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quarta-feira, 8 de novembro de 2023

POESIA: LÁGRIMAS NA CADEIRA DO DENTISTA - RENATA PALLOTTINI - COM GABARITO

 Poesia: Lágrimas na cadeira do dentista

              Renata Pallottini

Não, não é o dente que dói.
Não, o motor não incomoda.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirUfuRbdY0T-GMcv8w6pclRAqwPl319eE9uOcGfSldc1HS7NmszjOR8eysDSeYBZr1BiasWmQC-0jQ4jov9nrKQcN72hJG9dzUFYDxtpvQI7fKjG-bojLbrueBwX-FTvW4FA4SYv6oVMYEJArcf8KDRG-gRghd2N7wQwQRR_SDaAav8TO0DS4VzaubKU8/s1600/DENTISTA.jpg



Não me doem os dentes
mas quem morde.

Nunca o que dói é o aparente
senão o outro, de outra ordem
o oculto na cárie da vida, o tártaro
dos ossos,
na intempérie incisiva da dentadura mole.

Nunca o que dói, doutor,
é o que fazem as máquinas,
senão
o humano dessas brocas
os buracos
da alma.

Ponha ouro, doutor,
e seja lá o que possa
morder o dente, ávido de amor,
a conta, ao fim, é nossa.

Renata Pallottini, poetisa brasileira. Outono de 2004.

Entendendo a poesia:

01 – Qual é o tema central da poesia "Lágrimas na cadeira do dentista"?

      O tema central da poesia é a dor emocional e a angústia que a autora associa à visita ao dentista, em contraste com a dor física.

02 – Qual é a visão da autora em relação à dor de dente na poesia?

      A autora sugere que a dor de dente não é a principal fonte de sofrimento, mas sim as emoções e relações humanas.

03 – O que a autora diz sobre o motor e as máquinas usadas pelo dentista na poesia?

      A autora afirma que o motor e as máquinas não são os que causam o sofrimento, mas sim o "humano dessas brocas," ou seja, as ações e relações humanas.

04 – Qual é a metáfora usada pela autora ao mencionar "o humano dessas brocas"?

      A metáfora refere-se à ação humana, como se as brocas do dentista representassem a intrusão nas emoções e na alma.

05 – O que a autora pede ao dentista no poema?

      A autora pede ao dentista que coloque ouro em seu dente, sugerindo que o verdadeiro desejo do dente é o amor, e o custo final é "nossa" responsabilidade.

06 – Como a autora descreve a "cárie da vida" na poesia?

      A "cárie da vida" é descrita como o "oculto na cárie da vida, o tártaro dos ossos," referindo-se às questões mais profundas e ocultas que afetam a vida e a alma.

07 – Qual é a emoção predominante na poesia "Lágrimas na cadeira do dentista"?

      A emoção predominante na poesia é a melancolia, a angústia e a reflexão sobre a natureza da dor e do sofrimento humano.

 

 

POESIA: POR TI DEIXEI - RENATA PALLOTTINI - COM GABARITO

 Poesia: Por Ti Deixei

             Renata Pallottini

"Portanto, deixa o homem
a seu pai e a sua mãe,
e se une a sua mulher;
e são uma só carne."
Gênesis, 2:24

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoNmhw-i1M5UTyK0chnyW_KTgYQglayT9KBjm5YQTW3YyDy-a1YhOXsEUKMyh5DWhNCyMm75VIWRDKlR205OEiQR7aYRaQ5Vssn6FhIw66P_SpqkX59cg4lDU6QMWHocV_BBKQyttjw_ozIVNCEQeNcADrNOqKh5FGp7gNHU_w6RpfmYx5gK6Bj4dTpM0/s1600/GENESIS%202.jpg 


Por ti deixei, do meu rebanho lento
a alva timidez; da minha casa
o fogo acolhedor tornado brasa
e a brasa morta transformada em pranto.

Das mãos de minha mãe ficou-me o manto,
da boca de meu pai restou-me a frase
e estes meus olhos são cisternas rasas
onde à tardinha vem beber o vento.

Ponho a teus pés o meu desejo triste
que se renova numa força eterna,
e te ofereço uma fraqueza a mais;

pedaço do meu tronco que partiste,
carne, que foste um pouco de meu cerne!
À minha própria carne tornarás.

Renata Pallottini.

Entendendo a poesia:

01 – Qual é a passagem bíblica mencionada no início da poesia?

      A passagem bíblica mencionada no início da poesia é Gênesis, 2:24.

02 – O que o eu lírico deixou por amor na poesia?

      O eu lírico deixou sua "alva timidez," o "fogo acolhedor" de sua casa, e sua "brasa morta" por amor.

03 – O que ficou das mãos de sua mãe, de acordo com o eu lírico?

      Das mãos de sua mãe, o eu lírico afirma que ficou-lhe "o manto."

04 – Qual é a metáfora usada para descrever seus olhos no poema?

      O eu lírico descreve seus olhos como "cisternas rasas onde à tardinha vem beber o vento."

05 – O que o eu lírico oferece à pessoa amada na poesia?

      O eu lírico oferece seu "desejo triste" e uma "fraqueza a mais" à pessoa amada.

06 – Como a poesia sugere que a pessoa amada está ligada ao eu lírico?

      A poesia sugere que a pessoa amada está ligada ao eu lírico como alguém que faz parte de sua própria carne e cerne, indicando uma ligação profunda e indivisível.

 

 

POESIA: O DIAMANTE - RENATA PALLOTTINI - COM GABARITO

 Poesia: O diamante

             Renata Pallottini

Para que o diamante
no oco do ouro
no longo do dedo ?

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEic7_GpWQ5djudk8GdPeKcclF7my4o-HE8jiTISNHMTJw-RzdWDBKxOdxwDMpb3lNX5huDSnICrwyJ6EPqhcYuon_zvpPVzwDX02wcCoNuJGP3ATuxAzaLd00B7_tNaXrSvOcwldliSOhfTl_Pte34KiwiQBQnqlJaLDSjnnXTJX6Sy1NUgD2wPeZj7UMc/s1600/DIAMANTE.jpg



Ultrapassa o diamante
a beleza do copo
de estanho ?

Traz alegria ao homem
(ou à mulher amante)
mais que somente o amor
sem ornamentos ?

Come-se
o diamante ?
(- Sim, do que ele compra,
perdizes, ameixas,
queijos gordos, rãs...)

Porem ele próprio
escava no homem
minas de sangue...

O diamante amarga
o que era a criança

enquanto ilumina
a miséria humana.

Renata Pallottini

Entendendo a poesia:

01 – Qual é o contraste mencionado no início da poesia?

      O contraste mencionado no início da poesia é entre o diamante e o ouro.

02 – O que a poesia sugere sobre a importância do diamante em relação a outros objetos?

      A poesia sugere que o diamante pode não ser mais importante do que outros objetos, como um copo de estanho.

03 – Qual é o questionamento da poesia em relação à alegria e ao amor?

      A poesia questiona se o diamante traz mais alegria do que o amor sem ornamentos.

04 – Como o diamante é consumido de acordo com a poesia?

      Segundo a poesia, o diamante não é consumido como comida, mas sim usado para comprar coisas como perdizes, ameixas, queijos gordos e rãs.

05 – Qual é o impacto do diamante na humanidade, de acordo com a poesia?

      O diamante é mencionado como algo que ilumina a miséria humana, mas também como algo que escava minas de sangue no homem, sugerindo um contraste entre sua beleza e as consequências de sua extração.

06 – Como a poesia descreve o efeito do diamante na infância?

      A poesia afirma que o diamante amarga o que era a criança, indicando que ele pode representar a perda da inocência ou pureza.

 

POESIA: MONTA EM PÊLO ESSA BESTA - RENATA PALLOTTINI - COM GABARITO

 Poesia: Monta em pêlo essa besta

          Renata Pallottini

Monta em pêlo essa besta
Talvez que te derrube

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjq1dbv7jon8LvBSfMob499lyHT3uHIVtzp8nVQ5oV-vcMBSPkj-EPoYPui8MKoGx6R5M1KR6gq1tm1TspYZCp7IG51UX25_Ie5c8Zt2gDEIaam56fiS7BQBi2ePJgGaOXbHEyNRRlSWtw2CRV_kzyQJJJNcl4vL6-PW0CVxNmkYBa0gnqFROEhpy_XQZ0/s320/BESTA.jpg



Não dói mais que ver crianças
Derrubadas no entulho

Não dói mais que as sandálias
Lambuzadas de estrume

Não dói mais do que a dor
que não se torna música

Não dói mais que o amor
que dói mais do que tudo.

Monta em pêlo essa besta
ou te derruba o mundo.

Renata Pallottini

Entendendo a poesia:

01 – Qual é o tema central da poesia "Monta em pêlo essa besta" de Renata Pallottini?

      O tema central da poesia é a ideia de enfrentar desafios e dificuldades, simbolizados pela "besta," que pode derrubar o indivíduo, mas que, apesar disso, é menos doloroso do que testemunhar o sofrimento das crianças, a sujeira da vida e a dor que não se transforma em arte.

02 – O que a poeta compara à ação de montar na besta?

      A poeta compara a ação de montar na besta a enfrentar os desafios e obstáculos da vida, sugerindo que é preferível encarar esses desafios do que ignorar ou evitar as dificuldades.

03 – Quais são alguns dos exemplos de dor e sofrimento mencionados na poesia?

      Alguns exemplos de dor e sofrimento mencionados na poesia incluem crianças derrubadas no entulho, sandálias lambuzadas de estrume e a dor que não se torna música.

04 – O que a poeta sugere ser mais doloroso do que montar na besta?

      A poeta sugere que é mais doloroso testemunhar o sofrimento das crianças, lidar com situações sujas e repugnantes (simbolizadas pelas sandálias lambuzadas de estrume) e sentir a dor emocional que não é transformada em arte ou expressão criativa.

POESIA: QUEM NUNCA ANDOU DE BONDE - RENATA PALLOTTINI - COM GABARITO

 Poesia: Quem nunca andou de bonde

             Renata Pallottini

Quem nunca andou de bonde
não sabe essa alegria elétrica do passeio
não virou a rua Direita em frente à Amarante
nem nunca tentou descer com o bonde andando
mesmo sendo menina

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhS17LTtyER6hyOAt2L5ytgOrV2-z4j8qaMbmjCS6-dj_aVALg5ZigRHy0DhakGMHKyOzIzBx0ANhO5Urw13K2-aNyYny_l6nzUe8TTPIeL3n2eIQ_kwwW8hXV7WcH2hXTUNjPl5eYbD5GO3nXGJKWDTxNuv4zjpX6ipm5oHLtVoLw3Qeq_N0jnNOFUnwk/s1600/BONDE.jpg



Também não andou nunca
equilibrando-se nos trilhos
sonhando que eles levavam a algum lugar
misterioso
e que tudo seria diferente
quando se chegasse ao fim (que não havia)
dos trilhos do bonde

Quem nunca andou de bonde
não sabe que descer do lado errado
é perigo de vida
e que descer do lado certo não garante nada

Quem nunca andou de bonde é jovem
e bonito
Mas não ouviu cantar o bonde
quando o seu motorneiro
batia o pé com força atrás do bloco de Aristéia
oh Carnavais , oh suco
dos canaviais...

No bonde o vento atravessava
as penas
todas

Mamãe pedia para eu ir no colo
Eram tempos difíceis
Vivê-los era fácil
(era infância)

O meu bonde cantava quando descia a Glória
Parecia uma avó quando pensa na gente
Era como ter pai
como não ser (ou ser) pingente

Era a glória
Mesmo quando ia pela Liberdade

Ou
talvez
por isso.

Renata Pallottini

Entendendo a poesia:

01 – Qual é o tema central da poesia?

      O tema central da poesia é a experiência de andar de bonde e as memórias e sensações associadas a essa experiência.

02 – O que a autora descreve como uma "alegria elétrica do passeio" na poesia?

      A autora descreve a sensação de alegria e excitação de andar de bonde, que é movido eletricamente, como se fosse uma experiência única e emocionante.

03 – Por que a autora menciona a rua Direita em frente à Amarante na poesia?

      A rua Direita em frente à Amarante provavelmente é um local que a autora associou a suas memórias de andar de bonde, evocando um senso de nostalgia e familiaridade com o cenário.

04 – O que a autora sugere ao mencionar "equilibrando-se nos trilhos" e sonhando que eles levam a algum lugar misterioso?

      A autora sugere a ideia de aventura e imaginação, representando a sensação de que os trilhos do bonde poderiam levar a destinos desconhecidos e emocionantes.

05 – Por que a autora menciona que "descer do lado errado é perigo de vida" na poesia?

      Isso sugere que a ação de descer do bonde do lado errado pode ser perigosa, indicando que a autora estava ciente dos riscos associados a essa ação.

06 – Como a autora descreve a sensação de andar de bonde em relação aos ventos e penas?

      A autora descreve que no bonde, o vento atravessava todas as penas, possivelmente aludindo à sensação de liberdade e alegria que se experimentava ao andar de bonde, especialmente na infância.

 

POESIA: PRIMEIRO FOI A NOITE - RENATA PALLOTTINI - COM GABARITO

 Poesia: Primeiro Foi a Noite

              Renata Pallottini

"No princípio criou Deus o céu e a terra.”
Gênesis, 1:1

Primeiro foi a noite. E a noite feita,
desta engendrou-se a luz, julgada boa.
Depois, fez-se o agudo desespero do céu.
E a terra. E as águas separadas.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3EpOVipI33C8_yDCgGSN6TltYbhe5o-aKZv0UyZFF-Ur2GFoi-TQlewGwPY9BWOlLL92BZiGH67gRMyRs8HI_WhOT9OFxNWSEyEgg5RhbwcFBuTtqNARbc0IUypyFxuz1x2q_xb-skMLFiHAYs69VYEZ8QlMUc7BgYBjkQQIAdMjp2Hqe3Bf9oJX0L1Y/s1600/GENESIS.jpg



E um mar se fez, da lúcida colheita
das águas inferiores. A coroa
tornou-se firmamento. "Haja luzeiros" —
ordenou-se às estrelas debulhadas.

Houve flores estáticas e flores
que procuravam flores; e houve a fome
de carne e amor e dessa fome as dores

e das dores o Homem. Deste, esquiva,
toda fome, sua fêmea, e no seu sexo,
mais uma vez a noite primitiva.

Renata Pallottini.

Entendendo a poesia:

01 – Qual é a referência bíblica mencionada no início da poesia?

      A referência bíblica mencionada no início da poesia é "Gênesis, 1:1", que é o primeiro versículo do Livro de Gênesis na Bíblia.

02 – Qual elemento da criação é mencionado como o primeiro a existir?

      A noite é mencionada como o primeiro elemento da criação.

03 – Quais são os eventos subsequentes à criação da noite mencionados na poesia?

      Após a criação da noite, a poesia menciona a criação da luz, a formação do céu, a terra e a separação das águas.

04 – O que é criado a partir das águas inferiores?

      Um mar é criado a partir das águas inferiores.

05 – O que é ordenado em relação às estrelas na poesia?

      É ordenado que as estrelas sejam luzeiros.

06 – Como a poesia aborda a ideia da fome, do desejo e do relacionamento entre homens e mulheres?

      A poesia aborda a fome de carne, amor e as dores resultantes desse desejo. Ela menciona o Homem, sua busca por uma companheira e como isso ecoa a noite primitiva, sugerindo a continuidade do desejo e da busca por relacionamentos.

 

 

domingo, 29 de outubro de 2023

POESIA: VIAGEM - RENATA PALLOTTINI - COM GABARITO

 Poesia: VIAGEM

            Renata Pallottini

Faço uma viagem

quase sem sentido.
Preparo a bagagem.
Mas por que motivo?

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0GXnaV-ED6YftK1ZiwxFCe5VJv1eGOganh3xSWU8XibUOX7ewp4GNG2FQZA-dwwGlcGlIuHAdzBNF_yxOb8NSQgzxpUXnk7c41jYWY71KwLegwobl9YLnc2j82AQrNE7ubfh6AAJIWKxsIhF6GPdlW6EXic7AKZ9uQUHf9NFnlMe9NhjexiU5xPI__6U/s320/VIAGEM.jpg



Nada me motiva
salvo um emotivo
grave coração
que me olha nos olhos
e diz: tens razão.

Vai e sem motivo.
Antes sim que não.

Renata Pallottini.

Entendendo a poesia:

01 – Qual é o tema central da poesia "VIAGEM" de Renata Pallottini?

      O tema central da poesia "VIAGEM" é a ideia de fazer uma viagem sem motivo aparente, guiada pelo coração e pelas emoções.

02 – Por que a pessoa na poesia prepara a bagagem mesmo sem um motivo aparente?

      A pessoa prepara a bagagem sem motivo aparente porque está sendo motivada pelo seu coração e emoções, em vez de razões lógicas ou práticas.

03 – Qual é a motivação principal da pessoa na poesia para fazer a viagem?

      A motivação principal da pessoa na poesia é o "grave coração" que olha nos olhos dela e diz que ela tem razão em fazer a viagem, mesmo que não haja um motivo claro.

04 – Qual é a atitude sugerida pelo poema em relação a fazer a viagem?

      O poema sugere uma atitude de seguir o coração e as emoções, mesmo que a viagem não tenha um propósito aparente. É uma celebração da espontaneidade e da busca do que faz sentido emocionalmente.

05 – Como a autora, Renata Pallottini, expressa a ideia de viajar "antes sim que não" na poesia?

      A autora expressa a ideia de viajar "antes sim que não" enfatizando a importância de agir e aproveitar a oportunidade de fazer a viagem, mesmo que não haja um motivo lógico, pois a emoção e a intuição podem ser guias valiosos.

 

 

 

POESIA: INVERNO - RENATA PALLOTTINI - COM GABARITO

 Poesia: INVERNO

            Renata Pallottini

Parece de metal a noite destas ruas.

Os homens estão quietos nos portais.

 

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFl-rK9ojR_RcE9JK7TpjAdy7V5CuVyetIHIXa6sArZJWFGNUm8cMGZ3jiTD3qiwstaepbR_B5M2wF8PAb0lgi2ZWXo6fTF6tFNHHcUDBxyk08asBweFPKbhm1rSMRYA7iRrsBUdrMLtbrthBmuFPQIJ4nam55LtdKuDHnHRTAHM0QFQyTmcC58rxRLRQ/s320/INVERNO.jpg

A luz corta. A esperança não desperta.

Esqueceram acesa a lâmpada da porta.

 

Donos cobrem de lanças os espaços,

de espadas os desvãos e de lama

os jornais.

Amanhã com certeza os bancos se abrirão.

Por que não? Será um dia como os outros

cheio de transversais e comerciais.

 

Apagou-se a fogueira dos choferes.

A madrugada roxa parte o coração

dos pombos

dos meninos

das mulheres.

 

Onde é que toda essa gente se banha?

Que será deles todos?

Para qual

deles alguma vida se fará?

Para quem se abrirá alguma fresta?

 

Folhas de vidro as árvores.

E eu

estou voltando de uma grande festa.

Merda! Só isso.

Estou voltando

de uma grande festa.

Renata Pallottini.

Entendendo a poesia:

01 – Como a noite é descrita no início da poesia?

      A noite é descrita como "de metal" nas ruas.

02 – O que os homens estão fazendo nos portais durante a noite descrita na poesia?

      Os homens estão quietos nos portais.

03 – O que aconteceu com a lâmpada da porta mencionada na poesia?

      A lâmpada da porta foi esquecida acesa, não foi apagada.

04 – Como os donos cobrem os espaços e desvãos?

      Os donos cobrem os espaços com lanças e os desvãos com espadas.

05 – O que a autora sugere sobre o futuro no poema?

      A autora sugere que os bancos se abrirão no dia seguinte, como em qualquer outro dia, cheio de atividades comerciais.

06 – O que a madrugada roxa faz no poema?

      A madrugada roxa parte o coração dos pombos, dos meninos e das mulheres.

 

POESIA: CEREJAS, MEU AMOR - RENATA PALLOTTINI - COM GABARITO

 Poesia: Cerejas, meu amor

             Renata Pallottini

Cerejas, meu amor,
mas no teu corpo.
Que elas te percorram
por redondas.

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdhyYKhvvvpQywd-tiGTgTnvZ-5n33FinfEA0di58uNulkg4AomTiNZw5bdStIPFsRJzuyQmAqCfPsXGbd8sSHT21sCKU0fbkPl9TuSvVlDt7gqkeiSjtK0nzkDARfVo2yVap5ZRRsdnQmc4B6V39Tt1Wl-XM7_OeWf4_K58y_8sdksb3Aye0a3xYCeho/s1600/CEREJA.jpg


E rolem para onde
possa eu buscá-las
lá onde a vida começa
e onde acaba

e onde todas as fomes
se concentram
no vermelho da carne
das cerejas...

Renata Pallottini.

Entendendo a poesia:

01 – Qual é a imagem central do poema?

      A imagem central do poema é a das cerejas percorrendo o corpo do amado.

02 – O que o eu lírico deseja fazer com as cerejas no corpo do amado?

      O eu lírico deseja buscar as cerejas no corpo do amado, onde a vida começa e onde acaba.

03 – Como as cerejas são descritas no poema?

      As cerejas são descritas como redondas e vermelhas.

04 – Onde se concentram "todas as fomes" no poema?

      No poema, todas as fomes se concentram "no vermelho da carne das cerejas".

05 – Qual é a sensação predominante transmitida pelo poema?

      O poema transmite uma sensação de desejo e sensualidade, utilizando a metáfora das cerejas para evocar a intimidade e o apetite do eu lírico.

 

POESIA: A PALAVRA AMOR - RENATA PALLOTTINI - COM GABARITO

 Poesia: A PALAVRA AMOR

              Renata Pallottini

A palavra amor
honesta e escassa
sem outros afagos
sem outros adornos

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLwtsO9B1owFhsyd46HB5-f0xNiLF3S3HQEHztSqy4FwNxH74FOLJAipWbip0YPNWnla1asgnxwuWVbjVEtoX2zKcqSutkXGGbMevt2zXdihFZFDL_vSS4rUJR8Mmsl575IrDyBbEe_aidabX43HXsPMozG77izRuCAhoy8-6SqnayHxYrLHw32c5tPKM/s320/AMORR.jpg



simples e amarga
que não impelida
que não justaposta
justa e arrancada

da terra da carne
da carne da alma
terra silenciosa
que se esfarelasse

seca e despojada
a palavra exata
amor sem mais nada
amor imesclado

amor mais amado
e feito palavra.
A palavra amor.
Dita e sepultada.

Renata Pallottini.

Entendendo a poesia:

01 – Qual é o tema central da poesia "A PALAVRA AMOR" de Renata Pallottini?

      O tema central da poesia é a palavra "amor".

02 – Como a palavra "amor" é descrita na poesia em relação a outros afagos?

      A palavra "amor" é descrita como "honesta e escassa" e não possui outros afagos ou adornos.

03 – Que características são atribuídas à palavra "amor" na poesia?

      A palavra "amor" é descrita como "simples e amarga" e "justa e arrancada".

04 – De onde a palavra "amor" é retirada, de acordo com a poesia?

      A palavra "amor" é retirada "da terra da carne" e "da carne da alma".

05 – Como a poesia descreve a natureza da palavra "amor"?

      A poesia descreve a palavra "amor" como "terra silenciosa" que se esfarelaria, seca e despojada.

06 – Qual é a última característica atribuída à palavra "amor" na poesia?

      A última característica atribuída à palavra "amor" na poesia é que ela é "amor mais amado" e "feita palavra."

07 – Como a poesia conclui a descrição da palavra "amor"?

      A poesia conclui que a palavra "amor" é "Dita e sepultada," sugerindo um tom de finalidade e encerramento.

 

POESIA: NOITE AFORA - RENATA PALLOTTINI - COM GABARITO

 Poesia: Noite Afora

             Renata Pallottini

A quem devo dizer que em tua carne
se sobreleva o tempo e o duradouro,
mancha de óleo no azul, alaga e intensifica
o contratempo a que chamei amor?

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6x1g3I-K3v7KR4PuCYa4S02i-9DclIvM0MAxIqC1fiRJXVD1Jy6EaYVGjOAWhOzb7_07d3XGcVDonUWUhBPitpkYntUnnsrcUqI6c3RzxS0WR6Eriv2MoBnflMD0PmiY1lNtIP5J-6TsyhyphenhyphenEiOb_WmHMOufDsO__m9q3HAotgF0MDN1cwtj4uYWvu1DE/s320/REFLEXOES.jpg


A quem devo dizer dos meus perigos
quando, o corcel furioso, olhei ao longe
e não vi mais limites que o oceano
nem mais convites que o das ondas frias?

Como antepor o corte nas montanhas
-- Liberdade – ao dever que a si mesma impõe a terra
de estender-se conforme o espaço havido?

Malícia do destino, ardil composto outrora...
Arde a grama da noite em que te vais embora,
e essa chama caminha, essa chama, essas vinhas,

essas uvas, cortadas noite afora.

Renata Pallottini, in “Noite Afora”.

Entendendo a poesia:

01 – Qual é o tema principal abordado na poesia "Noite Afora"?

      O tema principal da poesia é a reflexão sobre o tempo, o amor e as escolhas na vida.

02 – Como a autora descreve a passagem do tempo na primeira estrofe da poesia?

      A autora descreve a passagem do tempo como algo que se sobressai na carne, deixando marcas duradouras e intensificando o amor, comparando-o a uma mancha de óleo no azul.

03 – O que a autora sugere sobre os perigos na segunda estrofe da poesia?

      A autora sugere que olhar para o horizonte, além dos limites visíveis, pode ser perigoso, como um corcel furioso, e que não há convites além das ondas frias do oceano.

04 – Na terceira estrofe, a autora menciona "Liberdade" e o "dever da terra". O que isso representa na poesia?

      A referência a "Liberdade" e ao "dever da terra" na terceira estrofe representa o conflito entre a liberdade de se estender conforme o espaço disponível e a obrigação da terra de cumprir seu dever de existir.

05 – O que a autora chama de "malícia do destino" na última estrofe da poesia?

      A autora se refere à "malícia do destino" como a maneira como a grama e as vinhas ardentes representam a partida e a mudança que ocorrem na noite, simbolizando o ciclo da vida e do amor.

06 – Como a poesia retrata a passagem do tempo e a natureza efêmera das emoções humanas?

      A poesia retrata a passagem do tempo através de metáforas visuais e emocionais, mostrando como o tempo deixa marcas duradouras na carne e como o amor e as escolhas na vida podem ser intensificados por essa passagem. Ela também destaca a efemeridade da vida e das emoções humanas, especialmente na última estrofe, onde as uvas são cortadas na "noite afora," simbolizando o ciclo da vida e a transitoriedade das experiências.

 

 

POESIA: POR VÓS, SENHORA - RENATA PALLOTTINI - COM GABARITO

 Poesia: Por Vós, Senhora

            Renata Pallottini

"o meu hálito se fez estranho a minha mulher..."
Jó, 19:17

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpgxCYB_il0hzJKdPgnWAOOdw_ogF515BYoQ0tR_uCS36qjGWJqKoKWnZWVYA8TIQecaz2j_zjGsSno3AfPT9Er2zXKtGVtLKnSa6k05CXbiFHCJHQ93MfHRSjYI00o5TqCGiQtqRKWIXg_hBqrGEcXsPKV2XQ1CeG8C-v88_Fx89OyOX2c3DvL7y60mk/s320/JO.jpg


Por vós, Senhora, dei o quanto hei dado:
minha parcela de aflição, incertas
as minhas tíbias mãos, no entanto abertas;
as flores e os afetos consumados.

Também por vós hei sido o quanto hei sido:
regato de cautela, pensamento
por vós pensado, inquieto tempo havido
por vós enlouquecido em sentimento.

Tudo isso é nada, agora que voltastes
a tudo o que vos dei e fiz, as frias
espigas do desprezo e as duras hastes

do tédio. Agora é nada o amor passado
em vós, jamais em mim, que vos daria
Senhora, uma vez mais, o quanto hei dado.

Renata Pallottini.

Entendendo a poesia:

01 – De acordo com a poesia, o que o eu lírico deu à "Senhora"?

      O eu lírico deu sua parcela de aflição, flores, afetos, pensamentos e tempo à "Senhora".

02 – Como o eu lírico descreve sua atitude em relação à "Senhora"?

      O eu lírico descreve-se como alguém que foi cuidadoso e pensativo em relação à "Senhora", dedicando tempo e pensamento a ela.

03 – Como a "Senhora" é representada na poesia?

      A "Senhora" é representada como alguém que desprezou e ficou entediado com o amor que o eu lírico lhe ofereceu.

04 – Quais são as emoções principais expressas na poesia?

      A poesia expressa emoções de aflição, amor não correspondido, desprezo e tédio.

05 – Qual é a mudança de atitude do eu lírico em relação à "Senhora" ao longo da poesia?

      No início, o eu lírico expressa ter dado muito de si à "Senhora" com devoção. No entanto, ao final da poesia, ele percebe que o amor dado é agora nada, devido ao desprezo e ao tédio da "Senhora".

 

 

POESIA: ESTA CANÇÃO - RENATA PALLOTTINI - COM GABARITO

 Poesia: Esta Canção

              Renata Pallottini

"aquilo que é, já foi;
e aquilo que há de ser já foi;
Deus fará vir outra vez o que já se passou."
Eclesiastes, 3:15

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiufo6qE8K6N-28DDhPgvWZqs_KeH76-8N4jlbfNQE2lJkk8jFGAnsWF-Sl0as5cqPIhciJT1czIzWJk9lO_6SAbf3j_Q9Z5FUWt-sHDr5WKXMzpbDooKsouYZyOHKMCOmbg77uRPVK-jlVMc87c04yR70cCLHPYaJkG28bDCGOyzL2d_hXHVgMuNu_nQo/s1600/LIVRO.jpg



Esta canção rateia a tarde clara
buscando a minha voz que é sua fonte.
Assim voltam os pássaros ao campo,
assim volta o horizonte ao horizonte.

Sou o doido que canta para si,
cônscio de não saber nem do que inventa;
recriando o criado, ele sorri,
ciente de que não faz nem acrescenta.

Tudo já foi, apenas se repete;
este lugar de amor será pregresso
quando for dor a dor que se promete.

Chegou-me agora o que já foi futuro;
assim Deus me prepara o teu regresso
como se planta um poema nascituro.

Renata Pallottini.

Entendendo a poesia:

01 – Qual é a fonte de inspiração para a poesia "Esta Canção" de Renata Pallottini?

      A poesia "Esta Canção" de Renata Pallottini é inspirada no livro de Eclesiastes, especificamente no verso 3:15, que fala sobre o ciclo eterno da existência.

02 – Como o poeta descreve a tarde na poesia?

      O poeta descreve a tarde como "clara" na poesia, sugerindo uma tarde luminosa e serena.

03 – Qual é a metáfora usada para descrever o retorno dos pássaros e do horizonte na poesia?

      O poeta usa a metáfora de que os pássaros "voltam ao campo" e o horizonte "volta ao horizonte" para expressar o ciclo repetitivo da vida e da natureza.

04 – Qual é a atitude do poeta em relação à sua própria criatividade?

      O poeta reconhece sua falta de controle sobre sua própria criatividade, afirmando que ele é "cônscio de não saber nem do que inventa."

05 – Qual é a mensagem central da poesia em relação à repetição e ao ciclo da vida?

      A mensagem central da poesia é que tudo na vida segue um ciclo eterno de repetição, e o poeta aceita isso como parte do processo natural da existência.

06 – Como a poesia lida com a ideia de passado, presente e futuro?

      A poesia sugere que o passado, presente e futuro estão interligados, e que Deus está constantemente preparando o retorno de algo que já foi, refletindo a ideia de um ciclo eterno.

07 – Qual é a relação entre a poesia e a criação de um "poema nascituro"?

      A poesia descreve a preparação do retorno de algo que já foi, como se fosse a criação de um "poema nascituro," implicando que o ciclo da vida e da criação está sempre se renovando e se repetindo.

 

 

 

POESIA: QUANDO OS CÉUS SE CERRAREM - RENATA PALLOTTINI - COM GABARITO

 Poesia: Quando os Céus se Cerrarem

               Renata Pallottini

"ouve tu então nos céus e perdoa
o pecado do teu povo Israel
e torna a levá-lo à terra
que tens dado a seus pais.
I Reis, 8:34

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSYq5ATOiQesew3gajj1xcZ0elcW1kE2WwS6S2OfTDVGBc54p7vD9lv2HfY54kPDbTL91dHaYSTE3shc4xJZWpXbvA3wDQslvTesXEdK6119jU6LidOXuqP7OQTgpuWaXwUOUYR5vnb5jJ9gE3vgXSkirgNyYe40irEVLxSdIoj3s5y5ImMhhUSj-_H1k/s320/Reis.jpg



Quando os céus se cerrarem, não por seca,
mas por extrema dor, sobre o teu povo,
que pecou contra ti e ainda peca
e pecará, o mísero, de novo,

e houver fome na terra, não de trigo
ou de carne, mas fome de ternura,
para estancar a fúria do inimigo
e a sua enorme e súbita loucura,

ouve do céu, Senhor, ouve e perdoa:
a gente que ontem fez a tua casa
e a fez grandiosa, e a fez dourada e boa

hoje, expulsa do Anjo e de sua asa,
entrepara e pergunta, se esqueceste:
para que herança, ó Deus, nos elegeste?

Renata Pallottiini.

Entendendo a poesia:

01 – Qual é a referência bíblica citada no início da poesia?

      A poesia começa com uma referência bíblica de I Reis, 8:34.

02 – O que a poesia descreve como a razão pela qual os céus se fecham?

      Os céus se fecham não devido à seca, mas por causa da extrema dor do povo, que pecou repetidamente.

03 – Como a poesia descreve a fome mencionada na terra?

      A fome mencionada na poesia não se refere à falta de comida, mas à carência de ternura e compaixão para conter a raiva dos inimigos.

04 – O que a poesia pede a Deus nos momentos de sofrimento do povo?

      A poesia pede a Deus que ouça e perdoe, especialmente quando o povo está sofrendo e sentindo a ira de seus inimigos.

05 – Qual é a ênfase dada à construção da casa de Deus na poesia?

      A poesia destaca como o povo construiu uma casa grandiosa, dourada e boa para Deus, mas agora se sente expulso da proteção divina.

06 – Qual é a pergunta final que a poesia faz a Deus?

      A poesia termina com a pergunta: "para que herança, ó Deus, nos elegeste?" Essa pergunta reflete a busca de significado e propósito em meio ao sofrimento do povo.