domingo, 29 de maio de 2022

POEMA: TRÊS BELAS QUE BELAS SÃO - AMARO VENTURA - COM GABARITO

 Poema: Três belas que belas são

               Amaro Ventura

 

Três belas que belas são 

Querem por minha fé 
Eu diga qual delas é 
Que adora meu coração 


Se consultar a razão,
Digo que amo Soledade 
Não Lia, cuja bondade 
Ser humano não teria 
Não aspiro à mão de Iria
Que não tem pouca beldade. 


Adaptado de: Amaro Ventura e Roberto Augusto Soares Leite, op. cit., p.85. 

Fonte: Livro- PORTUGUÊS: Linguagens – Willian R. Cereja/Thereza C. Magalhães – 7ª Série – 2ª edição - Atual Editora -1998 – p. 197.

Entendendo o poema:

01 – Pontue a 2ª estrofe, empregando apenas ponto, ponto de interrogação e ponto de exclamação, de modo que o poeta afirme que:

a)   Ama Soledade e não as outras garotas; 

Se consultar a razão, / Digo que amo Soledade. / Não Lia, cuja bondade / Ser humano não teria. / Não aspiro...

b)   Ama Lia e não as outras;

Se consultar a razão, / Digo que amo Soledade? Não! Lia, cuja bondade / Ser humano não teria. / Não aspiro...

c)   Ama Iria e não Soledade e Lia.

Se consultar a razão, / Digo que amo Soledade? Não. Lia, cuja bondade / Ser humano não teria? / Não! Aspiro à mão de Iria, / Que não tem pouca beldade.

02 – Um oficial enviou a seus soldados um telegrama, ordenando-lhe que fossem à guerra. O telegrama dizia: "Irão voltarão não morrerão". Todos os soldados morreram na guerra e o oficial garante que não mentiu em seu telegrama. Que pontuação da frase pode provar isso?

      Irão. Voltarão? Não. Morrerão.

03 – O diretor pegou em flagrante um funcionário pichando o muro da empresa: “Morte ao diretor ele não é um cara legal”. O funcionário, entretanto, afirmou ao diretor que a sua intenção era outra e, recorrendo à pontuação, conseguiu se safar da demissão imediata. Como?

      Morte ao diretor? Ele não! É um cara legal!

04 – Nas frases abaixo, a pontuação estabeleceu uma diferença de sentido. Imagine em que situações cada uma das frases poderia ter sido empregada.

        Regina não me atendeu. Quando telefonei pela segunda vez, já era tarde.

        Regina não me atendeu quando telefonei pela segunda vez. Já era tarde.

      Na 1ª frase, o fato de Regina não ter atendido ao telefone desencadeou alguma coisa irreparável. Na 2ª frase, Regina não atendeu a alguém, por ser tarde da noite.

 

 

POEMA: NUM PLANETA ENFERMO - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE - COM GABARITO

 Poema: Num planeta enfermo

         Carlos Drummond de Andrade

             A culpa é tua, Pai Tietê? A culpa é tua se tuas águas estão podres de fel e majestade falsa? Mário de Andrade (Meditação sobre o Tietê)

Cai neve em Parnaíba, noiva branca.

Vem dos lados de Pirapora do Bom Jesus.

Presente de Deus, com certeza,

a seus filhos que jamais viram Europa.

Ou talvez cortesia do Prefeito?

 

Moleques, brinquem na neve pura e rara.

Garotas, não tenham cerimônia.

Cai neve em Parnaíba, é promoção.

O senhor que é tabelião, o dr. promotor

por que não vão fazer bonecos dessa neve

especial, que reacende

o espírito infantil?

 

Correm todos a ver a neve santa,

a alvorejar em sua alvura.

Olha a rua vestida de sonho,

olha o jardim envolto em toalha de nuvens,

olha nossas tristezas lavadas, enxaguadas!

O professor chega perto e não se encanta.

Esse cheiro… diz ele. Realmente,

quem pode com esse cheiro nauseante?

A neve foi malfeita, não se faz

neve como em filmes e gravuras.

E me dói a cabeça, diz alguém.

E a minha também, e o mal-estar

me invade o corpo. Desculpem se vomito

à vista de pessoas tão distintas.

 

Envenenada morre a flor-de-outubro

no canteiro onde o branco

deixa uma escura marca de gordura.

Marcadas ficarão

as casas coloniais da Praça da Matriz

tombadas pelo IPHAN?

A pele dos rostos mais limpinhos

— ai Rita, ai Mariazinha —

cheira a óleo queimado.

 

Estranha neve:

espuma, espuma apenas

que o vento espalha, bolha em baile no ar,

vinda do Tietê alvoroçado

ao abrir de comportas,

espuma de dodecilbenzeno irredutível,

emergindo das águas profanadas

do rio-bandeirante, hoje rio-despejo

de mil imundícies do progresso.

 

Pesadelo? Sinal dos tempos?

Jeito novo de punir cidades, pois a Bíblia

esgotou os castigos de água e fogo?

Entre flocos de espuma detergente

vão se findar os dias lentamente

de pecadores e não pecadores,

se pecado é viver entre rios sem peixe

e chaminés sem filtro e monstrimultinacionais,

onde quer que a valia

valha mais do que a vida?

 

Minha Santana pobre de Parnaíba,

meu dorido Bom Jesus de Pirapora,

meu infecto Anhambi de glória morta,

fostes os chamados

não para anunciar uma outra luz do dia,

mas o branco sinistro, o negro branco,

o branco sepultura do que é cor, perfume

e graça de viver, enquanto vida

ou memória de vida se consente

neste planeta enfermo.

Carlos Drummond de Andrade. Discurso de primavera e algumas sombras. São Paulo: Companhia das Letras. www.carlosdrummond.com.br.

Fonte: Língua Portuguesa – Caminhar e transformar – Aos finais do ensino fundamental – 1ª edição – São Paulo – FTD, 2013. p. 105-8.

Entendendo o poema:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Alvorejar: tornar alvo, branco.

·        Anhambi e Anhembi: antigo nome do rio Tietê.

·        Dodecilbenzeno: composto químico utilizado na fabricação de detergentes.

·        Dorido: cheio de dor, dolorido.

·        Enfermo: doente.

·        IPHAN: sigla de Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, responsável pelo tombamento de prédios históricos.

·        Pirapora do Bom Jesus: cidade do interior de São Paulo, às margens do Tietê.

·        Valia: lucro, nesse contexto.

·        Santana de Parnaíba: cidade do interior de São Paulo, às margens do Tietê.

02 – Quantas estrofes o poema apresenta?

      07 (sete) estrofes.

03 – O poema apresenta rimas?

(   ) Sim.                                     (X) Não.

04 – Releia estes versos d primeira estrofe.

        “Cai neve em Parnaíba,

         Noiva branca.”

        As palavras neve e noiva foram utilizadas num sentido diferente do usual e do que aparece nos dicionários. A que se referem as palavras neve e noiva nesses versos?

      Elas se referem à espuma de detergente.

05 – Releia a terceira estrofe do poema. Copie um verso com palavra utilizada em sentido conotativo.

      Olha a rua vestida de sonho / olha o jardim envolto em toalha de nuvens.

06 – Na terceira estrofe, o eu lírico apresenta o comportamento da população em relação à neve.

a)   A princípio, como a neve é vista pela população?

Como uma coisa bela, agradável de olhar.

b)   O que acontece ao final da terceira estrofe?

O cheiro da espuma é desagradável e provoca náuseas e vômitos.

07 – Na quarta estrofe, o eu lírico mostra as consequências da neve. Quais são?

      As casas colônias tombadas ficarão com marcas de gordura e os rostos, com cheiro de óleo queimado.

08 – Na quinta estrofe, o eu lírico explicita o que seria a neve.

a)   De onde vem a neve que invade a cidade?

Do rio Tietê.

b)   Por que isso acontece? Justifique com um verso dessa estrofe.

Porque o rio recebe a espuma de detergente e “mil imundícies do progresso”. Os quatro últimos versos ressaltam isso.

09 – Que crítica o eu lírico apresenta nas duas últimas estrofes?

      O eu lírico faz uma crítica ao capitalismo selvagem, que, na ganância por mais lucro, coloca o planeta em perigo (enfermo).

10 – Na sexta estrofe, há a palavra monstrimultinacionais criada pelo eu lírico. Qual é o sentido dessa palavra?

      As multinacionais são monstros que destroem o rio com seus esgotos em nome dos lucros.

CONTO: NA CABECEIRA DO RIO - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE - COM GABARITO

 Conto: Na cabeceira do rio

        Carlos Drummond de Andrade

        Ouviu a queixa do rio e prometeu salvá-lo. Dali por diante ninguém mais despejaria monturo em suas águas. Contratou vigilantes, e ele próprio não fazia outra coisa senão postar-se à margem, espingarda a tiracolo, defendendo a pureza da linfa.

        Seus auxiliares denunciaram que alguém, nas nascentes, turvava a água. Foi lá e verificou que um casal de micos se divertia corrompendo de todas as maneiras o fio d’água. Os animais fugiram para reaparecer à noite. E explicaram, antes que levassem tiro na barriga:

        — Não fazemos por mal, apenas brincamos. Que pode um mico fazer para se divertir, senão imitar vocês?

        — A mim vocês não imitam, pois estou justamente lutando para proteger este rio.

        — Já não se pode nem imitar — observaram os micos, fugindo outra vez. — O homem é um animal impossível. Agora deu para fazer o contrário.

Carlos Drummond de Andrade, Contos plausíveis. São Paulo: Companhia das Letras. www.carlosdummond.com.br.

Fonte: Língua Portuguesa – Caminhar e transformar – Aos finais do ensino fundamental – 1ª edição – São Paulo – FTD, 2013. p. 93-5.

Entendendo o conto:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Linfa: em linguagem poética, é usada como sinônimo de água.

·        Monturo: monte de lixo.

02 – Que compromisso o homem assume no primeiro parágrafo?

      Ele promete salvar o rio.

03 – O que, provavelmente, acontecia ao rio para o homem “ouvir sua queixa”?

      O rio provavelmente recebia grande quantidade de lixo.

04 – Como os micos justificaram sua atitude ao homem?

      Que eles apenas imitavam o homem. Era apenas uma forma de brincar.

05 – A que conclusão chegam os micos sobre o homem?

      Que os homens são animais “impossíveis” que já não podem ser imitados.

06 – Identifiquem os parágrafos que correspondem às partes do enredo.

·        Apresentação: 1° parágrafo.

·        Complicação: 2° parágrafo.

·        Clímax: 3° e 4° parágrafos.

·        Desfecho: 5° parágrafo.

07 – Identifiquem as personagens do conto.

      As personagens não possuem nomes próprios: são os homens e os micos.

08 – Identifiquem se o narrador é observador ou personagem?

      O narrador é observador.

09 – Faça uma estimativa da duração da história.

      Provavelmente poucos dias.

10 – Escreva sobre o espaço em que se passa a história.

      Na cabeceira do rio.

11 – Verifique que tipo de discurso é predominante.

      Discurso direto.

 

BIOGRAFIAS: PELÉ, ROBERTO CARLOS E CORA CORALINA - COM GABARITO

 Biografias: Pelé, Roberto Carlos e Cora Coralina

Texto 1

       Pelé

        Nascido em Três Corações, pequena cidade mineira, em 23 de outubro de 1940, sua carreira no futebol começou cedo. Jogou alguns anos em equipes amadoras e, com 11 anos, foi descoberto pelo jogador Waldemar de Britto, que o convidou para fazer parte do Clube Atlético de Bauru. Em 1956, aos 15 anos, Britto o levou para o Santos.

        Quando chegou ao clube santista com o garoto, Waldemar de Britto disse: “esse menino vai ser o melhor jogador de futebol do mundo”. Previsão que logo começaria a se tornar realidade.

        Em 7 de setembro do mesmo ano, chegaria seu primeiro “show” quando entrou na partida e marcou o sexto gol da vitória de 7x1 do Santos sobre o Corinthians de Santo André. Depois, na primeira partida do torneio regular, marcou 4 gols. Na campanha seguinte foi titular e se transformou no maior artilheiro do Campeonato Paulista.

        Em 7 de julho de 19557, estreou na seleção, tinha apenas 17 anos quando se transformou no jogador mais jovem a ganhar uma Copa do Mundo. Ali o mundo passou a conhecer a Pérola Negra. Foi assim que começou uma lenda que cresceria até transformá-lo no rei do futebol e no atleta do século.

Fonte de pesquisa: Ismael López. Futebol: Pelé. Terra: Atletas do século. Extraído de: www.terra.com.br/esportes/atletaas/pele.htm. Acesso em: 21 jan. 2013.

Texto 2

      

Fonte da imagem - https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiliqfxFR5XfTbSrulMmiX3LrXuA8epTchX1bs_OWstNl3xxP6Q2wZ9jSNwbtndXLJPK-NkSTstVHtkK303LdtZjhknoXCrHT_xSHwtMoU_sVWdqDDel_u1pyHLEj22RsPc2dUJffY0ilqbUB-n1xHgwZdRs62vSOcwsaatJ6jtJtusc51WyaqYRYeS/s1600/Roberto.jpg

  Roberto Carlos

        Roberto Carlos (1941) é cantor e compositor brasileiro. O “Rei” da música romântica brasileira. Foi o líder do movimento musical chamado Jovem Guarda, que surgiu nos anos 1960. Em parceria com Erasmo Carlos, compôs inúmeros sucessos.

        Roberto Carlos (1941) nasceu em Cachoeira do Itapemirim, Espirito Santo, no dia 19 de abril de 1941. Filho do relojoeiro Robertinho Braga e da costureira Laura Moreira Braga, estudou no Conservatório Musical de sua cidade. Aos 9 anos apresentou-se pela primeira vez cantando, no programa infantil da Rádio Cachoeira. Já chamava a atenção imitando o cantor Bob Nelson. Aos 12 mudou-se com a família para Niterói, Rio de Janeiro.

        Em 1957, com a popularização do rock’n’roll americano, Roberto Carlos, junto com Tim Maia, Arlênio Lívio e Wellington Oliveira, formam a banda “The Sputniks”. No ano seguinte a banda estava desfeita e Roberto Carlos inicia sua carreira solo. Gravou alguns compactos no final da década de 1950. Junto com Erasmo Carlos, faz versões [de músicas] e inicia sua maior parceria musical. Em 1961, lança seu primeiro LP, Louco por você. Em 1963, com disco Parei na contramão, com as músicas Splish splash, O calhambeque e É proibido fumar, inicia sua carreira de grande sucesso. [...]

                                  Roberto Carlos: cantor e compositor brasileiro. E-biografias. Extraído de: www.e-biografias.net/roberto_carlos. Acesso em: 21 jan. 2013.

Texto 3

       

Fonte da imagem -https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRWwGsDbhECIUPEukEXI9OdxB8R17KUhC1tNIaBCvRnPi2un2MrmC4nj-PKUwsFBe4Y7hd52dRfIDwuEXf8KPErmWyc3l70MR44kG4ADX5Xih1y8E7u7Odg7UoPW0fnIzCrZWsoVuMMLgTRt9LJUGR3zYW3zB62PBZxFD__rBDD9dpJ8C11wxPFRo8/s1600/cora.jpg 

Cora Coralina

        Cora coralina, pseudônimo de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas (Vila Boa de Goiás, 20 de agosto de 1889 – Goiânia, 10 de abril de 1985) foi uma poetisa brasileira.

        Filha do desembargador Francisco de Paula Lins dos Guimarães Peixoto e de Jacinta Luísa do Couto Brandão, Ana foi criada às margens do Rio Vermelho.

        Apesar de ter cursado somente as primeiras quatro séries do Ensino Fundamental, começou a escrever os seus primeiros textos aos 14 anos de idade, publicando-os em jornais locais. É dessa época seu primeiro conto, Tragédia na roça.

        Em 1911 casou-se com um advogado paulista e se mudou para Jaboticabal, interior de São Paulo. Com a morte do marido, Cora teve de sustentar os filhos sozinha. Mudou-se para a cidade de São Paulo, onde viveu por um tempo, e depois voltou para o interior do estado, desta vez para Penápolis. Anos mais tarde, transferiu-se para Andradina, no Mato Grosso. Em 1956, retornou a Goiás.

        Ao completar 50 anos de idade [...], assumiu o pseudônimo de Cora Coralina e, aos 77 anos, publicou o primeiro livro, Poemas dos becos de Goiás e Estórias mais. Onze anos depois compôs Meu livro de cordel.

Fontes de pesquisa: Algo sobre: Cora Coralina. www.algosobre.com.br/biografias/cora-coralina.html#bio. Jornal de Poesia. Extraído de: www.jornaldepoesia.jor.br/cora.html3#bio. Acesso em: 21 jan. 2013.

       Fonte: Língua Portuguesa – Caminhar e transformar – Aos finais do ensino fundamental – 1ª edição – São Paulo – FTD, 2013. p. 41-4.

Entendendo as biografias:

01 – Nas biografias que você leu:

a)   Como os acontecimentos da vida dos biografados estão organizados?

     (   ) Do mais novo para o mais antigo.

     (   ) Do mais importante para o menos importante.

     (X) Do mais antigo para o mais recente, ou seja, em sequência temporal.

b)   Por quem os fatos são relatados?

(   ) Pela própria pessoa.

(X) Por outra pessoa.

02 – Com base em seus conhecimentos e na leitura dos textos, responda.

a)   Qual é a finalidade das biografias?

As biografias preservam informações culturais, garantem a autoria de obras e inventos, eternizam as ideias das pessoas e apresentam exemplos de vida.

b)   Que tipos de informações a biografias pode trazer?

Nome, local e data de nascimento, informações sobre a infância, a juventude, a fase adulta, as realizações, os principais trabalhos e contribuições da pessoa biografadas.

03 – Releia as biografias 1 e 2 e observe que, em cada uma delas, há uma ou mais expressões para se referir ao biografado em substituição ao nome.

a)   Que expressões são essas?

Biografia 1: Pérola Negra, rei do futebol, atleta do século.

Biografia 2: “Rei” da música romântica brasileira.

b)   Que palavra é comum aos dois biografados?

A palavra rei.

04 – Marque um X nas informações verdadeiras. A biografia:

(X) É um texto em geral comprometido com a veracidade das informações.

(   ) É um texto em geral comprometido com a fantasia.

(X) É dirigida aos leitores que têm curiosidade em conhecer a vida de uma determinada pessoa.

 

FÁBULA/CORDEL: A DESCOBERTA DO CAVALO - SEVERINO JOSÉ - COM GABARITO

 Fábula/cordel: A descoberta do cavalo

                             Severino José

Ao escolher um aliado
Esta fábula já explica
Podes ao inimigo vencer
Mas escravo és tu quem fica

Ao ver um rude javali
Bebendo, um certo cavalo
Fingindo-se muito zangado
Começou a provocá-lo
E como não tinha coragem
Pediu para o homem matá-lo.

Levando o homem nas costas
O cavalo criou coragem
Porque naquela situação
Agora levava vantagem
Acabou com o javali
Ali naquela ramagem.

Quando ao voltar para casa
Pediu ao seu aliado forte
Que descesse da garupa
Pois o javali teve a morte
O homem lhe respondeu
És meu meio de transporte.

                 JOSÉ, Severino. Fábula/Cordel – introdução e seleção de Luiz de Assis Monteiro. São Paulo: Hedra, 2001. Coleção Biblioteca de cordel. p. 99.

      Fonte: Língua Portuguesa – Caminhar e transformar – Aos finais do ensino fundamental – 1ª edição – São Paulo – FTD, 2013. p. 32-3.

Entendendo a fábula/cordel:

01 – O que fez o cavalo ganhar coragem de enfrentar o inimigo?

      O fato de estar com o homem.

02 – O que o cavalo esperava do homem por ter enfrentado o javali?

      Que o homem não o montasse.

03 – A história contada no cordel apresenta um ensinamento. Em que estrofe esse ensinamento é apresentado?

      Na primeira estrofe.

·        Que ensinamento é apresentado?

Escolher bem o aliado, para não se tornar escravo dele.

04 – Em que estrofes é contada a história que comprova o ensinamento?

      Na 2ª, 3ª e 4ª estrofes.

05 – Com base no poema, assinale as alternativas adequadas.

(   ) Os versos que rimam são o terceiro e o quinto.

(X) As estrofes, com exceção da primeira, são compostas de seis versos.

(X) O segundo, o quarto e o sexto verso rimam entre si.

(   ) Este poema também fala da arte do cordel.

 

 

MITO: ORIXANLÁ CRIA A TERRA - REGINALDO PRANDI - COM GABARITO

 Mito: Orixanlá cria a Terra.

    No começo, o mundo era todo pantanoso e cheio d’água, um lugar inóspito, sem nenhuma serventia.

        Acima dele havia o Céu, onde viviam Olorum e todos os orixás, que ás vezes desciam para brincar nos pântanos insalubres.

        Desciam por meio de teias de aranha penduradas no vazio. Ainda não havia terra firme, nem o homem existia.

        Um dia Olorum chamou à sua presença Orixanlá, o Grande Orixá. Disse-lhe que queria criar terra firme lá embaixo e pediu-lhe que realizasse tal tarefa.

        Para a missão, deu-lhe uma concha marinha com terra, uma pomba e uma galinha com pés de cinco dedos.

        Orixanlá desceu ao pântano e depositou a terra da concha. Sobre a terra pôs a pomba e a galinha e ambas começaram a ciscar. Foram assim espalhando a terra que viera na concha até que terra firme se formou por toda parte.

        Orixanlá voltou a Olorum e relatou-lhe o sucedido. Olorum enviou um camaleão para inspecionar a obra de Oxalá e ele não pôde andar sobre o solo que ainda não era firme. O camaleão voltou dizendo que a Terra era ampla, mas ainda não suficientemente seca.

        Numa segunda viagem o camaleão trouxe a notícia de que a terra era ampla e suficientemente sólida, podendo-se agora viver em sua superfície. O lugar mais tarde foi chamado de Ifé, que quer dizer ampla morada.

        Depois Olorum mandou Orixanlá de volta à terra para plantar árvores e dar alimentos e riquezas ao homem. E veio a chuva para regar as árvores.

        Foi assim que tudo começou. Foi ali, em Ifé, durante uma semana de quatro dias, que Orixanlá criou o mundo e tudo o que existe nele.  

Reginaldo Prandi. Mitologia dos Orixás. São Paulo: Companhia das Letras, 2001. p. 5502-3.

         Fonte: Língua Portuguesa – Caminhar e transformar – Aos finais do ensino fundamental – 1ª edição – São Paulo – FTD, 2013. p. 59-61.

Entendendo o mito:

01 – Quem são os personagens do mito Orixanlá cria a Terra?

      Os orixás – Olorum e Orixanlá – e o camaleão.

02 – O mito lido explica a criação da Terra.

a)   Quem criou a Terra, segundo o mito?

Os deuses Olorum e Orixanlá.

b)   Como a Terra foi criada?

Com a terra de uma concha, uma galinha e uma pomba. As aves ciscaram e espalharam a terra.

03 – Olorum enviou o camaleão à Terra duas vezes.

a)   Como estava a Terra na primeira visita do camaleão?

A Terra estava ampla, mas ainda não estava firme.

b)   Como ela estava na segunda visita?

A Terra continuava ampla, mas agora bem firme.

04 – Releia um trecho do mito e observe os substantivos sublinhados e as palavras antes deles.

        “[...] Olorum enviou um camaleão para inspecionar a obra de Oxalá e ele não pôde andar sobre o solo que ainda não era firme. O camaleão voltou dizendo que a Terra era ampla, mas ainda não suficientemente seca.” Que palavras aparecem antes dos substantivos sublinhados?

      Um, a, o.

MITO: O DIA EM QUE O ARCO-ÍRIS ESTANCOU A CHUVA - REGINALDO PRANDI - COM GABARITO

 Mito: O DIA EM QUE O ARCO-ÍRIS ESTANCOU A CHUVA

            Quando havia escravidão em nosso país, milhares de africanos que pertenciam aos povos iorubás foram caçados e trazidos ao Brasil para trabalhar como escravos.

        Assim como outros africanos aqui escravizados, os iorubás, que também são chamados nagôs, trouxeram seus costumes, suas tradições, seus deuses, os orixás. E, até hoje, muitas dessas tradições dos antigos nagôs estão vivas, tanto no Brasil como na própria África. Fazem parte delas as histórias de Ifá.

        Ifá, o Adivinho, aquele que conhece todas as histórias já acontecidas e as que ainda vão acontecer, conta que na antiga África negra, em tempos imemoriais, vivia a mais velha das mulheres, a mais antiga de todas.

        Ela era tão arcaica que até ajudou Oxalá a criar a humanidade, emprestando-lhe a lama do fundo do lago onde ela vive para que ele moldasse o primeiro ser humano.

        Apesar de velha, era mulher bela e formosa, era uma deusa, e Nanã era seu nome. Teve dois filhos, um muito bonito, o outro feio.
O filho feio é conhecido pelo nome de Omulu, o outro, o belo, nós o chamamos de Oxumarê.

        O príncipe Oxumarê usava roupas vistosas tingidas de todas as cores, que realçavam ainda mais sua beleza e o faziam invejado por todos. Aonde quer que fosse, era sempre admirado por sua formosura e pelo luxo de seus trajes. Esse gosto pelas roupas alegres herdara do pai, conhecido como o homem da capa multicolorida.

        Contam muitas histórias sobre Oxumarê e dizem que ele costuma aparecer ora na forma de uma cobra, ora como o próprio arco-íris enfeitando o céu.

        Pois bem, dizem que houve um tempo em que a Terra foi quase destruída pela Chuva. Chovia o tempo todo, o solo ficou todo encharcado, os rios pularam fora de seus leitos, de tanta água. As plantas e os animais morriam afogados, a umidade e o mofo se alastravam por todos os lugares, a doença e a morte prosperavam.

        A chuva é benfazeja, mas não pode durar para sempre, sabia muito bem Oxumarê. Então, o jovem filho de Nanã, que nunca tinha tido simpatia pela Chuva, apontou seu punhal de bronze para o alto
e com ele fez um grande corte em arco no céu, ferindo a Chuva e interrompendo sua ação.

        A Chuva parou de cair e alagar tudo aqui embaixo, e o Sol pôde brilhar de novo, refazendo a vida. Desde então, quando chove em demasia, Oxumarê risca o céu com seu punhal de bronze
para estancar as águas que caem das alturas. Quando isso acontece, todos podem ver o belo príncipe no céu vestido com suas roupas multicoloridas. Todos podem vê-lo na forma do arco-íris.
Na língua africana de Oxumarê, aliás, seu nome quer dizer exatamente isso: o Arco-Íris. Quando não está chovendo, 
Oxumarê vive na Terra.

        Muitos dizem que Oxumarê foi posto no firmamento
por sua própria mãe Nanã, a Sábia, para que, de lá do alto, todos pudessem admirar sua beleza.

        Dizem também que foi por causa de sua formosura que Oxumarê acabou transformado numa cobra. Tudo porque Xangô, o Trovão, rei da cidade de Oió, encantou-se com as cores do Arco-Íris.

        Para poder admirar Oxumarê quando bem quisesse, Xangô planejou aprisioná-lo para sempre.

        O rei Trovão chamou Oxumarê em seu palácio e, quando o jovem príncipe entrou na sala do trono, os soldados do rei fecharam todas as portas e janelas. O príncipe das cores não podia fugir de Xangô, estava encurralado, preso, impedido de subir ao firmamento.

        Oxumarê ficou desesperado. Quem estancaria a Chuva, se ele permanecesse preso? Quem salvaria a humanidade da fúria das águas? Quem impediria as enchentes, as enxurradas destruidoras, as avalanches de terra encharcada? Quem frearia a destruição das colheitas por excesso de água? Quem livraria o homem da fome, da morte?

        Oxumarê, o Arco-Íris, implorou a Olorum. Olorum, o Senhor Supremo, ouviu o prisioneiro e, com pena dele, transformou-o numa cobra. A cobra então deslizou pelo chão da sala do palácio e, com facilidade, escapou pela fresta sob a porta. Ficou livre para sempre.

        Por isso Oxumarê vive no firmamento e vive no solo. Vive no Céu e na Terra. Ele é ambíguo, é misterioso. Temos medo quando o vemos rastejar pelo chão feito um réptil asqueroso, e nos encantamos com suas cores luxuosas esparramadas em arco no horizonte. Ele é o príncipe-serpente, a cobra que rasga o céu. É o Senhor do Arco-Íris.

            Reginaldo Prandi. OXUMARÊ, O ARCO-IRIS. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2004. p. 9-11.

      Fonte: Língua Portuguesa – Caminhar e transformar – Aos finais do ensino fundamental – 1ª edição – São Paulo – FTD, 2013. p. 55-9.

Entendendo o mito:

01 – No início do texto menciona-se Ifá, o Advinho. Quem é Ifá e o que ele faz?

        Ifá é um contador de histórias e é ele que narra o mito de Oxumarê.

02 – Releia este trecho.

        “Ifá, o Adivinho, aquele que conhece todas as histórias já acontecidas e as que ainda vão acontecer, conta que na antiga África negra, em tempos imemoriais, vivia a mais velha das mulheres, a mais antiga de todas.

        Ela era tão arcaica que até ajudou Oxalá a criar a humanidade, emprestando-lhe a lama do fundo do lago onde ela vive para que ele moldasse o primeiro ser humano.”.

a)   Que informações são dadas nesse trecho sobre o tempo em que se passa a história?

Em tempos imemoriais.

b)   É possível determinar o tempo em que o mito acontece? Por quê?

Não. Porque são tempos imemoriais, muito antigos.

c)   Que informações demonstram o quanto a deusa Nanã era velha?

Era a mais antiga de todas as mulheres e ajudou Oxalá a criar a humanidade.

d)   Que outro deus é mencionado no trecho?

Oxalá, o criador da humanidade.

03 – Quais são as características de Oxumarê invejadas pelos outros?

      Ele é bonito e se veste com roupas ricas e coloridas.

04 – Sobre os personagens, assinale as alternativas corretas.

(X) Todos os personagens são deuses.

(   ) Oxumarê é humano e os outros são deuses.

(X) Existe um senhor supremo, Olorum.

(X) Nanã é a mulher mais velha de todas e também uma deusa.

05 – Sublinhe no mito o trecho que mostra os problemas que a chuva estava provocando.

      “[...] Chovia o tempo todo, o solo ficou todo encharcado, os rios pularam fora de seus leitos, de tanta água. As plantas e os animais morriam afogados, a umidade e o mofo se alastravam por todos os lugares, a doença e a morte prosperavam.”

06 – Como Oxumarê estancou a Chuva?

      Cortando o céu com seu punhal e transformando-se em arco-íris.

07 – Pode-se afirmar que Oxumarê foi um herói? Por quê?

      Sim, já que seu ato trouxe benefícios ao povo.

08 – O mito que você leu explica que fenômeno da natureza?

      O surgimento do arco-íris.

09 – Por que Xangô prendeu Oxumarê?

      Porque queria poder admirar sua beleza a qualquer tempo.

10 – Como Oxumarê se livrou da prisão?

      Ele foi transformado em cobra por Olorum e conseguiu escapar por uma fresta.

11 – Se Oxumarê continuasse prisioneiro, o que aconteceria?

      A chuva não pararia e provocaria inúmeras tragédias.