QUESTÕES OBJETIVAS - BARROCO E ARCADISMO
01 – (FUVEST):
Entre os
semeadores do Evangelho há uns que saem a semear, há outros que semeiam sem
sair. Os que saem a semear são os que vão pregar à Índia, à China, Ao Japão; os
que semeiam sem sair são os que se contentam com pregar na pátria. Todos terão
sua razão, mas tudo tem sua conta. Aos que têm a seara em casa, pagar-lhes-ão a
semeadura: aos que vão buscar a seara tão longe, hão-lhes medir a semeadura, e
hão-lhes de contar os passos. Ah! dia do juízo! Ah! pregadores! Os de cá,
achar-vos-eis com mais paço; os de lá, com mais passos...
A passagem
acima é representativa de uma das tendências estéticas da prosa seiscentista a
saber:
a) O sebastianismo, isto é, a celebração
do mito da volta de D. Sebastião, rei de Portugal, morto na batalha de
Alcácer-Quibir.
b) A busca do egoísmo e da aventura
ultramarina, presentes nas crônicas e narrativas de viagem.
c) A exaltação do heróico e do épico,
por meio das metáforas grandiloquentes da epopeia.
d) Lirismo trovadoresco, caracterizado
por figuras de estilo passionais e místicas.
e)
Conceptismo, caracterizado pela utilização constante dos recursos da
dialética.
02 – (FUVEST) A respeito do Pe. Antônio Vieira, pode-se
afirmar que:
a) Embora vivesse no Brasil, por sua
formação lusitana, não se ocupou de problemas locais.
b)
Procura adequar os textos bíblicos às realidades de que tratava.
c) Dada sua espiritualidade, demonstrava
desinteresse por assuntos mundanos.
d) Em função de seu zelo para com Deus,
utilizava-o para justificar todos os acontecimentos políticos e sociais.
e) Mostrou-se tímido diante dos
interesses dos poderosos.
03 – (FUVEST) O Barroco é, na verdade, dois estilos: o
Cultismo e o Conceptismo. O Cultismo:
a) Caracteriza-se pelo agudo jogo de
conceitos e ideias, que desenvolve apoiando-se no raciocínio silogístico.
b) É o estilo que busca a aproximação
entre poesia e música, valorizando figuras sonoras e os efeitos musicais do
ritmo.
c) Corresponde a uma estética de
nomeação, em que predomina a poesia descritiva e de traço arqueológico.
d) Caracteriza-se pela linguagem
metafórica, pelo uso excessivo de figuras sobretudo antíteses e hipérboles,
pela visão de mundo dualista, contraditório e sensorial.
e)
N.D.A.
04 – (OBJETIVO-SP) Assinale a(s) afirmação(ões) incorreta(s)
ou não relacionada(s) ao período Barroco em Portugal:
a) (
) Contra reforma – Inquisição.
b) (
) Decadência política e econômica.
c) (
) Domínio espanhol.
d) (
) Mito sebastianista.
e) (
) Predomínio da prosa sobre a poesia.
f)
( ) Sermonística, prosa didática e
moralizante.
g)
( X ) Elitização,
frivolidade da produção acadêmica.
h)
( X ) Academias dos
Generosos e dos Singulares.
i)
( X ) Academias dos
Esquecidos e dos Renascidos.
05 – (OBJETIVO-SP) Assinale a alternativa que encerra uma
associação incorreta, acerca do Barroco em Portugal:
a) Pe. Manuel Bernardes – Nova Floresta.
b) Pe. Francisco Manuel de Melo – Carta
de Guia aos Casados.
c) Antônio José da Silva (O Judeu) –
Guerras do Alecrim e da Manjerona.
d) Manuel de Souza Coutinho (Frei Luís
de Sousa) – História de São Domingos.
e) Sóror Mariana D’Alcoforado – Cartas.
f)
Felix Renascido e Postilhão de Apolo – Coletâneas de Poesias
seiscentistas portugueses.
g) Pe. Vieira – Poemas à Virgem Maria.
06 – (ENC-SP):
O pregador há de ser como quem semeia, e não
como quem ladrilha ou azuleja. Ordenado, mas como as estrelas. Todas as
estrelas estão por sua ordem; mas é ordem que faz influência, não é ordem que
faça favor. Não fez Deus o céu em xadrez de estrelas, como os pregadores fazem
o sermão em xadrez de palavras. Se de uma parte está branco, de outra há de
estar negro; se de uma parte está dia, de outra há de estar noite; se de uma
parte dizem luz, da outra hão de dizer sombra; se de uma parte dizem desceu, da
outra hão de dizer subiu.
No fragmento
acima, pertencente ao Sermão da Sexagésima, o padre Antônio Vieira mostra uma
tendência muito comum em sua obra:
I – Uso das antíteses com o propósito deliberado de
equilibrar os anseios espiritualistas e teocêntricos da Idade Média com os
materialistas e antropocêntricos do Renascimento.
II – Critica os exageros formais dos pregadores cultistas,
que usavam e abusavam das antíteses, tornando o estilo obscuro.
III – Defende o apuro formal dos pregadores gongoristas,
vendo nele uma forma mais adequada de convencer e converter o fiel.
Interpreta
corretamente o que se afirma apenas em:
a) I. b) II. c) III. d) I e II. e) I e III.
07 – (UFRJ) Aponte, nas questões seguintes, o que é falso F e o que é verdadeiro V.
a) ( V ) Vieira defende a ideia de que o
pregador não deve usar a palavra pela palavra só para satisfazer o gosto pelos
malabarismos estéticos – na verdade, condena o estilo cultista.
b) ( V ) Vieira acusa diretamente o
estilo gongórico como o responsável pelo afastamento dos fieis.
c) ( F ) O grande pregador conceptista
enfatiza que a importância da Linguagem preciosa é decisiva para que o ouvinte
fique impressionado.
d) ( F ) A linguagem de Vieira é
evidentemente uma defesa ao cultismo, daí ter conseguido persuadir o seu
público.
08 – (UEL-PR):
Que és terra,
homem, e em terra hás de tornar
Te lembra hoje
Deus por sua Igreja;
De pó te fez
espelho, em que se veja
A vil matéria,
de que quis formar-te.
Conforme sugere
o excerto acima, o poeta barroco não raro expressa:
a) O medo de ser infeliz; uma intensa
angústia em face da vida, a que não consegue dar sentido; a desilusão diante da
falência de valores terrenos e divinos.
b)
A consciência de que o mundo terreno é efêmero e vão; o sentimento
de nulidade diante do poder divino.
c) A percepção de que há saídas para o
homem; a certeza de que o aguardam i inferno e a desgraça espiritual.
d) A necessidade de ser piedoso e
caritativo, paralela à vontade de fluir até as últimas consequências o lado
material da vida.
e) A revolta contra os aspectos fatais
que os deuses imprimem a seu destino e à vida na terra.
09 – (CESESP-PE) Numere os parêntese, obedecendo à seguinte
convenção:
1 – Barroco.
2 – Arcadismo.
3 – Romantismo.
( 3 ) Exacerbação do sentimento, envolto numa visão
de amor idealista.
( 1 ) Visão dualista do universo, refletida numa
linguagem essencialmente antitética.
( 2 ) Expressão constante e quase monótona da
fugacidade da vida.
( 2 ) Ênfase na incorrespondência amorosa das
tiranas donzelas.
( 1 ) Sobre exaltação da beleza feminina, superior
aos elementos da natureza.
De cima para
baixo, a resposta correta é:
a) 3, 1, 1, 2, 1.
b) 2, 1, 1, 3, 2.
c) 1, 3, 2, 1, 2.
d)
3, 1, 2, 2, 1.
e) 2, 1, 2, 3, 1.
10 – (OBJETIVO-SP):
Ele é
considerado um dos três maiores sonetistas da língua portuguesa, ao lado de
Camões e de Antero de Quental. Sua poesia lírica, extremamente pessoal, é
marcada por um rebelde libertarismo emocional. Às vezes calmo. Sua vasta obra
poética apresenta dois aspectos fundamentais: o satírico e o lírico; mas é no
lírico que o poeta se realiza plenamente e fica famoso. Foi, sem dúvida, o
maior poeta português do século XVIII. Seu pseudônimo arcádio é Elmano Sadino.
Trata-se de:
a) Cruz e Silva.
b) Domingo Caldas Barbosa.
c) Filinto Elísio.
d) Almeida Garret.
e)
Bocage.
11 – (FAC.OSVALDO CRUZ-SP) A “áurea mediocridade”, a fuga à
vida citadina, o bucolismo definem-se como tendências do:
a) Romantismo.
b)
Arcadismo.
c) Parnasianismo.
d) Barroco.
12 – (FAC. MED. TRIÂNGULO MINEIRO) A busca da simplicidade da
linguagem e a descoberta da felicidade pela integração do homem na natureza, em
oposição ao artificialismo formal e à angústia dos conflitos entre o bem e o
mal, são algumas das características que contrapõem o ________________ao
________________.
a) Barroco – classicismo.
b)
Arcadismo – barroco.
c) Romantismo – arcadismo.
d) Parnasianismo – romantismo.
e) Simbolismo – parnasianismo.
13 – (CFET-PR) Assinale a alternativa que melhor indica os
valores da estética árcade:
a)
Natureza, simplicidade, pastoralismo.
b) Equilíbrio, natureza, filosofia.
c) Pastoralismo, sonoridade, natureza.
d) Bucolismo, pastoralismo, ilogismo.
e) Pastoralismo, ilogismo, subjetivismo.
14 – (FUVEST) De Bocage, pode-se dizer que:
a) Passou a maior parte de sua vida no
Brasil.
b)
É o expoente máximo da poesia portuguesa do século XVIII.
c) Foi grande cultor do soneto barroco.
d) Escreveu contos eróticos.
e) Representa a poesia parnasiana em
Portugal.
15 – (ENC-SP) Leia com atenção o texto de Manuel Maria
Barbosa du Bocage, a seguir:
Chorosos versos
meus desentoados,
Sem arte, sem
beleza e sem brandura,
Urdidos pela
mão da Desventura,
Pela baça
Tristeza envenenados, desesperados,
No mundo
esquecimento a sepultura;
Se os ditosos
vos lerem sem ternura,
Ler-vos-ão com
ternura os desgraçados:
Não vos
inspire, ó versos, cobardia,
Da sátira
mordaz o furor louco,
De maldizente
voz a tirania:
Desculpa
tendes, se valeis tão pouco;
Que não pode
cantar com melodia
Um peito, de gemer cansado e rouco.
Sobre esse
soneto, é correto afirmar:
a) O amor é apresentado de maneira
controlada, de acordo com os princípios do racionalismo e equilíbrio que
orientavam a criação poética da Arcadismo.
b)
O texto demonstra que Bocage, apesar de pertencer à Arcádia
Lusitana, ultrapassa os limites do Arcadismo e antecipa características da
inspiração poética do Romantismo.
c) O poeta se identifica com os
bem-aventurados e solicita a piedade do leitor para com os seus versos.
d) A emoção interfere na elaboração
artística.
e) Sabe-se que Bocage foi um árcade
rebelde; pertenceu à Nova Arcádia, mas foi expulso dela. O soneto em questão
apresenta características formais neoclássicas e, quanto ao conteúdo, antecipa
o sentimentalismo romântico.
16 – (OBJETIVO-SP) Assinale, com relação ao Arcadismo (V) verdadeiro ou (F) falso:
a) ( V ) Desenvolveu-se na segunda metade
do século XVIII, refletindo os ideais iluministas. Coincide no Brasil com o
ciclo da mineração e com as rebeliões nativistas.
b) ( V ) É um regresso aos ideais do
classicismo greco-romano e renascentistas (clareza, simplicidade, busca do
belo, bem, verdade e perfeição).
c) ( V ) Os temas predominantes são o
pastoralismo e o bucolismo. A natureza é o cenário suave e convencional onde
“pastores” e “musas” vivem amenos idílios campestres.
d) ( V ) O estilo é contido, há poucas
figuras (em comparação ao Barroco) e predomina a ordem direta.
e) ( V ) Não há conflitos, a expressão é
sereno e apoia-se na mitologia grego-romana, no convencionalismo amoroso.
f)
(
V ) A
arte volta-se para o natural e o verdadeiro e tem finalidade didática e
moralizante. A imaginação é contida.
g) ( V ) Segue os ideais clássicos da
“fugere urbem”, da “carpe diem”, da “aurea mediocritas” e tem como lema
“Inutilia Truncat”.
17 – (OBJETIVO-SP) Assinale a(s) alternativa(s) não
relacionadas ao Arcadismo em Portugal:
a) (
) Regime Pombalino – despotismo esclarecido.
b)
(
X ) Influência espanhola.
c) (
) Influência francesa e italiana.
d) (
) Iluminismo, racionalismo.
e) (
) Arcádia Lusitana e Nova Arcádia.
18 – (OBJETIVO-SP) Assinale O QUE não se referir a Bocage:
a) Idílio Marítimo e Rimas, razão X
sentimentos.
b) Pré-Romantismo – confessionalismo,
presença da morte, poesia noturnal.
c) Poesia lírica e satírica.
d) Autor das Espístolas e Marília.
e)
O bucolismo e o pastoralismo são os temas dominantes em seus
melhores sonetos.
19 – (UFMG) Aponte a alternativa cujo conteúdo não se aplica
ao Arcadismo:
a)
Desenvolvimento do gênero épico, registrando o início da corrente
indianista na poesia brasileira.
b) Presença da mitologia grega na poesia
de alguns poetas desse período.
c) Propagação do gênero lírico em que os
poetas assumem a postura de pastores e transformam a realidade num quadro
idealizado.
d) Circulação de manuscritos anônimos de
teor satírico e conteúdo político.
e) Penetração de tendência mística e
religiosa, vinculada à expressão de ter ou não fé.
20 – (CENTEC-BA) Quando o poeta neoclássico pinta uma
paisagem como um “estado de alma”, podemos dizer que estamos diante de uma
paisagem:
a) Tipicamente neoclássica.
b) Sugestivamente simbólica.
c) Rebuscadamente barroca.
d) Prenunciadora de parnasianismo.
e)
Antecipadamente romântica.
21 – (UEL-PR) Assinale a alternativa em que aparece uma
característica imprópria do Arcadismo:
a) Bucolismo.
b) Presença de entidades mitológicas.
c) Exaltação da natureza.
d) Tranquilidade no relacionamento
amoroso.
e)
Evasão da morte.