Poema: Ai, dona fea! Foste-vos queixar
Joan Garcia de Guilhade
Ai, dona fea! Foste-vos queixar
porque vos nunca louv’ en meu trobar;
mais ora quero fazer um cantar
en que vos loarei toda via;
e vedes como vos quero loar:
dona fea, velha e sandia!
Dona fea! se Deus mi perdon!
pois avedes tan gran coraçon
que vos eu loe, en esta razon,
vos quero ja loar toda via;
e vedes qual será a loaçon:
dona fea, velha e sandia!
Dona fea, nunca vos eu loei
en meu trobar, pero muito trobei;
mais ora ja un bon cantar farei,
en que vos loarei toda via;
e direi-vos como vos loarei:
dona fea, velha e sandia!
GUILHADE, Joan Garcia de. In: SPINA,
Segismundo. Presença da literatura portuguesa, op. cit.
Fonte: Livro – Viva
Português 1° – Ensino médio – Língua portuguesa – 2ª edição 1ª impressão – São
Paulo – 2014. p. 70-1.
Entendendo o poema:
01 – Como o eu lírico se
refere à mulher para quem ele canta?
Ela é tratada por
“dona fea”.
02 – A cantiga parece ser
resposta a uma queixa feita pela mulher. Qual pode ter sido essa queixa?
Ela provavelmente
reclamou do fato de o eu lírico nunca ter feito uma cantiga para louvá-la, para
declarar-lhe sua admiração.
03 – Como o eu lírico
responde à queixa?
Em vez de destacar-lhe as qualidades, ele
a chama de feia, velha e louca.
04 – Podemos saber quem é a
mulher a quem o eu lírico se refere? Por quê?
Não, porque o nome dela não é mencionado.
05 – No caderno, complete a
frase com a proposição correta: O eu lírico do poema coloca-se diante da mulher...
De maneira altiva e desrespeitosa, como se fosse muito melhor que ela.
·
De maneira humilde, submissa, como se
estivesse nas mãos dela.