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quinta-feira, 2 de maio de 2024

POEMA: DO SIGNIFICADO DA PALAVRA INSACIÁVEL - ZIRALDO - COM GABARITO

 Poema: Do significado da palavra INSACIÁVEL

              Ziraldo

 Insaciável chegou.

O que será?

Vamos já quebrar-lhe a casca

e descobrir.

Pronto: a palavra quebrou-se,

se dividiu.

Mais do que em gema e clara,

 

em três pedaços.

O primeiro pedacinho

desta palavra

é o IN que vem

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGlcp5TDRkFa3xdzgU78hrnSk4n2wYhTjAuq629mjKY7hMHOMGwQoB6IErMLWb7Xai-cpfeobdUENqlL7dLilFFaW_mZHh0OdQbQrukuY7KU3wXbz-AHV-Po14oaFWzw-PJiVUNcC_bCEYTiJo_z907RI7QH7H0-SNt1CDLkh_Id-p84KQXv0jsyVv4yw/s1600/CLARA.jpg

na frente

(no seu começo)

e que significa NÃO

(se está ali).

E, por isto, por exemplo,

um infeliz

é exatamente o quê?

Um não-feliz.

 

E ÁVEL, que está no fim,

que quer dizer?

Quer dizer a qualidade

que  a coisa tem.

Assim, se uma coisa é agradÁVEL.

(só como exemplo)

ela quer é agradar:

sua qualidade.

 

E o que é SACIAR?

já saberemos:

é matar a sede toda,

toda a vontade.

 

Vai daí IN-SACI-ÁVEL

significa:

alguém cujo jeito (ÁVEL)

é de quem não (IN) nunca

mata (SACIA) a sua sede.

Insaciável é quem quer

beber o mundo

gota a gota, se puder.

Fonte: Encontro e Reencontro em Língua Portuguesa – Marilda Prates – 5ª série - 1º ed. – São Paulo: Moderna ,1998, p.16.

 

Entendendo o texto

 01. Qual é o significado da palavra "IN" no contexto do poema "Do significado da palavra INSACIÁVEL" de Ziraldo?

No poema, "IN" representa a negação, significando "não". Por exemplo, "infeliz" significa alguém que não é feliz.

02. O que significa "ÁVEL" no final da palavra "INSACIÁVEL", de acordo com Ziraldo?

"ÁVEL" denota a qualidade ou característica que a palavra expressa. Por exemplo, em "agradável", essa terminação indica a qualidade de agradar.

03. De acordo com o poema, o que significa "SACIAR"? "SACIAR" significa satisfazer completamente uma necessidade, como matar a sede ou a vontade.

04. Como Ziraldo define a palavra "INSACIÁVEL" no poema? Ziraldo define "INSACIÁVEL" como alguém cujo modo de ser é o de nunca satisfazer completamente sua sede ou desejo. É alguém que quer consumir o mundo inteiro, gota a gota, se possível.

05. Qual é a mensagem central transmitida por Ziraldo por meio da análise da palavra "INSACIÁVEL"?

A mensagem central é que ser "INSACIÁVEL" significa ter um desejo insaciável de consumir mais, nunca se satisfazendo completamente. O poema alerta para os perigos de uma busca desenfreada por satisfação sem limites.

 

 

 

POEMA: GOTAS DE CHUVA - LUÍS CAMARGO - COM GABARITO

 Poema: Gotas de chuva

              Luís Camargo

 Gorduchas

gotas

de

chuva

rabiscam

o vidro

da minha janela

escorregando ligeiras

desenrolando

um novelo de linha transparente

todo feito de água.

 

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEho22ujRVuvdPkw-iOaM2j_pFJe0hf6qurmMrSYm8CMRNmczgBzTJh6_cvhL23WzkwsbdVfmMJo54x8HBdt1hSqpbz-CWeoguPvrFiNGhS7ielGifu7eI7QoB45lVE2hAYj1VBgNT9V1LQp9Or89x91Kfr6CQHNbLARpBmx1md_m1K6N54SokD5_de7ZyM/s320/gota_chuva.png

É um desenho muito animado!

 

Eu pergunto:

- Senhora dona Chuva,

você já não é tão grande,

muito antiga,

pra só ficar rabiscando?

 

- Magina – disse a chuva –

eu acabei de nascer!

 

Entendendo o texto

 01. Qual é o tema central do poema "Gotas de chuva" de Luís Camargo?

a) A solidão durante um dia chuvoso.

b) A efemeridade e a leveza das gotas de chuva.

c) A relação entre o poeta e a natureza.

d) A nostalgia das estações passadas.

    02. O que as gotas de chuva fazem no poema?

          a) Desenham rabiscos no vidro da janela.

          b) Correm pelo chão como pequenos rios.

          c) Batem com força no telhado.

          d) Congelam instantaneamente.

    03. Como o poeta descreve as gotas de chuva no poema?

           a) Como objetos pesados e opacos.

          b) Como pequenos raios de sol.

         c) Como rabiscos gorduchos no vidro.

         d) Como novelos de lã coloridos.

    04. O que o poeta pergunta à chuva no poema?

          a) Se ela pode parar de chover.

          b) Por que ela só fica rabiscando.

          c) Se ela já viajou para lugares distantes.

         d) Se ela sabe contar histórias.

   05. Qual é a resposta da chuva quando questionada sobre sua idade?

         a) Ela diz que é muito antiga.

         b) Ela afirma que nasceu há muito tempo.

         c) Ela revela que acabou de nascer.

         d) Ela ri e não responde.

   

POEMA: CANÇÃO - CECÍLIA MEIRELES - COM GABARITO

Poema: Canção

              Cecília Meireles

 De borco

no barco

(De bruços

No berço...)

 

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBhct63ckiVJO8LF-WfHV_KQoowQi4nC1z9BvjMUtymw2zWb0mID_NSLzcY2hyphenhyphenl0frQ4zXQd3hKyyAl0t00c7PVMrOm1daJTbD5_7Qvnir_ZSVJHHhUpqusem3OVT9b88EkN_gyylyFIm4GYJ4hh5VIstRX4Y4fP8flNRLkbR2HjP-g28KcrtvRkri5ik/s1600/BARCO.jpg 

O braço é o barco

O barco é o berço.

Abarco e abraço

o berço

e o barco.

Com desembaraço

embarco

e desembarco.

 

De borco

no berço...

(De bruços

no barco...)

                       Ou isto ou aquilo, Cecília Meireles

Fonte: Encontro e Reencontro em Língua Portuguesa – Marilda Prates – 5ª série - 1º ed. – São Paulo: Moderna ,1998, p. 10.

 Entendendo o texto

01. Quais as palavras usadas na repetição dos sons no poema?

Borco e barco, bruços e berço, braço e abraço, barco e abarco e embaraço e desembarco.

02. A repetição dos sons e a comparação das palavras acabam formando uma imagem de cantiga de ninar. Você sabe por quê?

O balanço do barco e o balanço do berço que os braços abraçam formam um balanço, um ritmo, uma canção, um movimento.

03. Compare a 1ª e a 3ª estrofes. O que há de diferente nelas?

Trocaram-se as palavras, continuando o mesmo sentido. O ato de estar de bruços sobre o berço, embalando-o, lembra o barco em movimento.

 04. Qual é o significado do uso repetitivo das palavras "barco" e "berço" neste poema de Cecília Meireles?

      No poema "Canção", as palavras "barco" e "berço" são usadas como metáforas que simbolizam diferentes aspectos da vida e da existência. O "barco" pode representar a jornada da vida, enquanto o "berço" pode simbolizar o início ou origem da vida, refletindo sobre as experiências humanas desde o nascimento até a jornada ao longo da vida.

05. Como o poema explora a ideia de movimento e transição entre o "berço" e o "barco"?

O poema "Canção" de Cecília Meireles utiliza repetições e jogos de palavras para criar um ritmo que evoca a ideia de movimento e transição entre diferentes fases da vida. O "berço" e o "barco" são entrelaçados, sugerindo um ciclo contínuo de embarque e desembarque, representando a jornada humana de crescimento, descoberta e mudança.

06. Como o poema sugere a interconexão entre o indivíduo e o mundo exterior?

Ao usar a linguagem visual e sonora para associar o "braço" ao "barco" e ao "berço", Cecília Meireles destaca a ligação íntima entre o eu individual e o ambiente circundante. O "abraço" e o "abarcamento" simbolizam a unidade entre o indivíduo e o mundo exterior, enfatizando a importância da relação entre o ser humano e seu contexto físico e emocional.

 

  

POEMA: DENTRO DE UM MUNDO - ROSY GRECA - COM GABARITO

Poema: Dentro de um mundo

              Rosy Greca

 Dentro de um mundo, tem um mundo

E dentro deste mundo, um outro mundo

Que é o mundo da imaginação.

Dentro de um grão de feijão,

Tem um mundo e dentro deste mundo, um mundo

E dentro deste mundo, um outro mundo,

Que é o mundo da criação.

 
Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhH1wkSqa4lelh0JVUhbkPcaffGFBcIHprFGHyTI9E3-jZpoP-sclAKbaYivm4UPpwTVI8b6egluMZl5pR9cQlRv5KkMDQGw6EXL06Eiel6nI3UVwh2rhQ60K6wYBJYrZx17nqBWZeTB26OH_rNEXFyD3qiP0noH1RwRWCFDP-5fgzUF4GVXonlwuvfTpk/s1600/mundo.jpg

Dentro do miolo de pão,

Tem um mundo!

Dentro de um mundo, tem um mundo

E dentro deste mundo, um outro mundo,

Que é o mundo da afeição.

Bem no fundo do coração,

Tem um mundo e dentro deste mundo, um mundo,

Que é o mundo da transformação.

Na sementinha de um limão,

Tem um mundo!

 Fonte: Encontro e Reencontro em Língua Portuguesa – Marilda Prates – 5ª série - 1º ed. – São Paulo: Moderna ,1998, p.8 e 9.

 Entendendo o texto

 01. “Dentro de um mundo, tem um mundo...”

De acordo com o texto, dentro de que outros lugares tem um mundo?

Do grão de feijão, do miolo de pão, bem no fundo do coração, na sementinha de um limão.

02. “Que é mundo da imaginação.” Que palavras, no texto, são usadas para substituir imaginação?

Criação, afeição, transformação.

03.  O que é possível fazer com grãos de feijão?

Outros grãos de feijão, feijão cozido, feijoada, virado de feijão, doce de feijão, etc.

04. O miolo de pão foi produzido pelo ser humano. Em geral, usa-se farinha de trigo para fazê-lo.

Como o trigo é encontrado na natureza?

Em grão.

05.  Se a imaginação permitiu transformar o grão para criar o pão, o que a afeição pode fazer pelo coração?

Pode fazer a transformação.

06. Por que é possível dizer que há um mundo na sementinha de limão e no miolo do pão?

A semente ou o grão armazenam o potencial do que podem vir a ser e o miolo de pão guarda a história de sua própria criação.

 

 

quarta-feira, 17 de abril de 2024

POEMA: MORALIZA O POETA NOS OCIDENTES DO SOL A INCONSTÂNCIA DOS BENS DO MUNDO - GREGÓRIO DE MATOS - COM GABARITO

 Poema: Moraliza o Poeta nos Ocidentes do Sol a Inconstância dos Bens do Mundo

             Gregório de Matos

Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMRJoeTMcLFpz4kWEOEKet1qBzeZR0qrdj6IJJdzpPej_18JQEI8T5zquwROlHfhbyrHYMkicFfSIYBVXUmSmojghh6U-wi-BSnKUW4Lo0iAPYUWu0kKfuWNpKWxq73z7z2wI83jFhk6_jUFnsnhnTAJ73pYMqGpC9c8wJ6tyAF1X5WWpfAf6CqgzWMe8/s320/sol.jpg



Porém se acaba o Sol, por que nascia?
Se formosa a Luz é, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?

Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza,
Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.

Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.

MATOS, Gregório de. In: WISNIK, José Miguel (Sel. E Org.). Poemas escolhidos de Gregório de Matos. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. p. 336.

Fonte: Língua Portuguesa. Se liga na língua – Literatura – Produção de texto – Linguagem. Wilton Ormundo / Cristiane Siniscalchi. 1 Ensino Médio. Ed. Moderna. 1ª edição. São Paulo, 2016. p. 88-89.

Entendendo o poema:

01 – O poema é construído com base em antíteses, empregadas para mostrar a transformação de tudo em seu contrário. O que é tematizado nesse poema?

      A inconstância dos “bens da natureza”.

02 – O eu lírico propõe ao leitor uma provocativa questão filosófica: como ser feliz em um mundo em que todas as coisas se acabam, têm fim? O que você responderia a ele?

      Resposta pessoal do aluno.

03 – Explique o paradoxo que fecha o poema “A firmeza somente na inconstância”.

      A única certeza possível é de que tudo é inconstante.

04 – Qual é a reflexão central do poema "Moraliza o Poeta nos Ocidentes do Sol a Inconstância dos Bens do Mundo" de Gregório de Matos?

      O poema reflete sobre a transitoriedade e instabilidade dos bens e prazeres mundanos, questionando por que a beleza, a luz e a alegria são efêmeras e inconsistentes.

05 – Como o poeta caracteriza a natureza passageira dos elementos como o Sol, a Luz, a formosura e a alegria?

      O poeta descreve esses elementos como efêmeros e sujeitos à constante mudança, sugerindo que sua beleza e alegria são seguidas inevitavelmente por sombras e tristezas.

06 – Qual é a ironia expressa pelo poeta ao abordar a natureza fugaz da beleza e da alegria?

      O poeta ironiza a brevidade da beleza e da alegria ao questionar por que essas qualidades existem se são tão transitórias, destacando a contradição entre sua atratividade e sua falta de permanência.

07 – Como o poema relaciona a inconstância dos bens do mundo com a experiência humana?

      O poema conecta a inconstância dos elementos naturais com a condição humana, sugerindo que a vida é marcada pela transitoriedade e pela falta de estabilidade nos prazeres e conquistas terrenas.

08 – Qual é a mensagem moral implícita na reflexão do poeta sobre a instabilidade dos bens materiais e emocionais?

      A mensagem moral é que os seres humanos devem aceitar a impermanência dos prazeres mundanos e buscar uma compreensão mais profunda da existência para encontrar uma verdadeira estabilidade além das mudanças passageiras do mundo.

 

POEMA: ACHANDO-SE UM BRAÇO PERDIDO DO MENINO DEUS - GREGÓRIO DE MATOS - COM GABARITO

 Poema: Achando-se um braço perdido do Menino Deus

             Gregório de Matos

          ACHANDO-SE UM BRAÇO PERDIDO DO MENINO DEUS DE N. S. DAS MARAVILHAS, QUE DESACATARAM INFIÉIS NA SÉ DA BAHIA

 

O todo sem a parte não é todo,

A parte sem o todo não é parte,

Mas se a parte o faz todo, sendo parte,

Não se diga, que é parte, sendo todo.

 

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZ0-2i7Z8G7hWriJd_zfkOO44S25o3u87bpFhP5tpL9ovrpoKaajKAKTTaN6mu45M99avFWEKjE1OxBQSmr-N3WD-uPzTYej9u484Yr64l4KyLo3qIThi4CyzEOGJZkcKJw-GtjL7QwfiPfbPCDn_ZKGXQqFSfoqSSQlN1XkN5g_Y-hGL1NwDTZ2oW8bY/s320/menino-jesus.jpg

Em todo o Sacramento está Deus todo,

E todo assiste inteiro em qualquer parte,

E feito em partes todo em toda a parte,

Em qualquer parte sempre fica o todo.

 

O braço de Jesus não seja parte,

Pois que feito Jesus em partes todo,

Assiste cada parte em sua parte.

 

Não se sabendo parte deste todo,

Um braço, que lhe acharam, sendo parte,

Nos disse as partes todas deste todo.

MATOS, Gregório de. In: WISNIK, José Miguel (Sel. E Org.). Poemas escolhidos de Gregório de Matos. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. p. 326.

Fonte: Língua Portuguesa. Se liga na língua – Literatura – Produção de texto – Linguagem. Wilton Ormundo / Cristiane Siniscalchi. 1 Ensino Médio. Ed. Moderna. 1ª edição. São Paulo, 2016. p. 97-98.

Entendendo o poema:

 01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Sacramento: ritual cristão feito com o intuito de confirmar a fé dos homens em Deus.

·        Assiste: cuida.

02 – Por que Gregório de Matos dedica seu poema ao braço da estátua e não à figura inteira do Menino Jesus?

      Porque o braço da estátua não representa uma parte dela, mas um todo. Dessa forma, o braço representa o Menino Jesus, e não uma parte dele.

03 – A qual figura de linguagem você associaria o poema? Como você chegou a essa conclusão?

      Podemos associar o poema à metonímia porque o poeta utiliza uma parte para representar um todo.

04 – No quarteto inicial do poema, faz-se um complexo jogo com as palavras parte e todo.

a)   Coloque o primeiro verso em ordem direta e explique-o sucintamente.

O todo não é todo sem a parte. Para o todo ser todo, uma unidade, não poderá faltar nele a parte.

b)   No segundo verso, afirma-se que, sem o todo, isto é, isolada, a parte não é, de fato, uma parte. Nesse caso, o que seria ela?

Ela seria o próprio todo, pois não havendo um todo que ela pudesse compor, não haveria a parte. Dessa forma, o pedaço constituiria um todo.

c)   O que se pode concluir a partir da leitura dos dois últimos versos do primeiro quarteto?

Se o “todo” é formado pela “parte”, conclui-se que a “parte” é o “todo”, ou seja, o braço da imagem encontrado não é simplesmente uma parte dela, mas ela toda.

05 – Releia o poema e, retomando as estrofes, explique de que maneira cada uma delas se articula à conclusão feita no primeiro quarteto.

      Segundo quarteto: da mesma maneira que a “parte” é o “todo”, cada um dos Sacramentos católicos – partes – constituem o todo da fé em Deus. Primeiro terceto: o braço de Jesus não pode ser visto como “parte”, pois ele, mesmo estando estilhaçado em partes, foi feito “todo”. Segundo terceto: o braço não se sabe parte de um todo, por isso “diz”, como se fosse um todo, a fé cristã do povo.

06 – Que mensagem você acha que o eu lírico pretende passar aos fiéis?

      Não importa ao homem de fé que a imagem tenha sido despedaçada. Cada pedaço dela encontrado deveria servir como elemento renovador da fé do cristão.

 

 

POEMA: PINTURA ADMIRÁVEL DE UMA BELEZA - GREGÓRIO DE MATOS - COM GABARITO

 Poema: Pintura admirável de uma beleza

             Gregório de Matos

Vês esse sol de luzes coroado?
Em pérolas a aurora convertida?
Vês a lua de estrelas guarnecida?
vês o céu de planetas adornado?

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_PqcgcdZMYnTGydrqEnu9umXSoFNmj3aGCK3bz2T_0iO0goawKPsdl2P254ezSPsIxNr1gLw6ffUXgggyfCH3432hAtrA0JO6GsRgxJhecwuTg9hDeJjKq_RIhZ7_VuAU0qh-o8Lne_xMlTwisaVChqOjQtSHLQnaGhOq2wrp0-5iacmmOcYt82_eecg/s320/ESTRELAS.jpeg



O céu deixemos; vês naquele prado
A rosa com razão desvanecida?
A açucena por alva presumida?
O cravo por galã lisonjeado?

Deixa o prado; vem cá, minha adorada:
vês desse mar a esfera cristalina
Em sucessivo aljôfar desatada?

Parece aos olhos ser de prata fina?
Vês tudo isto bem? Pois tudo é nada
Á vista do teu rosto, Catarina.

MATOS, Gregório de. In: WISNIK, José Miguel (Sel. e Org.). Poemas escolhidos de Gregório de Matos. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. p. 237.

Fonte: Língua Portuguesa. Se liga na língua – Literatura – Produção de texto – Linguagem. Wilton Ormundo / Cristiane Siniscalchi. 1 Ensino Médio. Ed. Moderna. 1ª edição. São Paulo, 2016. p. 100.

Entendendo o poema:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Guarnecida: enfeitada.

·        Desvanecida: que perdeu a cor, desbotada.

·        Aljôfar desatada: que lacrimeja sem parar.

02 – Nas estrofes 1, 2 e 3 do poema, o eu lírico menciona três diferentes ambientes físicos.

a)   Quais são esses ambientes?

     Os ambientes são: O céu, a terra e o mar.

b)   Como é marcada linguisticamente a transição de um ambiente para outro? Para responder a essa questão, observe o primeiro verso das estrofes 2 e 3.

     A transição de ambientes é feita através dos verbos deixar e ver.

c)   Em qual desses ambientes se encontra o eu lírico? Transcreva uma palavra do poema que comprove sua resposta.

    Ela está na terra – “Deixa o prado (campo), vem cá minha adorada”.

03 – Qual é o tema do texto?

      O poeta fala para nós dos elementos da natureza para elogiar a beleza de sua amada Catarina.

04 – O poema apresenta uma sequência de perguntas. Como ela contribuiu para o desenvolvimento do tema?

      As frases interrogativas servem para enaltecer, o céu, a terra e o mar e engrandecer as belezas de sua amada.

05 – Explique como os elementos da natureza, presentes nas perguntas do eu lírico, se relacionam ao rosto da amada.

      Através do uso das Metáforas.

06 – Comente a importância do trecho ''pois tudo é nada'' para a construção da chave de ouro, isto é, o final marcante, que arremata a ideia construída ao longo do poema.

      A chave de ouro "Tudo é nada! À vista do teu rosto Catarina" o eu lírico acha que nenhuma beleza do mundo, céu, mar e terra, são melhores ou mais belas que a beleza de sua amada.



POEMA: APÓLOGO DA MORTE - D. FRANCISCO MANUEL DE MELO - COM GABARITO

 Poema: Apólogo da Morte

            D. Francisco Manuel de Melo

Vi eu um dia a Morte andar folgando
por um campo de vivos que a não viam.
Os velhos, sem saber o que faziam,
a cada passo nela iam topando.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrx6Dq46sX4ZHQGfzd4L0UjxihemiCD0m2v63Orj6BvruR1Py387W9gGtotdqw6aCFA3-znPus_rLjT8Zkm0qTigsJitPc7SzINH4XsCZwWXDGpi5KV_H6ZO4H2nexipK2Rnj3ztxcUytXjRgrO-O50PbbzjkdhrWsbD_Y8doh-n_x32rQBf-_acIXi6I/s320/melancolia.jpg


Na mocidade os moços confiando,
ignorantes da Morte a não temiam.
Todos cegos, nenhuns se lhe desviam;
ela a todos co dedo os vai contando.

Então quis disparar e os olhos cerra:
tirou, e errou: Eu, vendo seus empregos
tão sem ordem, bradei: Tem-te, homicida!

Voltou-se, e respondeu: Tal vai de guerra!
Se vós todos andais comigo cegos,
que esperais que convosco ande advertida?

 MELO, D. Francisco Manuel de. In: MOISÈS, Massaud. A literatura portuguesa através dos textos. 30 ed. São Paulo: Cultrix. 2006. p. 193.

Fonte: Língua Portuguesa. Se liga na língua – Literatura – Produção de texto – Linguagem. Wilton Ormundo / Cristiane Siniscalchi. 1 Ensino Médio. Ed. Moderna. 1ª edição. São Paulo, 2016. p. 93.

Entendendo o poema:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Apólogo: narrativa alegórica cujo propósito é interferir no comportamento social e moral humano.

·        Folgando: alegre.

·        Tirou: atirou.

·        Advertida: prudente, com cuidado, com cautela.

02 – Qual é o tema principal do poema "Apólogo da Morte" de D. Francisco Manuel de Melo?

      O poema aborda o tema da inevitabilidade da morte e da indiferença das pessoas em relação a ela.

03 – Como o poeta descreve a presença da Morte entre os vivos?

      O poeta descreve a Morte como uma figura que anda entre os vivos, que são cegos para sua presença e frequentemente a encontram sem perceber.

04 – Quais são os sentimentos e atitudes das diferentes faixas etárias em relação à Morte, conforme retratados no poema?

      Os velhos parecem não reconhecer a Morte e tropeçam nela inadvertidamente, enquanto os jovens confiam na sua juventude e ignoram sua existência, todos sem perceberem sua presença.

05 – Por que o poeta repreende a Morte no poema?

      O poeta repreende a Morte pela forma desordenada como ela atua, sem seguir uma ordem justa ou razoável ao escolher suas vítimas.

06 – Qual é a resposta irônica da Morte à repreensão do poeta?

      A Morte responde de forma irônica, explicando que seu trabalho é como o de um guerreiro durante uma batalha, onde não há tempo para considerações individuais ou advertências, dado que todos estão cegos para sua presença.