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quarta-feira, 18 de setembro de 2024

POEMA: CONVITE - JOSÉ PAULO PAES - COM GABARITO

 Poema: CONVITE

             José Paulo Paes

Poesia é brincar com palavras

como se brinca com bola, papagaio, pião.

 

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTnmCQJz_YyJjIXIhaCa-8IHXo6ZpqzERaqvFa_ASIYFhe4mk3ET0D5nYxlAfwNZFx9nlS8U-L7SaDXEvkplJAmMTZ-XMNujF-q8Md7Bhb4VDaRO5eMqk9PtUjeqzOyH5c84NRE_28WSEd76ded5m8wZSBgQQDQbzexB86E_FP0aEEZdvCwL30j0_NJks/s320/piao.jpg

Só que bola, papagaio, pião

de tanto brincar se gastam.

 

As palavras não:

quanto mais se brinca com elas

mais novas ficam.

 

Como a água do rio

que é água sempre nova.

 

Como cada dia

que é sempre um novo dia.

 

Vamos brincar de poesia?

José Paulo Paes. Poemas para brincar. São Paulo: Ática, 1990.

Fonte: Livro – Português: Linguagem, 6ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 2ª ed. – São Paulo: Atual Editora, 2002. p. 202.

Entendendo o poema:

01 – Qual a principal comparação que o poeta faz no início do poema?

      O poeta compara a poesia com brincadeiras como jogar bola, empinar papagaio e brincar de pião. Essa comparação serve para mostrar que a poesia é uma atividade lúdica e prazerosa, assim como essas brincadeiras da infância.

02 – O que acontece com os objetos de brincadeira e com as palavras quando usamos muito?

      Os objetos de brincadeira, como a bola, o papagaio e o pião, se desgastam com o uso. Já as palavras, ao contrário, se renovam e ganham novos significados quanto mais são utilizadas.

03 – Qual a metáfora utilizada para ilustrar a renovação das palavras?

      O poeta utiliza a metáfora da água do rio para ilustrar a renovação das palavras. Assim como a água do rio está sempre se movimentando e se renovando, as palavras também se transformam e adquirem novos significados ao longo do tempo.

04 – Qual o convite que o poeta faz ao leitor?

      O poeta convida o leitor a brincar de poesia, ou seja, a explorar a linguagem de forma criativa e divertida. Ele sugere que a poesia é uma atividade acessível a todos e que pode trazer muitos prazeres.

05 – Qual a principal mensagem do poema?

      A principal mensagem do poema é que a poesia é uma forma de expressão que nos permite brincar com as palavras, explorando seus diversos significados e sonoridades. Além disso, a poesia é uma atividade que nos renova e nos conecta com o mundo de uma forma mais profunda e significativa.

 

 

 

quinta-feira, 12 de setembro de 2024

POESIA: SEM BARRA - JOSÉ PAULO PAES - COM GABARITO

 Poesia: Sem Barra

            José Paulo Paes

 Enquanto a formiga

Carrega comida
Para o formigueiro,
A cigarra canta,
Canta o dia inteiro. 

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcWszlYM7pjw6DOMV89YJqIJFM1tuAexyd82c8X9uSLlqhVyMHU0J3rD1qRDB_U6FyO6WMLSSFYOG-S5gTdUZGHUBSYLumg-nZNcPmvQ8NuJQpr-mDHo3IlT5vlL8izkrwhPJTGPGqf3H6ewFHzA4JkwcypDv6MOiOwQPAYwqKXxz1cDcptEiz5gOKBnw/s1600/cigarra.jpg


A formiga é só trabalho.
A cigarra é só cantiga. 

Mas sem a cantiga
da cigarra
que distrai da fadiga,
seria uma barra
o trabalho da formiga.

José Paulo Paes. In: Henriqueta Lisboa et alii. Varal de poesia. São Paulo: Ática, 2003. p. 50.

Fonte: Livro – Português: Linguagens, 6º ano. William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. 7ª edição reformulada – São Paulo: ed. Saraiva, 2012. p. 23.

Entendendo a poesia:

01 – Qual é o contraste estabelecido entre a formiga e a cigarra no poema?

      No poema, a formiga é associada ao trabalho constante, enquanto a cigarra é ligada ao canto e à diversão. A formiga representa o esforço e a produção, enquanto a cigarra simboliza o lazer e o entretenimento.

02 – Qual é a função da cigarra no poema?

      A cigarra, com seu canto, desempenha o papel de aliviar a fadiga do trabalho da formiga. Sem o canto da cigarra, o trabalho da formiga seria muito mais pesado e difícil de suportar.

03 – O que o poema sugere sobre o equilíbrio entre trabalho e lazer?

      O poema sugere que tanto o trabalho (representado pela formiga) quanto o lazer (representado pela cigarra) são importantes e se complementam. O canto da cigarra ajuda a tornar o trabalho da formiga mais suportável, sugerindo que o lazer é necessário para equilibrar a vida.

04 – Qual é a crítica implícita ao modo de vida baseado apenas no trabalho?

      A crítica implícita no poema é que uma vida apenas de trabalho, sem momentos de descanso ou lazer, seria exaustiva e difícil. O poema valoriza o papel da cigarra, mostrando que a diversão e o descanso são essenciais para aliviar a pressão do trabalho.

05 – Como o título "Sem Barra" se relaciona com a mensagem do poema?

      A expressão "sem barra" pode ser interpretada como "sem dificuldades excessivas". O poema mostra que, sem o canto da cigarra (lazer), o trabalho da formiga seria uma "barra" (ou seja, algo muito difícil). Portanto, o título sugere que o equilíbrio entre trabalho e lazer é necessário para evitar que a vida se torne insuportável.

 

 

POEMA: INFÂNCIA - JOSÉ PAULO PAES - COM GABARITO

 Poema: Infância

             José Paulo Paes

Eu tenho oito anos e já sei ler e escrever.

Por isso ganhei de presente a história de Peter Pan.

As aventuras dele com o Capitão Gancho e o jacaré que

engoliu um relógio até que são engraçadas.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1WAOqBmDBKssBv-k1kvyAp9LohbzL64n1V3rT6G4YGhrBRZqt6gDAF738gCuaJ32CXclVbY1U04c8DhUoNRSVPXLooU12aHkm6eeP6slcp54LrteCsosdxWWsWLCe-BDvvYlLZWG67XnXyn0PEBssE4gLEg1Tt-VeEFQ3ZTT1SjSEweLvuRC31qaoh5A/s320/PETER.jpg


Mas achei uma bobagem aquela mania do Peter Pan

de querer ficar sempre menino.

Já imaginaram se todos quisessem ficar sempre pequenos

e nunca mais crescer?

Aí quem ia cuidar da gente? Fazer comida, passar pito,

mandar tomar banho, dizer que é hora de ir para cama?

Sarar a gente da dor de barriga e de dor de dente?

In: Henriqueta Lisboa et alii. Varal de poesia. 1. ed. São Paulo: Ática, 2003. p. 35.

Fonte: Livro – Português: Linguagens, 6º ano. William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. 7ª edição reformulada – São Paulo: ed. Saraiva, 2012. p. 56.

Entendendo o poema:

01 – Qual é a visão do eu lírico sobre a história de Peter Pan?

      O eu lírico acha as aventuras de Peter Pan engraçadas, mas considera uma bobagem o desejo do personagem de querer ficar sempre menino.

02 – O que o eu lírico já sabe fazer aos oito anos?

      Aos oito anos, o eu lírico já sabe ler e escrever.

03 – O que o eu lírico questiona em relação à ideia de nunca crescer?

      Ele questiona como seria se todos quisessem ficar sempre pequenos, refletindo sobre quem cuidaria deles, prepararia comida, e daria orientações, como mandar tomar banho ou ir para a cama.

04 – Como o eu lírico se sente em relação à necessidade de crescer?

      O eu lírico parece valorizar o crescimento, pois reconhece a importância de adultos que cuidam das crianças e fazem tarefas importantes.

05 – Quais exemplos de cuidados o eu lírico menciona que os adultos proporcionam?

      Ele menciona que os adultos fazem comida, mandam tomar banho, cuidam quando há dor de barriga ou dor de dente, e dão ordens, como mandar ir para a cama.

 

 

domingo, 7 de abril de 2024

POEMA: ELOGIO DA MEMÓRIA - JOSÉ PAULO PAES - COM GABARITO

 Poema: Elogio da memória

              José Paulo Paes 

O funil da ampulheta

apressa, retardando-a

a queda

da areia.

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGYGQqlxNLPn5WKsc5ULfpfgGfwXlEGEVu2hxXkOquqfsICneu32CrMvYIRVbsoFSSglV84g-Ubstlp9xDZem5f8LJwL9APWGufznCV97jg5cQm4t9bD8VgNy8B9nYwPJDjFgIF3JdjQIg8t6pPGSc0DcHDqr5Zbz9UNIcc19gkljZQNb3TECY0pGy9l4/s320/AMPULHETA.jpg


Nisso imita o jogo

manhoso

de certos momentos

que se vão embora

quando mais queríamos

que ficassem.

PAES, José Paulo. Socráticas: poemas. São Paulo: Companhia das Letras, 2011. p. 49.

Fonte: Língua Portuguesa. Se liga na língua – Literatura – Produção de texto – Linguagem. Wilton Ormundo / Cristiane Siniscalchi. 1 Ensino Médio. Ed. Moderna. 1ª edição. São Paulo, 2016. p. 17.

Entendendo o poema:

01 – Qual é a imagem utilizada pelo poeta para descrever o tempo no poema "Elogio da memória" de José Paulo Paes?

      O poeta utiliza a imagem do funil da ampulheta para descrever o tempo.

02 – Qual é a função do funil da ampulheta de acordo com o poeta?

      O funil da ampulheta apressa a queda da areia, mas ao mesmo tempo a retarda.

03 – Como o poeta compara o funil da ampulheta aos momentos da vida?

      O poeta compara o funil da ampulheta ao "jogo manhoso de certos momentos que se vão embora quando mais queríamos que ficassem".

04 – Qual é o sentimento expresso pelo poeta em relação aos momentos que se vão embora?

      O poeta expressa o desejo de que certos momentos permaneçam mais tempo ao invés de passarem rapidamente.

05 – O que a imagem do funil da ampulheta representa em termos de passagem do tempo?

      A imagem do funil da ampulheta representa a dualidade do tempo, que parece acelerar e ao mesmo tempo retardar o fluir dos momentos.

06 – Qual é a importância da memória neste poema?

      A memória é essencial no poema pois permite reter e valorizar os momentos que o tempo ameaça levar embora rapidamente.

07 – Como o poeta sugere lidar com a fugacidade dos momentos preciosos na vida?

      O poeta sugere que a memória desempenha um papel crucial ao reter e valorizar esses momentos, permitindo-nos apreciá-los mesmo após terem passado.

 

 

POEMA: O BIFE - JOSÉ PAULO PAES - COM GABARITO

 Poema: O bife 

              José Paulo Paes 

Onde é 

que está 

meu bife? 

Fugiu do açougue 

sumiu da cozinha 

no prato não acho 

quem sabe me diga: 

será que meu bife 

está noutra barriga? 

 

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHRs79EUXJSh_6m3Iei_YJss4wBllx2gwDmUylcFVDosHF5tthhh4QdMvaxjPycE1RhGTfiDvUvF_qex_HuFQakD0RKD4AHZT8GYgibIp5XN3yyJ5EwTLpbmMmB1xooXROddhLqhJxqdY6-KDx43jJ9s4y0FK8dL6LupFE8wYl0kepY-inoMumuj5R35g/s320/BIFE.jpg

Meu bife 

era 

a cavalo: 

um ovo estalado 

com batata frita. 

Porém me lembrei: 

sendo bife a cavalo 

fugiu no galope 

não vou mais achá-lo. 

José Paulo Paes. Lé com cré. São Paulo: Ática, 1993.

Fonte: Livro – Português: Linguagem, 6ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 2ª ed. – São Paulo: Atual Editora, 2002. p. 224.

Entendendo o poema:

01 – O que o autor está procurando no poema "O Bife" de José Paulo Paes?

      O autor está procurando por seu bife desaparecido.

02 – O que significa "bife a cavalo" no poema?

      "Bife a cavalo" significa um bife acompanhado de ovo estalado e batata frita.

03 – Por que o autor não consegue encontrar seu bife no prato?

      Porque o bife desapareceu da cozinha e do prato.

04 – O que o autor sugere ao questionar se seu bife está "noutra barriga"?

      O autor sugere a possibilidade de que outra pessoa possa ter comido seu bife.

05 – Qual é a sensação do autor ao perceber que seu bife "fugiu no galope"?

      O autor sente que perdeu seu bife de forma rápida e inesperada.

06 – Como o autor descreve o bife que ele perdeu?

      O autor descreve o bife como sendo servido a cavalo, ou seja, com ovo estalado e batata frita.

07 – Qual é o tom predominante do poema "O Bife" de José Paulo Paes?

      O tom predominante é humorístico e irônico, caracterizado pela frustração cômica do autor ao perder seu bife.

 

 

sábado, 2 de abril de 2022

POEMA: LISBOA - AVENTURAS - JOSÉ PAULO PAES - COM GABARITO

Poema: Lisboaaventuras  

          José Paulo Paes


Tomei um expresso                      Cheguei de foguete

Subi num bonde                            Desci de um elétrico

Pedi cafezinho                               Serviram-me uma bica

Quis comprar meias                      Só vendiam peúgas

Fui dar à descarga                        Disparei um autoclisma

Gritei "ó cara!"                               Responderam-me “ó pá!”

                                                      Positivamente

As aves que aqui gorjeiam não gorjeiam como lá

Os melhores poemas de José Paulo Paes. 5. ed. São Paulo: Global, 2003. p. 166.

Fonte: Gramática Reflexiva – 6° ano – Atual Editora – William & Thereza – 2ª edição reformulada – São Paulo. 2008. p. 54-5.

Entendendo o poema:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Expresso: trem que vai do ponto de origem ao seu destino sem fazer paradas ou parando muito pouco.

·        Gorjear: ação de cantar ou chilrear própria de aves canoras.

02 – O poema contrapõe algumas palavras e expressões utilizadas no Brasil e as formas correspondentes a elas em Portugal. Relacione as formas brasileiras e as formas lusitanas correspondentes.

      Expresso (trem) – foguete; Bonde – elétrico; Cafezinho – bica; Meias – peúgas; Descarga – autoclisma; “ó cara” – “ó pá”.

03 – O título do poema faz pensar em aventuras que alguém tenha vivido. Levante hipóteses: Em que consistiram essas aventuras? Onde elas ocorreram?

      Essas Aventuras aconteceram em Lisboa, Portugal. O tipo de aventura a que ele se refere pode estar relacionada às diferenças culturais e linguísticas entre ele e o povo de Lisboa.

04 – Na segunda coluna do poema, há uma palavra que introduz uma conclusão.

a)   Qual é essa palavra?

Positivamente.

b)   Que ideia essa palavra expressa: modo, afirmação, negação ou dúvida?

Ela dá a ideia de afirmação.

05 – No último verso, o poema de José Paulo Paes estabelece uma relação intertextual com o poema “Canção do exílio”, escrito em 1843 pelo poeta brasileiro Gonçalves Dias, quando ele se encontrava em Portugal, cursando a Universidade. Leia alguns versos desse poema: “Minha terra tem palmeiras, / Onde canta o Sabiá. / As aves, que aqui gorjeiam, / Não gorjeiam como lá”. Levando em conta a intertextualidade existente entre os dois textos:

a)   Explique o título do poema de José Paulo Paes.

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: O título pode sugerir as aventuras e descobertas do poeta na língua lusitana.

b)   Interprete os dois últimos versos desse poema.

A citação dos versos de Gonçalves Dias reforça a ideia de que há muitas diferenças entre Portugal e Brasil, inclusive no uso da língua portuguesa.


domingo, 27 de fevereiro de 2022

POEMA: MADRIGAL - JOSÉ PAULO PAES - COMPARAÇÃO/ZEUGMA - COM GABARITO

 Poema: Madrigal

               José Paulo Paes


Meu amor é simples, Dora,

Como a água e o pão.


Como o céu refletido

Nas pupilas de um cão.

José Paulo Paes. O melhor poeta da minha rua. São Paulo: Ática, 2008. p. 53.

Fonte: Gramática Reflexiva 8° ano – Atual Editora – William & Thereza – 3ª edição São Paulo 2012. p. 115.

Entendendo o poema:

01 – No poema, há duas comparações. Quais são elas?

      As comparações dizem respeito à simplicidade do amor, que é comparada à simplicidade do pão e da água e, depois, à simplicidade do céu refletido nas pupilas de um cão.

02 – Nas comparações, que expressão é omitida?

      A expressão é / são simples em “Como (são simples) a água e o pão” e “Como (é simples) o céu refletido”.

03 – Qual é o nome da figura de sintaxe correspondente à omissão verificada no poema?

      Zeugma; a expressão é / são simples, omitida no poema, é expressa no 1° verso.

04 – Releia o poema, inserindo nele as expressões subentendidas. Se o autor não empregasse essa figura de sintaxe, que consequência isso traria para o texto?

      O texto ficaria repetitivo e as imagens perderiam em expressividade poética.

 

domingo, 1 de agosto de 2021

POEMA: OS INCONFIDENTES(I) - JOSÉ PAULO PAES - COM GABARITO

 POEMA: Os inconfidentes (I)

    José Paulo Paes


Vila Rica, Vila Rica,

Cofre de muita riqueza:

Ouro de lei no cascalho,

Diamantes à flor do chão.

Num golpe só da bateia,

Nosso bem ou perdição.


Vila Rica, Vila Rica,

Ninho de muito vampiro:

O padre com pés de altar,

O bispo com sua espórtula,

O ouvidor com seu despacho

E o povo feito capacho.


Vila Rica, Vila Rica,

Teatro de muito som:

Cláudio no seu clavicórdio,

Alvarenga em sua flauta,

Gonzaga na sua lira.

Vozes doces, mesa lauta.


Vila Rica, Vila Rica,

Masmorra de muita porta:

Para negro fugitivo,

Para soldado rebelde,

Para poeta e poemas,

Nunca faltaram algemas.


Vila Rica, Vila Rica,

Forja de muito covarde:

Só o corpo mutilado

De um bravo e simples alferes

Te salva e te justifica

Vila Rica vil e rica.

(O melhor poeta da minha rua. São Paulo: Ática, 2008. p. 97-8.)

Fonte: Livro- Português: Linguagem, 2/ William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 11.ed – São Paulo: Saraiva, 2016.p.347.

 Fonte da imagem - https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Flpslucasps.itch.io%2Fos-inconfidentes&psig=AOvVaw2J86Z0iGiDqV0QPS8SwhwR&ust=1627948974812000&source=images&cd=vfe&ved=0CAsQjRxqFwoTCIikh92EkfICFQAAAAAdAAAAABAD

1.Glossário

alferes: antigo posto militar no Exército brasileiro, equivalente ao de segundo-tenente, hoje.

bateia: recipiente de madeira ou metal utilizado no garimpo.

clavicórdio: antigo instrumento musical formado por cordas e teclado.

espórtula: esmola.

inconfidentes: participantes da Inconfidência Mineira.

lauta: farta, abundante.

 

2. O verso “Vila Rica, Vila Rica” se repete no início de todas as estrofes do poema.

a) Quem é o interlocutor do eu lírico? Justifique sua resposta.

A cidade de Vila Rica (hoje Ouro Preto), conforme mostra o emprego do pronome te (2ª pessoa), no penúltimo verso da última estrofe.

b) Qual é a função sintática do termo “Vila Rica”, em cada estrofe?

Vocativo.

3. Observe as expressões que constituem o 2º verso de cada estrofe, empregadas em referência a Vila Rica.

a) Quais são essas expressões?

“Cofre de muita riqueza”; “Ninho de muito vampiro”; “Teatro de muito som”; “Masmorra de muita porta”; “Forja de muito covarde”.

 

b) Que papel semântico elas têm?

O de acrescentar sentidos à cidade de Vila Rica.

c) Que função sintática elas desempenham?

Aposto.

4. O último verso, “Vila Rica vil e rica”, resume o poema inteiro.

a) Quais estrofes do poema se referem à vileza dos habitantes da cidade?

2ª, 4ª e 5ª.

b) Quais descrevem a “riqueza” da cidade?

1ª e 3ª.

c) Que fato histórico o poema procura descrever nessas cinco estrofes?

O episódio da Inconfidência Mineira, ocorrido em, Vila Rica, hoje Ouro Preto.

d) Troque ideias com os colegas: Qual é a função sintática de “Vila Rica vil e rica”?

Professor: Abra a discussão com a classe, pois há duas possibilidades de resposta. Em princípio, pode ser um vocativo, a mesma função que “Vila Rica, Vila Rica” vinha exercendo nos versos anteriores; nesse caso, o termo vil e rica seria constituído por adjuntos adnominais de Vila Rica. Contudo, considerando-se o verbo ser subentendido, Vila Rica seria sujeito, e vil e rica seria predicativo do sujeito: “Vila Rica, (és) vil e rica”.

 

 

 

terça-feira, 30 de março de 2021

BIOGRAFIA: JOSÉ PAULO PAES - COM GABARITO

 BIOGRAFIA(FRAGMENTO): JOSÉ PAULO PAES


  Poeta, ensaísta, jornalista e tradutor, José Paulo Paes nasceu em 22 de julho de 1926 em Taquaritinga, SP. Transferiu-se para Curitiba em 1944, onde conviveu com vários intelectuais da época, dentre eles o poeta Glauco Flores de Brito e Dalton Trevisan. Iniciou sua carreira literária com o livro O aluno.

    Retornou a São Paulo em 1949, e após trabalhar em uma indústria farmacêutica, iniciou sua carreira como editor na Editora Cultrix, onde permaneceu por mais de vinte anos. Autodidata no aprendizado das línguas inglesa, francesa, italiana, alemã, espanhola, dinamarquesa e grega, dedicou-se à tradução de vários autores de literatura fantástica, poesia erótica e poetas gregos modernos.

        No início de sua carreira como editor, aproximou-se de Cassiano Ricardo e do grupo da poesia concreta, chegando a colaborar na Revista Invenção e partilhar de algumas ideias sob a óptica do humor e do laconismo da economia verbal, recursos que usou para tornar mais acurada a ponta satírica de sua poesia.

        A partir de 1984, José Paulo Paes passa a escrever também poemas lúdicos para o público infanto-juvenil, trabalhando com conceitos em dicionários. Para ele "a palavra é o brinquedo que não gasta, pois quanto mais se brinca com elas mais novas ficam".

        José Paulo Paes faleceu em 9 de outubro de 1998 aos 72 anos. 

Fonte:https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/cultura/bibliotecas/bibliotecas_bairro/bibliotecas_a_l/josepaulopaes/index.php?p=159

Fonte: Livro – Tecendo Linguagens – Língua Portuguesa – 6º ano – Ensino Fundamental – IBEP 5ª edição- 2018. p. 33-4.

Entendendo a biografia:

01 – O texto lido apresenta linguagem visual e verbal. Explique por quê?

      O texto apresenta uma foto do biografado e imagens das capas de algumas de suas obras (linguagem visual) e é composto por palavras (linguagem verbal).

02 – Qual é a função da foto que acompanha a biografia?

      Ilustrar o texto, mostrando para o leitor a imagem da pessoa retratada.

03 – As informações sobre o poeta são dadas por meio de alguns temas. Identifique cinco desses temas.

      Os temas revelam o nome completo, o nascimento, o trabalho como editor e poeta, a relação do poeta com as palavras, o falecimento e o nome de algumas de suas obras.

04 – A quem textos como esse normalmente se dirige?

      Aos leitores que apreciam a obra do poeta, pesquisadores de literatura, estudante, entre outros.

05 – Na biografia, afirma-se que para José Paulo Paes:

        [...] "a palavra é o brinquedo que não gasta, pois quanto mais se brinca com elas mais novas ficam". Como você entende essa forma de o poeta definir a palavra?

      Resposta pessoal do aluno.

06 – Qual tema você acrescentaria a essa biografia?

      Resposta pessoal do aluno.

       

 

domingo, 24 de janeiro de 2021

RELATO/POEMA: O SONHO - JOSÉ PAULO PAES - COM GABARITO

 Relato/poema: O sonho

                    José Paulo Paes

        Alguns anos atrás tive um sonho estranho com a casa de Taquaritinga onde vivi até os 11 anos. Sonhei que era um menino voador que fora pousar, feito passarinho, no teto da velha casa, para de lá ficar espiando o que se passava dentro dela. Escrevi então um poema a que dei o título de “A casa”.

Vendam logo esta casa, ela está cheia de fantasmas.

Na livraria, há um avô que faz cartões de boas-festas com corações de purpurina.

Na tipografia, um tio que imprime avisos fúnebres e programas de circo.

Na sala de visitas, um pai que lê romances policiais até o fim dos tempos.

No quarto, uma mãe que está sempre parindo a última filha.

Na sala de jantar, uma tia que lustra cuidadosamente o seu próprio caixão.

Na copa, uma prima que passa a ferro todas as mortalhas da família.

Na cozinha, uma avó que conta noite e dia histórias do outro mundo.

No quintal, um preto velho que morreu na Guerra do Paraguai rachando lenha.

E no telhado um menino medroso que espia todos eles; só que está vivo: trouxe-o até ali o pássaro dos sonhos.

Deixem o menino dormir, mas vendam a casa, vendam-na depressa.

Antes que ele acorde e se descubra também morto.

        O sonho só me deu a base e a atmosfera fantasmagórica do poema; para o resto, recorri às lembranças que tinha dos meus familiares, quase todos mortos àquela altura. A velha casa de Taquaritinga estava, abandonada havia anos, arruinando-se.

     Quem, eu? – Um poema como outro qualquer. São Paulo, Atual, 1996.

Fonte: Livro – Ler, entender, criar – Português – 6ª Série – Ed. Ática, 2007 – p. 115-6.

Fonte da imagem- https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fwww.lpm-blog.com.br%2F%3Fp%3D7411&psig=AOvVaw0tWCGdMA-L-6dGqf5fw1oO&ust=1611609935150000&source=images&cd=vfe&ved=0CAIQjRxqFwoTCJCXiIXBte4CFQAAAAAdAAAAABAO

Entendendo o relato/poema:

01 – O texto “O sonho” faz parte da autobiografia de José Paulo Paes de onde foi tirado também o texto “A casa”. Quando o autor teve o sonho descrito e quando escreveu o poema: na infância ou na idade adulta?

      Na idade adulta.

02 – Quem são os fantasmas da casa e o menino que os espia mencionados no poema?

      Os fantasmas são os familiares do autor, já mortos, e o menino é o próprio poeta, quando criança.

03 – Quais das personagens mencionadas no poema já haviam aparecido em “A casa”?

      O avô, o pai, a tia, a avó, o menino (o próprio poeta).

04 – No poema, as personagens aparecem caracterizadas da mesma forma como o foram no trecho escrito em prosa? Aponte semelhanças e/ou diferenças.

      Não. A caracterização no texto em prosa é mais detalhada e desenvolvida. No poema, é sintética e simbólica, havendo uma redução: cada personagem aparece no lugar da casa ao qual o poeta a associava, realizando apenas uma ação, a que ficou na memória do poeta (a mãe, no quarto, parindo; o pai, na sala de visitas, lendo, etc.).

05 – Leia:

        Vendam logo esta casa, ela está cheia de fantasmas”.

        Deixem o menino dormir, mas vendam a casa, vendam-na depressa”.

a)   Em que tempo estão os verbos destacados? O que eles exprimem?

No imperativo afirmativo. Exprimem ordem ou pedido.

b)   Identifique no texto os advérbios e as locuções adverbiais que manifestam a urgência do menino em que a casa seja vendida.

Logo, depressa, antes que.

06 – Exceto o primeiro e os dois últimos versos, os outros escrevem ações dos familiares mortos e do menino. Identifique e copie no caderno os verbos empregados nesses versos. Em que tempo eles estão?

      Há, faz, imprime, lê, lustra, passa, conta, espia, está: presente do indicativo; morreu: pretérito perfeito; está parindo e (está) rachando: locuções verbais com o verbo auxiliar estar no presente e o verbo principal no gerúndio.

07 – Vimos que no texto “A casa” o tempo verbal predominante era o pretérito. No poema, o autor emprega principalmente o presente. Por quê?

      Na autobiografia ele narrava fatos antigos, de sua infância. No poema, descreve as cenas como se as estivesse visualizando no momento em que escreve.

08 – Reúna-se com um colega e escrevam no caderno um parágrafo explicando como vocês interpretam os sentimentos do poeta nos versos seguintes:

        “Deixem o menino dormir, mas vendam a casa, vendam-se depressa.

         Antes que ele acorde e se descubra também morto”.

      Resposta pessoal do aluno.