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quinta-feira, 7 de setembro de 2023

CONTO: A ROSA ASSOMBRADA - ÂNGELA LAGO - COM GABARITO

 Conto: A Rosa Assombrada

            Ângela Lago

        Há mais ou menos cem anos, vivia em Bom Despacho uma moça órfã que vira e mexe ia rezar para Santo António e acabou arrumando um fã: o sacristão.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-3PRnmCUUQB0pXgJHbsOJn7QG6-_bwe9boBxRzjtuoxWsbUbEWHdcixfMxyl8G0lMVZYlS81NkIlr1ha-M6pF9nJ4kmyo6KfmWNsZiYXdhaxz9ubJhV_RynvIxdaadJZXiFCfOsr_Tjbjm6WmuMCyR2osTbuANlb_PX5QmhffdkftDbDHCp7Y28uqp18/s1600/ROSA.jpg


        Certo dia, a moça estava rezando com muito fervor. Sem perceber, pediu em voz alta:

        -- Santo António, me dá um sinal! Quero saber com quem eu vou me casar...

        O sacristão que estava atrás do altar, aproveitou a deixa e sapecou na hora, disfarçando a voz!

        -- Você vai casar com aquele que lhe entregar uma rosa bem na saída da igreja.

        Depois, tratou de sair pela porta da sacristia, para pegar depressa a primeira rosa no primeiro túmulo do cemitério e ir para a frente da igreja.

        Acontece que o túmulo era justamente o da mãe da órfã, mas o sacristão só se lembrou disso quando apareceu. Sentiu um frio na espinha. Havia muita neblina naquele final de tarde chuvoso, mas mesmo assim, olhando para o lado do cemitério, dava para ver o túmulo que tinha sido roubado.

        A moça vinha no altar. Quando viu o sacristão lhe estender uma flor, arregalou os olhos e exclamou:

        -- Mãe! Era só uma exclamação.

        Mas, o sacristão achou que a moça estava vendo a alma de mãe atrás dele.

        Largou a flor e saiu correndo. Venha passando um rapaz bonito. Foi ele quem apanhou a rosa.

        Aí aconteceu uma coisa realmente estranha. A moça escutou uma voz muito clara:

        -- Vai casar é com este!

        Dito e feito. Alguns meses depois, a moça se casou com o rapaz bonito.

Ângela Lago.

Entendendo o conto:

01 – O conto que você leu informa que essa história aconteceu por volta de cem anos. Pode-se afirmar que esse conto se passou há quase:

a)   Um milênio;

b)   Um triênio;

c)   Um século;

d)   Um semestre.

02 – No conto, “A Rosa Assombrada” a moça rezava para:

a)   Santo Antônio;

b)   São João;

c)   São Pedro;

d)   São José.

03 – O suspense no conto se dá quando:

a)   O sacristão pega a rosa no túmulo;

b)   O sacristão pensa que a moça órfã viu a mãe atrás dele;

c)   O sacristão largou a flor e saiu correndo;

d)   O sacristão viu um rapaz bonito pegar a rosa branca.

04 – Relei: “O sacristão, que estava atrás do altar, aproveitou a deixa e sapecou na hora, disfarçando a voz...”. O sacristão modificou a voz porque ele:

a)   Queria casar com a moça órfã;

b)   Queria sair correndo da igreja;

c)   Queria apresentar um rapaz a moça órfã;

d)   Queria enganar a moça órfã.

05 – Releia o seguinte trecho retirado do conto: “Aí aconteceu uma coisa realmente estranha...”. Explique que a coisa realmente estranha acontecendo no conto.

      Foi quando uma moça órfã viu uma rosa branca brotar do túmulo de sua mãe falecida dentro da igreja. Isso foi considerado um evento sobrenatural e perturbador, pois uma rosa florescente de um túmulo é algo fora do comum e inexplicável.

06 – A moça órfã tinha uma intenção ao rezar. Que intenção era essa?

      A intenção da moça órfã ao rezar era pedir ajuda e proteção contra a aparição estranha da rosa branca que brota do túmulo de sua mãe.

 

segunda-feira, 4 de setembro de 2023

CONTO: DICIONÁRIO DE FORMAS - ÂNGELA LAGO - COM GABARITO

 Conto: Dicionário de formas

            Ângela Lago

 Era uma vez eu, Zé Sorveteiro, que me apaixonei por uma princesa que acabara de chegar do outro lado da Terra. Bolei para ela um dicionário de quatro palavras: bola, quadrado, retângulo, triângulo. Japonês se escreve com desenhos. Com desenhos a princesa aprenderia português!

[...] Ia até meu carrinho e pedia, desenhando no ar:

Triângulo-bola.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiThydQPUaVTQxDxYS0Pry8e54alxUKgWYwA4XrTlQSj7SFGFjJDgFleQgDhGZLuQk3GrYQSEP3Mc7S7PPc6BJSmVRYwLAhPWAsCdw2Pb1-EZtdfL9hc17hyml4PkBFlShh0ZBZEP-CAYR4fbsmP40jwZX-wef4Si0wLXyWX6DfKu8abD1thv2o7tkFNlQ/s320/SORVETE.jpg


Sorvete na casquinha! O dicionário funcionava às maravilhas.

Eu? Mandava bilhetes. Desenhava um quadrado com um triângulo em cima e escrevia: casa!!! Caprichava nos pontos de exclamação. Casa!!! Casa!!! Fácil de entender: casa comigo.

Mas toda princesa tem uma fera para encontrar bilhetes. Uma hora a fera mandou me chamar. Aí…

Aí eu transformei ponto de exclamação em sinal de aguaceiro:

Um traço com um pingo é chuva. Três -!!! – muita chuva. Casa, chuva, chuva, chuva. Estou só avisando… Cuidado com goteiras.

[...] Hoje, 60 anos depois, repito, valeu a pena. E lá vou eu apanhar uns triângulos vermelhos para a minha rainha arrumar no triângulo do retângulo do quadrado da frente. Perfeito. Daqui a pouco a jarra da mesa da sala estará toda perfumada com os… Como é mesmo? Vá lá! Com os triângulos vermelhos.

 

LAGO, Ângela. Disponível em: <http:// revistaescola.abril.com.br/fundamental-1/dicionario-formas-634239.shtml>. Acesso em: 6 nov. 2014.

Entendendo o texto

01) O trecho desse texto que mostra que o narrador conta uma história vivida por ele é:

A)    “Era uma vez eu, Zé Sorveteiro, que me apaixonei por uma princesa...”. (ℓ. 1)

B)    “Com desenhos a princesa aprenderia português!”. (ℓ. 3-4)

C)    “Mas toda princesa tem uma fera para encontrar bilhetes.”. (ℓ. 10)

D)    “Daqui a pouco a jarra da mesa da sala estará toda perfumada...”. (ℓ. 17)

02) Nesse texto, a palavra “bolei” (ℓ. 2) significa

A)    enrolar.

B)    estar confuso.

C)    ficar preocupado.

D)    inventar.

03)  No trecho “Casa!!! Casa!!!” (ℓ. 9), a repetição da palavra casa foi usada para

A)    destacar a vontade do sorveteiro em casar.

B)    indicar que o sorveteiro queria uma casa.

C)    marcar a teimosia do sorveteiro.

D)    mostrar que o sorveteiro soletrou a palavra.

04) De acordo com esse texto, no dicionário de formas, o desenho de triângulo - bola representa

A)    carrinho.

B)    sorvete.

C)    casa.

D)  chuva.

 

Leia novamente o texto “Dicionário de formas” para responder às questões abaixo.

05) Nesse texto, o trecho que apresenta uma opinião é:

A)    “Era uma vez eu, Zé Sorveteiro, que me apaixonei...”. (ℓ.1)

B)    “Ia até meu carrinho e pedia, desenhando no ar:...”. (ℓ. 5)

C)    “O dicionário funcionava às maravilhas.”. (ℓ. 7)

D)    “Aí eu transformei ponto de exclamação em sinal de aguaceiro: ”. (ℓ. 12)

06) No trecho “Daqui a pouco a jarra da mesa da sala estará toda perfumada...” (ℓ. 17), a expressão em destaque indica

A)    causa.

B)    lugar.

C)    modo.

D)    tempo.

quinta-feira, 19 de julho de 2018

CONTO: O DEFUNTO QUE DEVIA - ÂNGELA LAGO - COM INTERPRETAÇÃO/GABARITO

Conto: O Defunto que Devia


     Em Bom Despacho tinha um moço que devia tanto e a tanta gente que sua vida virou um inferno. O tempo todo batiam na porta dele para cobrar. Até que uma noite ele não aguentou mais e decidiu se fingir de morto.
    Na manhã seguinte, quando os cobradores chegaram, encontraram o moço de olhos fechados, todo vestido de preto, quietinho, deitado em cima da mesa.
        --- Coitado, perdeu mais do que qualquer um de nós – eles disseram, e foram embora.
        Mas um sapateiro muito sovina, a quem o moço devia um real, não quis saber de perdoar a dívida. Ficou na casa, à espera dos parentes, para cobrar de quem pudesse.
        O moço lá, se fingindo de morto, e nada de parente nenhum chega. Mesmo porque morto pobre não tem parente. Acontece que o sapateiro, além de pão-duro, era cabeça-dura, e não arredou o pé. Queria seu real.
        Escureceu, uns ladrões passaram por perto, viram a porta aberta, a casa em silêncio, e decidiram entrar. O sapateiro só teve tempo de enfiar debaixo da mesa.
        --- Eta defunto desgraçado, não tem uma alma velando por ele! Por ele! – comentaram os ladrões.
        E aproveitaram para dividir umas moedas que tinham roubado. Sobrou uma, e um ladrão propôs:
        --- A moeda é do primeiro que enfiar uma faca no peito do morto!
        O defunto reviveu na hora e desandou a gritar:
        --- UI ui ui!
        --- Ei ei ei! – o sapateiro escutou o morto gritando e, lá debaixo da mesa, também desandou a berrar.
        Quando os ladrões viram o morto gritar e escutaram aquela voz responder, saíram em correria, deixando o dinheiro para trás.
        Já iam longe quando o mais valente deles, pensando e repensando nas lindas moedas, tratou de convencer os amigos a voltar:
        --- São duas almas penada, mas nós somos três dependas.
        Voltaram. A essa altura o ex-morto já estava dividindo a fortuna com o sapateiro. Quando os ladrões chegaram perto da casa, escutaram o tinlintar das moedas sendo repartidas e ...
        --- E o meu real? E o meu real?
        --- Ai ai ai! São muitas almas! – gritaram os ladrões. O dinheiro nem está dando! E desapareceram de vez, estrada afora.
                                                                                     Ângela Lago.
Entendendo o conto:

01 – Por que o título do texto é: “O defunto que devia”?
      Porque ele devia pra todo mundo, e não aguentava mais ser cobrado, então se fez de morto.

02 – De acordo com o texto: o que os cobradores disseram quando viram o rapaz deitado em cima da mesa?
      “--- Coitado, perdeu mais do que qualquer um de nós.”

03 – Qual dos cobradores permaneceu no velório, a espera de um parente para cobrar a dívida de um real?
      Foi o sapateiro.

04 – Quem disse a frase: “--- Eta defunto desgraçado, não tem uma alma velando por ele!”?
      Foi um dos ladrões que entraram na casa.

05 – Na divisão das moedas roubadas, sobrou uma moeda, qual foi a proposta para ver quem ficaria com ela?
      A moeda é do primeiro que enfiar uma faca no peito do defunto morto.

06 – Diante da aposta dos ladrões, qual foi a reação do defunto?
      O defunto reviveu na hora e desandou a gritar: Ui ui ui!  

07 – No texto: Quem gritou “Ei ei ei!?
      Foi o sapateiro que estava embaixo da mesa.

08 – Quando os ladrões viram o defunto gritar, saíram correndo e esqueceram as moedas. O que fez eles resolveram voltar?
      Porque se acharam em maior número e conseguiriam vencer o defunto.

09 – O que os ladrões ouviram, ao chegar perto da casa do morto?
      E o meu real? E o meu real?

10 – Qual foi a reação dos ladrões ao ouvirem a discursão?
      “--- Ai ai ai! São muitas almas! O dinheiro nem está dando!