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terça-feira, 15 de abril de 2025

TEXTO: O TESTAMENTO - ADAPTADO DE AMARO VENTURA E ROBERTO A. SOARES - COM GABARITO

 Texto: O Testamento

        Um homem rico, sem filhos, sentindo-se morrer, pediu papel e caneta e escreveu assim:

        "Deixo meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do mecânico nada aos pobres".

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLKJYvdtFDo6qC5p5OYBcqaEtr0pL-g3idJxGv0qSYQH-Kv_GiMtRoP4__wASTzR8Lu8vlT6PiWoqLrkKHWveq0fOZmXR338dEVSMeCOEiJl4M3SU4xvgVYKCw526q0AJB0V5LSvEhUjalWJIo9Vi00_lRbYbAyShE69CktXia7TDhaMMeGPPERQZkDEA/s320/TESTAMENTO.jpg


        Não teve tempo de pontuar – morreu.

        Eram quatro concorrentes. Chegou o sobrinho e fez estas pontuações numa cópia do bilhete:

        "Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a conta do mecânico. Nada aos pobres."

        A irmã do morto chegou em seguida com outra cópia do testamento e pontuou assim:

        "Deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do mecânico. Nada aos pobres."

        Apareceu o mecânico, pediu uma cópia do original e fez estas pontuações:

        "Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do mecânico. Nada aos pobres."

        Um juiz estudava o caso, quando chegaram os pobres da cidade. Um deles, mais sabido, tomou outra cópia do testamento e pontuou deste modo:

        "Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do mecânico? Nada! Aos pobres!”.

Adaptado de: Amaro Ventura e Roberto Augusto Soares Leite. Comunicação/Expressão em língua nacional. 5ª série. São Paulo: Nacional, 1973. p. 84.

Fonte: Livro – Português: Linguagens, 7ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 1ª ed. 15ª reimpressão – São Paulo: Atual Editora, 2003. p. 106.

Entendendo o texto:

01 – Qual é a principal causa da disputa entre os concorrentes no texto?

      A principal causa da disputa é a falta de pontuação no testamento original do homem rico, o que permite diferentes interpretações sobre a destinação de seus bens.

02 – Quantos e quais são os concorrentes que aparecem na história para reivindicar a herança?

      Aparecem quatro concorrentes: a irmã do morto, o sobrinho, o mecânico e os pobres da cidade.

03 – Como o sobrinho interpreta e pontua o testamento para beneficiar a si mesmo?

      O sobrinho pontua o testamento da seguinte forma: "Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a conta do mecânico. Nada aos pobres." Ele nega a intenção de deixar os bens para a irmã e afirma que ele é o herdeiro.

04 – De que maneira a irmã do morto pontua o testamento para ser a beneficiária?

      A irmã pontua o testamento assim: "Deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do mecânico. Nada aos pobres." Ela afirma que a intenção do falecido era deixar os bens para ela, excluindo o sobrinho.

05 – Qual é a interpretação e a pontuação que o mecânico faz do testamento?

      O mecânico pontua o testamento da seguinte maneira: "Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do mecânico. Nada aos pobres." Ele interpreta que a conta dele deveria ser paga antes de qualquer outra destinação dos bens.

06 – Como os pobres da cidade, representados pelo mais sabido, interpretam e pontuam o testamento?

      Os pobres pontuam o testamento da seguinte forma: "Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do mecânico? Nada! Aos pobres!”. Eles interpretam que, após negar os outros beneficiários, a intenção final era deixar os bens para eles.

07 – Qual a importância da pontuação na interpretação de textos, como demonstrado nessa narrativa?

      A narrativa demonstra de forma clara a importância crucial da pontuação na interpretação de textos. A ausência de sinais de pontuação no testamento original permitiu múltiplas e conflitantes interpretações, cada uma favorecendo um dos interessados. Isso ressalta como a pontuação define o sentido das frases e pode alterar completamente a intenção de um texto.

 

quinta-feira, 2 de agosto de 2018

CARTA-TESTAMENTO DE GETÚLIO VARGAS - WIKIPEDIA - COM QUESTÕES GABARITADAS


Carta-testamento de Getúlio Vargas
                        
          
        Carta Testamento de Getúlio Vargas é um documento endereçado ao povo brasileiro escrito por Getúlio Vargas horas antes de seu suicídio, na data de 24 de agosto de 1954.
   Existe uma nota manuscrita do suicídio, e um berrador "Carta Testamento", da qual se conhecem 3 cópias. Existe polêmica quanto à autenticidade do texto datilografado.[1]
        Cópia da Carta-testamento de Getúlio Vargas, 24 de agosto de 1954:
        Mais uma vez as forças e os interesses contra o povo coordenaram-se e se desencadeiam sobre mim. Não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam; e não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes.
        Sigo o destino que me é imposto. Depois de decênios de domínio e espoliação dos grupos econômicos e financeiros internacionais, fiz-me chefe de uma revolução e venci.
        Iniciei o trabalho de libertação e instaurei o regime de liberdade social. Tive de renunciar. Voltei ao governo nos braços do povo.
A campanha subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra o regime de garantia do trabalho. A lei de lucros extraordinários foi detida no Congresso.
        Contra a Justiça da revisão do salário mínimo se desencadearam os ódios.
        Quis criar a liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobras, mal começa esta a funcionar a onda de agitação se avoluma. A Eletrobrás foi obstaculada até o desespero. Não querem que o trabalhador seja livre,não querem que o povo seja independente.
        Assumi o governo dentro da espiral inflacionária que destruía os valores do trabalho. Os lucros das empresas estrangeiras alcançavam até 500% ao ano. Nas declarações de valores do que importávamos existiam fraudes constatadas de mais de 100 milhões de dólares por ano. Veio a crise do café, valorizou-se nosso principal produto. Tentamos defender seu preço e a resposta foi uma violenta pressão sobre a nossa economia a ponto de sermos obrigados  ceder.
        Tenho lutado mês a mês, dia a dia, hora a hora, resistindo a uma pressão constante, incessante, tudo suportando em silêncio, tudo esquecendo e renunciando a mim mesmo, para defender o povo que agora se queda desamparado. Nada mais vos posso dar a não ser o meu sangue. Se as aves de rapina querem o sangue de alguém, querem continuar sugando o povo brasileiro, eu ofereço em holocausto a minha vida.
        Escolho este meio de estar sempre convosco. Quando vos humilharem, sentireis minha alma sofrendo ao vosso lado. Quando a fome bater à vossa porta, sentireis em vosso peito a energia para a luta por vós e vossos filhos.
        Quando vos vilipendiarem, sentireis no meu pensamento a força para a reação.
        Meu sacrifício vos manterá unidos e meu nome será a vossa bandeira de luta. Cada gota de meu sangue será uma chama imortal na vossa consciência e manterá a vibração sagrada para a resistência. Ao ódio respondo com perdão. E aos que pensam que me derrotam respondo com a minha vitória. Era escravo do povo e hoje me liberto para a vida eterna. Mas esse povo, de quem fui escravo, não mais será escravo de ninguém.
        Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma e meu sangue terá o preço do seu resgate.
        Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na história.
                                              Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Entendendo a carta:
01 – Getúlio Vargas construiu a própria imagem de político nos fragmentos dessa carta. Na sua opinião, qual das alternativas a seguir aponta para a forma com que ele construiu essa imagem de si mesmo?
a)   Um político arrependido dos problemas que aconteceram em seu governo.
b)   Um político que aceita bem as críticas da oposição.
c)   Um político que não acredita que pode fazer mais pelo povo.

02 – Que fragmentos da carta o levaram à resposta da pergunta anterior? Alguma palavra ou alguma expressão?
      “... Nada mais vos posso dar, a não ser meu sangue.”

03 – Quem parece ser o leitor da carta?
      Pelo telefone, claramente emocionado, o ministro da Fazenda, Oswaldo Aranha, leu para a Rádio Nacional a Carta-testamento.

04 – Nessa carta, que explicações sobre a decisão final de Getúlio Vargas são apresentadas para o leitor?
      “Precisam sufocar a minha voz e impedir minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes. Sigo o destino que me é imposto.” [...]

05 – Quais palavras ou expressões da carta remetem à ideia de que Getúlio Vargas cometerá suicídio em seguida?
·        “Sigo o destino que me é imposto. [...]”
·        “Nada mais vos posso dar, a não ser meu sangue.”
·        “... Eu ofereço em holocausto a minha vida.”
·        “Agora vos ofereço a minha morte.”
·        “... saio da vida para entrar na História.”

06 – Por que será que Getúlio Vargas terminou a carta com a frase: “Serenamente dou o passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História”?
      Ele estava envolvido em graves acusações e pressionado a renunciar. Tinha uma profunda consciência de seu significado como personagem histórico. Seu último e trágico gesto: o suicídio foi um ato político. Por isso, preferiu protagonizar um teatro de tragédia a submeter-se à humilhação e ao teatro patético que os adversários encenariam com sua renúncia.

07 – No trecho:
        “Tenho lutado mês a mês, dia a dia, hora a hora, resistindo a uma agressão constante, incessante, tudo suportando em silêncio. [...]. Era escravo do povo e hoje me liberto para a vida eterna. Mas esse povo de quem fui escravo não será mais escravo de ninguém. [...] Lutei contra a esfoliação do povo. Eu vos dei a minha vida. Agora ofereço a minha morte.”
        Acerca do contexto e personagem identificados no documento citado, é INCORRETO afirmar que:
a)   A referência à escravidão feita pelo ex-presidente é um recurso de retórica para afirmar a sua identificação com os trabalhadores.
b)   Os mais poderosos adversários de Vargas, nessa conjuntura, os quais ele alega agredi-lo constantemente, são os comunistas liderados por Luiz Carlos Prestes.
c)   A UDN, oposição ao varguismo, pagou um alto preço político por isso, como evidenciou a eleição de JK.
d)   O mais duradouro legado varguista, a legislação trabalhista, permaneceu sem sofrer alterações por praticamente todas as décadas subsequentes à sua morte.
e)   O suicídio de Vargas é um desdobramento da acentuação da crise política em seu governo após o Atentado da Rua Tonelero.

08 – O segundo governo de Getúlio Vargas (1951-1954) terminou com o suicídio do presidente. Contribuiu para a crise política desse governo:
a)   O fechamento do Congresso, que acabou por unir, numa frente ampla, os defensores dos ideais democráticos.
b)   O apoio do presidente aos políticos da UDN (União Democrática Nacional), favoráveis à organização de um golpe para mantê-lo no poder.
c)   A política econômica adotada, de cunho nacionalista, da qual um dos marcos foi a criação da Petrobrás, em 1953.
d)   A série de convulsões sociais provocadas pela inflação, com movimentos grevistas organizados pelo Partido Comunista, então na legalidade.
e)   A ruptura entre civis e militares, que culminou com o assassinato do político e jornalista Carlos Lacerda.

09 – Identifique no documento alguns trechos que demonstram o nacionalismo do governo Getúlio Vargas.
      “Tenho lutado mês a mês, dia a dia, hora a hora, resistindo a uma pressão constante, incessante, tudo suportando em silêncio, tudo esquecendo, renunciando a mim mesmo, para defender o povo, que agora se queda desamparado.”
      “Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma e meu sangue será o preço do seu resgate. Lutei contra a esfoliação do Brasil.”

10 – No Brasil de hoje políticos ainda adotam a prática de populismo?
      Sim, ser populista deum modo mais simples, é saber o que a população precisa e oferecer propostas específicas, ser amigo do povo, reclamar sobre salários baixos (para os trabalhadores mais humildes), creches com poucas vagas (para as mães), um exemplo interessante foi da ex-presidente Dilma colocar policiamento nas favelas do Brasil.