um desesperado Um brasileiro como eu
Que deve sempre perguntar (Será que existe mesmo Deus?)
Não é o pensador que vai tentar responder
Eu continuo rimando tentando esquecer
Porque esse rap não é sobre nada especial
É o rap do 175 que eu peguei na central
E de repente o ônibus começou a encher
Entrou mais gente Houve um tumulto Alguém gritou e eu olhei pra ver
(Quê que é isso? Quê que tá pegando? Quê que tá havendo?)
(É um assalto malandro! Será que você ainda não tá percebendo?)
O desespero do trabalhador começou E eu também tentava esconder meu dinheiro quando alguém falou(Libera esse aí que é o Pensador mané!)
Mas eles eram meus fãs Então levaram meu boné
(Autografado né Pensador se liga!)
Alguns acharam que eu era cúmplice Quase deu briga
Mas a viagem prosseguiu e os ladrões desceram
E aí a raiva que subiu na cabeça dos passageiros
E o mais injuriado era um bigodudo
Que tinha ganhado o salário (Eles levaram tudo)
Entraram dois PMs pelaCporta da frente
Estufando o peito e olhando pra gente Impondo respeito
Mas os ladrões já tavam longe Num tinha mais jeito
Pra priorar levaram o bigodudo como suspeito - Ele era preto -
Coisas desse tipo é difícil esquecer
Mas eu vou continuar porque eu já disse a você que
Esse rap não é sobre nada especial
É o rap do 175 que eu peguei na central
Agora estamos passando pela praia de Copacabana
Travestis e prostitutas se acabando por grana
E os gringos vão achando aquilo tudo bacana
(O Brasil é um paraíso! As mulheres são boas de cama)
Ô gringo não força Deixa de ser imbecil
Você que vem lá de fora quer entender do Brasil
(Ha ..."O Brasil é um paraíso! – É mole? – E o inferno é onde?!)
-- (Peraí Pensador)
E por falar em paraíso Olha que loucura
Subiu no coletivo uma estranhíssima figura
Com uma bíblia na mão e uma cara de débil mental
Pregando a enganação da Igreja Universal
(Ou será que era alguma outra igreja dessas? Ah num faz mal Igreja de enganar otário é tudo igual)
E o coitado foi soltando aquele papo de crente
Eu rezando: Deus me dê paciência!
Mas o pentelho desceu pra alegria da gente
E na saída do ônibus Sofreu um acidente
Se distraiu e foi atropelado pelo caminhão
Morreu esmagado com a bíblia na mão
(É morreu? Melhor do que viver nessa ilusão. Num queria Deus? Foi pro céu Então) - (Num sei não)
Enquanto todos se benziam com pena do crente
Eu fui rimando Bola pra frente
Porque esse rap não é sobre nada especial
É o rap do 175 que eu peguei na central
E eu percebi que o trocador ficou fazendo careta
Prum coroa que passou por debaixo da roleta
Era um senhor de óculos, barba branca ...
Ei Peraí (Ei professor O quê que o senhor tá fazendo aqui? Quê que houve? Foi assaltado? Perdeu o dinheiro?)
-(Não ... É ... sabe o quê que é ... Eu já gastei o salário inteiro)
Hm Hm mudei de assunto ele já tava encabulado
No meio do mês o salário dele já tinha acabado
Era o meu ex-professor da escola(Coitado)
Tá fudido e mal pago Daqui a pouco tá pedindo esmola
Ele é um mestre Um baú de sabedoria
Esse num é o valor que um professor merecia
Profissional de primeira importância pro nosso futuro
Ninguém mais quer ser professor pra num viver duro
E ele desceu em outra escola pra dar mais aula
(É que eu trabalho nos três turnos Chego em casa e ainda corrijo prova) - Tchau professor - (Tchau Pensador)
Desceu mais um trabalhador que tá numa de horror
Mas esse rap não é sobre nada especial
É o rap do 175 que eu pegueina central
E nós agora estamos passando pelo bairro de São Conrado
E como o tempo tá fechando eu tô ficando preocupado Ih! Choveu!
Pronto tudo alagado
Uns vão nadando Outros morrendo afogados
E enquanto na favela tem barraco caindo
Não é que passa o Prefeito sorrindo
E se o nosso ex-presidente estivesse aqui
Ele estaria certamente num belíssimo jet-ski
Mas como nós não temos embarcação pra todo mundo
Essa triste situação tá parecendo o Fim do mundo
Pra quem tá de carro Pra quem tá de ônibus
Nessa Rio-Babilônia No Brasil do abandono
E enquanto os governantes vão boiando sorridentes
Vamos remando Bola pra frente
Porque esse rap não é sobre nada especial
É o rap do 175 que eu peguei na central
E o pior de tudo é que nessa grande viagem
Nada disso do que aconteceu foi novidade
E as autoridades estão defecando
Pro que acontece ao cidadão brasileiro no seu cotidiano
Porque pra eles isso não é nada especial
No dos outros é refresco Num faz mal
E fecham os olhos pro que até cego já viu:
O revoltante retrato da vida urbana no Brasil!
E eu não me refiro ao 175 ou qualquer linha da central
Eu tô falando do dia a dia a qualquer hora em qualquer local
Porque esse rap não é sobre nada especial...

                                                       CD Gabriel, o Pensador. Sony Music, 1993.

Entendendo a canção:
01 – Algumas questões sociais são mencionadas na letra dessa canção. A que problemas brasileiros se faz referência no texto e o que se comenta sobre eles?
      Uma das críticas se relaciona ao alto custo de vida em nosso país, já que vivemos atrelados a uma economia inflacionária. A pobreza embrutecida pela fome sugere um quadro de abandono e de descaso das autoridades.

02 – De acordo com o texto, o retrato da vida urbana no Brasil é revoltante. Exponha seu ponto de vista sobre essa afirmação.
      Resposta pessoal do aluno.

03 – Qual o objetivo do eu lírico ao procurar novas rimas?
      Por meio da criação de versos musicais, o eu lírico procura esquecer os problemas que vê da janela do ônibus (“Eu continuo rimando tentando esquecer”).

04 – Ele alcança seu objetivo? Por quê?
      Não, uma vez que a cada instante novos problemas surgem diante de seus olhos.

05 – Nos últimos versos, por que o eu lírico nega ter como base a linha 175 ou qualquer outra da central ao falar da vida urbana brasileira?
      Porque as coisas que ocorrem nessa linha e que são por ele comentadas podem acontecer também em outras cidades brasileiras (“A qualquer hora em qualquer local”).

06 – O eu lírico enfatiza também no título que seu rap não é sobre nada especial. Por quê?
      O eu lírico não aborda um problema específico, mas os problemas urbanos em geral. Pode-se entender também que o fato de ele afirmar não se referir a nada especial indica que os problemas mencionados estão presentes no dia-a-dia, fazem parte do cotidiano, são regra e não exceção.

07 – A palavra que aparece várias vezes no texto. Classifique-a, morfológica e sintaticamente, nos versos selecionados a seguir.
a)   “Mais um dia mais um ônibus que eu peguei no Rio”.
Pronome relativo e objeto direto.

b)   “Mas não estou bem certo sobre o que vou rimar.”
Pronome interrogativo e objeto direto.

c)   “Foi nesse instante que eu olhei pela janela / E que susto eu levei!”
Pronome relativo e adjunto adverbial de tempo; pronome adjetivo e adjunto adnominal.

terça-feira, 16 de outubro de 2018

MÚSICA(ATIVIDADES): PÃO DE CADA DIA - GABRIEL O PENSADOR - COM QUESTÕES GABARITADAS

ATIVIDADES COM A Música: Pão de Cada Dia

                                      Gabriel O Pensador

Mais um dia de trabalho querido diário
Eu ralo feito otário e ganho menos do que eu valho mas necessito de salário que é bem menos que o necessário
Hoje os rodoviários tão em greve por melhores honorários e eu procuro um que me leve
Eu tenho horário
Não posso chegar atrasado não posso ser descontado
Se eu falar que foi greve meu chefe pode ficar desconfiado
E se o desgraçado quiser me dar um pé na bunda eu vou pro olho da rua e rapidinho ele arruma outro pobre coitado
Desempregado desesperado é que mais tem (olha o ônibus!!) Hein?
Já vem lotado gente pra cacete vidro quebrado (Foi piquete) motorista com um porrete do lado
Ele furou a greve porque também teme ficar desempregado
Deixar seu filho desamparado
Quem sabe ser despejado do barraco
(E o aluguel lá no morro também já ta puxado
Eu nem sei se eu tô sendo otário ou esperto
Eu tô aqui mas também tô torcendo pra greve dar certo)
Eu fico calado porque eu também tô preocupado
O meu salário até o fim do mês já ta contado e o meu moleque tá todo gripado
Se eu tiver um imprevisto eu vou ter que comprar remédio
Num sei como é que eu faço
Eu num sô médico
Se precisar eu vou ter que pedir um vale na batalha
Como um esfomeado pede uma migalha
E o canalha lá pode até negar e aí vai ser pior
Porque o meu único ganha-pão é esse meu suor

Preciso do pão de cada dia e num sô filho do padeiro
Então preciso do dinheiro

Eu tô no meu carro
Me olho no espelho...
Eu acho hilário
Eles acham que eu num trabalho só porque eu sou um "empresário"
Meus funcionários devem achar que eu sou um porco mercenário
Mas eu num sô nenhum milionário
Pra ser mais claro eu tô num mato sem cachorro
Se eu corro o bicho pega
Se eu fico o bicho come
Pra quem vou pedir socorro?
Chapolim? Super-homem?
As despesas me consomem
Os lucros são poucos e ainda tenho que pagar meus homens e zelar pelo meu nome
Que Sufoco! O governo num ajuda
Empréstimo de banco nem pensar!
Sem contar faculdade dos filhos pra pagar
Eles pensam que eu sou marajá!! (Num dá?)
Não vai dar "Insensível você diz" mas é impossível eu te aumentar "impossível te fazer feliz"
Eu nunca quis ver meus empregados cansados com fome
Mas o aumento tá negado
Agora some que eu tô ocupado no telefone
Eu não sou Raul Pelegrini
Essas coisas me deprimem e tal "Mas é que eu tenho que manter a minha fama de mau"
Durão afinal eu sou o patrão
Não posso ser sentimental
Porque eu não tenho dinheiro de sobra
Talvez tenha que demitir mão de obra com urgência
Eu não consigo dormir
Não consigo superar a concorrência
Não sei se eu vou infartar ou se eu vou à falência

Refrão

(Melhor do que dar um peixe a um homem é ensiná-lo a pescar)
Então em ensina onde eu pesco grana porque peixe só tem se comprar
Tem que pagar pra comer
Tem que pagar pra dormir
Tem que pagar pra beber pra esquecer e até pra morrer tem que ter pois vão te pedir (dinheiro) pro enterro (dinheiro) pro caixão (dinheiro) pro velório (dinheiro) pro sermão
Também é caro parir
Pagaram pr'eu entrar e eu rezo pra num sair daqui
E eu tenho que me cuidar porque o dinheiro mesmo pode interferir no nosso destino
Fazer o sino tocar
Influenciar qualquer menino a nos matar
Você não sabe o que é capaz de fazer por dinheiro alguém que não tem nada a perder e vê a TV do mundo inteiro mostrar tudo o que há pra se ganhar pra quem está no fundo do poço
O único caminho é pro alto nem que seja por cima do seu cadáver
Moço
Eu vejo isso o tempo inteiro
Eu sou coveiro (sério?)
Sem mistério
No cemitério é onde eu cavo o meu pouco dinheiro
Eu sou importante Deus tá de prova
A todo instante ele me manda gente e eu sempre abrindo as covas
Até hoje eu não sei se ele me perdoou do dia em que eu mexi naquele defunto cheio de dente de ouro
Dei uma de dentista e deixei o rosto do corpo todo torto
Mas é que eu ganho muito pouco
Aliás eu num tenho nem onde cair morto

Refrão

Eu sou PM
Não pense que é fácil
Tem que ser malandro pra viver se arriscando rondando pra cima e pra baixo
Na corda bamba
Posso tombar na próxima curva e minha mulher em casa estraga as unhas com medo de ser viúva
E os meus nervos também não são de aço
Meu caráter muito menos por isso eu sempre faço meus cambalachos
Com o tráfico eu já tô mancomunado
Quando eu não tô dormindo ou tô trincando ou extorquindo os viciados
Eu fico rindo e o bolso do uniforme fica inchado
Hí!Hí! Um cafezinho aqui!
Uma cervejinha ali (tô ligado)
Rá! Eu sei que eu não presto!
Meu colega diz (cê tá exagerando...) Ah você que é muito honesto!
Detesto lição de moral cê devia fazer igual e abusar da autoridade
Esse é o único poder que essa droga de sociedade me dá o prazer de sentir o gostinho
Não tô nem aí se você prefere bancar o policial bonzinho
Perfeito
Mas vou continuar do meu jeito
Não sou super herói
E pimenta nos olhos dos outros não dói
E assim como o rato rói a roupa do rei de Roma eu vou roendo grana
O poder me corrói
Tá me corrompendo e a soma vai crescendo (Manda!)
Morrer é o que num posso mas quanto aos negócios fica frio...
Enquanto houver crime no Rio eu num volto pra casa de bolso vazio

Refrão

E eu sou o dinheiro
Todos me amam todos me querem todos adoram sentir meu cheiro
Mas eu não sou democrático
Eu sou ingrato
Quem mais produz riqueza é quem tem menos na mesa
Que chato
Pra quem me controla a carne sobra no prato
Enquanto outros não me conhecem e comem rato
É fato real
Rato sem sal
Saiu no jornal
Eu sou imundo
Que tal?
Eu sou o grande culpado nesse mundo tão desigual
E gero o preconceito social: Quem me tem vive bem quem num tem passa mal (sera?)
Loto
Jogo do bicho
Cês sonham comigo o tempo inteiro
O capitalismo é que nem Silvio Santos (Oi Tudo por dinheiro!)
É que vocês pensam pequeno
Vocês são um bicho muito ingênuo
O que parece ser o antídoto pode ser o próprio veneno
E o que parece essencial talvez seja supérfulo
E o que cês sonham encontra lá longe tão perto!
A felicidade é uma muleta e vocês são todos mancos
Ela não cabe numa maleta
Não cabe no cofre
Não cabe em bancos
Qualquer que seja a profissão que você exerça
Não deixe que a sua (fixação) por Tio Patinhas lhe suba a cabeça
Vocês humanos estão cegos
Me supervalorizam demais
Cada vez mais
A cada segundo que passa
Deixam seu mundo em constante ameaça me pondo acima de Deus e o diabo
Desse jeito eu acabo com a sua raça.

Entendendo a canção:

01 – Que tema é abordado nesta canção?
      As contradições que permeiam o senso comum em relação ao dinheiro e ao mundo do trabalho nos dias de hoje.

02 – O autor cita cinco personagens. Quem são?
      Trabalhador, empresário, coveiro, polícia militar e o dinheiro.

03 – O que cada um dos personagens apresentam na canção?
      Cada um apresenta um ponto de vista sobre sua vida relacionando com o trabalho e o dinheiro.

04 – “Melhor do que dar um peixe a um homem é ensiná-lo a pescar!”
        “-- Então em ensina onde eu pesco grana porque peixe só tem se comprar!”. Dê sua opinião sobre esse trecho da canção.
      Ensinar a criar um trabalho para ganhar dignamente, ao invés de com piedade ficar eternamente dando dinheiro.

05 – De onde vem a expressão “Pão de cada dia”?
      Vem da Bíblia Sagrada (Manah diário) que Deus fazia descer uma espécie de farinha rica em proteína, vitamina e sais necessários durante a viagem dos hebreus no deserto.


terça-feira, 25 de setembro de 2018

MÚSICA(ATIVIDADES): PÁTRIA QUE ME PARIU - GABRIEL O PENSADOR - COM QUESTÕES GABARITADAS

ATIVIDADES COM A Música: Pátria Que Me Pariu

                                          Gabriel O Pensador
(4x) Pátria que me pariu!
Quem foi a Pátria que me pariu!?

Uma prostituta, chamada Brasil se esqueceu de tomar a pílula,
e a barriga cresceu
Um bebê não estava nos planos dessa pobre meretriz de dezessete anos
Um aborto era uma fortuna e ela sem dinheiro
Teve que tentar fazer um aborto caseiro
Tomou remédio, tomou cachaça, tomou purgante
Mas a gravidez era cada vez mais flagrante
Aquele filho era pior que uma lombriga
E ela pediu prum mendigo esmurrar sua barriga
E a cada chute que levava o moleque revidava lá de dentro
Aprendeu a ser um feto violento
Um feto forte escapou da morte
Não se sabe se foi muito azar ou muita sorte
Mas nove meses depois foi encontrado, com fome e com frio,
Abandonado num terreno baldio.

(4x) Pátria que me pariu!
Quem foi a pátria que me pariu!?

A criança é a cara dos pais mas não tem pai nem mãe
Então qual é a cara da criança?
A cara do perdão ou da vingança?
Será a cara do desespero ou da esperança?
Num futuro melhor, um emprego, um lar
Sinal vermelho, não da tempo pra sonhar
Vendendo bala, chiclete...
"Num fecha o vidro que eu num sou pivete
Eu não vou virar ladrão se você me der um leite, um pão, um vídeo game e uma televisão, uma chuteira e uma camisa do mengão.
Pra eu jogar na seleção, que nem o Ronaldinho
Vou pra copa, vou pra Europa..."
Coitadinho!
Acorda moleque! Cê num tem futuro!
Seu time não tem nada a perder
E o jogo é duro! Você não tem defesa, então ataca!
Pra não sair de maca!
Chega de bancar o babaca!
Eu não aguento mais dar murro em ponta de faca
E tudo o que eu tenho é uma faca na mão
Agora eu quero o queijo. Cadê?
Tô cansado de apanhar. Tá na hora de bater!

(4x) Pátria que me pariu!
Quem foi a pátria que me pariu!?

Mostra tua cara, moleque! Devia tá na escola
Mas tá cheirando cola, fumando um beck
Vendendo brizola e crack
Nunca joga bola mais tá sempre no ataque
Pistola na mão, moleque sangue bom
É melhor correr porque lá vem o camburão
É matar ou morrer! São quatro contra um!
Eu me rendo! Bum! Clá! Clá! Bum! Bum! Bum!
Boi, boi, boi da cara preta pega essa criança com um tiro de escopeta
Calibre doze na cara do Brasil
Idade 14, estado civil mo...rto
Demorou, mas a pátria mãe gentil conseguiu realizar o aborto.

(4x) Pátria que me pariu
Quem foi a Pátria que me pariu?
                Composição: André Gomes / Gabriel o Pensador
Entendendo a canção:
01 – Relacione a canção com o que está acontecendo no país (situação atual).
      Ela é uma crítica a situação de abandono das crianças, aos problemas comuns que vivemos diariamente e atualmente como a prostituição infantil, a “violência” do aborto, o abandono infantil, a falta de oportunidade, as drogas, e outros.

02 – Já nos primeiros versos podemos perceber o quê com relação a saúde da mulher?
      O autor mostra à falta de políticas prevencionistas no Brasil, principalmente a gravidez indesejada por muitas adolescentes.

03 – Que personificação do Brasil o autor faz na canção?
      A letra traz uma meretriz pobre e menor de idade, que tem uma gravidez indesejada, opta pelo aborto, e ela se chama Brasil.

quinta-feira, 14 de junho de 2018

MÚSICA(ATIVIDADES): DANÇA DO DESEMPREGADO - GABRIEL O PENSADOR - COM QUESTÕES GABARITADAS

Música(Atividades): Dança do Desempregado

                                 Gabriel O Pensador

Essa é a dança do desempregado
Quem ainda não dançou tá na hora de aprender
A nova dança do desempregado
Amanhã o dançarino pode ser você

E vai levando um pé na bunda vai
Vai por olho da rua e não volta nunca mais
E vai saindo vai saindo sai
Com uma mão na frente e a outra atrás
E bota a mão no bolsinho (Não tem nada)
E bota a mão na carteira (Não tem nada)
E bota a mão no outro bolso (Não tem nada)
E vai abrindo a geladeira (Não tem nada)
Vai procurar mais um emprego (Não tem nada)
E olha nos classificados (Não tem nada)
E vai batendo o desespero (Não tem nada)
E vai ficar desempregado

Essa é a dança do desempregado
Quem ainda não dançou tá na hora de aprender
A nova dança do desempregado
Amanhã o dançarino pode ser você

E vai descendo vai descendo vai
E vai descendo até o Paraguai
E vai voltando vai voltando vai
"Muamba de primeira olhai quem vai?"
E vai vendendo vai vendendo vai
Sobrevivendo feito camelô
E vai correndo vai correndo vai
O rapa tá chegando olhai sujô!...
E vai rodando a bolsinha (Vai, vai!)
E vai tirando a calcinha (Vai, vai!)
E vai virando a bundinha (Vai, vai!)
E vai ganhando uma graninha
E vai vendendo o corpinho (Vai, vai!)
E vai ganhando o leitinho (Vai, vai!)
É o leitinho das crianças (Vai, vai!)
E vai entrando nessa dança

Essa é a dança do desempregado
Quem ainda não dançou tá na hora de aprender
A nova dança do desempregado
Amanhã o dançarino pode ser você

E bota a mão no bolsinho (Não tem nada)
E bota a mão na carteira (Não tem nada)
E não tem nada pra comer (Não tem nada)
E não tem nada a perder
E bota a mão no trinta e oito e vai devagarinho
E bota o ferro na cintura e vai no sapatinho
E vai roubar só uma vez pra comprar feijão
E vai roubando e vai roubando e vai virar ladrão
E bota a mão na cabeça!! (É a polícia)
E joga a arma no chão E bota as mãos nas algemas
E vai parar no camburão
E vai contando a sua história lá pro delegado
"E cala a boca vagabundo malandro safado"
E vai entrando e olhando o sol nascer quadrado
E vai dançando nessa dança do desempregado

Essa é a dança do desempregado
Quem ainda não dançou tá na hora de aprender
A nova dança do desempregado
Amanhã o dançarino pode ser você.

                                             Composição: Gabriel o Pensador
Entendendo a canção:
01 – De acordo com o texto, qual é o significado das palavras abaixo:
·        Rapa: carro com fiscal que apreende mercadorias de ambulantes sem licença, fiscalização.
·        Ferro: arma.
·        Camburão: carro de polícia que transporta presos.

02 – Explique o sentido das seguintes expressões:
a)   Olhar o sol nascer quadrado.
Ficar preso, estar na cadeia.

b)   Ir pro olho da rua.
Ser despedido de uma firma, perder o emprego.

c)   Com uma mão na frente e a outra atrás.
Sem nada, na miséria.

03 – Na frase seguinte, o autor do texto usou a linguagem popular, coloquial, e gíria. Reescreva-a usando a língua-padrão (a língua culta): “O rapa tá chegando olhaí sujô! ...”
      O fiscal está chegando, olha aí, temos problema! ...

04 – Assinale as alternativas que estão de acordo om o texto.
      O tipo de desempregado apresentado:
      (X) Tem capacidade de trabalho.
      (   ) É violento.
      (X) Tem iniciativa.
      (   ) É malandro.

05 – Assinale os versos que denotam a situação financeira do desempregado e o caracterizam como uma pessoa de algum poder aquisitivo (não como um miserável).
(   ) “Com uma mão na frente e a outra atrás.”
(X) “E vai abrindo a geladeira.”
(X) “Muamba de primeira olhaí quem vai?”

06 – Observe a frase: “Vai procurar mais emprego”. Que palavra denota a insistência do desempregado em conseguir trabalho?
      É a palavra mais.

07 – Que verso indica que o desempregado vai se envolvendo com o roubo, por força das circunstâncias?
      “E vai roubando e vai roubando e vai virar ladrão.”

08 – Observe a frase: “E não tem nada a perder”. No contexto, qual é o sentido dessa frase? Por que a personagem não tem nada a perder?
      A personagem está desesperada, a situação é difícil, sem perspectiva e não há nada para comer.

09 – Escolha um verso da primeira estrofe que sirva como outro título para a música. Explique por que você escolheu esse verso.
      Resposta pessoal do aluno.