quinta-feira, 30 de outubro de 2025

NOTÍCIA: ANTIGA ÁREA DE RESERVA TEM CONTAMINAÇÃO - FRAGMENTO - PHILLIPPE WATANABE - COM GABARITO

 Notícia: Antiga área de reserva tem contaminação – Fragmento

            Phillippe Watanabe

        Pesquisadores encontraram, em uma região que fazia parte da Renca (Reserva Nacional de Cobre e seus Associados), peixes contaminados por mercúrio. […]

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7YpUdoPj0D4CTm8XwmT4aWFMaHcSSiAf_Hg4s8mseRnUAKsCzj5RtlMENIsqYytWv72HL3Yv8pbZxFqSoag3YLwq0cfSTKArbUtLn1cRyniLBzlvTQBVabeG9NrxJ25xa1dDLYyClhcLIgdvZhU4jJcIoojcHBzFaDdnjPh4JOu9_rP01WcBkZK5Iy6w/s1600/FLORESTA.jpg


        Os dados [...] fruto de pesquisa do WWF-Brasil e do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) – apontam que, no Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque e na Flona (Floresta Nacional) do Amapá, que não fazia parte da Renca, em 81% dos espécimes investigados há contaminação por mercúrio.

        A substância é um metal pesado utilizado no processo de extração do ouro. Paulo Cesar Basta, médico da Fiocruz, diz que não há níveis seguros de exposição à substância. [...]

        Segundo Marcelo Oliveira, do WWF-Brasil, oito espécies foram investigadas [...]. Cinco espécies tinham mais de 50% dos indivíduos com níveis de mercúrio superiores a 0,5 mg/kg – limite de tolerabilidade da OMS (Organização Mundial da Saúde) para consumo humano. [...]

        "São espécies consumidas pela população da região e obtivemos esses números alarmantes. É um problema de saúde pública”, diz Oliveira. "Se começar a juntar os pontos, você vê que o cenário é bastante preocupante."

        Paulo Basta afirma que “o mercúrio é um metal pesado com fácil difusão no corpo e que altera o metabolismo celular. O sistema nervoso central, principalmente, é vulnerável à substância".

        Oliveira e Basta, na segunda etapa do projeto, estudam a saúde das populações dos arredores. [...] Oliveira diz que, durante a nova etapa, já foram encontrados indígenas com sintomas de contaminação. [...].

Phillippe Watanabe. Reserva extinta por Temer tem áreas contaminadas por mercúrio. Folha de São Paulo, São Paulo, 25 ago. 2017. p. B9.

Fonte: Set Brasil. Ensino Fundamental, anos finais, 6º ano, livro 2. Thaís Ginícolo Cabral – São Paulo: Moderna, 2019. p. 349.

Entendendo a notícia:

01 – Qual foi o achado principal dos pesquisadores em uma região que fazia parte da Renca e em áreas próximas, como o Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque?

      A descoberta principal foi a de peixes contaminados por mercúrio na região que fazia parte da Renca (Reserva Nacional de Cobre e seus Associados), bem como em 81% dos espécimes investigados no Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque e na Flona do Amapá.

02 – Qual é a substância que está contaminando os peixes e qual é a atividade humana responsável pela sua utilização e liberação no ambiente?

      A substância contaminante é o mercúrio, que é um metal pesado. A atividade humana responsável pela sua utilização é o processo de extração do ouro.

03 – De acordo com Marcelo Oliveira (WWF-Brasil), qual é o limiar de tolerabilidade da OMS para o consumo humano de mercúrio em peixes, e por que a situação é considerada um "problema de saúde pública"?

      O limite de tolerabilidade da OMS (Organização Mundial da Saúde) para consumo humano é de 0,5 mg/kg. A situação é considerada um problema de saúde pública porque cinco das oito espécies investigadas, consumidas pela população da região, tinham mais de 50% dos indivíduos com níveis de mercúrio superiores a esse limite.

04 – Segundo o médico Paulo Cesar Basta, qual é o efeito geral do mercúrio no corpo humano e qual é o sistema mais vulnerável a essa substância?

      O mercúrio é um metal pesado com fácil difusão no corpo, que altera o metabolismo celular. O sistema mais vulnerável à substância é o sistema nervoso central.

05 – Quem está envolvido na pesquisa sobre a contaminação, e qual é o foco da segunda etapa do projeto?

      A pesquisa inicial envolveu o WWF-Brasil e o ICMBio. A segunda etapa do projeto, na qual estão envolvidos Marcelo Oliveira e Paulo Basta, está focada em estudar a saúde das populações dos arredores, já tendo sido encontrados indígenas com sintomas de contaminação.

 

NOTÍCIA: RIO CUBATÃO É CONTAMINADO POR PETRÓLEO APÓS VAZAMENTO NA TRANSPETRO - FRAGMENTO - COM GABARITO

 Notícia: Rio Cubatão é contaminado por petróleo após vazamento na Transpetro – Fragmento

        Rio Cubatão foi atingido por um vazamento de petróleo na noite desta terça-feira (22). O material, segundo a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cestesb), é proveniente do Terminal Terrestre de Cubatão da Transpetro, localizado às margens do manancial. Ainda não é possível quantificar a área da contaminação, nem os prejuízos. Por segurança, a captação de água foi parcialmente suspensa e o abastecimento na região pode ser afetado. 

        [...]

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-j64Xy2SIKA-G_ZtW-ebOBhSWm_8tPq50mkynMQUzMmMAfQtwRVq-PIs_tf6LVWBnAG3BXTEjTUTpgeJpqqpaml-kYC0oXehoXEAHYfdD14ZK5Mzlp57zhRQxvV1EM7e4bHR3Xd1mK5AP-SQz3P2wv69WKdLhkPkxvKTr0CE2cHqaE-RP774S1ORjzlM/s320/OLEO.jpg


        A Companhia Ambiental disse que ainda não é possível identificar os reais danos ambientais, nem estimar o volume vazado de petróleo, que vazou de uma caixa de válvula de transferência do produto, causando o transbordo para uma galeria de drenagem. Os técnicos acompanham a continuidade das ações de rescaldo e a colocação de barreiras ao longo do rio, bem como a realização da limpeza e remoção do material na área externa à empresa.

        [...]

        Possível falta d’água

        [...] O manancial fornece água à Estação de Tratamento de Água (ETA) Cubatão e, por conta do ocorrido, a Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp) precisou reduzir de 4,2 mil litros para 3 mil litros, preventivamente, a produção no sistema.

A medida foi tomada para preservar a qualidade da água distribuída à população e a integridade dos equipamentos da estação, que é responsável por quase 50% da água tratada produzida na região. [...]

        [...].

RIO Cubatão é contaminado por petróleo após vazamento na Transpetro. A Tribuna, 23 mar. 2016. Disponível em: www.ultragazsantos.com.br/rio-cubatao-e-contaminado-por-petroleo-apos-vazamento-na-transpetro. Acesso em: 2 abr. 2019.

Fonte: Set Brasil. Ensino Fundamental, anos finais, 6º ano, livro 2. Thaís Ginícolo Cabral – São Paulo: Moderna, 2019. p. 368.

Entendendo a notícia:

01 – Qual foi a causa da contaminação do Rio Cubatão mencionada na notícia?

      A contaminação do Rio Cubatão foi causada por um vazamento de petróleo proveniente do Terminal Terrestre de Cubatão da Transpetro.

02 – O que a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) informou sobre a quantificação da área contaminada e o volume de petróleo vazado?

      A Cetesb informou que ainda não é possível quantificar a área da contaminação, os prejuízos, nem estimar o volume de petróleo vazado.

03 – Por que a Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp) suspendeu parcialmente a captação de água e reduziu a produção na Estação de Tratamento de Água (ETA) Cubatão?

      A medida de suspensão e redução da produção foi tomada por segurança, para preservar a qualidade da água distribuída à população e a integridade dos equipamentos da estação, devido à contaminação.

04 – Qual foi a redução na produção de água tratada na ETA Cubatão, tomada como medida preventiva?

      A Sabesp precisou reduzir a produção de água na ETA Cubatão de 4,2 mil litros para 3 mil litros, preventivamente.

05 – O que os técnicos estão fazendo para conter o vazamento e realizar a limpeza?

      Os técnicos estão acompanhando as ações de rescaldo, a colocação de barreiras ao longo do rio, e a realização da limpeza e remoção do material na área externa à empresa.

POEMA: AMOR BASTANTE - PAULO LEMINSKI - COM GABARITO

 Poema: Amor bastante

             Paulo Leminski

quando eu vi você
tive uma ideia brilhante
foi como se eu olhasse
de dentro de um diamante
e meu olho ganhasse
mil faces num só instante

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPYNXcrNrUlcwGgLVE5Yx4h2vyGhajeVDKu3uEZvP267iG9wax21CvRfDm3evkPXxTOr8XJVbt9HbrYHX7E0CpPY8N2jHrpRidTAXpKNKatv2NxupY-SVpmNol_1QJ5rayjsg08576YiI7q4uSClN-IxLvMWHkYKYKx3no8gtIB2Cfyku2wuxChAdaYac/s320/AMOR.jpg


basta um instante
e você tem amor bastante

um bom poema
leva anos
cinco jogando bola,
mais cinco estudando sânscrito,
seis carregando pedra,
nove namorando a vizinha,
sete levando porrada,
quatro andando sozinho,
três mudando de cidade,
dez trocando de assunto,
uma eternidade, eu e você,
caminhando junto.

LEMINSKI, Paulo. Toda poesia. São Paulo: Companhia das Letras, 2013. p. 295.

Fonte: Set Brasil. Ensino Fundamental, anos finais, 7º ano, livro 2. Thaís Ginícolo Cabral – São Paulo: Moderna, 2019. p. 34.

Entendendo o poema:

01 – Qual é o principal contraste temático estabelecido pelo poema "Amor bastante" entre a primeira e a segunda parte?

      O principal contraste reside na oposição entre a instantaneidade da paixão ou da visão inicial de amor (expressa em versos como "basta um instante / e você tem amor bastante") e o tempo prolongado e o esforço complexo que se exige para construir algo duradouro, como "um bom poema" ou, metaforicamente, uma vida a dois ("uma eternidade, eu e você, caminhando junto").

02 – Na primeira estrofe, o que a imagem de olhar "de dentro de um diamante" sugere sobre a percepção do eu lírico ao ver a pessoa amada?

      A metáfora sugere que o eu lírico teve uma visão de súbita clareza, brilho e perspectiva multifacetada. Olhar de dentro de um diamante implica que a visão da pessoa amada é valiosa, perfeita em sua complexidade ("mil faces num só instante") e revela uma verdade intensa e instantânea sobre o amor.

03 – A segunda parte do poema apresenta uma longa lista de atividades com contagem de tempo (ex: "cinco jogando bola," "seis carregando pedra," "dez trocando de assunto"). Que recurso estilístico é predominantemente usado nesse trecho e qual seu propósito?

      O poeta utiliza a figura de linguagem conhecida como enumeração (ou catálogo). O propósito é demonstrar, por meio de uma variedade de experiências cotidianas, sérias e banais, o longo e complexo processo da vida e a soma de vivências (o tempo total) que são necessárias para construir a "eternidade" que culmina no amor maduro e no "caminhar junto."

04 – No contexto da segunda parte, o que a expressão "um bom poema" simboliza em relação à jornada do eu lírico e da pessoa amada?

      "Um bom poema" é uma metáfora para algo que exige dedicação, tempo e uma vasta gama de vivências. Ele simboliza a própria construção de uma vida ou de uma relação amorosa duradoura. Assim como um poema de qualidade não é feito num instante, o amor verdadeiro é o resultado de uma longa soma de experiências, conflitos e aprendizados, culminando na eternidade do relacionamento.

05 – A justaposição de atividades como "estudando sânscrito" e "levando porrada" na lista de experiências contribui para um certo tom. Qual é esse tom e o que ele reflete sobre a visão da vida?

      O tom é reflexivo e, ao mesmo tempo, bem-humorado (ou levemente irônico). A justaposição de atividades intelectuais e espirituais ("estudando sânscrito") com experiências difíceis ("levando porrada") ou mundanas ("trocando de assunto") reflete a visão de que a vida — e, por extensão, o amor — é uma colcha de retalhos feita de momentos altos e baixos, de esforços sérios e de desvios, sendo tudo isso essencial para a totalidade da experiência humana.

 

 

CONTO: O KAZUKUTA - ONDJAKI - COM GABARITO

 Conto: O Kazukuta

         Ondjaki

        Nós estávamos sempre atentos à queda das nêsperas, das pitangas e das goiabas, e era mesmo por gritarmos ou por corrermos que o Kazukuta acordava assim no modo lento de vir nos espreitar, saía da casota dele a ver se alguma fruta ia sobrar para a fome dele.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6rO2lJvm7PSq7BbmvmNZWM324d35-ExcjSgzD2SYd8Tl2AkrXVRieqDlEGcHihFNUDEoMaWsxvPbRIh3FTNUlUpYJWqXfghZSxuBAfIAuwnhnQXqhCli-xKvvTt1eWFmybnzm5nmPqsKWC-3fbLABzd3ivaiZRfc3FmEtMTZ2tO2hItRAt-pqXR3Fnbw/s320/osdaminharua.jpg


        Normalmente ele comia as nêsperas meio cansadas ou de pele já escura que ninguém apanhava. Mexia-se sempre devagarinho, e bocejava, e era capaz de ir procurar um bocadinho de sol pra lhe acudir as feridas, ou então mesmo buscar regresso na casota dele. Às vezes, mesmo no meio das brincadeiras, meio distraído, e antes de me gritarem com força para eu não estar assim tipo estátua, eu pensava que, se calhar, o Kazukuta naquele olhar dele de ramelas e moscas, às vezes, ele podia estar a pensar. Mesmo se a vida dele era só estar ali na casota meio triste, sair e entrar, tomar banho de mangueira com água fraca, apanhar nêsperas podres e voltar a entrar na casota dele, talvez ele estivesse a pensar nas tristezas da vida dele.

        Acho que o Kazukuta era um cão triste porque é assim que me lembro dele. Nós mesmo não lhe ligávamos nenhuma. Ninguém brincava com ele, nem já os mais velhos lhe faziam só uma festinha de vez em quando. Mesmo nós só queríamos que ele saísse do caminho e não nos viesse lamber com a baba dele bem grossa de pingar devagarinho e as feridas quase a nunca sararem. Acho que o Kazukuta nunca apanhou nenhuma vacina, se calhar ele tinha alergia ou medo, não sei, devia perguntar no tio Joaquim. Também o Kazukuta não passeava na rua e cada vez andava só a dormir mais.

        Sim, o Kazukuta era um cão triste.

        Um dia era de tarde, e vi o tio Joaquim dar banho ao Kazukuta. Um banho longo. Fiquei espantado: o tio Joaquim que ficava até tarde a ler na sala, o tio Joaquim que nos puxava as orelhas, o tio Joaquim silencioso, como é que ele podia ficar meia hora a dar banho ao Kazukuta?

        Lembro o Kazukuta a adorar aquele banho, deve ser porque era um banho sincero, deve ser porque o tio punha devagarinho frases em kimbundu ao Kazukuta, e ele depois ia adormecer. Kazukuta..., lembro bem os teus olhos doces brilharem tipo um mar de sonho só porque o tio Joaquim – o tio Joaquim silencioso – veio te dar banho de mangueira e te falou palavras tranquilas num kimbundu assim com cheiros da infância dele.

        E demorou. Nós já estávamos quase a parar a nossa brincadeira. Porque afinal a água caía nos pelos do Kazukuta, e os pelos ficavam assim coladinhos ao corpo, e virados para baixo como se já fossem muito pesados, e a água foi, não tinha mais, e mesmo sem fechar a torneira o tio Joaquim, com a mangueira ainda a pingar as últimas gotas dela, e no regresso do Kazukuta à casota, depois daquele abano tipo chuvisco de nós rirmos, o Tio Joaquim deu a notícia que tinha demorado aquele tempo todo para falar:

        -- Meninos, a tia Maria morreu.

        Até tive medo, não daquela notícia assim muito séria, mas do que alguém perguntou:

        -- Mas podemos continuar a brincar só mais um bocadinho?

        O tio largou a mangueira, veio nos fazer festinhas.

        -- Sim, podem.

        Parece mesmo vi um sorriso pequenino na boca dele. O tio Joaquim era muito calado e sorria devagarinho como se nunca soubesse nada das horas e das pressas dos outros adultos. Às vezes ele aparecia no quintal sem fazer ruído e espreitava a nossa brincadeira sem corrigir nada. Olhava de longe como se fosse uma criança quieta com inveja de vir brincar conosco também.

        O tio Joaquim era muito calado e sorria devagarinho como se nunca soubesse nada das horas e das pressas dos outros adultos. O tio Joaquim gostava muito de dar banho ao Kazukuta. Um dia kazukuta estava muito velho e morreu mesmo.

ONDJAKI. Os da minha rua. Rio de Janeiro: Língua Geral, 2007. p. 27-29.

Fonte: Set Brasil. Ensino Fundamental, anos finais, 7º ano, livro 2. Thaís Ginícolo Cabral – São Paulo: Moderna, 2019. p. 35-36.

Entendendo o conto:

01 – Como o narrador infantil descreve a rotina e o estado geral do cão Kazukuta no início do conto?

      O narrador descreve Kazukuta como um cão triste, que se movia lentamente e passava a maior parte do tempo na sua casota. Sua rotina resumia-se a sair para espreitar a queda das frutas (comendo as "cansadas ou de pele já escura" que sobravam), procurar sol para suas feridas (que "quase a nunca saravam"), tomar banho de mangueira com água fraca e voltar para a casota. Ele era um cão negligenciado, a quem "ninguém brincava" e que não recebia afeto.

02 – O que o narrador, mesmo em meio às brincadeiras, chega a imaginar sobre o cão, desafiando a percepção de que Kazukuta era apenas um animal?

      O narrador imagina que, "naquele olhar dele de ramelas e moscas," o Kazukuta podia estar a pensar. Ele reflete que, mesmo que a vida do cão fosse só a rotina triste de sair e entrar na casota, "talvez ele estivesse a pensar nas tristezas da vida dele." Essa reflexão humaniza o cão, atribuindo-lhe uma consciência e uma dor existencial.

03 – Qual é a ação do Tio Joaquim que espanta o narrador, e o que essa ação revela sobre a relação do Tio com Kazukuta?

      O que espanta o narrador é o fato de o Tio Joaquim — um homem silencioso, leitor e que costumava puxar as orelhas das crianças — ter ficado meia hora a dar um banho longo e sincero no Kazukuta. Essa ação revela uma sensibilidade e um afeto ocultos do Tio, que se manifestavam não em palavras para os humanos, mas em carinho e cuidado para com o cão negligenciado.

04 – Durante o banho, que elemento cultural e afetivo o Tio Joaquim utiliza para se comunicar com Kazukuta, e qual é o efeito disso no cão?

      O Tio Joaquim falava "devagarinho frases em kimbundu" para o Kazukuta, com palavras tranquilas "com cheiros da infância dele." Esse uso da língua ancestral confere um caráter íntimo e profundo ao afeto. O efeito é notável: o Kazukuta demonstra que "adorava aquele banho," com seus "olhos doces brilharem tipo um mar de sonho."

05 – O banho demorado e a notícia que o Tio Joaquim revela ao final estão interligados. Qual é a função desse tempo de banho em relação à notícia?

      O banho longo serve como um preâmbulo ou um ritual de preparação para a notícia séria da morte da "tia Maria." O Tio Joaquim estava usando o tempo e o ato carinhoso de dar banho ao cão como uma forma de lidar com a própria dor e o luto, adiando o momento de dar a notícia às crianças, o que é explicitado na frase "tinha demorado aquele tempo todo para falar."

06 – Qual é a reação imediata das crianças à notícia da morte da tia Maria, e o que essa reação sugere sobre a percepção infantil da morte e do luto?

      A reação das crianças é uma pergunta inocente e centrada em si mesmas: "Mas podemos continuar a brincar só mais um bocadinho?" Essa reação sugere que a morte, para elas, é um evento sério, mas distante e abstrato, que não interrompe de imediato a prioridade do seu universo, que é a brincadeira e a alegria do momento presente.

07 – Como o narrador descreve o Tio Joaquim após o momento da notícia e até o final do excerto? O que essa descrição finaliza sobre o seu caráter?

      O narrador o descreve como um homem muito calado que sorria devagarinho, sem "pressas dos outros adultos." Ele é visto espreitando a brincadeira das crianças "sem corrigir nada," quase como uma "criança quieta com inveja de vir brincar." Essa descrição reforça o caráter do Tio como uma figura contemplativa, silenciosa e com uma ternura velada, que compreende a vida e o tempo de maneira diferente dos outros adultos

NOTÍCIA: O LADO OBSCURO DO MODELO DE DESENVOLVIMENTO BRASILEIRO - FRAGMENTO - MUGGAH, R.; FOLLY, M. - COM GABARITO

 Notícia: O lado obscuro do modelo de desenvolvimento brasileiro – Fragmento

        [...]       

        Uma das principais causas da migração forçada no Brasil são as barragens, especialmente aquelas destinadas à construção de usinas hidrelétricas (UHEs). O Instituto Igarapé analisou os custos socioeconômicos de cerca de 80 barragens construídas no Brasil desde os anos 2000. Após avaliar os dados, o Instituto estima que entre 150 e 240 mil brasileiros foram forçados a deixar suas casas em função da instalação dessas barragens. E é possível que cerca de 75 mil outras pessoas sejam forçadas a abandonar seus lares por conta de 11 novas usinas e centrais hidrelétricas que podem ser construídas nos próximos anos.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMpvQaC4levocyJf7xUgUuDMSeDDDq-d-1HNsjr0Zv4jdbCCmd-a2TGKc8RKc8xjVegxoQVef9rdo8kDjfuVSdp8t3aoL5EUgNH40KGztg3sHg_WFZj7RhBSdv0T7GgnqVOuLTVB9aG0SpSM-mzQhEcs-pEZprM17P3GFwxek0MqclXUlxpjRuJpLBaXg/s320/IMIGRA%C3%87%C3%83O.jpg
 É indiscutível que usinas hidrelétricas desempenham um papel central no modelo de desenvolvimento econômico brasileiro. Desde meados da década de 1970, mais de 60% da oferta interna de energia é sustentada pela energia hidráulica. Embora, por um lado, o investimento estatal na construção de grandes centrais hidrelétricas tenha reduzido drasticamente a dependência externa de energia, por outro, teve custos econômicos, sociais ambientais muito elevados.

        Tome-se, como exemplo, o caso de Itá, uma das maiores hidrelétricas brasileiras. Estabelecida no ano 2000 no rio Uruguai, a usina gera 1.450 Megawatts (MW) de energia por ano. O reservatório de 140 Km2 teve impacto sobre 11 municípios de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. Estima-se que a usina provocou o deslocamento de 11 a 17 mil pessoas. A mobilização e os protestos contrários à construção da UHE Itá levaram, inclusive, à consolidação do MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens), que atua em defesa de pessoas afetadas por esses empreendimentos.

        [...]

        Ainda que o deslocamento de populações ocasionado pela instalação de hidrelétricas não seja um fenômeno recente, o Brasil não possui nenhum órgão encarregado de prover proteção, compensação e reparação a essas pessoas. No Executivo, o deslocamento forçado resultante de projetos de infraestrutura tem sido monitorado pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis) e por órgãos equivalentes no âmbito estadual, no marco das condicionantes ambientais necessárias à emissão de licenças. Embora desempenhem trabalho importante, esses órgãos carecem de recursos, de pessoal e de formação técnica específica para responder aos desafios da migração forçada. Além disso, não possuem normativas ou protocolos próprios para conduzir análises de risco ou para propor e garantir medidas compensatórias, serviços básicos e reparação adequada às pessoas deslocadas.

        [...]

        A marca de uma sociedade avançada está na forma como trata suas populações mais vulneráveis. Embora o Brasil tenha se tornado um país urbanizado, são normalmente as populações rurais e comunidades indígenas – que dependem da terra para sobreviver – as que acabam forçadas a se deslocar em nome de um pretenso progresso sobre o qual não foram consultadas.

MUGGAh, R,; FOLLY, M. O lado obscuro do modelo de desenvolvimento brasileiro. Nexo, 16 set. 2017. Disponível em: www.nexojornal.com.br/ensaio/2017/O-lado-obscuro-do-modelo-de-desenvolvimento-brasileiro. Acesso em: 2 abr. 2019.

Fonte: Set Brasil. Ensino Fundamental, anos finais, 6º ano, livro 2. Thaís Ginícolo Cabral – São Paulo: Moderna, 2019. p. 414-415.

Entendendo a notícia:

01 – Qual é uma das principais causas da migração forçada no Brasil, conforme o texto?

      Uma das principais causas da migração forçada são as barragens, especialmente aquelas destinadas à construção de usinas hidrelétricas (UHEs).

02 – De acordo com a estimativa do Instituto Igarapé, quantos brasileiros foram forçados a deixar suas casas devido à instalação de cerca de 80 barragens desde os anos 2000?

      O Instituto estima que entre 150 mil e 240 mil brasileiros foram forçados a deixar suas casas.

03 – Qual a importância da energia hidráulica no modelo de desenvolvimento econômico brasileiro, desde meados da década de 1970?

      Desde meados da década de 1970, mais de 60% da oferta interna de energia no Brasil é sustentada pela energia hidráulica.

04 – Cite o caso de uma das maiores hidrelétricas brasileiras e qual o movimento social se consolidou em protesto à sua construção.

      O caso citado é o da UHE Itá, estabelecida no Rio Uruguai. A mobilização contrária levou à consolidação do MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens).

05 – O Brasil possui um órgão encarregado de prover proteção, compensação e reparação às pessoas deslocadas pela instalação de hidrelétricas?

      Não. O Brasil não possui nenhum órgão específico encarregado de prover proteção, compensação e reparação a essas pessoas.

06 – Qual órgão federal é mencionado como responsável por monitorar o deslocamento forçado resultante de projetos de infraestrutura, no âmbito das condicionantes ambientais?

      O monitoramento tem sido feito pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis) e por órgãos estaduais equivalentes.

07 – Que grupos populacionais são frequentemente as mais vulneráveis a serem forçadas a se deslocar em nome do desenvolvimento?

      São normalmente as populações rurais e comunidades indígenas, que dependem da terra para sobreviver.

 

CONTO: O PARAÍSO SÃO OS OUTROS - FRAGMENTO - VALTER HUGO MÃE - COM GABARITO

 Conto: O PARAÍSO SÃO OS OUTROS – Fragmento

           Valter Hugo Mãe

        [...]

        Eu adoraria ver jacarés, ursos brancos ou cobras de dez metros. Uma vizinha da nossa rua tem uma vaidosa galinha d'Angola. Eu gosto de animais e mais ainda dos esquisitos e invulgares, até dos que parecem feios por serem indispostos. Os bichos só são feios se não entendermos seus padrões de beleza. Um pouco como as pessoas. Ser feio é complexo e pode ser apenas um problema de quem observa.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHWdTukLACHo4Yw4nz8VJuy-r_Y6tgsuJ_s8uf3V-WTvEKhUwBYu9iOesPk4_78Ddi5RrsrIPYJhC03Pw9_ZhbkA22Q2Ga2iwytny62AKxM7NExBz7Wl4-ohln6cr3ZXd_6J2ydqx76MOWoEVxqYu8UVjb81KEberbdKqohad9apmk5DLgRZchdYQ3wzI/s320/BELEZA.jpg


        Eu uso óculos desde os cinco anos de idade. Estou sempre por detrás de uma janela de vidro. Não faz mal, é porque eu inteira sou a minha casa. Sou como o caracol, mas muito mais alta e veloz. A minha mãe também acha assim, que o corpo é casa. Habitamos com maior ou menor juízo.

        O jacaré é um bicho indisposto, eu sei. Gosto muito dele, mas não devo chegar perto. Nunca vi, já disse. Tenho pena. Talvez seja pior para o jacaré, por não o amar. Eu gosto dele mas não sei se constrói. Estou a ser sincera. Ainda tenho que ler sobre isso. Talvez os bichos ferozes construam coisas às quais não sabemos dar valor. É importante pensarmos no valor que cada coisa ou lugar tem para cada bicho. Só assim vamos compreender a razão de cada coisa ser como é. Depois de entendermos melhor, a beleza comparece.

        [...].

MÃE, Valter H. O paraíso são os outros. Porto: Porto Editora, 2014. p. 13.

Fonte: Set Brasil. Ensino Fundamental, anos finais, 7º ano, livro 2. Thaís Ginícolo Cabral – São Paulo: Moderna, 2019. p. 52.

Entendendo o conto:

01 – Qual é a principal ideia que o narrador desenvolve sobre a beleza, tanto em relação aos animais quanto às pessoas?

      O narrador estabelece que a beleza é subjetiva e complexa, sendo primariamente um problema de perspectiva. Ele afirma que os bichos (e, implicitamente, as pessoas) "só são feios se não entendermos seus padrões de beleza." Portanto, o que é percebido como feio ou "indisposto" pode ser apenas uma falha de compreensão ou um "problema de quem observa."

02 – Qual metáfora o narrador e sua mãe utilizam para descrever o corpo, e o que ela implica sobre a forma como o indivíduo se relaciona com o mundo?

      A metáfora utilizada é que o corpo é uma casa. O narrador se compara a um caracol, que carrega sua casa. Essa imagem implica que o indivíduo é um ser que habita a si mesmo, e a relação com o mundo se dá sempre a partir desse espaço interno ("eu inteira sou a minha casa"). A mãe acrescenta que se habita essa casa "com maior ou menor juízo," sugerindo a importância da consciência e da sabedoria na gestão do próprio ser.

03 – O narrador menciona que usa óculos desde cedo e que está "sempre por detrás de uma janela de vidro." Como esse detalhe pode ser interpretado simbolicamente, além de seu sentido literal?

      Simbolicamente, os óculos e a "janela de vidro" reforçam a ideia de mediação e observação. O narrador vê o mundo através de um filtro. Isso pode sugerir tanto uma necessidade de correção da visão para enxergar o mundo com clareza, quanto uma distância reflexiva ou uma barreira protetora entre o "eu-casa" e o exterior, enfatizando sua postura contemplativa.

04 – Na reflexão sobre o jacaré, o narrador expressa uma dúvida: "Eu gosto dele mas não sei se constrói." O que essa dúvida sugere sobre o critério de valor que o narrador aplica, e como ele tenta resolver essa questão?

      A dúvida sobre o jacaré "construir" sugere que o critério de valor do narrador está ligado à utilidade ou à capacidade criativa de um ser. Ele tenta resolver essa questão elevando o critério: propõe que, talvez, os bichos ferozes construam coisas às quais os humanos não sabem dar valor. A resolução, portanto, é a necessidade de compreensão e empatia, valorizando o que "cada coisa ou lugar tem para cada bicho" antes de julgar seu valor.

05 – Qual é a condição final que o narrador estabelece para que a beleza de algo ou alguém possa ser revelada?

      A condição final é a compreensão. O narrador afirma: "Depois de entendermos melhor, a beleza comparece." Isso significa que a beleza não é uma qualidade inerente e imediata do objeto, mas sim o resultado de um processo de reflexão, entendimento e valorização da razão de ser de cada coisa.

 

POEMA: O ILUSIONISTA - JOSÉ ANTÔNIO FORTE - COM GABARITO

 Poema: O ilusionista

          José Antônio Forte

Era um grande ilusionista

Engolia três rosas pequeninas

E em seguida tirava da boca

Um quilômetro de serpentinas.

 

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVuOr99niis-25TL9hEGZqh_7pc5PZ7RpDUIshQkKRnJMsWE7AN_2x-plWCAOzt0U4wl3Oo74mPspqo2hhae8t1YUKnfkY2yMXywObBfWg7EprZIuG_D6vc5Zbq81vwWSft8cRnwJBOvooSMbjQTUE1uxX5yH3-R9MDTXREg1MFBK5xdPQ6Jz08sQqcxQ/s320/ROSAS.jpg

Uma noite

Chegou ao meio do circo

E disse: respeitável público

De meninas e meninos

Hoje quero fazer-vos uma surpresa.

 

Atenção!

Mastigou as tais três rosas pequeninas

Muito bem mastigadas

Abriu a boca e em vez de serpentinas

saíram três pombas encarnadas.

 

Uma foi para o Brasil

A outra voou para a China

A terceira mais pequena

Não saiu de Portugal.

 

E o ilusionista?

Deitou a língua de fora

E foi-se embora

Mais nada?

O respeitável público

De meninas e meninos

Deu uma grande gargalhada

Fim desta história encantada.

FORTE, Antônio José. O ilusionista. In: VARANDA, Maria de Lourdes; SANTOS, Maria Manuela (Sel.). poetas portugueses de hoje e de ontem: do século XIII ao XXI – para os mais novos. São Paulo: Martins Fontes, 2011. p. 33.

Fonte: Set Brasil. Ensino Fundamental, anos finais, 7º ano, livro 2. Thaís Ginícolo Cabral – São Paulo: Moderna, 2019. p. 94.

Entendendo o poema:

01 – Qual é o truque habitual do ilusionista, e o que ele faz de diferente na "surpresa" que apresenta ao público, gerando uma quebra de expectativa?

      O truque habitual do ilusionista era engolir "três rosas pequeninas" e tirar da boca "Um quilômetro de serpentinas." A quebra de expectativa ocorre quando, no dia da "surpresa," em vez das serpentinas, saem "três pombas encarnadas" de sua boca após mastigar as rosas, substituindo o objeto inanimado por seres vivos.

02 – No contexto do poema, as pombas que saem da boca do ilusionista e voam para diferentes lugares (Brasil, China, Portugal) podem ter um significado simbólico. Qual é esse significado?

      As pombas encarnadas (vermelhas ou coloridas) simbolizam uma liberdade mágica e universal que se espalha pelo mundo. O fato de cada uma voar para um lugar distante (Brasil, China) e uma ficar em Portugal (lugar do autor e possivelmente do público) sugere que a arte da ilusão, a poesia ou o encantamento do momento ultrapassam fronteiras e alcançam lugares amplos, mas também se fixam no local de origem.

03 – Após a realização do truque especial, qual é a atitude final do ilusionista, e como ela se contrapõe à grandiosidade do espetáculo?

      A atitude final do ilusionista é de desprendimento ou desapego em relação à performance. Ele simplesmente "Deitou a língua de fora / E foi-se embora." Essa simplicidade, quase irreverência, se contrapõe à grandiosidade mágica do truque (fazer pombas voarem pelo mundo), sugerindo que o artista se contenta em cumprir sua arte e não busca aplausos prolongados ou mistificações.

04 – Qual é a reação do "respeitável público / De meninas e meninos" ao final do poema, e o que ela confirma sobre o sucesso do ilusionista?

      A reação do público é uma "grande gargalhada." Essa reação confirma o sucesso do ilusionista não apenas em surpreender, mas principalmente em encantar e divertir. O riso é a prova máxima do deslumbramento e da alegria gerados pela "história encantada," mostrando que o objetivo da arte (a ilusão) foi plenamente alcançado.

05 – Considerando a linguagem simples, o tema mágico e a conclusão que remete ao público infantil ("meninas e meninos"), a que gênero literário o poema se aproxima e qual é o seu principal propósito?

      O poema se aproxima do gênero narrativo-infantil ou da poesia narrativa com tom de fábula/conto, especialmente pelo uso do "Fim desta história encantada" na conclusão. Seu principal propósito é celebrar a magia e a surpresa no cotidiano, utilizando a figura do ilusionista como um meio de resgatar o encantamento e a alegria simples que a arte proporciona ao público.

 

terça-feira, 21 de outubro de 2025

FILME(ATIVIDADES): NARRADORES DE JAVÉ - DIREÇÃO: ELIANE CAFFÉ - COM GABARITO

 ATIVIDADES SOBRE O FILME: NARRADORES DE JAVÉ


Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBUTiZIIc1HKZB17BSvroXXRH9U-ufOXmxScVIW7djtGI-5NbF_FPItNPeJPsfr1Uwrd49cLXh6eUFIbECcCbyKpOac83eXbN4MKk9xrDe3-3xmdw27TXi7ygqnDXSOPGmhuiyTvToAYr6309spLkP7vBnrA4JiszRtOarznXJihL9EARFR16nn7b53bM/s320/narradores-de-jave-plano-critico_eliane_caffe.jpg

01.Qual é a principal ameaça que o povoado de Javé enfrenta no início do filme?

    a. Um conflito por terras com fazendeiros vizinhos.

    b. construção de uma barragem que irá inundar a cidade para criar uma hidrelétrica.

    c. Um surto de doença que exige a evacuação de todos os moradores.

    d. Uma seca prolongada que destrói as plantações.

 02. Quem é o personagem principal, encarregado de escrever a história de Javé para tentar salvar o povoado?

    a.  Vianez, o vizinho que trabalha como datilógrafo.

    b.  O 'Professor', o único morador com nível superior.

    c. Antônio Biá, um morador que possui cadernos e é visto como o mais 'letrado'.

    d.  Deodora, uma das moradoras mais antigas e com melhor memória.

 03. Qual é a principal fonte de informação que Antônio Biá utiliza para 'escrever' a história de Javé?

     a. Documentos oficiais encontrados na sede da prefeitura.

     b. Cartas e diários antigos de seus próprios antepassados.

     c.  Relatos e memórias contados oralmente pelos moradores mais velhos.

     d. Pesquisa em livros de história regional de bibliotecas da capital.

 04. Qual grande revelação sobre Antônio Biá é feita ao longo do filme e complica sua missão?

     a. Ele havia perdido todos os seus cadernos com a história de Javé.

     b. Ele não sabe escrever, apenas desenhar letras e guardar anotações.

     c. Ele era um forasteiro que havia roubado a ideia de outro historiador.

     d. Ele era o principal interessado na construção da barragem.

 05. O filme explora o contraste entre a História Oficial (escrita, registrada) e a Memória Popular (oral, contada). Qual é a principal crítica que essa oposição sugere?

     a. A história contada oralmente é sempre mais verdadeira que a escrita.

     b. Que a escrita sempre deturpa as histórias de forma negativa.

     c. A memória popular, por não ser registrada, é frequentemente ignorada e desvalorizada pelas autoridades.

     d. Que a história é inútil para salvar as comunidades pobres.

 06. Para dar mais 'peso' e 'importância' à história de Javé, os moradores acabam inserindo um elemento que eles admiram. Que evento lendário eles tentam incorporar?

    a.  A descoberta de ouro em abundância nas margens do rio.

    b. A fundação da cidade por um líder religioso milagroso.

    c.  A visita do Imperador Dom Pedro II ao povoado.

    d.  A passagem e a morte de um grande líder cangaceiro na região.

07. Qual é o papel da personagem Deodora no processo de criação da história de Javé?

     a. Ela é uma das principais 'narradoras', fornecendo lendas e detalhes sobre o passado.

     b. Ela serve como a secretária de Antônio Biá, organizando todos os documentos.

    c.  Ela é a líder que convoca a reunião para decidir quem vai escrever a história.

    d.  Ela é a pessoa que tenta convencer os moradores a não contarem a verdade.

 08. O que a união dos moradores, contando suas histórias e memórias, revela sobre a comunidade de Javé?

   a. A grande diferença entre a versão da história de cada morador, gerando discórdia.

   b. Que a única forma de sobrevivência é a mudança para as grandes cidades.

   c.  Que eles não tinham um passado relevante e precisavam inventar tudo.

   d.  A força da memória coletiva e o valor da tradição oral para a identidade de um povo.

 09. No final do filme, a história de Javé é enviada para os órgãos competentes. O que acontece com a cidade após a entrega da história?

   a.  A cidade é imediatamente salva e transformada em um museu histórico.

   b.  Apesar das invenções, a história alcança seu objetivo de dar um novo significado à cidade e preservar a narrativa popular.

   c.  A história é considerada uma fraude e o povoado é evacuado e inundado.

   d. Antônio Biá é preso por falsificar documentos históricos.

 10. Qual é a principal contribuição do personagem Vianez para que Antônio Biá pudesse cumprir sua missão de salvar Javé?

  a. Ele datilografava e registrava as histórias que Antônio Biá ditava, servindo como o 'escritor' da obra.

  b.  Ele convenceu o governo a adiar o projeto da barragem por meio de cartas de protesto.

  c.  Ele era o especialista em história antiga que revisava os fatos narrados.

  d.  Ele descobriu documentos antigos que provavam a fundação original de Javé.