segunda-feira, 30 de abril de 2018

MÚSICA(ATIVIDADES): LINDO BALÃO AZUL - CARINHA DE ANJO - COM ATIVIDADES GRAMATICAIS GABARITADAS

Música(Atividades): Lindo Balão Azul

                                       Carinha de Anjo
Eu vivo sempre no mundo da Lua

Porque sou um cientista
O meu papo é futurista
É lunático

Eu vivo sempre no mundo da Lua

Tenho alma de artista
Sou um gênio
Sonhador e romântico

Eu vivo sempre no mundo da Lua

Porque sou aventureiro
Desde o meu primeiro passo
Ao infinito

Eu vivo sempre no mundo da Lua

Porque sou inteligente
Se você quer vir com a gente
Venha que será um barato

Pegar carona
Nessa cauda de cometa
Ver a Via Láctea
Estrada tão bonita

Brincar de esconde-esconde
Numa nebulosa
Voltar pra casa nosso lindo balão azul

Pegar carona
Nessa cauda de cometa
Ver a Via Láctea
Estrada tão bonita

Brincar de esconde-esconde
Numa nebulosa
Voltar pra casa o nosso lindo balão azul

Pegar carona
Nessa cauda de cometa
Ver a Via Láctea
Estrada tão bonita

Brincar de esconde-esconde
Numa nebulosa
Voltar pra casa o nosso lindo balão azul

Pegar carona
Nessa cauda de cometa
Ver a Via Láctea
Estrada tão bonita

Brincar de esconde-esconde
Numa nebulosa
Voltar pra casa o nosso lindo balão azul

Nosso lindo Balão Azul

Lindo

Nosso lindo balão azul

Lindo, balão
Balão azul

Nosso lindo balão azul

Lindo, balão
Balão azul

Nosso lindo balão azul
Oh, oh, oh
Nosso lindo balão azul

Lindo, balão
Balão azul

Nosso lindo balão azul.

Entendendo a canção:

01 – Separe as sílabas das palavras e classifique os encontros consonantais em ditongo ou hiato.
a.   Sou = sou - ditongo
b.   Gênio = gê-nio - ditongo
c.   Aventureiro = a-ven-tu-rei-ro - ditongo  
d.   Primeiro = pri-mei-ro - ditongo
e.   Cauda = cau-da - ditongo
f.     Láctea = lác-te-a – hiato
g.   Via = via - ditongo
h.   Tão = tão - ditongo
i.     Balão = ba-lão – ditongo.

02 – Grife os verbos na estrofe a seguir e indique se eles estão no presente, no passado ou no futuro.
        Eu vivo sempre no mundo da Lua
        Porque sou um cientista
        O meu papo é futurista
        É lunático.
      Todos estão no presente.

03 – “... Eu vivo sempre no mundo da Lua...” a palavra destacada no verso é:
a. (X) um pronome
b. ( ) um verbo
c. ( ) um adjetivo
d. ( ) um substantivo.

04 – Na estrofe a seguir grife quatro substantivos e circule os adjetivos.
        Tenho alma de artista /Sou um gênio
        Sonhador e romântico
        Eu vivo sempre no mundo da Lua
        Porque sou aventureiro
        Desde o meu primeiro passo
        Ao infinito

05 – Analise a estrofe a seguir e grife os verbos que estão no infinitivo:
        Porque sou inteligente
        Se você quer vir com a gente
        Venha que será um barato
        Pegar carona
        Nessa cauda de cometa
        Ver a Via Láctea
        Estrada tão bonita
        Brincar de esconde-esconde
        Numa nebulosa
        Voltar pra casa nosso lindo balão azul.

06 – Separe as sílabas das palavras a seguir e classifique-as em monossílaba, dissílaba, trissílaba ou polissílaba.
a. Venha = ve-nha - dissílaba
b. Barato = ba-ra-to - trissílaba
c. Bonita = bo-ni-ta - trissílaba
d. Esconde = es-con-de - trissílaba
e. Nebulosa = ne-bu-lo-sa - polissílaba
f. Nosso = nos-so - dissílaba
g. Lindo = lin-do - dissílaba
h. Estrada = es-tra-da - trissílaba
i. Casa = ca-as - dissílaba
j. Numa = nu-ma - dissílaba
k. Inteligente = in-te-li-gen-te - polissílaba
l. Que = que - monossílaba
m. Sou = sou - monossílaba

07 – Explique porque a personagem da música vive no mundo da lua?
      Porque ele é um cientista e estuda o universo.

08 – Quais são as qualidades da personagem da história da música?
      Ele é cientista, futurista, lunático, artista, gênio, romântico, aventureiro e inteligente.

09 – As palavras que você escreveu no exercício anterior são chamadas de:
a. (X) adjetivos.
b. ( ) substantivos.
c. ( ) pronomes
d. ( ) verbos

10 – Você conhece essa música? Você gosta desse estilo? Comente o que você entendeu com a leitura da música? Qual é a mensagem que ela transmite?
      Resposta pessoal. A música traz uma mensagem positiva e, convida as pessoas a viver a vida, brincar e se divertir.



CONTO: ZORRO - ADRIANA DE OLIVEIRA SILVA - COM GABARITO

Conto: Zorro

Dom Diego de la Vega levava uma vida tranquila na próspera fazenda de seu pai, Dom Alejandro de la Vega.
Seu empregado, Bernardo, testemunhou uma injustiça. Como era mudo, narrou o caso com grandes gestos.
Num segundo, Dom Diego se transformou em Zorro, o justiceiro mascarado. E partiu a galope, cortando a noite com seu cavalo negro.
Na cidade, Zorro desafiou o cruel sargento Garcia a um duelo. Ágil como um acrobata, Zorro saltou com sua espada e perseguiu o sargento. Mas os soldados do sargento chegaram, e Zorro precisou fugir. Então, deixou sua marca sobre o peito do malvado: um “Z” de Zorro.
O governador da província colocou a cabeça de Zorro a prêmio. Mas, ele era o defensor dos fracos e oprimidos, e ninguém quis denunciá-lo.
E Zorro continuou seus combates em segredo.

Minha 1ª Biblioteca Larousse Heróis. Tradução: Adriana de Oliveira Silva. São Paulo: Larousse do Brasil, 2007, p. 52 - 53.
Entendendo o conto:
01 – Identifique o conflito em torno do qual se desenvolveu o conto:
      O empregado de Zorro, Bernardo, presenciou uma injustiça.

02 Marque a alternativa em que se percebe o clímax do conto:
a) “Num segundo, Dom Diego se transformou em Zorro, o justiceiro mascarado.”.
b) “Na cidade, Zorro desafiou o cruel sargento Garcia a um duelo.”.
c) “Mas os soldados do sargento chegaram, e Zorro precisou fugir.”.
d) “O governador da província colocou a cabeça de Zorro a prêmio.”.

03 Assinale a passagem em que se nota a utilização da comparação:
a) “[...] Dom Diego se transformou em Zorro, o justiceiro mascarado.”.
b) “E partiu a galope, cortando a noite com seu cavalo negro.”.
c) “Ágil como um acrobata, Zorro saltou com sua espada e perseguiu o sargento.”.
d) “Mas, ele era o defensor dos fracos e oprimidos, e ninguém quis denunciá-lo.”.

04 Em: “[...] e ninguém quis denunciá-lo.”, a forma pronominal destacada substitui:
a) Bernardo
b) Zorro
c) sargento Garcia
d) governador da província.

05 Há o predomínio no gênero “conto” de sequências:
a) narrativas
b) descritivas
c) expositivas
d) argumentativas  

06 –Como era mudo, narrou o caso com grandes gestos.”.
a) adversidade
b) causa
c) justificativa
d) consequência

07 Mas os soldados do sargento chegaram, e Zorro precisou fugir.”.
a) adição
b) conclusão
c) prioridade
d) adversidade

08 “Zorro saltou com sua espada e perseguiu o sargento.”.
a) conformidade
b) continuidade
c) finalidade
d) explicação.

09 “O governador da província colocou a cabeça de Zorro a prêmio.”. Justifique a ausência do acento indicador de crase diante da palavra “prêmio”:
      Não se utiliza o acento indicativo de crase diante de palavra masculina.


RELATO DE MEMÓRIA: EM ALGUM LUGAR DO PASSADO(QUE SAUDADE DA PROFESSORINHA)- PAULO FREIRE - COM GABARITO


RELATO: EM ALGUM LUGAR DO PASSADO

          Um olhar, um carinho, uma palavra amiga... Às vezes, pequenos gestos podem marcar vidas, provocar descobertas, selar destinos. Em algum lugar do passado, está um pouco de nós, está aquilo que deu origem ao ser que somos hoje. Que pessoas teriam iluminado nossos caminhos? Que palavras nos teriam despertado e desafiado para a viagem que se iniciava?

        QUE SAUDADE DA PROFESSORINHA

         A primeira presença em meu aprendizado escolar que me causou impacto, e causa até hoje, foi uma jovem professorinha. É claro que eu uso esse termo, professorinha, com muito afeto. Chamava-se Eunice Vasconcelos, e foi com ela que eu aprendi a fazer o que ela chamava de “sentenças”.
         Eu já sabia ler e escrever quando cheguei à escolinha particular de Eunice, aos 6 anos. Era, portanto, a década de 20. Eu havia sido alfabetizado em casa, por minha mãe e meu pai, durante uma infância marcada por dificuldades financeiras, mas também por muita harmonia familiar. Minha alfabetização não me foi nada enfadonha, porque partiu de palavras e frases ligadas à minha experiência, escritas com gravetos no chão de terra do quintal.
         Não houve ruptura alguma entre o novo mundo que era a escolinha de Eunice e o mundo das minhas primeiras experiências – o de minha velha casa do Recife, onde nasci, com suas salas, seu terraço, seu quintal cheio de árvores frondosas. A minha alegria de viver, que me marca até hoje, se transferia de casa para a escola, ainda que cada uma tivesse suas características especiais. Isso porque a escola de Eunice não me amedrontava, não tolhia minha curiosidade.
         Quando Eunice me ensinou era uma meninota, uma jovenzinha de seus 16, 17 anos. Sem que eu ainda percebesse, ela me fez o primeiro chamamento com relação a uma indiscutível amorosidade que eu tenho até hoje, e desde há muito tempo, pelos problemas da linguagem e particularmente os da linguagem brasileira, a chamada língua portuguesa no Brasil. Ela com certeza não me disse, mas é como se tivesse dito a mim, ainda criança pequena: “Paulo, repara bem como é bonita a maneira que a gente tem de falar! ...” É como se ela me tivesse chamado.
         Eu me entregava com prazer à tarefa de “Formar sentenças”. Era assim que ela costumava dizer. Eunice me pedia que colocasse numa folha de papel tantas palavras quantas eu conhecesse. Eu ia dando forma às sentenças com essas palavras que eu escolhia e escrevia.
         Fui criando naturalmente uma intimidade e um gosto com as ocorrências da língua – os verbos, seus modos, seus tempos... A professorinha só intervinha quando eu me via em dificuldade, mas nunca teve a preocupação de me fazer decorar regras gramaticais.
         Mais tarde ficamos amigos. Mantive um contato próximo com ela, sua família, sua irmã Débora, até o golpe de 1964. Eu fui para o exílio e, de lá, me correspondia com Eunice. Tenho impressão de que durante dois anos ou três mandei cartas para ela. Eunice ficava muito contente.
        Não se casou talvez isso tenha alguma relação com a abnegação, a amorosidade que a gente tem pela docência. E talvez ela tenha agido um pouco como eu: ao fazer a docência o meio da minha vida, eu termino transformando a docência no fim da minha vida.
        Eunice foi professora do Estado, se aposentou, levou uma vida bem normal. Depois morreu, em 1977, eu ainda no exílio. Hoje, a presença dela são saudades, são lembranças vivas. Me faz até lembrar daquela música antiga, do Ataulfo Alves: “Ai, que saudade da professorinha, que me ensinou o bê-á-bá”.

                                                              Paulo Freire. Nova Escola, n° 81.

 Entendendo o texto:
01 – No texto lido, o autor, Paulo Freire, relata um episódio marcante de sua vida. Qual foi esse episódio?
       O momento em que foi para a escola e teve contato com sua professora.

02 – Um momento difícil para muitas crianças é a passagem da casa para a escola.
     a) Como foi esse momento para o menino Paulo Freire?
      Foi tranquilo sem ruptura; a escola era uma espécie de continuidade da asa.

     b)  Por que esse processo aconteceu desse modo?
      Porque a escola não tolhia a curiosidade dele. Além disso, o fato de ele já saber ler pode ter ajudado a tornar esse processo natural.

03 – Quando Paulo Freire entrou na escola, com 6 anos, já sabia ler e escrever. Apesar disso, nunca esqueceu as lições que teve com sua primeira professora.
     a) O que ele aprendeu com ela? Como era feito esse trabalho?
      Aprendeu a formar sentenças. Ele escrevia no papel as palavras que conhecia e depois, com elas, formava sentenças.

     b) Que curiosidade a professora despertou no menino?
      Despertou a curiosidade sobre a língua portuguesa.

     c) Como ela agia em relação a conteúdos gramaticais?
      Ela não ensinava regras; interferia apenas quando o menino precisava de auxílio.

04 – A professora Eunice não se casou. Para Paulo Freire, isso provavelmente se deveu à dedicação ao magistério. Ele diz: “E talvez ela tenha agido um pouco como eu: ao fazer a docência o meio da minha vida, eu termino transformando a docência no fim da minha vida”.
     a) O que significa, no contexto, a docência como meio de vida?
      Dar aulas para viver; ter um emprego, um salário, etc.

     b)  E como fim?
      A finalidade, o motivo principal de viver.

05 – Ao relatarmos fatos do passado, é natural que aflorem alguns sentimentos. Que sentimentos afloram no relato de Paulo Freire? Comprove sua resposta com um trecho do texto.
       Saudades, conforme o trecho “a presença dela são saudades”.

06 – Paulo Freire ficou conhecido internacionalmente pelo método de alfabetização que inventou. Diferentemente de criadores de outros métodos, que às vezes tratam de assuntos que nada têm a ver com o educando, Paulo Freire propõe, em um de seus livros: Essa proposta de alfabetização está relacionada com as primeiras experiências de Paulo Freire no mundo da leitura e da escrita? Justifique sua resposta.
       Sim, pois as sentenças que escrevia eram criadas por ele, a partir das palavras que ele próprio registrava no papel. Professor: comente com os alunos que, ao alfabetizar adultos, Paulo Freire propunha que as palavras e frases usadas na alfabetização nascessem da própria experiência deles. Assim, palavras como tijolo, construção, lavoura, milho, entre outras, eram as ferramentas de trabalho dos professores.

REPORTAGEM: GERAÇÃO TIPO ASSIM - JORNAL DO BRASIL - COM GABARITO

REPORTAGEM: GERAÇÃO TIPO ASSIM
    

  Imagens comparativas e novas gírias reacendem a discussão sobre a erosão da linguagem entre os jovens.
     Ao adolescente dos anos 90 que não consegue entender o que se conversa numa roda de contemporâneos, resta o consolo de não pertencer aos grupos acusados de promoverem a chamada erosão da linguagem. Para esses grupos, segundo estudiosos como o poeta, tradutor e ensaísta José Paulo Paes, tem sido cada vez mais cômodo seguir o caminho das imagens comparativas, evitando expor o próprio potencial intelectual ao risco de um raciocínio elaborado. Não é à toa que um dos recursos mais usados hoje para facilitar a explicação de uma ideia é o “tipo assim” (“Ele é um cara tipo assim ...”). [...]
         Enquanto a discussão volta a mobilizar estudiosos, novas gírias são criadas e absorvidas numa velocidade impressionante. [...] “A conversa de adolescentes é feita de diálogos exclamativos e sem fluência, próprios de quem apenas reafirma um comportamento de grupo”, alerta Paes. O poeta reconhece, no entanto, que “existem gírias muito saborosas”. Mas restringe: “Gíria é coisa de moda. Muitas vezes você substitui uma boa intensão verbal de gírias anteriores sem que haja ganhos expressivos.”
         Em outra vertente, o escritor Affonso Romano de Sant´Anna acha normal que cada grupo social crie sua própria linguagem. “E os jovens que passaram a existir socialmente a partir dos anos 60, coma emergência do poder juvenil, também tem a sua linguagem”, diz. “Esse é um fato que não recrimino nem reprovo, mas sua constatação é inevitável.” O escritor vê a leitura como única solução para as divergências entre as linguagem usadas por jovens e adultos. “É lendo que você aumenta seu vocabulário”, sugere.
         Affonso Romano observa que hoje os jovens não são a única tribo a usar uma linguagem própria, de difícil entendimento por quem está de fora: “O mesmo acontece, por exemplo, com o pessoal que mexe com computador. Sua linguagem é restrita, falava em códigos.” [...]
         Os adolescentes não veem problema no uso de gírias e expressões recém-criadas, e julgam seu vocabulário “inofensivo”. “As gírias são um meio muito legal de se comunicar e simplificar as coisas. Além disso, é irado falar de um jeito que os professores e o pessoal lá de casa não entendam”, diz Thiago, 16 anos.
         “A moda não muda? A de coração não muda? Qual é o problema de atualizar também o vocabulário?”, questiona Tatiana, 17 anos. Sua colega Maíra, 16 anos, tenta explicar o uso frequente de expressões, como o tipo assim: “Você quer falar alguma coisa e descobre uma expressão que consegue resumir seu pensamento. O tipo assim é o espaço que a gente usa para pensar e articular as palavras. É impossível contar uma história sem usar pelo menos um aí”.
         “As gírias mudam e não vão deixar de existir. A gente não fala mais é uma brasa, mora? Que era moda nos anos 70. No lugar disso, falamos outras coisas”, justifica o estudante Marcos, 17 anos. “O mais legal disso tudo é que ampliamos o nosso vocabulário”, opina Thiago, afirmando em seguida: “Eu também sei falar formalmente, mas não gosto. Não me dirijo ao padre do colégio com um, aí velhinho. Estou apto a usar a linguagem formal, quando necessário.”
         A babel de gírias também afeta os diferentes grupos da mesma geração. “Tenho amigos que convivem com o pessoal que frequenta bailes funk. Eles usam gírias próprias e eu não entendo nada”, conta Tatiana. “Não vejo problema nenhum no fato das tribos não se entenderem. A gente traduz e aprende cada vez mais”, assegura Gabriel, 17 anos.

                                                      Jornal do Brasil, Caderno B, 5 maio 199, p. 7.

       (O sobrenome dos adolescentes citados e o nome do colégio em que estudam foram omitidos.)

Entendendo o texto:
01 – Identifique a data em que a reportagem foi publicada, observe as palavras com que ela começa e responda:
     a)   A reportagem se refere a adolescentes de que época?
      Dos anos 90 do século XX.

     b)  Quanto tempo separa os adolescentes de que época?
      A resposta depende da época em que a questão estiver sendo respondida; provavelmente, de 10 a 15 anos.

     c)   Os adolescentes atuais também tem um modo próprio de usar a língua, como os adolescentes da reportagem? Tem opiniões semelhantes às dos adolescentes citados na reportagem?
      Resposta pessoal; o mais provável é que a resposta seja sim, já que adolescentes de qualquer época usam gírias e defendem esse uso.

02 – Releia a primeira frase da reportagem: ela se refere a um adolescente par quem resta um consolo.
     a)  Se resta um consolo, significa que esse adolescente tem um problema de que precisa ser consolado; qual é o problema?
      Não consegue entender a conversa de outros adolescentes como ele.

     b) Que consolo resta ao adolescente? Por que isso é um consolo?
      O consolo de não pertencer aos grupos acusados de promoverem a erosão da linguagem. É um consolo porque esses grupos são criticados, censurados, depreciados.

03 – As opiniões de José Paulo Paes citadas na reportagem coincidem com as que ele dá na entrevista reproduzida reproduzida nas páginas 169-170? Comprove sua resposta comparando palavras do escritor na reportagem e na entrevista.
       O objetivo é que o aluno identifique os mesmos pensamentos expressos de formas diferente.

04 – Observe a expressão que introduz o terceiro parágrafo:
       “Em outra vertente...”
     a)  Que relação essa expressão estabelece entre o que se vai dizer em seguida e o que se disse antes?
      Relação de oposição, de contraste, de divergência.

     b) Cite outras expressões que poderiam ser usadas para introduzir o terceiro parágrafo.
      Resposta pessoal; exemplos: Ao contrário, ...Em oposição, ...Assumindo outra posição, ...Diferentemente,

05 – Confronte as palavras de Affonso Romano de Sant´Anna com as de José Paulo Paes:
     a)  Os dois escritores tem opiniões diferentes em relação à linguagem dos jovens: qual é a diferença?
      José Paulo Paes recrimina, censura a linguagem dos jovens; Affonso Romano acha normal que os jovens tenham sua própria linguagem.

     b)    Com qual dos dois escritores você concorda? Ou não concorda com nenhum dos dois? Justifique sua resposta.
      Resposta pessoal.



ARTIGO DE OPINIÃO: O PARADOXO DA MISÉRIA - RICARDO MENDONÇA - REVISTA VEJA - COM GABARITO

ARTIGO DE OPINIÃO: O PARADOXO DA MISÉRIA
                                               Ricardo Mendonça

     O Brasil é o mais rico entre os países com maior número de pessoas miseráveis. Isso torna inexplicável a pobreza extrema de 23 milhões de brasileiros, mas mostra que o problema pode ser atacado com sucesso.
         Segundo um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea, os miseráveis representavam, 25 anos atrás, alguma coisa em torno de 17% da população. O índice mais recente divulgado pelo mesmo instituto informa que a taxa de miséria está em 14,5%. Trata-se de uma queda muito pequena diante do amadurecimento social, econômico e político registrado no período. Queda proporcional, diga-se, pois em números absolutos o número de desamparados, incapazes de sair de sua situação sem ajuda, aumentou. Eram cerca de 23 milhões hoje.
         Miséria é palavra de significado impreciso, como de resto a maior parte dos termos que se referem à camada menos favorecida da sociedade. O que exatamente quer dizer “pobreza” ou “indigência”? Como identificar um pobre? Como ter certeza de que existem 14,5% de miseráveis, e não 10% ou 20%? Não haveria subjetividade demais nessas estatísticas? Em geral, cada um percebe a miséria por sua experiência pessoal, como definiu a americana Mollie Orshansky, uma das maiores especialistas no assunto: “A pobreza, tal qual a beleza, está nos olhos de quem a vê”. Para efeito estatístico, no entanto, os estudiosos chegaram a uma definição quase matemática sobre o que são miséria e pobreza. Conseguiram estabelecer duas grandes linhas. Uma delas é a linha de pobreza, abaixo da qual estão as pessoas cuja renda não é suficiente para cobrir os custos mínimos de manutenção da vida humana: alimentação, moradia, transporte e vestuário. Isso num cenário em que educação e saúde são fornecidas de graça pelo governo. Outra é a linha de miséria (ou de indigência), que determina quem não consegue ganhar o bastante para garantir aquela que é a mais básica das necessidades: a alimentação. No caso brasileiro, há 53 milhões de pessoas abaixo da linha de pobreza. Destas, 30 milhões vivem entre a linha de pobreza e acima da linha de miséria. Cerca de 23 milhões estariam na situação que se define como indigência ou miséria.
         Reforçando, para evitar confusão: a pobreza no Brasil é formada por dois grandes grupos. Há 30 milhões de pessoas vivendo com extrema dificuldade, donas de uma renda mensal per capita inferior a 80 reais. E há mais 23 milhões que vivem ainda em pior situação, sobrevivendo de maneira primitiva. Não ganham dinheiro bastante para comprar todos os dias alimentos em quantidade mínima necessária à manutenção saudável de uma vida produtiva – ou seja, algo em torno de 2000 calorias. [...] Esse é o chamado flagelo social. [...]
         [...]
         [...] Segunda o último estudo disponível sobre o assunto, realizado pelos técnicos da Organização das Nações Unidas, existem 830 milhões de miseráveis no planeta. [...]
         Com seus 23 milhões de miseráveis, o Brasil representa 3% do problema mundial. Pode parecer pouco. [...] Um mergulho qualitativo sobre a questão dá a devida coloração à situação brasileira. Para isso, tome-se o ranking dos países com renda per capita semelhante à brasileira. São eles México, Bulgária, Chile e Costa Rica. Sabe qual tem taxa de pobreza equivalente à brasileira? Nenhum. O pior deles, a Costa Rica, tem proporcionalmente pouco mais da metade do número de pobres do Brasil. As comparações internacionais trabalham com a certeza de que todos os países revelam dados confiáveis. Pode-se olhar a questão sob outro prisma, mas nem por isso o quadro fica menos dramático.
         Observe-se o ranking dos países segundo o porcentual da população vivendo abaixo da linha de pobreza. Onde está o Brasil? Está ao lado de Botsuana, República Dominicana, Mauritânia e Guiné. Ocorre que, entre nossos “colegas de fome”, digamos assim, a renda per capita varia entre 15% e metade da renda brasileira. Ou seja, não importa de que ângulo se olhe, o Brasil é hoje o país mais rico do mundo com a maior taxa de pobreza. A isso se chama injustiça social.
         [...]
        [...] O Brasil aparece todos os anos nas listagens internacionais como um dos países com maior concentração de renda do planeta. Significa dizer que, apesar de não se tratar de uma nação pobre, perpetua-se um fosso gigantesco entre a base e o topo da pirâmide. No país mais rico do mundo, os Estados Unidos, a diferença de renda média entre os 20% mais pobre e os 20% mais ricos é de oito vezes. Na Alemanha, ela é de seis vezes. Nas nações do Terceiro Mundo, a conta é mais desigual, mas nada se compara ao Brasil. No Chile, a diferença é de dezoito vezes e na Guatemala, de trinta. Pois bem: em solo pátrio, essa diferença é de 33 vezes. Numericamente, isso pode ser traduzido de outras formas: 1% da população, a parcela mais rica, detém a mesma quantidade de recursos que os 50% mais pobres. Outro modo de ver esse problema é tomando como base os 10% mais ricos. Juntos, eles concentram metade da renda nacional.
                                                                            
 Veja, n 3,23 jan. 2002, p. 82-93.

Entendendo o texto:
01 – Analise as observações que o jornalista faz sobre o índice miseráveis no Brasil, na parte inicial do texto.
     a)     O jornalista informa que o índice de miseráveis no Brasil era de aproximadamente 17% “25 anos atrás”; atrás de que ano?
      Atrás de 2002, ano de publicação da reportagem. O objetivo é levar o aluno a buscar o significado de referências contextuais.

     b)    Segundo o jornalista, a queda de 17% para 14,5% no índice de miseráveis no Brasil, no período de 25 anos, foi “muito pequena”: pequena em relação a quê?
      Pequena em relação ao desenvolvimento social, econômico e político no mesmo período.

02 – O jornalista discute o significado da palavra miséria.
     a)     Miséria é “palavra de significado impreciso”; explique por quê.
      Porque não tem um significado único, exato, certo.

     b)    Explique a frase: “A pobreza, tal qual a beleza, está nos olhos de quem a vê”.
      O significado de pobreza e de beleza varia de pessoa para pessoa; cada pessoa tem um conceito próprio de pobreza e de beleza; o que é pobreza ou beleza para uma pessoa pode não ser para outra.

03 – Referindo-se às estatísticas sobre número e porcentagem de miseráveis no Brasil, o jornalismo pergunta:
         “Não haveria subjetividade demais nessas estatísticas?”
     a)     Que subjetividade poderia haver nas estatísticas?
      Estarem fundamentadas num conceito pessoal, subjetivo de miséria, de pobreza; apresentarem números dependentes de uma definição pessoal, subjetiva de pessoas pobres ou miseráveis.

     b)    De que forma é evitada a subjetividade nas estatísticas sobre a miséria e a pobreza?
      Estabelecendo uma definição quase matemática de miséria e pobreza.

04 – As estatísticas estabelecem uma diferença entre miséria e pobreza; qual é a diferença?
       Pobreza é a situação de pessoas que não tem renda suficiente para garantir as necessidades básicas de alimentação, moradia, transporte e vestuário; miséria é a situação de quem não tem condições de garantir nem mesmo a alimentação.

05 – O número de miseráveis no Brasil representa 3% do número de miseráveis que há no mundo; segundo o jornalista, isso pode parecer pouco em quantidade, mas, em qualidade, não é pouco.

Identifique e escreva, em seu caderno, as frases que, entre as seguintes, expressam as justificativas em que o jornalista fundamenta essa afirmação:
- Ter 3% dos miseráveis do mundo significa ter 23 milhões de miseráveis, o que não pode ser considerado pouco.
- Em países em que a renda per capita é semelhante à brasileira, o número de pobres é menor.
- há países em que a taxa de pobreza é semelhante à brasileira, embora a renda per capita seja menor.
- O fato de haver um número muito grande de miseráveis no mundo não diminui a gravidade do problema brasileiro.

"Tudo que estiver sobrando em nossa casa está fazendo falta em algum lugar". Chico Xavier