sábado, 31 de julho de 2021

CONTO: O CARNEIRINHO DO PRESÉPIO - JOSÉ FARIA NUNES - COM GABARITO

 CONTO: O CARNEIRINHO DO PRESÉPIO


   José Faria Nunes

O menino observa as pessoas que saem e volta-se para o presépio. Examina-o com interesse.

Na missa, ouviu que o reino dos céus é das crianças.

Tempestade mental. Se é das crianças o céu e viver no céu é ser feliz, então a felicidade é das crianças.

Olha o presépio. O boi. O carneirinho. Os astrônomos que foram chamados reis — os reis magos. A estrela. Tudo bonito. Tudo. Enamora-se. Bem que queria um desses. O carneirinho. Só o carneirinho. O Menino Jesus, esse não. Tem de ficar no presépio. Presépio sem Menino Jesus não é presépio. O carneirinho, esse sim. Há outros no presépio.

Não tivera Natal em casa. Nunca. Não conhece Papai Noel. “Será que Papai Noel me conhece?

Sabe da minha existência?”

Na sua frente, o carneirinho cresce, apequena, atrai. Por que o padre falou que o céu é das crianças?

Não ganhou brinquedo e quer o carneirinho.

Será pecado? O que é pecado? Para que pecado?

Se é verdade que Deus ama a gente, por que ele deixou a cobra dar a maçã para Eva e Eva para Adão para depois todo mundo ter pecado?

Ele quer o carneirinho. Todos já se foram. Ninguém vê. O Cristo, crucificado, parece dormir de cansaço e de dor na cruz, na parede, lá atrás do altar.

Parece não se importar com nada ali na igreja.

Coitadinho de Cristo. Sofreu muito. Mas por que, se ele é Deus? Ou ele é apenas o Filho de Deus? Se é filho não é pai e se Deus é pai não é filho?!

Coitadinho de Cristo! O padre falou que Cristo sofreu para o perdão dos pecados. Não sei não.

Acho que Cristo não sofreu por mim não. Papai Noel não me conhece. Será que Cristo me conhece?

Esfrega as mãos, nervoso. A decisão. Ergue o braço, mas o gesto fica suspenso no ar com a chegada do vigário que vem fechar a igreja. Para disfarçar a intenção, limpa com o dedinho o espelho que forma o lago nas proximidades da gruta de Belém. Por que presépio em forma de gruta? Cristo nasceu não foi num ranchinho, na estrebaria, casa de animais?

— O Sinhore vai fechá a igreja? — pergunta ao padre que fecha a primeira porta.

— Estou fechando — responde o padre, em seu sotaque de estrangeiro, não com aquele carinho com que falou na missa da meia-noite.

— O presepe tá bunito, né? — insiste o menino, tentando coragem para pedir o carneirinho.

— Você acha? — o padre fala indiferente e o menino entende que o vigário não está interessado naquele diálogo, quase monólogo.

— Acho — termina o menino, desconcertado, infeliz. Percebe que de nada adiantará insistir.

Não vai ganhar o presente.

Absorto nos sonhos, fica a olhar o presépio sem nada ver.

“Como eu queria um carneirinho desse!”

E o vigário o acorda para a realidade:

— Vamos embora, dormir?

— Vamo.

Volta-se e ainda dirige um último olhar para o carneirinho do presépio, um ente querido que talvez jamais voltará a ver. O padre fecha a última porta e se vai.

O menino, agora com medo, corre debaixo da madrugada em direção ao aconchego que o espera debaixo da ponte, onde se juntará aos pais e aos cinco irmãos menores. Dormem. Não veem a fome, não sentem nenhum desejo. Enquanto dormem, os sentidos nada reclamam. Ele sonha com o presente de Natal que não ganhou: o carneirinho do presépio.

(José Faria Nunes. “O carneirinho do presépio”. In: Adolfo Mariano da Costa et alii.

O conto brasileiro hoje. São Paulo: RG Editores, 2005. p. 67-8.)

Fonte: Livro- Português: Linguagem, 2/ William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 11.ed – São Paulo: Saraiva, 2016.p.146-147.

Fonte da imagem - https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fbr.pinterest.com%2Fpin%2F413486809540225967%2F&psig=AOvVaw1AZ-Bd5HjhrB-O-li_WuIt&ust=1627864868958000&source=images&cd=vfe&ved=0CAsQjRxqFwoTCICtrLjLjvICFQAAAAAdAAAAABAD

Entendendo o texto

1. O conto pertence ao grupo dos gêneros narrativos ficcionais, que apresentam alguns elementos em comum, como fatos, personagens, tempo, espaço e narrador. No conto “O carneirinho do presépio”:

a) Quais são as personagens envolvidas nessa história?

O menino e o padre.

b) Onde acontecem os fatos narrados?

Em uma igreja.

c) No conto, os fatos são narrados em sequência temporal e mantêm entre si uma relação de causa e efeito. No conto lido, o menino decide pegar o carneirinho do presépio, mas, quando ergue o braço para pegá-lo, o padre entra. O menino, então, disfarça, limpando com o dedo o espelho que forma o lago no presépio. Cite outros fatos da narrativa dispostos em sequência temporal e ligados por uma relação de causa e efeito.

 Entre outros: O menino observa as pessoas que saem e volta-se para o presépio. / Olha as figuras que compõem o presépio, enamora-se e deseja uma das peças.

Escolhe o carneirinho que não faria falta. / O padre o convida para ir embora e ele aceita. Volta-se e olha o carneirinho do presépio pela última vez.

d) Em que época acontecem os fatos narrados? Em que lugar?

No Natal, depois da missa da meia-noite, em uma igreja onde estava montado um presépio.

 

2. No conto em estudo, os fatos narrados são vividos pelo menino e pelo padre.

a) Levante hipóteses: Por que essas personagens não têm nome? Resposta pessoal. Sugestão: O menino representa qualquer garoto pobre que não recebe presente de Natal, e o padre representa qualquer padre, indiferente ao sonho de um menino de ganhar um presente de Natal.

b) As personagens podem ser caracterizadas fisicamente e psicologicamente. Como é o menino? E o padre?

O menino é pequeno, pobre, tem família (pais e cinco irmãos menores), é morador de rua e dorme com a família debaixo da ponte. O padre é estrangeiro, pois tem sotaque.

3. Releia os três primeiros parágrafos do texto e responda: Em que trecho a narrativa começa a criar expectativa no leitor?

No momento em que o menino se enamora do carneirinho e o quer para si.

4. O menino quer o carneirinho do presépio e pensa sobre o que ouviu na missa.

a) Por que ele não quer o Menino Jesus?

Porque ele é único e faria falta no presépio.

b) Que tipo de discurso o narrador emprega para apresentar o pensamento do menino?

O discurso indireto livre.

c) Qual é o momento de maior tensão no texto?

O momento em que, decidido a pegar o carneirinho, o menino ergue o braço e o padre aparece.

5. O conto em estudo narra uma história que pode ser real e vivida por muitas crianças que desejam algo, mas não podem ter. Na sua opinião, o menino do conto teria cometido um crime se furtasse o carneirinho do presépio? Justifique sua resposta.

Resposta pessoal.

POEMA: QUEM AMA INVENTA - MÁRIO QUINTANA - COM GABARITO

 POEMA: QUEM AMA INVENTA


   Mário Quintana

Quem ama inventa as coisas que ama...

Talvez chegaste quando eu te sonhava.

Então de súbito acendeu-se a chama!

Era a brasa dormida que acordava...

E era um revoo sobre a ruinaria,

No ar atônito bimbalhavam sinos,

Tangidos por uns anjos peregrinos

Cujo dom é fazer ressurreições...

Um ritmo divino? Oh! Simplesmente

O palpitar de nossos corações

Batendo juntos e festivamente,

Ou sozinhos, num ritmo tristonho...

Oh! meu pobre, meu grande amor distante,

Nem sabes tu o bem que faz à gente

Haver sonhado... e ter vivido o sonho!

(A cor do invisível. São Paulo: Global, 2005. p. 58.)

Fonte: Livro- Português: Linguagem, 2/ William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 11.ed – São Paulo: Saraiva, 2016.p.130-1.

Entendendo o poema

1. Observe o tempo, o modo e a pessoa em que estão os verbos, em especial os que aparecem nos versos 2 e 14.

a) A quem se dirige o eu lírico?

Dirige-se à pessoa amada.

b) Em que pessoa verbal o eu lírico trata seu interlocutor?

Na 2ª pessoa do singular (tu)

c) O eu lírico mantém coerência nesse tratamento que dá ao seu interlocutor? Por quê?

Sim, porque ele sempre se dirige ao interlocutor tratando-o na 2ª pessoa do singular (tu); a 3ª pessoa do singular é utilizada quando ele se refere ao tema do qual se ocupa, que é o amor.

 

2. As formas verbais chegaste e sabes estão, respectivamente:

a) no pretérito perfeito do indicativo e no imperativo negativo.

b) no pretérito imperfeito do indicativo e no presente do indicativo.

c) no pretérito perfeito do indicativo e no presente do indicativo.

d) no pretérito mais-que-perfeito do indicativo e no imperativo negativo.

3. Dê uma interpretação para o título do poema.

De tanto querer amar ou de tanto amar o amor, o eu lírico sonhou ou inventou um ser amado e, com ele, viveu um sonho de amor. Assim, embora o ser amado não fosse real, o sonho de amor foi realmente vivido.

MÚSICA(ATIVIDADES): O PULSO - TITÃS - COM GABARITO

 MÚSICA(ATIVIDADES): O PULSO

                   Titãs

 O pulso ainda pulsa

O pulso ainda pulsa...

 

Peste bubônica

Câncer, pneumonia

Raiva, rubéola

Tuberculose e anemia

Rancor, cisticercose

Caxumba, difteria

Encefalite, faringite

Gripe e leucemia...

 

E o pulso ainda pulsa

E o pulso ainda pulsa

 

Hepatite, escarlatina

Estupidez, paralisia

Toxoplasmose, sarampo

Esquizofrenia

Úlcera, trombose

Coqueluche, hipocondria

Sífilis, ciúmes

Asma, cleptomania...

 

E o corpo ainda é pouco

E o corpo ainda é pouco

Assim...

 

Reumatismo, raquitismo

Cistite, disritmia

Hérnia, pediculose

Tétano, hipocrisia

Brucelose, febre tifoide

Arteriosclerose, miopia

Catapora, culpa, cárie

Cãibra, lepra, afasia...

 

O pulso ainda pulsa

E o corpo ainda é pouco

Ainda pulsa

Ainda é pouco

 

Pulso

Pulso

Pulso

Pulso

 

Assim...

 

(Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer, Tony Bellotto. Disponível em: http://letras.terra.com.br/titas/48989/. Acesso em: 17/4/2012.)

Fonte: Livro- Português: Linguagem, 2/ William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 11.ed – São Paulo: Saraiva, 2016.p.32.

Entendendo o texto

1. A letra da canção é construída a partir de um processo chamado enumeração, que consiste numa exposição ou relação metódica de vários elementos.

a) Que classe de palavras predomina nessa enumeração?

Substantivos.

b) Como consequência, o texto é predominantemente nominal ou verbal?

Nominal.

c) Entre os termos a seguir, de significação mais genérica, indique o que pode englobar a maioria das palavras enumeradas na canção.

• problemas

• imprevistos

• doenças

• dificuldades

2. Entre as palavras listadas na canção, há pelo menos cinco que podem ser consideradas “estranhas” à enumeração.

a) Quais são essas palavras?

rancor, estupidez, ciúmes, hipocrisia, culpa

b) Qual termo de significação mais genérica você utilizaria para se referir a essas palavras?

imperfeições, defeitos humanos, sentimentos ruins

c) Há, no texto, uma palavra que pode ser considerada polissêmica, isto é, pode ter mais de um sentido no contexto. Qual é essa palavra e quais são seus sentidos possíveis?

Raiva, que pode ser tanto uma doença quanto um sentimento ruim.

d) Levante hipóteses: Que efeito de sentido é produzido na canção com a enumeração dessas palavras em um único conjunto?

O de que os sentimentos ruins são como doenças, ou seja, fazem tanto mal ao homem quanto as doenças; são nocivos para a saúde humana.

TEXTO VERBAL E NÃO VERBAL - LEITURA DE IMAGENS - COM GABARITO

 Identificar a finalidade do texto pelo reconhecimento do suporte, do gênero e das características gráficas.

1        - Observe as imagens abaixo.  

   
                                                          


a.O que são essas imagens?

Propagandas do Chocolate BATON e das Sandálias HAVAIANAS.

b. Onde elas são encontradas?

Na mídia, ou seja, televisão, revistas, jornais, internet, etc.

c.Qual a finalidade delas?

Persuadir seus interlocutores a comprarem esses produtos.

 

2 - Leia o texto abaixo.



Qual  a finalidade do texto?

a) Ensinar como economizar água.

b) Ensinar como fazer um catavento.

c) Ensinar como armazenar água.

d) Ensinar como vender um catavento.

 

3 - Renata recebeu um bilhete. Leia com atenção.



Que tipo de bilhete é este?

a) Amor.

b) Tristeza.

c) Raiva.

d) Dor.

4 - Observe e leia com atenção.



A propaganda é para vender

a) um cofre de porquinho.

b) uma lâmpada azul.

c) um abajur .

d) uma lâmpada econômica.

  

5 - Pedro e sua família estão em um  restaurante.



Para escolher o que vão comer eles pedem:


a) o cardápio.
b) a receita.
c) o jornal.
d) a revista. 

 

 

POEMA: PERDE E GANHA - FERREIRA GULLAR - COM GABARITO

 POEMA: Perde e ganha

             Ferreira Gullar


Vida tenho uma só

que se gasta com a sola do meu sapato

a cada passo pelas ruas

e não dá meia-sola.

 

Perdi-a já

em parte

num pôquer solitário,

mas ganhei de novo

para um jogo comum.

 

E neste jogo a jogo

inteira, a cada lance,

que a vida ou se perde ou se ganha com os demais

e assim se vive

que o mais é pura perda.

 

(Toda poesia. 18. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2009. p. 172.)

Fonte: Livro- Português: Linguagem, 3/ William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 11.ed – São Paulo: Saraiva, 2016.p. 74/75.


Entendendo o poema

 

1. Na primeira estrofe do poema há um período composto por subordinação. Observe:

“Vida tenho uma só que se gasta com a sola do meu sapato”

A oração que se gasta com a sola do meu sapato está subordinada à oração anterior por meio do conectivo que, um pronome relativo.

a)   Que palavras, expressas anteriormente, esse conectivo retoma e substitui?

Uma vida.

b)   Substitua o pronome relativo que pelas palavras que são retomadas por ele. Que função sintática essas palavras desempenham na oração que se gasta com a sola do meu sapato?

A função de sujeito.

2. O período composto analisado na questão anterior também poderia ter sido construído assim:

Tenho só uma vida, gasta com a sola do meu sapato.

a)   Nesse período, qual é a classe gramatical da palavra gasta?

Classe dos adjetivos.

b)   Que função sintática a palavra gasta desempenha?

A de predicativo do objeto.

3. No poema “Perde e ganha”, o eu lírico reflete sobre a vida e compara-a a um jogo.

a) Que expressões do campo semântico de jogo são utilizadas para construir essa comparação?

 “Perde e ganha”; “Perdia-a já / em parte / num pôquer”; “mas ganhei de novo /para um jogo comum”; “E neste jogo a jogo”

 b)Nesse jogo, o eu lírico prefere o jogo solitário ou o jogo coletivo? Por quê?

O jogo coletivo (“jogo comum”), pois no “pôquer solitário” acabou por perder parte de sua vida.

 

TEXTO CIENTÍFICO: ENFRENTANDO A TEMPESTADE - ERIC R. OLSON - COM GABARITO

 Texto: Enfrentando a tempestade

Como pernilongos sobrevivem a colisões com gotas de chuva

 por Eric R. Olson

Imagine por um momento que você tem asas, assim como um inseto. Um dia, enquanto voa por aí, começa a ouvir os ruídos distantes de uma tempestade e, de repente, é atacado do alto: gotas gigantes

de água caem sobre você, algumas pesando tanto quanto um ônibus escolar. Você se contorce tentando escapar da investida, mas um desses orbes aquosos acerta bem no meio das suas asas e você vai em direção ao chão.

Para os pernilongos, esse cenário não é incomum. Quando uma tempestade aparece, eles precisam lutar contra gotas de chuva que têm quase seu próprio tamanho e uma massa 50 vezes maior que sua massa média (o equivalente à diferença entre um humano e um ônibus escolar).

Como os insetos enfrentam essas gotas da perdição é assunto de um estudo da edição dessa semana da Proceedings of the National Academy of Sciences. David Hu, professor de engenharia mecânica e biologia do Instituto de Tecnologia da Georgia, e sua equipe criaram métodos bastante heterodoxos para determinar como os pernilongos

sobrevivem a essas colisões. Usando uma câmera de alta velocidade, a equipe de Hu bombardeou pernilongos Anopheles com gotas d’água e registrou o resultado a quatro mil quadros por segundo (uma câmera comum registra apenas 24 quadros por segundo).

Eles descobriram que pernilongos são muito bons em lidar com gotas de chuva, mesmo quando recebem um golpe direto entre as asas. Por serem muito leves se comparados à gota de chuva, em vez de espalhar-se sobre o pernilongo a água o empurra para baixo. Como a velocidade da gota não muda muito, pouca força é transferida para

o animal. Compare isso com uma gota atingindo um inseto maior, como uma libélula; a gota se espalharia em suas costas, e a força resultante seria transferida para seu corpo. Além disso, o pernilongo

tem pelos hidrofóbicos no corpo e pernas dispersas, que produzem arrasto. Isso permite que o inseto fuja da gota antes de se deparar com um úmido fim.

No entanto, a equipe de Hu descobriu também que os pernilongos não estão completamente a salvo das forças produzidas durante a colisão com a gota de chuva. Quando entra em contato com o pernilongo, a gota o acelera rapidamente para baixo para equipará-lo a sua velocidade final, de nove metros por segundo. Isso acontece

em uma distância de apenas 10 mm, o que coloca enorme pressão sobre o corpo do inseto, equivalente a até 300 gravidades (2 942 m/s²). Em comparação, um piloto de jato de combate acelerando para fora de um loop experimenta apenas nove gravidades (88 m/s²).

Essa aceleração rápida produz o maior risco para os pernilongos: voar perto do solo. Quando atingidos por uma gota, eles aceleram emdireção ao chão com grande força e sem tempo suficiente para escapar. É aí que a aplicação prática da pesquisa de Hu entra em jogo: nos últimos anos, vimos a invenção de muitas aeronaves militares excessivamente pequenas, conhecidas como Micro Veículos Aéreos (MAVs, na sigla em inglês). Se esses veículos se tornarem pequenos como pernilongos, estarão sujeitos aos mesmos perigos que insetos voadores, incluindo tempestades.

 O vídeo feito por Hu pode ser visto em http://migre.me/9nGba.

Eric R. Olson é o editor e produtor residente de vídeos de Scientifi c American.

(Disponível em: http://www2.uol.com.br/sciam/noticias/enfrentando_a_tempestade.html. Acesso em: 22/9/2015.)

Fonte: Livro- Português: Linguagem, 3/ William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 11.ed – São Paulo: Saraiva, 2016.p.59-61.

 

 Entendendo o texto

 1. A revista em que foi publicado o texto lido é especializada em assuntos de caráter científico.

Tem como objetivo, segundo ela própria, acompanhar o progresso da ciência e da tecnologia, divulgando pesquisas, invenções e tendências de desenvolvimento.

a)   Qual é o assunto principal do texto?

Um estudo a respeito de como pernilongos sobrevivem ao choque que sofrem ao serem atingidos por gotas de chuva.

 b)   Na sua opinião, o tratamento dado ao assunto é muito específico — portanto voltado exclusivamente para leitores cientistas —, ou é simples, tendo a finalidade de informar os leitores em geral? Justifique sua resposta.

É simples, pois tem em vista informar um público amplo e heterogêneo; assim, apresenta uma linguagem que não exige conhecimentos profundos de física.

 c) Qual é a principal finalidade do texto: expor um conteúdo científico de forma clara e objetiva ou persuadir o leitor, levando-o a adotar o ponto de vista do autor?

Expor um conteúdo de natureza científica de forma clara e objetiva.

2. Pelo fato de lidarem com assuntos ligados a áreas científicas do conhecimento, os textos de divulgação científica frequentemente fazem uso de uma linguagem em que há vocabulário e conceitos científicos. No entanto, observa-se neles o empenho dos autores em tornar acessíveis ao grande público os vocábulos e conceitos específicos do campo das ciências.

a) Releia o primeiro parágrafo do texto. Qual é a estratégia utilizada pelo autor para tornar o assunto acessível aos leitores leigos, isto é, que não têm conhecimentos específicos de física?

A sugestão de que o leitor se imagine um inseto sendo atingido por gotas de uma tempestade e a descrição do que lhe aconteceria nessa situação.

 b)No segundo parágrafo, o autor descreve como uma batalha o que ocorre com os pernilongos ao serem atingidos por gotas de chuva, metáfora que é retomada nos outros parágrafos. Identifique no texto palavras e expressões que comprovam o uso dessa estratégia.

“lutar contra gotas de chuva”; “gotas da perdição”; “bombardeou”; “golpe direto”; “úmido fim”; “quando atingidos”; “sem tempo suficiente para escapar”

 c) No último parágrafo, o autor se refere à utilidade dos estudos de David Hu. Em que a pesquisa pode ser útil?

 Na construção de microaeronaves, pois elas podem vir a ser tão pequenas que passariam a ficar sujeitas a problemas semelhantes aos enfrentados por pernilongos em meio a tempestades.

                                                            Pernilongo Anopheles esmagado por uma gota de ‡gua.

3. Observe a imagem acima e leia a legenda que acompanham o texto lido.

a) A imagem retrata algo corriqueiro ou inusitado? Justifique sua resposta com base nos elementos da imagem.

Retrata algo inusitado. A olho nu é impossível enxergar o que a imagem mostra: a desproporção entre o tamanho do pernilongo e o da gota de água que o atinge.

b)Deduza: Que papel desempenha a imagem que acompanha o texto?

O de despertar no leitor o interesse pela leitura do texto.

c)Na legenda “Pernilongo Anopheles esmagado por uma gota de água”, que acompanha a imagem, a escolha do verbo esmagar e sua associação com gota de água, apresentada como agente da ação, contribuem para chamar a atenção do leitor? Justifique sua resposta.

Sim, pois o verbo esmagar cria no leitor a expectativa de um agente de grande dimensão, pesado. A menção à gota de água como agente constitui, assim, uma surpresa, deixando o leitor intrigado e interessado em ler o texto.

4. A estrutura de um texto de divulgação científica não é rígida, pois depende do assunto e de outros fatores da situação, como: quem produz o texto, para quem, com que finalidade.

Apesar disso, normalmente o autor apresenta uma ideia principal ou tese, um conceito ou um ponto de vista sobre um conceito, e procura fundamentá-los com “provas” ou evidências, isto é, exemplos, comparações, resultados de experiências, dados estatísticos, relações de causa e efeito, etc. No texto “Enfrentando a tempestade”:

a)   O que o texto pretende explicar ao leitor?

Pretende explicar de que modo o pernilongo sobrevive às colisões com gotas de água numa tempestade.

 b)   O autor se propõe a defender alguma tese?

Não.

 c) Quais fatos o autor menciona para fundamentar suas explicações?

Dados gerais da pesquisa de David Hu, tais como pesquisadores envolvidos, instituição e área responsáveis, experimentos realizados, resultado das observações, etc., e conceitos da área da física, como força, velocidade, aceleração, gravidade.

5. Observe a linguagem empregada no texto.

a) Que tempo e modo verbais predominam quando o autor relata o estudo realizado pelos pesquisadores?

O pretérito perfeito e o modo indicativo.

b)E quando o autor comenta os resultados da pesquisa?

O presente e o modo indicativo.

c)Qual variedade linguística foi empregada?

Uma variedade de acordo com a norma-padrão.

d)A linguagem revela preocupação com a expressividade e a emotividade, ou é clara, objetiva e tende à impessoalidade?

É clara, objetiva e tende à impessoalidade.

e) Considerando-se o assunto e o veículo em que o texto foi publicado, pode-se afirmar que esse nível de linguagem é adequado à situação de comunicação? Por quê?

Sim, porque o texto é voltado para leitores interessados em assuntos científicos, que têm certa familiaridade com termos dessa área e dominam a norma-padrão.

 

AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA DE LÍNGUA PORTUGUESA PARA O 9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL - COM GABARITO

 AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA DE LÍNGUA PORTUGUESA PARA O 9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

 

 01) D1- (SPAECE). Leia o texto abaixo.

Quadrilha

João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém.

João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento, Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia, Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes que não tinha entrado na história.

ANDRADE, Carlos Drummond de. Disponível em: <http://www.jornaldepoesia.jor.br/drumm.html>

 De acordo com esse texto, a personagem Lili

A)  casou-se com Joaquim.

B)  B) casou-se com J. Pinto.

C)  C) foi para o convento.

D)  D) morreu de desastre.

 

02) D1- Leia o texto abaixo.

RONDÓ DO CAPITÃO

 

BÃO BALALÃO,

Senhor capitão,

Tirai este peso

Do meu coração.

Não é de tristeza,

Não é de aflição:

É só de esperança,

Senhor capitão!

A leve esperança,

A aérea esperança ...

Aérea, pois não!

– Peso mais pesado

Não existe não.

Ah, livrai-me dele,

Senhor capitão!

BANDEIRA, Manuel.

 

Leia novamente o terceiro verso. O peso que deverá ser tirado é

A)  a alegria.

B)  B) a aflição.

C)  C) a tristeza.

D)  D) a esperança.


03) D1 - (SIMAVE). Leia o texto abaixo e responda.

A reunião se estendeu pela tarde inteira. Amontoados no quarto de Cris, os meninos não chegavam a um acordo sobre quem faria o quê na peça. Foi preciso muita conversa (e até alguns beliscões) para que a maioria se conformasse com a distribuição dos papéis. Júnior era o mais forte do grupo e por isso ganhou o direito de segurar o esqueleto. A Ique caberia a tarefa de mover os ossos do braço, fazendo os gestos necessários para acompanhar a fala de Valfrido. E a voz, rouca e tenebrosa, Biel treinou durante toda a manhã.

Apesar dos protestos, as meninas se sujeitaram a permanecer na retaguarda, de olho na casa do Bola e nas esquinas da rua, prontas a avisar os garotos caso surgisse um imprevisto.

– E eu? E eu? – Cisco perguntou, após assoar ferozmente o nariz. – Dão tem babel bra bim?

KLEIN, Sérgio. Tremendo de Coragem. São Paulo: Fundamento Educacional, 2001. p. 57.

A frase “Dão tem babel bra bim?” permite afirmar que

A)  Cisco está resfriado.

B)  B) Biel está rouco.

C)  C) Bola apareceu.

D)  D) Valfrido falou.

 

04) D4 - (SAEMS). Leia o texto abaixo.

Amor é fogo que arde sem se ver;

É ferida que dói e não se sente;

É um contentamento descontente;

É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;

É solitário andar por entre a gente;

É nunca contentar-se de contente;

É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;

É servir a quem vence, o vencedor;

É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor

Nos corações humanos amizade,

Se tão contrário a si é o mesmo Amor

 

FILHO, Aires da MM. (Org.). Camões: lírico. Rio de Janeiro: Agir, 1992, p.19.

 

A visão de amor do autor se constrói a partir de

A)  definições.

B)  B) negações.

C)  C) oposições.

D)  D) repetições.

 

05) D6- (Prova Brasil). Leia o texto abaixo:

COMO SE PRODUZEM FRUTAS FORA DE ÉPOCA?

Você se lembra do tempo em que era preciso esperar o outono para comer morango e o inverno para chupar laranjas? Se não, é porque faz muito tempo mesmo: hoje em dia, essas frutas estão no supermercado o ano inteiro. Poda e irrigação se juntaram à genética e à química e permitem que os agricultores acelerem ou retardem o ciclo natural das plantas. Hoje, as frutas são de todas as épocas.

A manga, por exemplo, graças a substâncias químicas como paiobutazol e ethefon, tem uma produção uniforme ao longo do ano. O produtor pode até adequar a colheita ao período mais propício para o mercado interno ou externo. Além do calendário, a agricultura moderna também ignora a geografia: a maçã, fã do frio, já dá na Bahia. Fruto de cruzamentos genéticos, a variedade Eva suporta trocadilhos e o calor nordestino desde 2004.

“Os produtores aprenderam a explorar nossos climas e solos e passaram a produzir a mesma fruta em várias regiões”, explica Anita Gutierrez, engenheira agrônoma da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo, a CEAGESP. O que não significa que não exista sazonalidade: ainda há variação no volume de algumas frutas e verduras por culpa de estiagem excesso de chuvas ou frio fora do comum. Ainda falta podar o clima.

 

SILVA, Michele. Revista Superinteressante.Ed. 264. Abril: abr. 2009. p. 46.

 

Esse texto trata

A) da agricultura moderna, que produz frutas o ano inteiro.

B) dos morangos, que devem ser cultivados no outono.

C) do calendário agrícola, que determina a produção.

D) das ações do clima, que interferem na produção.

 

06) D6- ESSA Leia o texto para responder a questão a seguir:

EPITÁFIO (Sérgio Britto)

Devia ter amado mais

Ter chorado mais

Ter visto o sol nascer

Devia ter arriscado mais

E até errado mais

Ter feito o que eu queria fazer...

Queria ter aceitado

As pessoas como elas são

Cada um sabe a alegria

E a dor que traz no coração...

[...]

Devia ter complicado menos

Trabalhado menos

Ter visto o sol se pôr

Devia ter me importado menos

Com problemas pequenos

Ter morrido de amor...

[...]

http://letras.terra.com.br/titas/48968/

O tema central da letra da música é

A) a eternização do amor como solução para os problemas da vida.

B) o arrependimento por não aproveitar mais as coisas da vida.

C) a preocupação por não saber o que fazer nas diversas situações de vida.

D) o sentimento de morte que perpassa todas as simples situações da vida.

07) D14- Leia o texto para responder a questão abaixo:

OS LIVROS E SUAS VOZES

Sempre gostei muito de livros e, além dos livros escolares, li os de histórias infantis, e os de adultos: mas estes não me pareciam tão interessantes, a não ser, talvez, Os Três Mosqueteiros, numa edição monumental, muito ilustrada, que fora do meu avô. Aquilo era uma história que não acabava nunca; e acho que esse era o seu principal encanto para mim. Descobri o dicionário, uma das invenções mais simples e formidáveis e também achei que era um livro maravilhoso, por muitas razões.

(...) quando eu ainda não sabia ler, brincava com os livros e imaginava-os cheios de vozes, contando o mundo.

 

MEIRELES, Cecília. Obra Poética. Rio de janeiro: Aguillar, 1997.

 

O trecho em que se identifica a opinião da autora é

A) “Sempre gostei muito de livros...”

B) “(...) além dos livros escolares, li os de histórias infantis, (...)”

C) ”(...) achei que era um livro maravilhoso, (...)”

D) “quando eu ainda não sabia ler, brincava com os livros (...)”

 

 

08) D14- (SAEPE). Leia o texto abaixo e responda.

O pai telefona para casa:

– Alô?

– ...

Reconhece o silêncio da tipinha. Você liga? Quem fala é você.

– Alô, fofinha.

Nem um som. Criança não é para ser chamada fofinha. Cinco anos, já viu.

– Oi, filha. Sabe que eu te amo?

– Eu também.

“Puxa, ela nunca disse que me amava”.

– Também o quê?

– Eu também amo eu.

 

Crianças (seleção). Curitiba, 2001. p. 31. Disponível em: <http://www.releituras.com/daltontrevisan_crianca.asp>.

 

Em qual dos trechos desse texto está expressa a opinião do narrador?

A) “Reconhece o silêncio da tipinha.”.

B) “Criança não é para ser chamada de fofinha.”.

C) “– Oi filha. Sabe que eu te amo?”.

D) “Puxa, ela nunca disse que me amava”.

 09) D14- (Equipe PIP). Leia o texto abaixo.

CAPA

A inspiradora reportagem sobre as crises de idade nos leva a muitas reflexões, mas acredito que a mais importante delas diz respeito à estrutura de personalidade que cada um desenvolve. É consenso, entre pessoas maduras e bem estruturadas emocionalmente, que vivemos a vida de acordo com nossa base psicológica. Por isso, é importante que, da infância até o início da vida adulta, saibamos estruturar o arcabouço daquilo que seremos. Quem tem um bom alicerce, enfrentará seguramente qualquer tipo de problema. Reinvente-se a cada idade. (José Elias)

Alex Neto, Foz do Iguaçu – PR

A palavra que marca a opinião do leitor em relação à reportagem é:

A)  Consenso.

B)  B) Importante.

C)  C) Inspiradora.

D)  D) Seguramente

 

10) D14- Leia o texto abaixo e responda.

EDUCAÇÃO DE HOJE ADIA O FIM DA ADOLESCÊNCIA

Há pouco tempo recebi uma mensagem que me provocou uma boa reflexão. O interessante é que não foi o conteúdo dela que fisgou minha atenção, e sim sua primeira linha, em que os remetentes se identificavam. Para ser clara, vou reproduzi-la: “Somos dois adolescentes, com 21 e 23 anos...”.

Minha primeira reação foi sorrir: agora, os jovens acreditam que a adolescência se estende até, pelo menos, aos 23 anos?! Mas, em seguida, eu me dei conta do mais importante dessa história: que a criança pode ser criança quando é tratada como tal, e o mesmo acontece com o adolescente. Os dois jovens adultos se veem como adolescentes, porque, de alguma maneira, contribuímos para tanto.

A adolescência tinha época certa para começar até um tempo atrás, ou seja, com a puberdade, época das grandes mudanças físicas. E terminar também: era quando o adolescente, finalmente, assumia total responsabilidade sobre sua vida e tornava-se adulto. Agora, as crianças já começam a se comportar e a se sentir como adolescentes muito tempo antes da puberdade se manifestar e, pelo jeito, continuam se comportando e vivendo assim por muito mais tempo. Qual é a parcela de responsabilidade dos adultos e educadores?

 

Fonte: Disponível em: http://www.santanna.g12.br/professores/ana_paula_port/atividade_reforco_lp_9anos.pdf.

A opinião da autora em relação ao fato de que a educação de hoje adia o fim da adolescência é que

A) os adultos contribuem para que isso aconteça.

B) a adolescência é uma fase que vai até 23 anos.

C) os adolescentes têm muitas responsabilidades.

D) os adultos devem ensinar a criança a se calçar sozinha.

 

11) D12- Leia o texto para responder a questão abaixo:

STRESS ANCESTRAL

Conhecido como um dos males do nosso tempo, o stress não é exclusividade deste século nem do anterior. Muito antes da era do trânsito caótico, e até mesmo da Revolução Industrial, a civilização inca, que viveu entre 550 e 1532, já sofria desse mal. A conclusão é de uma equipe de arqueólogos da Universidade de Ontário Ocidental, no Canadá, que analisaram amostras de cabelo de restos mortais de dez indivíduos, provenientes de cinco diferentes sítios arqueológicos no Peru. Os pesquisadores encontraram cortisol – hormônio responsável pelo stress – em níveis superiores aos verificados em pessoas que passaram por estudos clínicos recentes. “O cortisol estava mais alto naqueles que, depois de alcançar tais níveis, morreram. Esses indivíduos podem ter desenvolvido uma doença que levou algum tempo para matá-los e essa talvez tenha sido a causa do stress”, diz a arqueóloga Emily Webb, que conduziu a pesquisa.

 Fonte:http://www.istoe.com.br/reportagens/35451_STRESS+ANCESTRAL?pathImagens=&path=&actualArea=internalPage

A finalidade do texto é

A) relatar as consequências negativas do stress.

B) informar que o stress já existe há mais de 400 anos.

C) comparar o stress do homem moderno ao dos Incas.

D) identificar a doença que causou o stress na civilização Inca.

 

12) D12- (Prova da cidade 2012). Leia o texto abaixo.

AS DUAS NOIVAS

O ônibus parou e ela subiu. Ele se encolheu, separando-se da outra, as mãos enfiadas entre os joelhos e olhando para o lado – como se adiantasse, já tinha sido visto. A noiva sorriu, agradavelmente surpreendida:

Mas que coincidência!

E sentou-se a seu lado. Você ainda não viu nada – pensou ele, sentindo-se perdido, ali entre as duas. Queria sumir, evaporar-se no ar. Num gesto meio vago, que se dirigia tanto a uma como a outra, fez a apresentação com voz sumida:

- Esta é minha noiva...

- Muito prazer – disseram ambas.

 

Fonte: Sabino, Fernando. Obra Reunida. Volume III, Editora Nova Aguilar S.A. – Rio de Janeiro, 1996, p. 148.Com cortes.


No texto, a ironia está no fato de que as moças

A) se conheciam.

B) se cumprimentaram.

C) falaram ao mesmo tempo.

D) noivaram com o mesmo rapaz.

  

13) D7 - (Equipe PIP). Leia o texto abaixo.

RECEITAS DA VOVÓ

Lembra aquela receita que só sua mãe ou sua avó sabem fazer? Pois saiba que, além de gostoso, esse prato é parte importante da cultura brasileira. É verdade. Os cadernos de receita são registros culturais. Primeiro, porque resgatam antigas tradições, seja familiares ou étnicas. Além disso, mostram como se fala ou se falava em determinada região. E ainda servem como passagens de tempo, chaves para alcançarmos memórias emocionais que a gente nem sabia que tinha (se você se lembrou do prato que sua avó ou sua mãe fazia, você sabe do que eu estou falando).

A tese defendida pelo autor do texto é de que as receitas culinárias:

A) Fazem com que lembremos a nossa infância.

B) Resgatam nossas tradições familiares ou étnicas.

C) São as que só nossas mães ou avós conhecem.

D) São uma parte importante da cultura brasileira.

 

14) D8 - (Prova Brasil). Leia o texto abaixo:

O QUE É SER ADOTADO

Os alunos do primeiro ano, da professora Débora, discutiam a fotografia de uma família. Um menino na foto tinha os cabelos de cor diferente dos outros membros da família.

Um aluno sugeriu que ele talvez fosse adotado e uma garotinha disse:

– Sei tudo de filhos adotados porque sou adotada.

– O que é ser adotado? – outra criança perguntou.

– Quer dizer que você cresce no coração da mãe, em vez de crescer na barriga.

DOLAN, George. Você Não Está Só. Ediouro

O aluno sugeriu que a criança da foto tinha sido adotada por que:

A) os cabelos dela eram diferentes.

B) estava na foto da família.

C) pertencia a uma família.

D) cresceu na barriga da mãe.

 15) D8 - Essa Leia o texto para responder a questão abaixo:

O NAMORO NA ADOLESCÊNCIA

Um namoro, para acontecer de forma positiva, precisa de vários ingredientes: a começar pela família, que não seja muito rígida e atrasada nos seus valores, seja conversável, e, ao mesmo tempo, tenha limites muito claros de comportamento. O adolescente preciso disto, para se sentir seguro. O outro aspecto tem a ver com o próprio adolescente e suas condições internas, que determinarão suas necessidades e a própria escolha. São fatores inconscientes, que fazem com que a Mariazinha se encante com o jeito tímido do João e não dê pelota para o herói da turma, o Mário. Aspectos situacionais, como a relação harmoniosa ou não entre os pais do adolescente, também influenciarão o seu namoro. Um relacionamento em que um dos parceiros vem de um lar em crise é, de saída, dose de leão para o outro, que passa a ser utilizado como anteparo de todas as dores e frustrações. Geralmente, esta carga é demais para o outro parceiro, que também enfrenta suas crises pelas próprias condições de adolescente. Entrar em contato com a outra pessoa, senti-la, ouvi-la, depender dela afetivamente e, ao mesmo tempo, não massacrá-la de exigências, e não ter medo de se entregar é tarefa difícil em qualquer idade. Mas é assim que começa este aprendizado de relacionar-se afetivamente e que vai durar a vida toda.

 SUPLICY, Marta. A condição da mulher. São Paulo: Brasiliense, 1984

 Para um namoro acontecer de forma positiva, o adolescente precisa do apoio da família. O argumento que defende essa ideia é

A) a família é o anteparo das frustrações.

B) a família tem uma relação harmoniosa.

C) o adolescente segue o exemplo da família.

D) o apoio da família dá segurança ao jovem.

 

 16) D8 - (SAERS). Leia o texto abaixo.

PORTUGUÊS POPULAR

O Brasil anda mesmo em alta no mundo, e a Língua Portuguesa não fica atrás em popularidade.

Segundo a coluna do jornalista Anselmo Góis, no jornal O Globo, o Comitê Olímpico Internacional (COI) ofereceu aos seus 300 funcionários duas opções “linguísticas”: a chance de aprender a língua russa – por causa dos Jogos de Inverno em Sogi, que serão realizados em 2014 – e o português – haja vista a proximidade dos Jogos Olímpicos de 2016 com sede no Rio de Janeiro. Resultado: apenas 5 pessoas, em meio aos 300 funcionários do COI, escolheram estudar russo. Em contrapartida, os outros 200 preferiram estudar a língua falada no Brasil.

Nosso idioma vai muito bem, obrigado.

 Língua Portuguesa, ano 4, n. 53, mar. 2010, p. 11.

 

Nesse texto, qual é o argumento utilizado pelo autor para sustentar sua tese?

A) “O Brasil anda mesmo em alta no mundo, e a Língua Portuguesa não fica atrás em popularidade.”.

B) “... o Comitê Olímpico Internacional (COI) ofereceu aos seus 300 funcionários duas opções ‘linguísticas’:...”.

C) “... haja vista a proximidade dos Jogos Olímpicos de 2016 com sede no Rio de Janeiro.”.

D) “... apenas 5 pessoas, em meio aos 300 funcionários do COI, escolheram estudar russo.”.

  

17) D9 - (SAEPI). Leia o texto abaixo.

NOVA LEI ORTOGRÁFICA CHEGA À ESCRITA BRAILE

Todas as mudanças promovidas pelo acordo ortográfico serão adotadas pelo português convertido em braile, sistema criado pelo francês Louis Braille para pessoas com deficiência visual. O acordo influencia o braile, pois, nesse sistema, as palavras são escritas letra a letra, e cada vocábulo tem até seis pontos em relevo. Um cego treinado é capaz de detectar a ausência ou a presença do trema em determinadas palavras, assim como hífens, acentos e pontuações. Com isso, o Ministério da Educação já prevê a adaptação de livros didáticos em braile à nova grafia.

 Língua Portuguesa. nº 41. São Paulo: Segmento, mar. 2009, p. 9.

 

A informação principal desse texto é:

A) o sistema braile adotará todas as mudanças ortográficas.

B) o sistema braile foi criado pelo francês Louis Braille.

C) o MEC está atento ao problema da leitura dos cegos.

D) o cego treinado pode detectar a presença do trema.

 

18) D9 - (PROEB). Leia o texto abaixo.

ENCONTRO DE ANSIEDADES

O pai Irineu, a mãe Florinda e os filhos Lúcia, Eliana e Ronaldo (...) tiveram uma experiência bastante inusitada. A família de índios Guarani, do Pontal do Paraná, litoral do Estado, foi convidada para visitar os alunos da Escola Atuação em Curitiba.

Foi um encontro de ansiedades: de um lado, as crianças indígenas amedrontadas com tanta gente para recebê-las no ginásio da escola; de outro, os alunos curiosos e inquietos com a presença de novos visitantes.

No fim das contas, tudo terminou bem: as crianças índias não falam português, mas receberam toda a atenção dos novos amigos e voltaram para a sua aldeia com muitas cestas de frutas e outros presentes. A turminha da escola adorou a experiência e garante que aprendeu muito com a atividade. A troca de ansiedades acabou se tornando troca de carinhos.

 Gazeta do Povo. Curitiba, 29 abr. 2000. Gazetinha, p.5.

 

A principal informação desse texto está expressa

A) na iniciativa de uma família de Curitiba.

B) no resultado do encontro dos dois grupos.

C) no grau de ansiedade dos dois grupos.

D) na aceitação do convite pela família guarani.

19) D9 - (AvaliaBH). Leia o texto abaixo.

POPULAÇÃO MUNDIAL A CAMINHO DO EMPATE

[...] Muito em breve – provavelmente ainda nos próximos anos –, a metade da humanidade terá apenas filhos suficientes para repor o seu tamanho. Isto é, grande parte dos casais terá entre dois e três filhos, no máximo, o que permitirá apenas a reposição e não o crescimento da população do mundo daquele momento. Traduzindo em linguagem demográfica, a taxa de fertilidade da metade do mundo será de 2,1 ou menos. [...]

Segundo a ONU, 2,9 bilhões de pessoas, quase a metade do total mundial de 6,5 bilhões, vivem em países com 2,1 ou menos de taxa de fertilidade. Para o início da década de 2010, a população mundial está estimada em 7 bilhões e a quantidade de pessoas com esta taxa de fertilidade será de 3,4 bilhões.

A queda da taxa de fertilidade em nível de reposição significa uma das mais radicais mudanças na história da humanidade. Isso tem implicações na estrutura e na vida familiar, mudando o cotidiano das pessoas, mas também em relação às políticas públicas em níveis global e local, a serem implementadas pelos diferentes países ou sugeridas por instituições como a ONU.

 FRANCESCONE, Léa; SANTOS, Regina Célia Bega dos. Carta na escola: fevereiro de 2010. Fragmento.

 Qual é a ideia principal desse texto?

A) “Muito em breve [...] a metade da humanidade terá apenas filhos suficientes para repor o seu tamanho.”. (ℓ. 1-2)

B) “...em linguagem demográfica, a taxa de fertilidade da metade do mundo será de 2,1 ou menos.”. (ℓ. 3-4)

C) “...2,9 bilhões de pessoas [...] vivem em países com 2,1 ou menos de taxa de fertilidade.”. (ℓ. 5)

D) “Para o início da década de 2010, a população mundial está estimada em 7 bilhões...”. (ℓ. 6)

 

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20) D9 - (SAERS). Leia o texto abaixo.

A TARTARUGA E A LEBRE (Esopo)

A lebre estava caçoando da lerdeza da tartaruga. A tartaruga se abespinhou e desafiou a lebre para uma corrida. A lebre, cheia de si, aceitou a aposta. A raposa foi escolhida como juiz. A solução por ser muito sabida e correta. A tartaruga não perdeu tempo e começou a se arrastar. A lebre logo ultrapassou a adversária e, vendo que ia ganhar fácil, resolveu dar um cochilo. Acordou assustada e correu como louca. Na linha de chegada, a tartaruga esperava a lebre toda contente.

Devagar se vai ao longe.

BENNET, William J. (Org.); MACHADO, Luiz Raul (Trad.). O livro das virtudes.

 O principal objetivo desse texto é

A)  descrever um local.

B)  B) evidenciar uma moral.

C)  C) falar sobre uma aposta.

D)  D) relatar um fato científico.

 21) Leia o texto para responder a questão a seguir:

CONVERSA FIADA

Era uma vez um homem muito velho que, por não ter muito o que fazer, ficava pescando num lago.

Era uma vez um menino muito novo que também não tinha muito o que fazer e ficava pescando no mesmo lago.

Um dia, os dois se encontraram, lado a lado, na pescaria, e no mesmo momento, exatamente no mesmo instante, sentiram aquela puxadinha que indica que o peixe mordeu a isca. [...] Quando apareceram os respectivos peixes, porém, decepção: o peixe do menino era muito velho e o peixe do velho era muito novo!

O velho disse para o menino:

– Você não pode pescar esse peixe tão velho! Deixe que ele viva o pouco da vida que lhe resta.

O menino respondeu:

– E o que você vai fazer com este peixe tão novo? Ele é tão pequeno... deixe que ele viva mais um pouco!

O velho e o menino olharam um para o outro e, sem perder tempo, jogaram os peixes no lago.

Ficaram amigos e agora, quando não têm muito o que fazer, vão até o lago, cumprimentam os peixes e matam o tempo jogando conversa fora.

 

FRATE, Diléa. Histórias para Acordar. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1996.

 

O fato responsável pelo desenrolar da história é

A) o encontro e a pescaria do menino com o velho no lago.

B) o peixe do velho ser muito velho.

C) o peixe do menino ser novo e pequeno.

D) o retorno dos peixes ao lago.

 

 

22) D11- ESSA (Prova Brasil). Leia o texto abaixo:

A FUNÇÃO DA ARTE

Diego não conhecia o mar. O pai, Santiago Kovadloff, levou-o para que descobrisse o mar.

Viajaram para o Sul.

Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando.

Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos. E foi tanta a imensidão do mar, e tanto fulgor, que o menino ficou mudo de beleza.

E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai:

– Me ajuda a olhar!

 

GALEANO, Eduardo. O livro dos abraços. Trad. Eric Nepomuceno 5ª ed. Porto Alegre: Editora L & PM, 1997.

 

O menino ficou tremendo, gaguejando por que

A) a viagem foi longa.

B) as dunas eram muito altas.

C) o mar era imenso e belo.

D) o pai não o ajudou a ver o mar.

  

23) D16- (Prova Brasil). Leia o texto abaixo:

O CABO E O SOLDADO

Um cabo e um soldado de serviço dobravam a esquina, quando perceberam que a multidão fechada em círculo observava algo. O cabo foi logo verificar do que se tratava.

Não conseguindo ver nada, disse, pedindo passagem:

— Eu sou irmão da vítima.

Todos olharam e logo o deixaram passar.

Quando chegou ao centro da multidão, notou que ali estava um burro que tinha acabado de ser atropelado e, sem graça, gaguejou dizendo ao soldado:

— Ora essa, o parente é seu.

 Revista Seleções. Rir é o melhor remédio. 12/98, p.91.


No texto, o traço de humor está no fato de:

A) o cabo e um soldado terem dobrado a esquina.

B) o cabo ter ido verificar do que se tratava.

C) todos terem olhado para o cabo.

D) ter sido um burro a vítima do atropelamento.

 24) D17- (Prova Brasil). Leia o texto abaixo:

EU SOU CLARA

Sabe, toda a vez que me olho no espelho, ultimamente, vejo o quanto eu mudei por fora. Tudo cresceu: minha altura, meus cabelos lisos e pretos, meus seios. Meu corpo tomou novas formas: cintura, coxas, bumbum. Meus olhos (grandes e pretos) estão com um ar mais ousado. Um brilho diferente. Eu gosto dos meus olhos. São bonitos. Também gosto dos meus dentes, da minha franja... Meu grande problema são as orelhas. Acho orelha uma coisa horrorosa, não sei por que (nunca vi ninguém com uma orelha bonitona, bem-feita). Ainda bem que cabelo cobre orelha!

Chego à conclusão de que tenho mais coisas que gosto do que desgosto em mim. Isso é bom, muito bom. Se a gente não gostar da gente, quem é que vai gostar? (Ouvi isso em algum lugar...) Pra eu me gostar assim, tenho que me esforçar um monte.

Tomo o maior cuidado com a pele por causa das malditas espinhas (babo quando vejo um chocolate!). Não como gordura (é claro que maionese não falta no meu sanduíche com batata frita, mas tudo light...) nem tomo muito refri (celulite!!!). Procuro manter a forma. Às vezes sinto vontade de fazer tudo ao contrário: comer, comer, comer... Sair da aula de ginástica, suando, e tomar três garrafas de refrigerante geladinho. Pedir cheese bacon com um mundo de maionese.

Engraçado isso. As pessoas exigem que a gente faça um tipo e o pior é que a gente acaba fazendo. Que droga! Será que o mundo feminino inteiro tem que ser igual? Parecer com a Luíza Brunet ou com a Bruna Lombardi ou sei lá com quem? Será que tem que ser assim mesmo?

Por que um monte de garotas que eu conheço vivem cheias de complexos? Umas porque são mais gordinhas. Outras porque os cabelos são crespos ou porque são um pouquinho narigudas.

Eu não sei como me sentiria se fosse gorda, ou magricela, ou nariguda, ou dentuça, ou tudo junto. Talvez sofresse, odiasse comprar roupas, não fosse a festas... Não mesmo! Bobagem! Minha mãe sempre diz que beleza é “um conceito muito relativo”. O que pode ser bonito pra uns, pode não ser pra outros. Ela também fala sempre que existem coisas muito mais importantes que tornam uma mulher atraente: inteligência e charme, por exemplo. Acho que minha mãe está coberta de razão!

Pois bem, eu sou Clara. Com um pouco de tudo e muito de nada.

 RODRIGUES, Juciara. Difícil decisão. São Paulo: Atual, 1996.

No trecho “...nem tomo muito refri (celulite!!!).”, a repetição do “ponto de exclamação” sugere que a personagem tem

A) incerteza quanto às causas da celulite.

B) medo da ação do refrigerante.

C) horror ao aparecimento da celulite.

D) preconceito contra os efeitos da celulite.

 

 

25) D17- Leia o texto para responder a questão abaixo:

BOA AÇÃO

(...) De repente, zapt, a cusparada veio lá do alto do edifício e varreu-lhe o braço direito que nem onda de ressaca. Horror, nojo, revolta: no meio das três sensações, o triste consolo de não ter sido no rosto, nem mesmo no vestido.

Como limpar “aquilo” sem se sujar mais? Teve ímpeto de atravessar a rua, a praia, meter-se de ponta cabeça no mar. Depois veio a ideia de entrar no primeiro edifício, apertar a primeira campainha, rogar em pranto à dona da casa: “Me salve desta imundície!”

 

ANDRADE, Carlos Drummond de. Boa ação. In: Seleta em prosa e verso. Rio de Janeiro: José Olympio, 1971.

 O uso das aspas no trecho “Me salve desta imundície!” revela

A) a revolta pela situação vivida.

B) a intenção de fala do personagem.

C) o destaque dado a palavras do texto.

D) o estranhamento da personagem diante do fato.

 

26) D18- Essa Leia o texto abaixo.

PAISAGEM URBANA

São cinco horas da manhã e a garoa fina cai branca como leite, fria como gelo. Milhões de gotinhas d’água brilham em trilhos de ferro.

“Bom dia”, diz Um Homem para o Outro Homem. “Bom dia, por quê?”, pensa o Outro, olhando para o Um. Um Homem quieto e parado é um poste, que espera o trem na estação quase vazia. [...]

A máquina aparece na curva e vem lenta, grave, forte, grande, imensa. Para a máquina, desce um branco, uma mulata, o gordo e o magro, dois meninos maluquinhos. Chegada de uns, partida de outros. No meio de um cheiro áspero de fumaça e óleo diesel, o Outro Homem entra no trem.

Um homem continua um poste. Rígido. Concreto. E é só quando uma moça desce a escada do vagão carregando uma mala, cabelo preso com fita e olhar de busca, que o homem-poste tem um sobressalto. Os olhares se encontram. O trem vai e os olhares vêm. O mundo é assim... Outro Homem se foi. Um Homem está feliz.

 

FERNANDES, Maria; HAILER, Marco Antônio. Alp novo: Análise, Linguagem e Pensamento. V. 4. São Paulo: FTD, 2000. p. 152.

 

Ao usar a expressão “homem-poste”, o autor sugere que o homem está

A) cansado de esperar o trem.

B) desligado da realidade.

C) observando o movimento.

D) preocupado com a vida.

  

27) D18- (SAVEAL).Leia o texto e responda.

CAMELÔ CAPRICHADO

“Senhoras, senhoritas, cavalheiros! — estudantes, professores, jornalistas, escritores, poetas, juízes — todos os que vivem da pena, para a pena, pela pena! – esta é a caneta ideal, a melhor caneta do mundo (marca Ciclone!), do maior contrabando jamais apreendido pela Guardamoria! (E custa apenas 100 cruzeiros!).

“Esta é uma caneta especial que escreve de baixo para cima, de cima para baixo, de trás para diante e de diante para trás! — (Observem!) Escreve em qualquer idioma, sem o menor erro de gramática! (E apenas por 100 cruzeiros!).

“Esta caneta não congela com o frio nem ferve com o calor; resiste à umidade e pressão; pode ir à Lua e ao fundo do mar, sendo a caneta preferida pelos cosmonautas e escafandristas. Uma caneta para as grandes ocasiões: inalterável ao salto, à carreira, ao mergulho e ao vôo! A caneta dos craques! Nas cores mais modernas e elegantes: verde, vermelha, roxa... (apreciem) para combinar com o seu automóvel! Com a sua gravata! Com os seus olhos!... (Por 100 cruzeiros!)

“Esta caneta privilegiada: a caneta marca Ciclone, munida de um curioso estratagema, permite mudar a cor da escrita, com o uso de duas tintas, o que facilita a indicação de grifos, títulos, citações de frases latinas, versos e pensamento inseridos nos textos em apreço! A um simples toque, uma pressão invisível (assim!) a caneta passa a escrever em vermelho ou azul, roxo ou cor-de-abóbora, conforme a fantasia do seu portador. (E custa apenas 100 cruzeiros!).

“Adquirindo-se uma destas maravilhosas canetas, pode-se dominar qualquer hesitação da escrita: a caneta Ciclone escreve por si! Acabaram-se as dúvidas sobre crase, o lugar dos pronomes, as vírgulas e o acento circunflexo! Diante do erro, a caneta pára, emperra – pois não é uma caneta vulgar, de bomba ou pistão, mas uma caneta atômica, sensível, radioativa, (E custa apenas 100 cruzeiros: a melhor caneta, do maior contrabando).

 

(MEIRELES, Cecília. Escolha o seu sonho. 2ª ed. Rio de Janeiro. Record, 1996. p.22-23)

 

A expressão “todos os que vivem da pena, para pena, pela pena”, refere-se a:

A) todos aqueles que querem uma caneta colorida.

B) todos aqueles que têm o sentimento de pena.

C) todos aqueles que têm a escrita como ofício.

D) todos aqueles que compram em camelôs

 

28) D18- (SALTO – TO/2011). LEIA O TEXTO

A PRINCESA E A RÃ

Era uma vez... numa terra muito distante...uma princesa linda, independente e cheia de auto-estima.

Ela se deparou com uma rã enquanto contemplava a natureza e pensava em como o maravilhoso lago do seu castelo era relaxante e ecológico... Então, a rã pulou para o seu colo e disse: linda princesa, eu já fui um príncipe muito bonito. Uma bruxa má lançou-me um encanto e transformei-me nesta rã asquerosa. Um beijo teu, no entanto, há de me transformar de novo num belo príncipe e poderemos casar e constituir lar feliz no teu lindo castelo.

A tua mãe poderia vir morar conosco e tu poderias preparar o meu jantar, lavar as minhas roupas, criar os nossos filhos e seríamos felizes para sempre... Naquela noite, enquanto saboreava pernas de rã sautée, acompanhadas de um cremoso molho acebolado e de um finíssimo vinho branco, a princesa sorria, pensando consigo mesma:

— Eu, hein?... nem morta!

 Luis Fernando Veríssimo

 

Na frase “— Eu, hein?... nem morta”!, a expressão destacada sugere que a princesa

A) pensará sobre a proposta da rã.

B) nunca aceitará a proposta da rã.

C) depois do jantar aceitará a proposta da rã.

D) um dia casará com a rã.

 

29) D13 - (PROMOVER). Leia o texto abaixo.

SAUDOSA MALOCA

Se o senhô num tá lembrado,

dá licença de contá,

é que onde agora está

esse edifício arto,

era uma casa veia,

um palacete assobradado.

Foi aqui, seu moço,

que eu, Mato Grosso e o Joca

construímo nossa maloca.

Mas um dia, nóis nem pode se alembrá,

veio os home co’ as ferramenta:

o dono mando derrubá.

Peguemo toda as nossas coisas

e fumos pro meio da rua apreciá a demolição...

Que tristeza que nóis sentia,

cada tauba que caía [...]

Barbosa, A. Disco Adoniran Barbosa. Odeon, 1974.

Os versos “Peguemo toda as nossas coisa/ e fumos pro meio da rua/ apreciá a demolição...”, na linguagem formal, estariam adequados se fossem escritos:

A) “Peguemos toda as nossas coisas e fumos pro meio da rua apreciá a demolição...”.

B) “Peguemos toda as nossas coisa e fumos para o meio da rua apreciá a demolição...”.

C) “Pegamos todas as nossas coisas e fomos para o meio da rua apreciar a demolição...”.

D) “Pegamos toda as nossas coisa e fomos pro meio da rua apreciá a demolição...”.

 

30) D13 - ((Equipe PIP). Leia o texto abaixo.

Prezado senhor,

A primeira coisa que me vem à cabeça para lhe dizer hoje não é muito original...

No entanto, se estas palavras pecam pela falta de originalidade, não pecam pela falta de sinceridade: Feliz Aniversário!

O meu sentimento mais puro é para que você possa realizar, nos anos vindouros, todos os seus projetos mais caros e preciosos, pois isso é o mínimo que uma pessoa justa e honesta como você merece.

Saiba que eu me sinto muito privilegiada por ser subordinada a alguém tão bom e sensível, que não se vale de hierarquia para humilhar ou ser arrogante com os outros profissionais.

Por tudo isso que você é, receba os meus mais sinceros votos de felicidade e o meu desejo de que o seu dia de aniversário transcorra em paz e alegria.

Um Abraço.

Rosângela

Nesse texto, os interlocutores são:

A) Chefe e funcionária.

B) Namorado e namorada.

C) Pai e filho.

D) Professor e aluno.

 

31) D19- (PAEBES). Leia o texto abaixo.

PORQUINHO-DA-ÍNDIA

Quando eu tinha seis anos

Ganhei um porquinho-da-índia.

Que dor de cabeça me dava

Porque o bichinho só queria estar debaixo do fogão!

Levava ele pra sala

Pra os lugares mais limpinhos

Ele não gostava:

Queria era estar debaixo do fogão.

Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas...

– O meu porquinho-da-índia foi a minha primeira namorada.

 

BANDEIRA, Manuel. Libertinagem & Estrela da manhã. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2000.

 

No poema, o uso dos diminutivos “porquinho” (v. 2), “bichinho” (v. 4), “limpinhos” (v. 6) e “ternurinhas” (v. 9) indica

 

A) afetividade.

B) deboche.

C) desconsideração.

D) insatisfação.