Simulado – Romantismo
01 – “Quantas coisas (...) brotam ainda hoje, modas, bailes, livros,
painéis, primores de toda casta, que amanhã já são pó ou cisco? Em um tempo em
que não mais se pode ler, pois o ímpeto da vida mal consente folhear o livro,
que à noite deixou de ser novidade e caiu na voga; no meio desse turbilhão que
nos arrasta, que vinha fazer uma obra séria e refletida? Perca pois a crítica
esse costume em que está de exigir, em cada romance que lhe dão, um
poema."
As proposições anteriores,
de José de Alencar, fazem alusão a um problema característico do movimento
romântico. Aponte-o:
a) o movimento romântico,
afeito ao lirismo e á sentimentalidade, busca realizar uma prosa
fundamentalmente impregnada de valores poéticos.
b) o autor
preocupa-se com satisfazer o gosto de um público pouco exigente no que diz
respeito a obras de acabamento literário mais sofisticado.
c) tendo em vista a
caracterização da sociedade burguesa, o romance deve conter preferencialmente
ação, que seja o retrato dos agitados tempos modernos.
d) o autor, já que se
reconhece gênio, e pelo público, é aceito como tal e deve nortear as multidões
que o leem com sua palavra sábia e simples.
02 – Segundo o texto abaixo, para os românticos:
02 – Segundo o texto abaixo, para os românticos:
"O
problema da nacionalidade literária foi colocado, dentro da atmosfera do
Romantismo, em termos essencialmente políticos. Misturadas literatura e
política, a autonomia política transferia-se para literatura, e confundiram-se
independência política e independência literária."
a) a autonomia política e a
autonomia literária foram duas faces de um mesmo processo de emancipação.
b) autonomia
política e autonomia literária mantiveram entre si uma relação de causa e
efeito.
c) a autonomia literária
sempre se seguiu à emancipação política.
d) emancipação política e
emancipação literária foram processos que se concretizaram independentemente um
do outro.
03 – Ainda segundo o texto
acima:
a) Romantismo foi uma escola
literária de atmosfera essencialmente política.
b) no Romantismo,
literatura e política interpenetram-se e exercem influência mútua, numa
interdependência dialética.
c) pode-se dizer que a
política usou a literatura em suas campanhas, mas o inverso não é válido, pois
a literatura não se valeu da política.
d) independência política e
independência literária são fenômenos distintos, que só se misturam em
consequência de um erro de interpretação.
04 – Qual o poema de
Gonçalves Dias que apresenta a temática indianista?
I-Juca Pirama.
05 – O lirismo social da poesia de Castro Alves:
a) tematiza a liberdade
dentro, principalmente, de um enfoque individualista.
b) tematiza a liberdade
exclusivamente referenciada ao negro escravizado.
c) tematiza a
liberdade tanto com um enfoque individualista como coletivo; e, em especial,
referenciada ao negro escravizado.
d) tematizava a liberdade de
modo geral, e apenas acidentalmente referenciada ao negro escravizado.
06 – Poema Castro-Alvino que
aborda a temática social e antiescravorata, por excelência, intitula-se:
Navio Negreiro.
07 – Assinale a alternativa falsa. O Romantismo:
a) procura o elemento nacional.
a) procura o elemento nacional.
b) propõe ruptura com o passado.
c) foi introduzido no Brasil por Gonçalves de Magalhães.
d) é a valorização do que é "nosso".
08 – Relacione os textos às características:
Texto A = Indianismo. (Evasão pelo tempo)
Texto A = Indianismo. (Evasão pelo tempo)
“Eu
amo a noite taciturna e queda!
Amo a doce nudez que ela derrama,
E a fresca aragem pelas densas folhas
Do bosque murmurando.
Então malgrado o véu que envolve a terra,
A vista, do que vela, enxerga mundos,
E apesar do silêncio, o ouvido escuta
notas de etéreas harpas."
Gonçalves Dias
Texto B = Imaginação criadora, fantasia.
Amo a doce nudez que ela derrama,
E a fresca aragem pelas densas folhas
Do bosque murmurando.
Então malgrado o véu que envolve a terra,
A vista, do que vela, enxerga mundos,
E apesar do silêncio, o ouvido escuta
notas de etéreas harpas."
Gonçalves Dias
Texto B = Imaginação criadora, fantasia.
"Já
sinto a geada dos sepulcros
o pavoroso frio enregelar-me...
A campa vejo aberta e lá no fundo
Um esqueleto em pé vejo acenar-me..
Entremos. Deve haver nestes lugares
mudança grave na mundana sorte;
Quem sempre a morte achou no lar da vida,
Deve a vida encontrar no lar da morto.”
Laurindo Rabelo
Texto C = Evasão pela morte.
"Não achei na vida amores
Que merecessem os meus.
Não tenho um ente no mundo
A quem diga o meu-adeus.
Não posso da vida à campa
Transportar uma saudade.
Cerro meus olhos contente
Sem um ai de ansiedade.
Por isso, ó morte, eu amo-te e não temo:
Por ísso, ó morte, eu quero-te comigo.
Leva-me à região da paz horrenda
Leva-me ao nada, leva-me contigo."
Junqueira Freire
Texto D = Sonoridade.
“Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques, têm mais-vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar - sozinho, à noite -
Mais prazer encontro eu lá,
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o Sabiá
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá,
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o sabiá.”
Gonçalves Dias
Texto E = Consciência de solidão.
“Passei como D. Juan entre as donzelas,
Suspirei as canções mais doloridas
E ninguém me escutou...
Oh! nunca à virgem flor das faces belas
Sorvi o mel nas longas despedidas...
Meu Deus! ninguém me amou!
..................................................................
Vivi na solidão - odeio o mundo
E no orgulho embucei meu rosto pálido
Como um astro na treva...
Senti a vida um lupanar imundo -
Se acorda o triste profanado, esquálido
--- A morte fria o leva.”
Álvares de Azevedo
Texto F = Saudosismo.
o pavoroso frio enregelar-me...
A campa vejo aberta e lá no fundo
Um esqueleto em pé vejo acenar-me..
Entremos. Deve haver nestes lugares
mudança grave na mundana sorte;
Quem sempre a morte achou no lar da vida,
Deve a vida encontrar no lar da morto.”
Laurindo Rabelo
Texto C = Evasão pela morte.
"Não achei na vida amores
Que merecessem os meus.
Não tenho um ente no mundo
A quem diga o meu-adeus.
Não posso da vida à campa
Transportar uma saudade.
Cerro meus olhos contente
Sem um ai de ansiedade.
Por isso, ó morte, eu amo-te e não temo:
Por ísso, ó morte, eu quero-te comigo.
Leva-me à região da paz horrenda
Leva-me ao nada, leva-me contigo."
Junqueira Freire
Texto D = Sonoridade.
“Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques, têm mais-vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar - sozinho, à noite -
Mais prazer encontro eu lá,
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o Sabiá
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá,
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o sabiá.”
Gonçalves Dias
Texto E = Consciência de solidão.
“Passei como D. Juan entre as donzelas,
Suspirei as canções mais doloridas
E ninguém me escutou...
Oh! nunca à virgem flor das faces belas
Sorvi o mel nas longas despedidas...
Meu Deus! ninguém me amou!
..................................................................
Vivi na solidão - odeio o mundo
E no orgulho embucei meu rosto pálido
Como um astro na treva...
Senti a vida um lupanar imundo -
Se acorda o triste profanado, esquálido
--- A morte fria o leva.”
Álvares de Azevedo
Texto F = Saudosismo.
“Minh'alma
é triste como a flor que morre
Pendida à beira do riacho ingrato.
Nem beijos dá-lhe a viração que corre,
Nem doce canto o sabiá do mato!
E como a flor que solitária pende
Sem ter carícias no voar da brisa,
Minh'alma murcha, mas ninguém entende
Que a pobrezinha só de amor precisa!”
Casimiro de Abreu
Textos – Características.
Pendida à beira do riacho ingrato.
Nem beijos dá-lhe a viração que corre,
Nem doce canto o sabiá do mato!
E como a flor que solitária pende
Sem ter carícias no voar da brisa,
Minh'alma murcha, mas ninguém entende
Que a pobrezinha só de amor precisa!”
Casimiro de Abreu
Textos – Características.
A (6) - (l)
Saudosismo
B (4) - (2) Evasão pela morte
C (2) - (3) Consciência de solidão
D (5) - (4) Imaginação criadora, fantasia
E (3) - (5) Sonoridade
F (1) - (6) Indianismo (evasão pelo tempo)
B (4) - (2) Evasão pela morte
C (2) - (3) Consciência de solidão
D (5) - (4) Imaginação criadora, fantasia
E (3) - (5) Sonoridade
F (1) - (6) Indianismo (evasão pelo tempo)
09 – Releia a poesia “Canção do Exílio” (Texto D, questão
anterior) e responda:
a) Onde é lá?
Brasil.
b) Onde é cá?
Portugal.
10 – O poeta encontra-se
saudoso de sua terra natal, pelo exílio sofrido em Portugal. Transcreva abaixo
dois elementos da natureza ligados ao Brasil:
Sabiá e
Palmeiras.
11 – Observe as afirmações abaixo e responda ao que se
pede:
I. Preferência pela realidade exterior sobre a interior.
II. Anteposição da
fé à razão, com valorização da mística e da intuição.
III. Poesia descritiva de
representação dos fenômenos da natureza. Detalhismo.
IV. Gosto pelo pitoresco, pela descrição de
ambientes exóticos.
V. Atenção do escritor aos
detalhes para retratar fielmente o que descreve.
Das características gerais acima
expostas, justifique uma que pertença à estética literária do Romantismo:
Resposta pessoal
do aluno.
12 – Não é próprio do Romantismo:
a) Explorar assuntos nacionais como história, tradições,
folclore;
b) Idealizar a mulher, tornando-a perfeita em todos os
sentidos;
c) Explorar
assuntos ligados à antiguidade clássica, imitando-lhe os poetas e
prosadores;
d) Valorizar temas fúnebres e soturnos.
13 – De acordo com a posição romântica, é correto afirmar
que:
a) A natureza é expressiva
no Romantismo e decorativa no Arcadismo.
b) Com a liberdade criadora
implantada no Romantismo, as regras fixas do Classicismo caem e "o poema
começa onde começa a inspiração e termina onde termina esta".
c) A visão do mundo
romântica é centrada no sujeito, no "eu" do escritor, daí a
predominância da função emotiva na linguagem do Romantismo.
d) Todas as alternativas anteriores estão
corretas.
14 – Poderíamos uma das
características do Romantismo pela seguinte aproximação de opostos:
a) Cultivando o passado,
procurou formas de compreender e explicar o presente.
b) Pregando a
liberdade formal, manteve-se preso aos modelos legados pelos clássicos.
c) Embora marcado por
tendências liberais, opôs-se ao nacionalismo político.
d) Voltado para temas
nacionalistas, desinteressou-se do elemento exótico, considerando-o
incompatível com exaltação da pátria.
15 – A visão do mundo, nostálgica nos românticos,
explica-se:
a) Pelas inúmeras guerras havidas na época do
Romantismo.
b) Pela inadaptação aos
valores absolutistas implantados pela monarquia brasileira.
c) Pelo descontentamento da
nobreza, que deixa o poder, e de parte da burguesia, que ainda não havia
assumido ou que tivesse ficado à margem dele.
d) Pela contemplação de um
Brasil conservador, baseado no latifúndio, no escravismo e na monarquia.
16 – “Deus! Oh, Deus! Onde estás que não respondes? Em que mundo, em
qu'estrelas tu t'escondes Embuçado no céus? Há dois mil anos te mandei meu
grito, Que embalde desde então corre o infinito... Onde estás, senhor Deus? ..."
Complete: Esta é a
primeira estrofe de um poema que é exemplo de angústia,
da autoria do poeta condoreiro, o Poeta dos Escravos, Castro Alves. O título dessa poesia se refere à
denúncia de um ato recém criminoso, à época: Navio Negreiro.
17 – Assinale a alternativa
que traz apenas características do Romantismo:
a) idealismo, religiosidade, objetividade, escapismo,
temas pagãos.
b) predomínio do sentimento,
liberdade criadora, temas cristãos, natureza convencional, valores
absolutos.
c) egocentrismo,
predomínio da poesia lírica, relativismo, insatisfação, idealismo.
d) idealismo, insatisfação,
escapismo, natureza convencional, objetividade.
18 – UM ÍNDIO
"um índio descerá de uma estrela colorida brilhante
de uma estrela que virá numa velocidade estonteante
e pousará no coração do hemisfério sul na américa
num claro instante
(...)
virá
impávido que nem muhammad ali
virá que eu vi
apaixonadamente como peri
virá que eu vi
tranquilo e infalível como bruce lee
virá que eu vi
o aché do afoxé filhos de ghandi virá"
"um índio descerá de uma estrela colorida brilhante
de uma estrela que virá numa velocidade estonteante
e pousará no coração do hemisfério sul na américa
num claro instante
(...)
virá
impávido que nem muhammad ali
virá que eu vi
apaixonadamente como peri
virá que eu vi
tranquilo e infalível como bruce lee
virá que eu vi
o aché do afoxé filhos de ghandi virá"
(Caetano
Veloso)
O trecho anterior mostra, com uma visão
contemporânea, determinado tipo de tratamento dado ao índio brasileiro em certo
período de nossa literatura.
O nome do poeta indianista
que manifestou tal tendência é Gonçalves dias
autor do longo e famosos poema indianista I-Juca
Pirama.
19 – Complete: "A verdadeira poesia deve inspirar-se
num entusiasmo natural e exprimir-se com naturalidade, sendo simples, pastoril,
bucolicamente ingênua e inocente."
Esta afirmação caracteriza a
estética árcade uma vez que exalta
elementos ligados à natureza, opondo-se
ao culto do interior que identifica o romantismo.
20 – (PUC-RS / adaptada)
Complete:
A estrofe abaixo demonstra que a mulher
aparece frequentemente na poesia de Alvares de
Azevedo, poeta ultra romântico, como figura inacessível. Outra
característica da segunda geração
romântica é o mal-do-século.
“Era
a virgem do mar! Na escuma fria
Pela maré das águas embaladas!
Era um anjo entre nuvens d’alvorada
Que em sonhos se banhava e se esquecia!”.
Pela maré das águas embaladas!
Era um anjo entre nuvens d’alvorada
Que em sonhos se banhava e se esquecia!”.