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sexta-feira, 15 de agosto de 2025

POEMA: A UM LEGISTA - MACHADO DE ASSIS - COM GABARITO

 Poema: A um Legista

             Machado de Assis

[...]

Rosa . . . que se enamora
Do amante colibri,
E desde a luz da aurora
Os seios lhe abre e ri.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2gPSz08kU2J1OySG97JKuGTUve8rZlsx94JbpvN6cqOfFCtPIAatVV_LyxWTHnAOlPrmAOmG27bPsqevvii4Ow28gwoi4kYOsoytQqHwnybfCCFQu981Cl00_LYlNJ89O45voqdLBVCeS-6ONK4qiEhSrdcMHgg-Gv26CJP5A40UKm4GuCnv3NY4Lq8I/s320/literarias.png._PROC_AP30AC30052AT1ACX1017ATX1.png



Mas Zéfiro brejeiro
Opõe ao beija-flor
Embargos de terceiro
Senhor e possuidor.

Quer este possuí-la,
Também o outro a quer.
A pobre flor vacila,
Não sabe a que atender.

O sol, juiz tão grave
Como o melhor doutor,
Condena a brisa e a ave
Aos ósculos da flor.

[...]

ASSIS, Machado de. In: COUTINHO, Afrânio (Org.). Machado de Assis: obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992. p. 217-218. v. 3 (Fragmento).

Fonte: Língua Portuguesa: Singular & Plural. Laura de Figueiredo; Marisa Balthasar e Shirley Goulart – 7º ano – Moderna. 2ª edição, São Paulo, 2015. p. 310.

Entendendo o poema:

01 – Qual a metáfora principal utilizada no início do poema para descrever a rosa e sua interação com o colibri?

      A rosa é metaforicamente apresentada como um ser que "se enamora do amante colibri", abrindo-lhe os seios e rindo desde a aurora, personificando a flor como um ser apaixonado e receptivo.

02 – Quem é o "Zéfiro brejeiro" e qual seu papel na relação entre a rosa e o colibri?

      O "Zéfiro brejeiro" é a brisa ou vento, que se opõe ao beija-flor, agindo como um "embargo de terceiro", um termo jurídico, para se colocar como senhor e possuidor da rosa.

03 – Diante da disputa entre o colibri e o Zéfiro, qual a atitude da "pobre flor"?

      A "pobre flor" vacila e "não sabe a que atender", mostrando-se indecisa entre os dois pretendentes.

04 – Quem é o "juiz" que resolve a disputa pela flor, e como ele é caracterizado?

      O "juiz" que resolve a disputa é o sol, caracterizado como "tão grave como o melhor doutor".

05 – Qual a "sentença" proferida pelo sol em relação à brisa e à ave, e o que isso significa para a flor?

      O sol condena a brisa e a ave "aos ósculos da flor". Isso significa que ambos têm permissão para beijar/tocar a flor, sugerindo que a beleza e o "amor" da flor são acessíveis a ambos, ou que a natureza permite essa interação múltipla.

 

 

 

 

POEMA: CAMINHOS DE MINHA TERRA - JORGE DE LIMA - COM GABARITO

 Poema: Caminhos de minha terra

             Jorge de Lima

Caminhos inventados

por quem não tem pressa de ir embora.

 

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdzwqJmoltLHT-t9RvMJn4cKqcSf-y3C0Kq993_6Y7FeReHqiatKHh3pEFRk7X-nfjs-W9kRTVM4-6FEdi-_CLwe1x5NQIvI1dn2-KXNfl-rLSBE1l4aQaInTa8cB2dPlHwC54CLd0AimPlkdaKph0GjkAnBYb0Kc2Q6CPFmbUP41oaS49jXzpA8WaIy4/s1600/jorge_de_lima2.jpg 

Pelos que vão à escola.

Pelos que vão à vila trabalhar.

Pelos que vão ao eito.

Pelos que levam quem se despede da vida, que é tão bela…

 

À minha terra ninguém chega: ela é tão pobre…

Dizem que tem bons ares para os tísicos –

Mas os tísicos não vão lá: é tão difícil de ir-se lá…

 

Caminhos de minha terra onde perdi

os olhos e o passo de meditação…

Caminhos em que ceguinhos e aleijados podem

ir sem olhos e sem pernas: eles não atropelam os pobrezinhos.

Alguém quer partir e eles dizem:

 

– “Não vás: toma lá uma goiaba madura,

uma pitanga, um ingá e dão como

as mãos dos missionários que dão tudo,

cajus, pitombas, araçás a todos os meninos do lugar”.

 

Caminhos que ainda têm orvalhos e sonambrilos bacurais,

E têm ninhos suspensos nas ramadas.

 

Ali perto, na curva do encanto

Onde mataram de emboscada um cangaceiro,

Há uma cruz de pitombeira…

Quem passa joga uma pedra,

Reza baixinho: “Padre nosso que estais no céu

santificado seja o vosso nome

venha a nós…”

Aquela cruz do cangaceiro é milagrosa.

Já me curou de um puchado que

Eu peguei na escola da professora –

Minha tia Bárbara de Oliveira Cunha Lima.

 

Mundaú! – soube depois

Que quer dizer rio torto.

Quem te inventou Mundaú, das minhas lavadeiras

Seminus,

Dos meus pescadores de traíras?

Mundaú! – rio torto – caminho de curvas,

Por onde eu vim para a cidade

Onde ninguém sabe o que é caminho.

Os melhores poemas. São Paulo, Global, 1994.

Entendendo o poema:

01 – Que tipo de pessoas utilizam os caminhos da terra do eu lírico, e o que isso revela sobre a vida local?

      Os caminhos são utilizados por uma variedade de pessoas: estudantes que vão à escola, trabalhadores que se dirigem à vila ou ao eito (roça), e até mesmo por aqueles que levam os que se despedem da vida. Isso revela uma vida simples e rural, onde os caminhos são essenciais para as atividades cotidianas e para os ritos de passagem.

02 – Por que, segundo o poema, "ninguém chega" à terra do eu lírico, apesar de ter "bons ares para os tísicos"?

      Ninguém chega à terra do eu lírico porque "ela é tão pobre" e "tão difícil de ir-se lá". Embora se diga que o local tem "bons ares para os tísicos" (pessoas com tuberculose), a dificuldade de acesso e a pobreza desencorajam até mesmo aqueles que poderiam se beneficiar de seu clima.

03 – Como os caminhos da terra do eu lírico se relacionam com a ideia de acolhimento e doação?

      Os caminhos são apresentados como um lugar de acolhimento e doação. Quando "alguém quer partir", os caminhos "dizem: – 'Não vás: toma lá uma goiaba madura, uma pitanga, um ingá'". Essa oferta de frutas é comparada às "mãos dos missionários que dão tudo", simbolizando a generosidade e a tentativa de reter quem parte.

04 – Qual é o significado da "cruz de pitombeira" mencionada no poema e qual sua relação com a memória local?

      A "cruz de pitombeira" marca o local onde "mataram de emboscada um cangaceiro". Essa cruz é considerada milagrosa, e quem passa joga uma pedra e reza. A cruz se torna um ponto de devoção popular, ligando a violência do passado à fé e à cura, como o eu lírico que foi curado de um "puchado" (mau-olhado ou doença).

05 – O que representa o rio Mundaú para o eu lírico e qual o contraste que ele estabelece com a vida na cidade?

      O rio Mundaú, que significa "rio torto", representa os caminhos de origem do eu lírico, por onde ele veio para a cidade. O rio é associado às suas "lavadeiras seminus" e "pescadores de traíras", evocando uma vida rural e autêntica. O contraste se dá com a cidade, onde "ninguém sabe o que é caminho", sugerindo uma perda de sentido, de direção ou de conexão com as raízes, diferente da clareza e da organicidade dos caminhos de sua terra natal.

 

POEMA: CANÇÃO DAS AMEIXAS - BERTOLT BRECHT - COM GABARITO

 Poema: Canção das ameixas

             Bertolt Brecht

Foi quando amadureceram

As ameixas – veio então

À aldeia, de carroça,

Um garboso rapagão.

Fonte:: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJllMuEnhsKW-uTNJ7BdBob-N9LBZo6jHrH7XyiCzreAPEKxUXcXkXtQtbvIpfvh1KcKlP4_Ax_iLXpnWkkRybLz-o3qeGgdm1-sYIFPXh0qJgw4_INlPL859Faxhr0WZdGJ0sV8-tlzjpFA7o8U5uPjWdQygyJDsw41iOW_PVA_R-e58bz_AE_S4Zrhg/s320/C%C3%A2n%C3%A7%C3%A3o-820x360.jpg


 

Nós colhíamos ameixas,

E na grama ele deitou,

Barba loura, e espichado

Coisa e outra observou.

 

As ameixas já cozidas,

Lá conosco ele brincou,

E sorrindo, nas vasilhas,

O seu dedo ele enfiou.

 

A geleia de ameixas

Nós comíamos, e então,

Foi-se embora. Mas lembramos

Sempre d belo rapagão.

Bertolt Brecht. In: Belinky, Tatiana. Um caldeirão de poemas. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2003. p. 66.

Fonte: Língua Portuguesa: Singular & Plural. Laura de Figueiredo; Marisa Balthasar e Shirley Goulart – 7º ano – Moderna. 2ª edição, São Paulo, 2015. p. 307.

Entendendo o poema:

01 – Em que época do ano ou período específico o poema se inicia, e o que marca esse momento?

      O poema se inicia quando as ameixas amadureceram, um período que marca a chegada de um "garboso rapagão" à aldeia.

02 – Como o rapagão se comportou ao chegar à aldeia enquanto as ameixas estavam sendo colhidas?

      Ele deitou na grama, com sua barba loura, e ficou observando "coisa e outra", sugerindo uma atitude tranquila e observadora.

03 – Qual a atitude do rapagão quando as ameixas já estavam cozidas, transformadas em geleia?

      Quando a geleia estava pronta, ele brincou com as pessoas da aldeia e, sorrindo, enfiou o dedo nas vasilhas de geleia.

04 – Após a degustação da geleia, qual foi o destino do rapagão?

      Depois de todos comerem a geleia de ameixas, o rapagão foi embora.

05 – Qual o impacto duradouro da visita do rapagão na memória dos habitantes da aldeia?

      Apesar de ter ido embora, os habitantes da aldeia lembram-se sempre do "belo rapagão", indicando que a sua presença deixou uma impressão marcante e positiva.

 

POEMA CORDEL: 500 ANOS DE BRASIL - EM VERSOS DE CORDEL - JOSÉ FRANCISCO BORGES - COM GABARITO

 Poema Cordel: 500 anos de Brasil – Em versos de cordel

            José Francisco Borges

José Francisco Borges

Em abril de 1500

Quando Cabral ancorou

Na praia em Porto Seguro

Logo na terra pisou

Os índios logo cercaram

E ele assustou.

 

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjFs_ha3OxNuUR9ljNcaOx49F0nl9cDcydWZkPseWHqoYmlVbwtok1YdTH2V5thLrVy2gc-rO9eVqm-jSdmXxLAhlAKAFdYjSqfV0Pf2GixX1H7KpY9XRPeDh291fh_4AgCCbZGvhpQMrBL07DRLCRe51YywolJkfsx8gQC6213eNvSGAtdjIXXwDbFhE/s320/bg1.png

Cabral disse aos índios

Estou cumprindo o meu papel

E eu vou provar que sou

Um forasteiro fiel

Vou mandar ler pra vocês

Uma história de cordel.

 

Os índios ao ouvir gostaram

Num tom alegre e sutil

Não precisou usar armas

A 22 de abril

Do ano de 1500

Foi descoberto o Brasil.

 

E daí continuou

A história deste país

Veio lá de Portugal

A primeira diretriz

Que até a independência

Bem poucos foram feliz.

 

O Brasil era na época

Um reino da natureza

Montanha e água limpa

Índio em sua fortaleza

As águas limpas espumando

No topo da correnteza.

 

Depois que eles voltaram

Quando chegaram em Lisboa

Disseram ao seu rei

A viagem não foi à toa

Descobrimos um país

Uma terra fértil e boa.

 

E o rei logo em seguida

Uma equipe escolheu

Para habitar as terras

sobre o domínio seu

Vieram homem e mulher

Com ordens que o rei lhes deu.

 

E todos desembarcaram

Ao chegarem na Bahia

Reinava uma esperança

De serem felizes um dia

E todos foram separados

Pra cada capitania.

 

E logo mais começou

A grande explosão

De todo minério

Prata, ouro e carvão

E todas pedras preciosas

Que havia no chão.

 

O Brasil nasceu na Bahia

Lá mesmo em Porto Seguro

E levou centenas de anos

Pra ter brasileiro puro

E os primeiros protestos

Pra melhorar o futuro.

 

O Brasil passou a ter

O domínio dos portugueses

Depois veio os espanhóis

Os alemães e ingleses

E ainda sofremos de guerra

Na invasão dos holandeses.

 

Foi mais de 300 anos

Pra vir a independência

Os brasileiros lutando

Com força e com paciência

E ainda hoje se sofre

Desses tempos a influência.

 

Falando em melhoramento

Veio a nós a ferrovia

Que transportava o minério

Gente e mercadoria

No tempo que os escravos

Sonhavam com alforria.

 

O grande Joaquim Nabuco

E a princesa Isabel

Em 1888

Vendo o sofrer cruel

Libertaram os escravos

Daquela taça de fel.

 

Depois que muitos morreram

Lutando por liberdade

A proclamação da república

Foi a grande novidade

Veio a democracia

O símbolo da igualdade.

 

E foi aí que começou

Ganância pelo poder

Os homens mais influentes

Querendo se eleger

Prometendo ao eleitor

O que não pode fazer.

 

Com o poder do voto livre

Houve grandes estadistas

Em 1930

Getúlio entre os otimistas

se elegeu presidente

lançou as leis trabalhistas.

 

Acabou com a anarquia

Com cartéis e com ladrão

Trouxe várias indústrias

Pra melhora da nação

Acabou o cangaceirismo

Que assombrava o sertão.

 

Construiu mais ferrovia

E estrada de rodagem

Fechou câmaras e senado

Acabou a malandragem

E sua história política

Merece nossa homenagem.

 

Outro grande personagem

O presidente Juscelino

Que construiu Brasília

Da onde sai o destino

desta imensa nação

do sul ao solo nordestino.

 

O grande Tancredo Neves

Que lutou pelas diretas

Defendendo os brasileiros

De todas horas incertas

Morreu pela democracia

Deixando as portas abertas.

 

Num colégio eleitoral

Foi desfeita a ditadura

Elegeram José Sarney

Ele honrou sua figura

Protegendo o artesão

O artista e a cultura.

 

Depois dele vieram outros

Desfazer o que ele fez

Durante suas gestões

Artista não teve vez

E ajuda para cultura

Pode vir, mas é talvez.

 

Apesar de muitas coisas

Mas inda dou atenção

Ao presidente atual

Que dirige esta nação

porque ele foi herói

Acabando a inflação.

 

Lançou o plano real

Enfrentando o precipício

Mas trouxe muita alegria

Para o povo no início

Mas agora o desemprego

Vem trazendo o sacrifício.

 

Aqui eu vou encerrando

Estes versinhos que fiz

Dando toques na história

Desse imenso país

Que ainda está muito longe

Para o povo ser feliz.

 

Cuidamos em belas ações

Cuidamos de trabalhar

Cuidamos de ser honestos

Cuidamos de estudar

Trabalho, estudo e cultura

Faz o Brasil avançar.

 

Neste ano de 2000

A 22 de abril

É o grande aniversário

deste torrão varonil

Brindamos 500 anos

Do nosso amado Brasil.

Fonte: Programa de Formação de Professores Alfabetizadores. Coletânea de textos – Módulo 1. p. 154-155.

Entendendo o poema:

01 – Como o cordel descreve o primeiro contato de Cabral com os índios em Porto Seguro?

      O cordel descreve que, em abril de 1500, Cabral ancorou em Porto Seguro e os índios o cercaram, assustando-o. Para se apresentar como um "forasteiro fiel", Cabral "mandou ler pra vocês / Uma história de cordel", o que agradou aos índios e evitou o uso de armas.

02 – Qual era a principal característica do Brasil na época da chegada dos portugueses, segundo o poema?

      O poema descreve o Brasil daquela época como "Um reino da natureza", com "Montanha e água limpa", e os "Índio em sua fortaleza", sugerindo uma terra intocada e rica em recursos naturais.

03 – Após a volta dos portugueses a Lisboa, qual foi a decisão do rei de Portugal em relação às terras descobertas?

      Ao saberem da "terra fértil e boa", o rei de Portugal logo em seguida escolheu uma equipe de homens e mulheres para habitar as terras sob seu domínio, que desembarcaram na Bahia e foram separados para cada capitania.

04 – Que tipo de riquezas naturais foram exploradas no Brasil logo após a colonização, de acordo com o cordel?

      O cordel menciona uma "grande explosão" de minérios como "Prata, ouro e carvão", e "todas pedras preciosas / Que havia no chão", indicando a vasta riqueza mineral explorada.

05 – Além dos portugueses, que outras nacionalidades o poema menciona como tendo tido domínio ou envolvimento em guerras no Brasil?

      O poema cita, além dos portugueses, os espanhóis, alemães e ingleses como tendo domínio ou influência, e destaca a invasão dos holandeses como um período de guerra.

06 – Quais são os personagens históricos mencionados pelo cordel como importantes na luta pela abolição da escravatura e em que ano a abolição é citada?

      O cordel menciona o "grande Joaquim Nabuco / E a princesa Isabel" como figuras que, "em 1888", "Libertaram os escravos / Daquela taça de fel".

07 – De que forma o cordel caracteriza o período pós-proclamação da República em relação à política?

      O poema descreve que, com a República, começou a "Ganância pelo poder", com "homens mais influentes / Querendo se eleger" e "Prometendo ao eleitor / O que não pode fazer", evidenciando a corrupção e a falta de compromisso político.

08 – Quais foram as principais realizações de Getúlio Vargas, segundo o poema?

      O cordel credita a Getúlio Vargas, eleito em 1930, o lançamento das leis trabalhistas, o fim da "anarquia", "cartéis" e "ladrão", a atração de várias indústrias e o fim do cangaceirismo. Além disso, menciona a construção de ferrovias e estradas de rodagem, e o fechamento de câmaras e senado.

09 – Que feito marcante de Juscelino Kubitschek é destacado no cordel?

      O cordel destaca a construção de Brasília como o grande feito do presidente Juscelino Kubitschek, a cidade de onde "sai o destino / desta imensa nação".

10 – Com que tom o autor encerra o cordel em relação ao futuro do Brasil e quais conselhos ele oferece para o avanço do país?

      O autor encerra o cordel com um tom de ceticismo sobre a felicidade do povo, afirmando que o país "ainda está muito longe / Para o povo ser feliz". No entanto, ele oferece conselhos para o avanço do Brasil: "Cuidamos em belas ações / Cuidamos de trabalhar / Cuidamos de ser honestos / Cuidamos de estudar", resumindo em "Trabalho, estudo e cultura" como pilares para o progresso.

 

 

POEMA: HAI-AIS CLIMA - PAULO LEMINSKI - COM GABARITO

 Poema: Hai-Kais clima

             Paulo Leminski

Choveu

Na carta que você mandou

Quem mandou?

 

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIKikOhlrZfTnkGSaGxntsrGPSnfoSHb5qCgiYOP5YZTLEcF0i6asK-dMXx1a9jArKpGF0AQD2pFBWh0Rlr1pTlADKjf8yqSPn4Rnn9ty4WeODhNfyu8KgfBRs2WNPHL_VJl5EU-IDOCpB4Mpfa3EW6z5GrLnrUB0F9DqoafSPmoMwt4bAw81NtISF49Y/s320/91jUYa4TREL._UF894,1000_QL80_.jpg

Ano novo

Anos buscando

Um ânimo novo

 

Tudo dito.

Nada feito,

Fito e deito

 

Primeiro frio do ano

Fui feliz

Se não me engano

 

Cortinas de seda

O vento entra

sem pedir licença

 

Por um fio

O fio foi-se

O fio da foice.

Paulo Leminski.

Fonte: Letra e Vida. Programa de Formação de Professores Alfabetizadores – Coletânea de textos – Módulo 3 – CENP – São Paulo – 2005. p. 202.

Entendendo o poema:

01 – No primeiro hai-kai, "Choveu / Na carta que você mandou / Quem mandou?", qual é o jogo de palavras e o possível sentido poético?

      O jogo de palavras está na repetição sonora de "mandou" e "Quem mandou?". O sentido poético pode ser a incerteza sobre a origem da carta ou a dúvida sobre a intenção de quem a enviou, mesmo que a chuva na carta traga um elemento de melancolia ou mistério.

02 – Qual é a busca expressa no hai-kai "Ano novo / Anos buscando / Um ânimo novo"?

      O hai-kai expressa uma busca contínua por renovação e motivação ("ânimo novo") a cada "ano novo", sugerindo que essa busca é um processo que se estende por "anos" e talvez nunca seja totalmente concretizada.

03 – O que a sequência de ações "Tudo dito. / Nada feito, / Fito e deito" sugere sobre a experiência do eu lírico?

      A sequência sugere uma sensação de inação e resignação. Apesar de tudo ter sido falado ou expressado ("Tudo dito"), nada foi realizado ("Nada feito"), levando o eu lírico a uma atitude de passividade: apenas observar ("Fito") e desistir ("e deito").

04 – No hai-kai "Primeiro frio do ano / Fui feliz / Se não me engano", qual é o sentimento predominante e a incerteza que o acompanha?

      O sentimento predominante é a felicidade, associada a um momento específico (o "Primeiro frio do ano"). A incerteza expressa por "Se não me engano" adiciona um toque de melancolia ou questionamento à lembrança, talvez indicando que a felicidade é algo efêmero ou difícil de reter com clareza.

05 – O que o último hai-kai, "Por um fio / O fio foi-se / O fio da foice", representa simbolicamente?

      Simbolicamente, o hai-kai representa a fragilidade da vida ou de uma situação ("Por um fio") que se rompe inesperadamente ("O fio foi-se"), culminando em uma imagem de perigo ou morte ("O fio da foice"). A foice, instrumento de corte, intensifica a ideia de um fim abrupto ou de uma ameaça iminente.

 

domingo, 10 de agosto de 2025

POEMA: ELLA - MACHADO DE ASSIS - COM GABARITO

 Poema: ELLA

             Machado de Assis

Seus olhos que brilham tanto,
Que prendem tão doce encanto,
Que prendem um casto amor
Onde com rara beleza,
Se esmerou a natureza
Com meiguice e com primor.

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh73J9kEfNaNsqZQLNiuyfQQ7882mqOtJ2RizS6qIda6vPMpPOPfX0L7hDS0YKTe3413zkRyq5GrmvsEfCE2ojYmCEaYFeuShu5yBT4SUAdq2DgwYdjckmC2hrNwFO2Q6VejxRZOirA-LKoaaLMyTJ3py2_6l2UT8EetpHD7d1ZhYBNHD51Nu0JchhboWg/s1600/images%20(2).jpg



Suas faces purpurinas
De rubras cores divinas
De mago brilho e condão;
Meigas faces que harmonia
Inspira em dose poesia
Ao meu terno coração!

Sua boca meiga e breve,
Onde um sorriso de leve
Com doçura se desliza,
Ornando purpúrea cor,
Celestes lábios de amor
Que com neve se harmoniza.

Com sua boca mimosa
Solta voz harmoniosa
Que inspira ardente paixão,
Dos lábios de Querubim
Eu quisera ouvir um – sim –
Para alívio do coração!

Vem, ó anjo de candura,
Fazer a dita, a ventura
De minh'alma, sem vigor;
Donzela, vem dar-lhe alento,
Faz-lhe gozar teu portento,
"Dá-lhe um suspiro de amor!"

Machado de Assis, em 1855 no Jornal Marmota Fluminense, quando tinha 16 anos de idade. Disponível em: http://memoria.bn.br/DOCREADER/DOCREADRE.ASPx?bib=706914&PagFis=436. Acesso em: 28 nov. 2014.

Fonte: Língua Portuguesa: Singular & Plural. Laura de Figueiredo; Marisa Balthasar e Shirley Goulart – 6º ano – Moderna. 2ª edição, São Paulo, 2015. p. 264.

Entendendo o poema:

01 – Quais elementos do rosto da mulher são destacados nos dois primeiros quartetos e o que eles transmitem?

      Nos dois primeiros quartetos, Machado de Assis destaca os olhos e as faces da mulher. Os olhos são descritos como brilhantes, cheios de doce encanto e um casto amor, mostrando a beleza esmerada pela natureza. As faces são purpurinas, de cores divinas e com um "mago brilho e condão", inspirando poesia e harmonia ao coração do eu lírico.

02 – Como o poeta descreve a boca de "Ella" e que contraste ele usa para isso?

      A boca de Ella é descrita como meiga e breve, onde um sorriso suave desliza com doçura. O poeta usa um contraste interessante ao dizer que os lábios "com neve se harmoniza", indicando uma pureza ou delicadeza que se contrapõe à "purpúrea cor".

03 – Que desejo o eu lírico expressa em relação à voz e aos lábios da mulher?

      O eu lírico expressa o desejo de ouvir um "sim" da boca da mulher. Ele descreve a voz dela como harmoniosa e inspiradora de ardente paixão, comparando seus lábios aos de um Querubim, buscando alívio para o seu coração.

04 – Com que termo o eu lírico se refere à mulher no último quarteto e o que ele pede a ela?

      No último quarteto, o eu lírico se refere à mulher como "anjo de candura". Ele pede a ela que venha trazer a dita e a ventura à sua alma sem vigor, que lhe dê alento e que o faça gozar de seu portento, finalizando com o pedido por "um suspiro de amor!".

05 – Qual o tema central do poema "Ella" e como ele é abordado?

      O tema central do poema é a exaltação da beleza feminina e o desejo de um amor idealizado. Machado de Assis aborda esse tema descrevendo detalhadamente as características físicas da mulher (olhos, faces, boca), atribuindo-lhes qualidades quase divinas e expressando o anseio do eu lírico por uma correspondência amorosa que traga felicidade e plenitude à sua vida.

 

 

POEMA: ÍTACA - KAVÁFIS - COM GABARITO

 Poema: Ítaca

             Kaváfis

Se partires um dia rumo a Ítaca

Faz votos de que o caminho seja longo

Repleto de aventuras, repleto de saber.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfEp36NkD48SUgHCksy0ZGVysBfGyaG87vrtSHPEXp6TILVtANBtMdJS6jtomqddkcCH46Fh7MYvXsNXChSMJz9hJaSY1cJdYlHJ9a9YXiIiE0RbkUiXJyD4qCkmahnFp09y9tyomuDnOYDISDdazWxzrcAS_A-gq9p5ewFJWWwaxetUY5BQPvsk0So-o/s1600/images.jpg

Nem Lestrigões nem os Ciclopes

Nem o colérico Posseidon te intimidem;

Eles no teu caminho jamais encontrarás

Se altivo for o teu pensamento, se sutil

Emoção teu corpo e teu espírito toca.

Nem Lestrigões nem os Ciclopes

Nem o bravio Posseidon hás de ver,

Se tu mesmo não os levares dentro da alma

Se tua alma não os puser diante de ti.

 

Faz votos de que o caminho seja longo.

Numerosas serão as manhãs de verão

Nas quais, com que prazer, com que alegria,

tu hás de encontrar pela primeira vez um porto

para correr as lojas dos Fenícios

e belas mercadorias adquirir:

madrepérolas, corais, âmbares, ébanos

e perfumes sensuais de toda espécie

quanto houver de aromas deleitosos.

A muitas cidades do Egito peregrina

Para aprender, para aprender dos doutos.

 

Tem todo o tempo Ítaca na mente.

Estás predestinado a ali chegar

Mas não apresses a viagem nunca.

Melhor muitos anos levares de jornada

E findares na ilha velho enfim.

Rico de quanto ganhaste no caminho.

Sem esperar riquezas que Ítaca te desse.

Uma bela viagem deu-te Ítaca.

Sem ela não te ponhas a caminho.

Mais do que isso não lhe cumpre dar-te

Ítaca não te iludiu, se achas pobre.

Tu te tornaste sábio, um homem de experiência

E agora sabes o que significam Ítacas.

Kaváfis é um poeta grego contemporâneo. Esta poesia foi retirada de uma antologia de seus poemas publicados pela Editora Nova Fronteira.

Fonte: Programa de Formação de Professores Alfabetizadores. Coletânea de textos – Módulo 1. p. 167.

Entendendo o poema:

01 – Qual é o desejo central que o eu lírico faz para quem parte rumo a Ítaca?

      O desejo central é que o caminho seja longo, "repleto de aventuras, repleto de saber", enfatizando a importância da jornada em si e das experiências acumuladas.

02 – Como o poema sugere que se evitem os perigos mitológicos (Lestrigões, Ciclopes, Posseidon)?

      O poema afirma que esses perigos não intimidarão nem serão encontrados se o pensamento for altivo e a emoção sutil. Mais crucialmente, eles não serão vistos se a própria pessoa não os levar dentro da alma ou se sua alma não os puser diante de si, indicando que os verdadeiros obstáculos são internos.

03 – Que tipo de experiências o eu lírico recomenda buscar durante a jornada?

      O eu lírico recomenda buscar intercâmbios comerciais ("correr as lojas dos Fenícios e belas mercadorias adquirir") e aprendizado ("A muitas cidades do Egito peregrina / Para aprender, para aprender dos doutos"), valorizando tanto a riqueza material quanto a intelectual.

04 – Qual a importância de "ter todo o tempo Ítaca na mente" sem apressar a viagem?

      Ter Ítaca na mente serve como um objetivo constante, mas o poema insiste em não apressar a viagem para que se possa acumular experiências e sabedoria ao longo dos anos. A lentidão permite que o viajante chegue à ilha "rico de quanto ganhaste no caminho".

05 – O que Ítaca realmente oferece ao viajante, segundo o poema?

      Ítaca não oferece riquezas materiais em si, mas sim a oportunidade de uma "bela viagem". O valor de Ítaca está em ser o motivo ou o destino que impulsiona a jornada, proporcionando o aprendizado e a experiência que transformam o viajante em alguém sábio.

06 – Qual o significado da frase "Ítaca não te iludiu, se achas pobre"?

      Essa frase sugere que a expectativa de riquezas materiais em Ítaca seria uma ilusão do próprio viajante. Ítaca cumpre seu papel ao oferecer a jornada; se o destino final parecer "pobre", a culpa não é da ilha, mas talvez da expectativa equivocada do indivíduo sobre o que a vida ou o destino devem entregar.

07 – Que transformação o viajante sofre ao final da jornada, e o que ele finalmente compreende sobre "Ítacas"?

      Ao final da jornada, o viajante se torna "sábio, um homem de experiência". Ele compreende que o verdadeiro valor de "Ítacas" (ou de qualquer objetivo na vida) não reside na chegada ou em bens materiais, mas nas lições, no crescimento e nas vivências.