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sábado, 18 de dezembro de 2021

FILME(ATIVIDADES): OS DELÍRIOS DE CONSUMO DE BLECK BLOOM - COM GABARITO

 FILME(ATIVIDADES): OS DELÍRIOS DE CONSUMO DE BLECK BLOOM


Fonte:https://www.passeidireto.com/arquivo/85588463/atividade-filme-becky-boom-educacao-financeira

Fonte:file:///C:/Users/USUARIO/Desktop/Delirios%20%20de%20consumo%20de%20Becky%20Bloom.pdf

 Entendendo o Filme

01.  O que retrata o filme os "Delírios de consumo de Becky Bloom"?

Retrata a história de uma mulher consumista.

02.O que acontecia quando Rebeca era criança (em relação ao consumo)?

Quando criança observava as mulheres que eram consideradas por ela como fadas e princesas comprando com seus "cartões mágicos", enquanto sua mãe só comprava roupas para ela que estavam com desconto e que geralmente, eram consideradas por ela, como feias e que duravam pra sempre como os sapatos marrom.   

03. Qual o problema inicial de Becky? Como ela piora?

      Ao crescer Becky se torna uma verdadeira consumista, com mais de 10 cartões de crédito, no qual ela não consegue administrar e acaba ficando com uma dívida enorme.

04. Onde ela trabalha? E onde ela quer trabalhar? Por que?

   Inicialmente, Becky começa trabalhando como jornalista em uma revista de Jardinagem, porém seu sonho era trabalhar na revista Allete, que era uma revista de moda.

05. O que fez Becky realmente mudar?

Becky por incrível que pareça consegue trabalhar em uma revista de finanças, se envolve em um relacionamento com o chefe da revista e passa a escrever sobre finanças, junto a este relacionamento o que faz com que ela mude a sua compulsão por compras, vendendo no final grande parte de suas roupas para pagar suas dívidas.

06.Este filme faz o alerta sobre diferentes tipos de persuasão que encontramos no nosso cotidiano. Quais são os meios de publicidade e estratégias mais utilizadas para nos convencer a gastar sempre mais?  Faça uma pesquisa.

Os meio de publicidade utilizam-se de propagandas coloridas que chamam a atenção, utilizam verbos no imperativo (faça, compre, use, etc). Os supermercados projetam a loja para que você passe por milhares de produtos que o consumidor nem está pensando em comprar. Os melhores locais para expor o produto é ao alcance dos olhos do consumidor. Alguns produtos são colocados estrategicamente nas prateleiras baixas. Músicas calmas incentiva o consumidor a gastar mais. Na loja de perfume, por exemplo, o ambiente é aromatizado. Loja de roupas, a iluminação é indireta o que faz o cliente enxergar menos os defeitos do corpo, fica satisfeito com a roupa e acaba comprando, entre outros.

07. Qual é o alerta que esse longa transmite? Quais cuidados devemos ter dentro de uma sociedade tão consumista como a nossa? Nos alerta para prestarmos atenção ao consumismo desenfreado. Para consumirmos pouco devemos: Pensar 3 vezes antes de comprar e, se perguntar: Precisa mesmo disso? Eu realmente gosto disso? Isso irá me servir neste momento?

Devemos comprar coisas duráveis. No caso de roupas e decoração, comprar produtos neutros, básicos e versáteis para não enjoar logo, assistir menos televisão, porque quanto mais assistimos temos a sensação de que precisamos de coisas novas. Devemos seguir a máxima: conseguir mais com menos.

08. Rebecca Bloomwood (Isla Fisher), é uma jovem jornalista que não consegue se controlar nas compras. Seus sete cartões de crédito são insuficientes para que ela compre as roupas que deseja adquirir. Seu quarto se parece com um provador de loja, inundado de peças, sapatos, bolsas, acessórios espalhados, e ela não se cansa de comprar mais. Você já passou ou passa por essa situação? Se Rebecca fosse uma pessoa próxima e íntima de você, qual atitude tomaria para ajudá-la a se controlar? Comente.

Resposta pessoal.

09.Porque o artigo que Rebecca escreveu para a revista de finanças, fez tanto sucesso entre as mulheres?

Rebecca ao quebrar o gelo sobre o assunto tornou-o chamativo para mulheres que, assim como ela, são incapazes de lidar com dinheiro.

10.Comente sobre o poder persuasivo apresentado no filme, qual é o meio que os lojistas utilizam para convencer Rebecca a comprar sem medidas?

 O poder persuasivo apresentado no filme dá-se por meio das vitrines exuberantes de Nova York, com manequins animados que parecem convidar os transeuntes a entrar e adquirir os produtos oferecidos, os anúncios da ‘Alette Magazine’, os anúncios veiculados pela televisão, de queima de estoques de todo gênero, que deixam as consumidoras enlouquecidas para conseguir algum produto, mesmo que este não lhe seja tão necessário, ou seja, compram somente pelo prazer de consumir e o apelo emotivo nas propagandas e anúncios.

11.Você concorda que a propaganda é a alma do negócio?

Resposta pessoal.

12.Comente sobre a cena do filme que você mais gostou.

Resposta pessoal.

13. Qual cena do filme demonstra está relacionada à imagem de bem sucedida, confiante e elegante que ela deseja passar?

Resposta pessoal.

14.Após refletir sobre o filme e sobre sua vida de “consumo”, comente em qual cena você se enquadra melhor? Por quê?

Resposta pessoal.

15. Dê a sua opinião sobre o final do filme.

Resposta pessoal.

16.Faça uma pesquisa e responda:

a. O filme retrata um problema que enfrentamos frequentemente na sociedade atual “o consumismo desenfreado”, muitas crianças e adultos acham que “é preciso ter para ser alguém”. Você concorda com essa afirmação? Comente.

Resposta pessoal.

17.Vamos promover um bazar na escola? Convidamos, estudantes, professores e funcionários em geral da unidade escolar para trazerem de casa um acessório, um calçado, uma roupa, um lençol, qualquer peça que não usa mais. Agendamos o “dia do escambo”. Servimos chá ou suco, colocamos um som agradável para realizarmos as trocas de produtos. Dessa forma estaremos contribuindo com o meio ambiente e ao mesmo tempo vamos desocupar espaços em nossos armários. Mãos a obra!

 

 

 

 

 

domingo, 27 de junho de 2021

TEXTO: O QUE É CONSUMISMO? ROCK CONTENT - COM GABARITO

 Texto: O que é consumismo?


Por Redator Rock Content

Publicado em 21 fev. 2017.

Atualizado em 3 maio 2018

        O consumismo é o hábito de adquirir produtos e serviços sem precisar deles. É a compra pelo desejo, e não pela necessidade.

        Geralmente, é marcado pelas compras por impulso e estimuladas pela ansiedade. Em casos mais graves, pode vir a se tornar uma compulsão.

        Além disso, o consumismo está ligado à noção de que comprar mais vai trazer sensações de felicidade e prazer momentâneo.

        É também resultado da influência de propagandas abusivas, que insistem em relacionar o consumo à felicidade e, muitas vezes, criam uma imposição de necessidades, mostrando como certos produtos ou serviços são capazes de tornar a vida das pessoas melhor.

        O maior problema surge quando o consumismo fica tão intenso que evolui para um comportamento compulsivo.

        Por exemplo: há quem use as compras como um gatilho para ajudar a melhorar o humor e, por isso, frequentam o shopping sempre que se sentem estressados ou angustiados.

        São consumidores que precisam de ajuda, porque muitas vezes se endividam devido à falta de planejamento financeiro e de prioridade de despesas.

        Inclusive, o consumismo tem uma outra face — também problemática —, que é o consumismo infantil.

        Quando os produtos são associados a brindes, a personagens famosos ou a campanhas de publicidade que focam em despertar a atenção das crianças, os pequenos conseguem facilmente influenciar a decisão dos pais, especialmente em datas comemorativas.

        Mas sabemos que não é só no Dia das Crianças e no Natal que os consumidores compram além do necessário.

        O Dia das Mães, o Dia dos Pais e o Dia dos Namorados também são exemplos de datas em que as pessoas se sentem induzidas a irem às compras.

        [...]

Consumismo no Brasil: Entenda o que realmente é e conheça o panorama no país. Marketing de conteúdo, 21 fev. 2017. Disponível em: https://bit.ly/2KOr18W. Acesso em: 28 set. 2018.

Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 8º ano – Ensino Fundamental – IBEP 5ª edição – São Paulo, 2018, p. 252-3.


Entendendo o texto:

01 – Considerando o valor polissêmico da palavra gatilho destacada no texto, indique, entre as alternativas abaixo, aquela que traz o sentido com que essa palavra foi empregada pelo autor.

I – Pequena peça presa a um fecho que, ao ser puxada, faz uma arma disparar.

II – Peça de metal que funciona como uma alavanca por meio de determinado mecanismo.

III – Algo que desencadeia um processo ou uma reação à maneira de um gatilho.

02 – Que relação é possível estabelecer entre o tema consumismo e a palavra gatilho na acepção indicada como resposta à questão anterior?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: O desejo de consumir de maneira exagerada é disparado (ativado) quando as pessoas estão angustiadas ou estressadas. Isso as leva a buscar lojas de produtos comerciais e a consumir excessivamente como forma de melhorar o estado de ânimo ou de espírito.

03 – Como você se comporta, enquanto consumidor, nas datas comemorativas, em que as pessoas se sentem induzidas a comprar?

      Resposta pessoal do aluno.

04 – Releia este trecho do texto:

        “Quando os produtos são associados a brindes, a personagens famosos ou a campanhas de publicidade que focam em despertar a atenção das crianças, os pequenos conseguem facilmente influenciar a decisão dos pais, especialmente em datas comemorativas.

        Mas sabemos que não é só no Dia das Crianças e no Natal que os consumidores compram além do necessário.

        O Dia das Mães, o Dia dos Pais e o Dia dos Namorados também são exemplos de datas em que as pessoas se sentem induzidas a irem às compras.”

a)   Muitas vezes, para se evitar repetições de substantivos no texto, são usadas outras palavras ou expressões que façam referência a eles. Que expressões são usadas nesse trecho para se referir a Dia das Crianças, Natal, Dia das Mães, Dia dos Pais e Dia dos Namorados?

As expressões: datas comemorativas e datas.

b)   Que termo o pronome relativo que substitui e qual a sua função no primeiro período do trecho destacado?

O pronome relativo que substitui o termo campanhas de publicidade. Sua função é ligar as orações e estabelecer relação de sentido entre elas.

c)   O uso da conjunção mas indica a introdução de que tipo de ideia: adição, consequência, causa, adversidade ou explicação? Explique.

Adversidade, ou seja, de uma ideia contrária. Essa conjunção introduz a ideia de que não é somente em datas como o Dia das Crianças e no Natal que os consumidores compram além do necessário: isso também acontece em outras datas comemorativas.

d)   Reescreva o período que traz a conjunção mas, substituindo-a por outra d igual sentido, ou seja, sem alterar o sentido expresso no trecho original.

Porém/ Contudo/ Todavia sabemos que não é só no Dia das Crianças e no Natal que os consumidores compram além do necessário.

e)   Você é capaz de dar exemplos de outras conjunções? Qual é a utilidade dessas palavras?

Resposta pessoal do aluno.

 

 

 

 

 

sexta-feira, 17 de agosto de 2018

POESIA: EU, ETIQUETA - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE - COM GABARITO

Poesia: Eu, etiqueta
          Carlos Drummond de Andrade


Em minha calça está grudado um nome
Que não é meu de batismo ou de cartório
Um nome... estranho
Meu blusão traz lembrete de bebida
Que jamais pus na boca, nessa vida,
Em minha camiseta, a marca de cigarro
Que não fumo, até hoje não fumei.
Minhas meias falam de produtos
Que nunca experimentei
Mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido
De alguma coisa não provada
Por este provador de longa idade.
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
Minha gravata e cinto e escova e pente,
Meu copo, minha xícara,
Minha toalha de banho e sabonete,
Meu isso, meu aquilo.
Desde a cabeça ao bico dos sapatos,
São mensagens,
Letras falantes,
Gritos visuais,
Ordens de uso, abuso, reincidências.
Costume, hábito, premência,
Indispensabilidade,
E fazem de mim homem-anúncio itinerante,
Escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É duro andar na moda, ainda que a moda
Seja negar minha identidade,
Trocá-lo por mil, açambarcando
Todas as marcas registradas,
Todos os logotipos do mercado.
Com que inocência demito-me de ser
Eu que antes era e me sabia
Tão diverso de outros, tão mim mesmo,
Ser pensante sentinte e solitário
Com outros seres diversos e conscientes
De sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio
Ora vulgar ora bizarro.
Em língua nacional ou em qualquer língua
(Qualquer, principalmente.)
E nisto me comprazo, tiro glória
De minha anulação.
Não sou - vê lá - anúncio contratado.
Eu é que mimosamente pago
Para anunciar, para vender
Em bares festas praias pérgulas piscinas,
E bem à vista exibo esta etiqueta
Global no corpo que desiste
De ser veste e sandália de uma essência
Tão viva, independente,
Que moda ou suborno algum a compromete.
Onde terei jogado fora
Meu gosto e capacidade de escolher,
Minhas idiossincrasias tão pessoais,
Tão minhas que no rosto se espelhavam
E cada gesto, cada olhar,
Cada vinco da roupa
Sou gravado de forma universal,
Saio da estamparia, não de casa,
Da vitrine me tiram, recolocam,
Objeto pulsante mas objeto
Que se oferece como signo de outros
Objetos estáticos, tarifados.
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
De ser não eu, mar artigo industrial,
Peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome noco é Coisa.
Eu sou a Coisa, coisamente.
                                                     Carlos Drummond de Andrade.
Entendendo a poesia:
01 – Quais elementos do poema você observa na vida cotidiana?
      A propaganda, a publicidade etiquetada nos trajes e produtos consumidos.

02 – Qual a ordem de importância no poema entre esses três elementos: pessoa, mercadoria e marca? 
      A ordem é marca, mercadoria e pessoa.

03 – O poema faz uma crítica a sociedade atual. Qual é esta crítica? 
      A crítica que o eu lírico faz é que o homem perde a sua identidade humana. Diante do consumo, e da publicidade, o homem não é homem é out door, o indivíduo, não é especial e único, é “coisa”. O poema também critica a sociedade de consumo e a globalização de marcas e produtos. 

04 – O que são '' Logotipos do mercado'' Faça um levantamento dos logotipos, mais conhecidos, as empresas que os detêm e os países de origem dessas empresas, ou seja, onde estão as suas sedes?
      Aqui podem ser apresentados logos conhecidos como – Coca Cola, Mc´Donalds, Shell, Petrobrás, Nike, Nestlé, Grendene, e outros. Logotipos de mercado são o símbolo máximo, pelos quais se reconhece uma empresa, logos falam mais do produto que o próprio produto em si. A marca, muitas vezes vale mais que o produto. Isto significa que um tênis, que é feito de borracha, algodão, tinta e nylon pode, a depender da marca, valer mais que outro tênis que é fabricado de modo idêntico. 

05 – Você daria outro título a essa poesia? Qual?
      Resposta pessoal do aluno.

06 – Pesquise no dicionário o significado da palavra “EU”.
      Designa a 1ª pessoa do singular do caso reto. A personalidade de quem fala. A individualidade do ser humano; a consciência.

07 – Agora, pesquise o significado da palavra “COISA”.
      O que existe ou pode existir. Objeto inanimado. Assunto; matéria; Troço; Bens; pertences; Negócios; ocupações.

08 – Qual a diferença entre “EU” e “COISA”?
      EU: é a individualidade, a personalidade de uma pessoa.
      COISA: é um objeto inanimado, pode ou não existir.

09 – Você, assim como o autor da poesia, também se sente “coisificado”? Por quê?
      Resposta pessoal do aluno.

10 – Selecione um trecho da poesia que demonstre a perda da identidade para a propaganda.
      “Em minha calça está grudado um nome
       Que não é meu de batismo ou de cartório
       Um nome... estranho.”

11 – Você procura “estar na moda”? Por quê?
      Resposta pessoal do aluno.

12 – Na opinião de Carlos Drummond de Andrade, “estar na moda” significa abrir mão da identidade. E na sua opinião?
      Resposta pessoal do aluno.

13 – Você se julga “coisa” ou “homem”? Por quê?
      Resposta pessoal do aluno.

14 – Na poesia há algumas palavras inventadas pelo autor. Exemplo: “coisamente”. Que tal você inventar algumas e coloca-las numa frase?
      Resposta pessoal do aluno.




quinta-feira, 1 de março de 2018

TEXTO: CONSUMO- O MUNDO DA SEDUÇÃO - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE - COM GABARITO

TEXTO:  CONSUMOO MUNDO DA SEDUÇÃO
               Carlos Drummond de Andrade


       É verão. Um rapaz está na praia. Passam por ele várias meninas bonitas que o ignoram. O calor é intenso e ele resolve tomar um refrigerante da marca X. De repente, como num passe de mágica, várias meninas bonitas se aproximam dele com olhar apaixonado. Penduradas em seu pescoço, provam do refrigerante, dizendo: “Torne o seu verão mais quente com o refrescante refrigerante X”. A publicidade cria mundos imaginários?

                       CRÔNICA: OLHADOR DE ANÚNCIO

        Eis que se aproxima o inverno, pelo menos nas revistas, cheias de anúncios de cobertores, lãs e malhas. O que é o desenvolvimento! Em outros tempos, se o indivíduo sentia frio, passava na loja e adquiria os seus agasalhos. Hoje são os agasalhos que lhe batem à porta, em belas mensagens coloridas.
        E nunca vêm sós. O cobertor traz consigo uma linda mulher, que se apresta para se recolher debaixo de sua “nova textura antialérgica”, e a legenda: “Nosso cobertor aquece os corpos de quem já tem o coração quente”. A mulher parece convidar-nos: “Venha também”. Ficamos perturbados. Faz calor, um calor daqueles. Mas a página aconchegante instala imediatamente o inverno, e sentimo-nos na aflita necessidade de proteger o irmão corpo sob a maciez desse cobertor, e...
        Não. A mulher absolutamente não faz parte do cobertor, que é que o senhor estava pensando? Nem adianta telefonar para a loja ou para a agência de publicidade, pedindo endereço da moça do cobertor antialérgico de textura nova. Modelo fotográfico é categoria profissional respeitável, como outra qualquer. Tome juízo, amigo. E leve só o cobertor.
        São decepções de olhado de anúncios. [...].
        Mas sempre é bom tomar conhecimento das mensagens, passada a frustração. É o mundo visto através da arte de vender. “As lojas fazem tudo por amor”. Já sabemos, pela estória do cobertormulher (uma palavra só) que esse tudo é muito relativo. “Em nossas vitrinas a japona é irresistível “Então, precavidos, não passaremos diante das vitrinas. E essa outra mensagem é, mesmo, de alta prudência: “Aprenda a ver com os dois olhos”. Precisamos deles para navegar na maré de surrealismo que cobre outro setor de publicidade: “Na liquidação nacional, a casa X tritura preços”. Os preços virando pó, num país inteiramente líquido: vejam a força da imagem. Rara espécie de animal aparece de repente: “Comprar na loja Y é supergalinha-morta”.
        Prosseguimos, invocados, sonhando “o sonho branco das noites de julho”: “Ponha uma onça no seu gravador”. “A alegria está no açúcar”. “Pneu de ombros arredondados é mais pneu”. “Tip-top tem sabor do céu”. “Use nossa palmilha voadora”. “Seus pés estão chorando por falta das meias Rouxinol, que rouxinolizam o andar”. “Neste relógio, você escolhe a hora”. “Ponha você neste perfume”. “Toda a sua família cabe neste refrigerador e ainda sobra lugar para o peru de Natal”. “Sirva nossa lingerie como champanha; é mais leve e mais espumante”.
        O olhador sente o prazer de novas associações de coisas, animais e pessoas; e esse prazer é poético. Quem disse que a poesia anda desvalorizadas? A bossa dos anúncios prova o contrário. E, ao vender-nos qualquer mercadoria, eles nos dão de presente “algo mais”, que é produto da imaginação e tem serventia, como as coisas concretas, que também de pão abstrato se nutre o homem.

                          Carlos Drummond de Andrade. O poder ultrajovem.
                                             Rio de Janeiro: Record, 1986. P. 151-2.

1 – A crônica “Olhador de anúncio”, como é próprio do gênero, nasce da observação de situações do cotidiano e promove reflexões sobre a realidade.
      a)   Que fato despertou inicialmente a atenção do narrador e serve para introduzir o assunto da crônica lida?
A presença de anúncios de produtos de inverno (cobertores, lãs e malhas) em revistas.

       b)  Que tipo de reflexão o texto promove sobre a realidade?
O texto promove uma reflexão sobre os mecanismos de persuasão (convencimento) da publicidade.

2 – No primeiro parágrafo, o narrador diz:” Eis que se aproxima o inverno, pelo menos nas revistas”. Depois, nesse parágrafo e no seguinte, descreve e comenta o anúncio do cobertor.
    a)  Explique por que o narrador emprega a expressão pelo menos nesse contexto.
Emprega a expressão pelo menos porque não está fazendo frio. Esta calor, mas, nas revistas, já começou a campanha publicitária de inverno.

    b)   Levante hipóteses: Provavelmente, como o narrador completaria a frase “e sentimo-nos na aflita necessidade de proteger o irmão corpo sob a maciez desse cobertor, e...”?
Resposta pessoal.

    c)   Conclua: De que recursos – argumentos, imagens, sensações, etc. – o anunciante se vale para convencer o leitor a consumir o cobertor anunciado?
Os recursos são diversos; eles tentam seduzir o consumidor pelo tato, sugerindo a “nova textura antialérgica”, pelas emoções (“o coração quente”) e pelo erotismo (“venha também”).

3 – Observe o quinto parágrafo do texto. Nele, há várias frases entre aspas, seguidas de outras frases, sem aspas, como neste caso:
        “As lojas fazem tudo por amor. Já sabemos, pela estória do cobertomulher (uma palavra só) que esse tudo é muito relativo”.
      a)   Explique: Por que a afirmação de que “esse tudo é muito relativo”?
O texto deixa claro que a mulher não vai junto com o cobertor; a imagem dela no anúncio é apenas uma forma de atrair a atenção do consumidor.

       b)   O que lembram as frases entre aspas nesse parágrafo?
Slogans utilizados em vários anúncios publicitários.

        c)   Qual é o papel das frases que se seguem às frases entre aspas?
São comentários do narrador sobre os slogans, feitos com o propósito de procurar desmascarar o argumento utilizado pelo anúncio.

4 – Observe estes slogans publicitários destacados pelo narrador:
        - “o sonho branco das noites de julho”
        - “A alegria está no açúcar”
        - “[...] meias Rouxinol, que rouxinolizam o andar”
        - “Sirva nossa lingerie como champanha”

        a) O que esses slogans têm em comum?
            Todos eles procuram associar ao produto uma ideia positiva:
         “sonho branco”, “alegria”,”rouxinolizam”, “champanha”.

       b)Por que o narrador vê semelhança entre esses slogans e a poesia?
    Professor: Sugerimos abrir a discussão com a classe, pois pode ser que alguns alunos tenham dificuldade para responder a questão. Conforme o texto, “O olhador sente o prazer de novas associações de coisas, animais e pessoas; e esse prazer é poético”. Ou seja, a publicidade, assim como a poesia, trabalha a linguagem explorando associações, como as metonímias e as metáforas.

5 – No último parágrafo, o narrador afirma que os anúncios, ao nos venderem mercadorias, nos presenteiam com “algo mais”.
        a)  De acordo com o texto, esse “algo mais” é produto do que?
Esse “algo mais” é produto da imaginação do olhador, origina-se do desejo dele de sonhar ou de se transportar para um mundo especial, sensível, poético.

      b)  Explique a frase final do texto: “que também de pão abstrato se nutre o homem”.
Professor: Sugerimos abrir a discussão com a classe. O narrador se refere à necessidade que o ser humano tem de viver momentos de poesia, sonhar, imaginar, transportar-se para outros mundos.