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quarta-feira, 2 de abril de 2025

SONETO: QUANDO OLHO PARA MIM NÃO ME PERCEBO - ÁLVARO DE CAMPOS - COM GABARITO

 Soneto: Quando olho para mim não me percebo

             ÀLVARO DE CAMPOS

Quando olho para mim não me percebo.

Tenho tanto a mania de sentir

Que me extravio às vezes ao sair

Das próprias sensações que eu recebo.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYTbytuc6tk-KdWiGsgZuo09EkkCdxwF2IPTFfH6K44_a5P6oeY1ZpDJJJ45rsewKzEggdgD8RmI7aj3NQeWToyQRcqmeO_7ElXASMk8hIjzokpoDD7ThOwRoirrHeGReAoIL4NGcF8Z6nqhjFAtdjyEARaENR2ja-GSEC3AJdGAKZxYzfu8gP1duZcp0/s320/tumblr_n2vf62Z7if1sthf15o1_1280.jpg


 

O ar que respiro, este licor que bebo

Pertencem ao meu modo de existir,

E eu nunca sei como hei de concluir

As sensações que a meu pesar concebo.

 

Nem nunca, propriamente, reparei

Se na verdade sinto o que sinto. Eu

Serei tal qual pareço em mim? Serei.

 

Tal qual me julgo verdadeiramente?

Mesmo ante às sensações sou um pouco ateu,

Nem sei bem se sou eu quem em mim sente.

PESSOA, Fernando. Obra poética. Rio de Janeiro, Aguilar, 1974. p. 301.

Fonte: Português. Série novo ensino médio. Volume único. Faraco & Moura – 1ª edição – 4ª impressão. Editora Ática – 2000. São Paulo. p. 447.

Entendendo o soneto:

01 – Qual é a principal angústia expressa pelo eu lírico no poema?

      A principal angústia do eu lírico é a dificuldade em definir a própria identidade e a incerteza sobre a autenticidade de suas sensações. Ele questiona se o que sente é realmente verdadeiro e se a imagem que tem de si mesmo corresponde à realidade.

02 – Como o eu lírico descreve sua relação com as próprias sensações?

      O eu lírico se sente perdido em meio às próprias sensações, como se elas o desviassem de si mesmo. Ele menciona que o ar que respira e a bebida que consome fazem parte de seu modo de existir, mas não consegue concluir o que sente.

03 – Qual a metáfora utilizada no último verso do poema e qual o seu significado?

      No último verso, o eu lírico se compara a um "ateu" diante de suas próprias sensações. Essa metáfora expressa a descrença e a dúvida em relação à autenticidade do que sente, como se não acreditasse que as sensações realmente emanassem dele.

04 – Qual é o tema central abordado no soneto?

      O tema central do soneto é a busca pela identidade e a dificuldade em definir o "eu". O eu lírico questiona a própria existência e a veracidade de suas sensações, expressando uma profunda angústia existencial.

05 – Como a estrutura do soneto contribui para a expressão da angústia do eu lírico?

      A estrutura do soneto, com seus 14 versos e rimas precisas, cria um ritmo que intensifica a sensação de aprisionamento e reflexão introspectiva. A forma fixa do soneto contrasta com a fluidez das dúvidas existenciais do eu lírico, criando um efeito de tensão que ressalta a angústia expressa no poema.

 

 

sexta-feira, 28 de março de 2025

SONETO: EPIGRAMA IMITADO - BOCAGE - COM GABARITO

 Soneto: Epigrama imitado

             Bocage

Levando um velho avarento
Uma pedrada no olho,
Põe-se-lhe no mesmo instante
Tamanho como um repolho.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg97XAPJ9ofVCYD3ci9txFvIXNpozjjKZnK3Wys-JYT8Dod1ri62P8U-qSe3NU9Ioldd_KPWvFKpoV-ac7-euuJI4JzeWdCqwukZpDztLpb7WzCLWu3TZXlw5RVUaiKYpBjY06WBpsU85cKmcJNenRZZPwCfNvpJ9OmGosikKjX-dugxO0au1hvmUE3OAA/s320/71VXMlN3euL._AC_UF1000,1000_QL80_.jpg



Certo, doutor, não das dúzias,
Mas sim do médico perfeito,
Dez moedas lhe pedia
Para o livrar do defeito.

"Dez moedas! (diz o avaro)
Meu sangue não desperdiço:
Dez moedas por um olho!
O outro eu dou por isso."

Fonte: Português. Série novo ensino médio. Volume único. Faraco & Moura – 1ª edição – 4ª impressão. Editora Ática – 2000. São Paulo. p. 133.

Entendendo o soneto:

01 – Qual é o evento que desencadeia a história contada no soneto?

      Um velho avarento leva uma pedrada no olho, que incha consideravelmente.

02 – Qual a reação do velho avarento ao saber o preço do tratamento médico?

      O velho avarento se recusa a pagar dez moedas pelo tratamento, demonstrando sua extrema avareza.

03 – Qual a atitude do velho avarento em relação ao outro olho?

      O velho avarento oferece o outro olho em troca do tratamento, mostrando que valoriza mais o dinheiro do que a própria saúde.

04 – Qual a crítica social presente no soneto de Bocage?

      O soneto critica a avareza excessiva, mostrando como ela pode levar uma pessoa a tomar decisões absurdas e prejudiciais.

05 – Qual o efeito cômico presente no final do soneto?

      O efeito cômico é criado pela ironia da situação, onde o velho avarento prefere perder um olho a gastar dinheiro, revelando sua ganância de forma exagerada e ridícula.

 

SONETO: NÃO COMEREI DA ALFACE A VERDE PÉTALA - VINÍCIUS DE MORAES - COM GABARITO

 Soneto: NÃO COMEREI DA ALFACE A VERDE PÉTALA

             Vinícius de Moraes

Não comerei da alface a verde pétala
Nem da cenoura as hóstias desbotadas
Deixarei as pastagens às manadas
E a quem mais aprouver fazer dieta.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiiQbphipvucUkPVpiXwpRi21e9zWgrIa0sB_8756l-woIijn_zF0AbQbK60_Zr9vRFK_x0I09t-Uv7YlakKy04ZzYWp5_1aVcVfRZbKKAI6x9egDY34IIYGxb30XaNdjdxx5Ya_-T6r9dKexqEkxUFIceqtxl2l91mU89BE7afYvHszVkfMVGMjc1CFM8/s1600/F121E3CFF2DA1F00CCD0114B587FD5873A7F_cajumanga.jpg



Cajus hei de chupar, mangas-espadas
Talvez pouco elegantes para um poeta
Mas peras e maçãs, deixo-as ao esteta
Que acredita no cromo das saladas.

Não nasci ruminante como os bois
Nem como os coelhos, roedor; nasci
Omnívoro: deem-me feijão com arroz

E um bife, e um queijo forte, e parati
E eu morrerei, feliz, do coração
De ter vivido sem comer em vão.

MORAES, Vinícius de. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1987. p. 282-283.

Fonte: Português. Série novo ensino médio. Volume único. Faraco & Moura – 1ª edição – 4ª impressão. Editora Ática – 2000. São Paulo. p. 385.

Entendendo o soneto:

01 – Qual a posição do eu lírico em relação à dieta vegetariana?

      O eu lírico expressa repúdio à dieta vegetariana, rejeitando legumes e verduras como alface e cenoura, e ironizando aqueles que a seguem.

02 – Quais as frutas preferidas do eu lírico?

      O eu lírico demonstra preferência por frutas tropicais como caju e manga, reconhecendo que estas podem não ser consideradas elegantes para um poeta.

03 – Como o eu lírico se define em relação aos animais?

      O eu lírico se define como onívoro, diferente dos bois (ruminantes) e dos coelhos (roedores), expressando sua preferência por uma alimentação variada.

04 – Quais os alimentos que o eu lírico deseja consumir?

      O eu lírico deseja consumir alimentos como feijão com arroz, bife, queijo forte e parati (cachaça), representando uma culinária brasileira tradicional e saborosa.

05 – Qual a visão do eu lírico sobre a morte?

      O eu lírico expressa que morrerá feliz do coração, por ter vivido intensamente e desfrutado dos prazeres da vida, incluindo a boa comida.

 

domingo, 23 de março de 2025

SONETO: ESSA PAVANA É PARA UMA DEFUNTA - JORGE DE LIMA

 Soneto: Essa pavana é para uma defunta

             Jorge de Lima

Essa pavana é para uma defunta
infanta, bem-amada, ungida e santa,
e que foi encerrada num profundo
sepulcro recoberto pelos ramos.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhS63TnXK_q7_TKJZzQcoFaheclPdYs49V_iuFRYPrxMnBZ6m_r-MRtqO6ieci6JBnxOTFXP9iwmtUUWkt2ITJYmAD7s5BTiRQE_COBA1YDBPlkfuFLTQ-tXBv3xqAeDrh5j_fEe2jAUgu0vV0JV9Vhn8CESiGsc4UDc-nKmmW0EQikFPyH65f8cD0ea70/s320/pavana-para-um-jovem-no-morro.jpeg



de salgueiros silvestres para nunca
ser retirada desse leito estranho
em que repousa ouvindo essa pavana
recomeçada sempre sem descanso,

sem consolo, através dos desenganos,
dos reveses e obstáculos da vida,
das ventanias que se insurgem contra.

a chama inapagada, a eterna chama
que anima esta defunta infanta ungida
e bem-amada e para sempre santa.

Jorge de Lima. Obra poética. ed. compl. org. por Otto Maria Carpeaux. Rio de Janeiro, Getúlio Costa, 1950. p. 609.

Fonte: Lições de texto. Leitura e redação. José Luiz Fiorin / Francisco Platão Savioli. Editora Ática – 4ª edição – 3ª impressão – 2001 – São Paulo. p. 365.

Entendendo o soneto:

01 – Qual o tema central do poema?

      O tema central do poema é a morte de uma jovem infanta, idealizada e santificada, e a melancolia que a envolve. A pavana, uma dança lenta e solene, serve como um lamento fúnebre eterno.

02 – Qual o significado da pavana no contexto do poema?

      A pavana simboliza um ritual de luto contínuo e incessante. Ela é repetida eternamente, representando a dor e a saudade que persistem após a morte da infanta.

03 – Como a figura da defunta infanta é apresentada no poema?

      A infanta é apresentada de forma idealizada e santificada, descrita como "bem-amada, ungida e santa". Ela é envolta em um mistério poético, com seu sepulcro coberto por ramos de salgueiro, sugerindo um afastamento do mundo terreno.

04 – Quais elementos da natureza são utilizados no poema e qual o efeito que eles causam?

      O poema utiliza elementos como "salgueiros silvestres" e "ventanias" para criar uma atmosfera sombria e melancólica. Esses elementos reforçam a sensação de isolamento e a ideia de que a morte da infanta foi um evento trágico e irremediável.

05 – Qual a interpretação da "chama inapagada" mencionada no poema?

      A "chama inapagada" pode ser interpretada como a memória eterna da infanta, ou a persistência da dor e do amor que ela inspirou. Também pode simbolizar a essência da alma que permanece, apesar da morte física.

 

 

SONETO: TRISTE QUEM AMA, CEGO QUEM SE FIA - MANUEL BOCAGE - COM GABARITO

 Soneto: Triste quem ama, cego quem se fia

             Manuel Bocage

Nascemos para amar; a humanidade

Vai tarde ou cedo aos laços da ternura.

Tu és doce atrativo, ó formosura.

Que encanta, que seduz, que persuade:

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivhBi1WieYC9j67jgRFJrrR-d4CcP1LA-atzZ6L5hE0XHjiMlDaRbz5cgPko1OVkMrQBB1d7zaOUtTnDNV4DOJgaLlpTC5TM5YNHcFUxhoNrQUeFGCCysmjPtosXbvOHZdXTgm8xLS1-tJrp_x55Me05U7sqqj1ssDgOyq35gEdUT1TAVy9zCk21UGSIc/s320/TERNURA.jpg


 

Enleia-se por gosto a liberdade;

E depois que a paixão n'alma se apura,

Alguns então lhe chamam desventura,

Chamam-lhe alguns então felicidade:

 

Que se abisma nas lôbregas tristezas,

Qual em suaves júbilos discorre,

Com esperanças mil na ideia acesas:

 

Amor ou desfalece, ou pára, ou corre:

E, segundo as diversas naturezas.

Um porfia, este esquece, aquele morre.

BOCAGE, Manuel Maria Barbosa du. Poesias. 3. Ed. Lisboa, Sá de Costa, 1956. p. 9.

Fonte: Português. Série novo ensino médio. Volume único. João Domingues Maia – Editora Ática – 2000. São Paulo. p. 172.

Entendendo o soneto:

01 – Qual é o tema central do soneto?

      O tema central do soneto é a natureza paradoxal do amor, que pode trazer tanto felicidade quanto tristeza. Bocage explora as diversas formas como as pessoas experimentam o amor e as consequências emocionais que ele acarreta.

02 – Como o poeta descreve o poder da "formosura" no início do soneto?

      O poeta descreve a "formosura" como um "doce atrativo" que "encanta, seduz e persuade". Ele sugere que a beleza tem um poder irresistível que leva as pessoas a se apaixonarem.

03 – Qual é a dualidade apresentada nos versos "Alguns então lhe chamam desventura, Chamam-lhe alguns então felicidade"?

      Essa dualidade destaca a subjetividade da experiência amorosa. Enquanto alguns encontram desventura no amor, outros encontram felicidade, dependendo de suas "diversas naturezas".

04 – Como o poeta descreve a natureza variável do amor nos tercetos finais?

      Nos tercetos finais, o poeta descreve o amor como uma força instável que "ou desfalece, ou pára, ou corre". Ele enfatiza que o amor se manifesta de diferentes maneiras em cada indivíduo, levando a diferentes resultados.

05 – Qual é a mensagem final do soneto?

      A mensagem final do soneto é que o amor é uma experiência complexa e imprevisível, capaz de gerar tanto alegria quanto sofrimento. Bocage adverte sobre os perigos de se entregar cegamente ao amor, pois ele pode levar à tristeza e à decepção.

 

 

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

SONETO: PASTORES, QUE LEVAIS AO MONTE O GADO - CLÁUDIO MANUEL DA COSTA - COM GABARITO

 Soneto: Pastores, que levais ao monte o gado

             Cláudio Manuel da Costa

Pastores, que levais ao monte o gado,
Vêde la como andais por essa serra;
Que para dar contagio a toda a terra,
Basta ver-se o meu rosto magoado:

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRmzidddgOFVY549tHEABH-70sFrXQd-GBMJM54Qu0C23EN6mfIVuFU1Df-QSQ_-hyXZYiJHu8ejcVYxQ2ezqGuT8ITbmXnDIBZEDGSamVWzdGVGfElGH_kQBXvugOX6bTWrn81MfI1sunWuB4Cx0mXZyMhblJPnmds-XxwUTRCUZXEG9ZAaH4NBt2CbA/s320/Rumunia_5806.jpg



Eu ando (vós me vedes) tão pezado;
É a Pastora infiel, que me faz guerra,
E’ a mesma, que em seu semblante encerra
A causa de um martirio tão cansado.

Se a quereis conhecer, vinde commigo,
Vereis a formozura, que eu adoro;
Mas não; tanto não sou vosso inimigo:

Deixai, não a vejais; eu volo imploro;
Que se seguir quizerdes o que eu sigo,
Chorareis, ó Pastores, o que eu choro.

Fonte: Português – Novas Palavras – Ensino Médio – Emília Amaral; Mauro Ferreira; Ricardo Leite; Severino Antônio – Vol. Único – FTD – São Paulo – 2ª edição. 2003. p. 116.

Entendendo o soneto:

01 – Qual é o tema central do soneto?

      O tema central do soneto é o sofrimento do eu lírico (o poeta) causado por um amor não correspondido. Ele expressa sua dor e desilusão amorosa, comparando-a a um contágio que pode se espalhar.

02 – Quem são os "pastores" mencionados no soneto e qual é o seu papel?

      Os "pastores" são figuras que representam a tranquilidade e a despreocupação. O poeta os adverte sobre os perigos da serra, tanto os perigos físicos quanto o perigo de se depararem com a sua dor, que é tão intensa que pode "contagiar" a todos.

03 – Como o poeta descreve a causa de seu sofrimento?

      O poeta descreve a causa de seu sofrimento como sendo a "Pastora infiel", que lhe faz guerra e é a fonte de seu "martírio cansado". Ele a idealiza como possuidora de uma beleza que ele adora, mas que ao mesmo tempo é a causa de sua dor.

04 – Por que o poeta adverte os pastores para não verem a Pastora?

      O poeta adverte os pastores para não verem a Pastora porque ele não quer que eles sintam a mesma dor que ele sente. Ele expressa um misto de amor e ódio, pois ao mesmo tempo em que a adora, reconhece que ela é a causa de seu sofrimento.

05 – Quais são as características estilísticas marcantes do soneto?

      O soneto apresenta características típicas do Arcadismo, como a idealização da natureza e a presença de elementos pastoris. A linguagem é contida e elegante, buscando a beleza formal e a expressão equilibrada dos sentimentos. O soneto também explora a oposição entre a tranquilidade dos pastores e a dor do poeta.

 

 

SONETO: Ó RETRATO DA MORTE! Ó NOITE AMIGA - BOACAGE - COM GABARITO

 Soneto: Ó retrato da Morte! Ó Noite amiga

             Bocage

Ó retrato da Morte! Ó Noite amiga,
Por cuja escuridão suspiro há tanto!
Calada testemunha do meu pranto,
De meus desgostos secretária antiga!

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4tbxpp36CvnKDbG6Y36EFT48BLHf8ZogcRnlEKD4XKJinVDoRfmKkTIoGGYH0RMtfYXXbABI_NWSoGDCvM3n0HU8fbPaXG6UT0l7dMvgb7Pv4uoF99N_kiV6SOmdzFHgi-Yos8we_mRrESEqZ-VUyJM9Y7Zef8wEA-k3VCW54RbWdeMwEGrqaBqKrE_w/s320/bOCAGE.jpg



Pois manda Amor que a ti somente os diga
Dá-lhes pio agasalho no teu manto;
Ouve-os, como costumas, ouve, enquanto
Dorme a cruel que a delirar me obriga.

E vós, ó cortesãos da escuridade,
Fantasmas vagos, mochos piadores,
Inimigos, como eu, da claridade!

Em bandos acudi aos meus clamores;
Quero a vossa medonha sociedade,
Quero fartar meu coração de horrores.

Bocage. Op. Cit. p. 39.

Fonte: Português – Novas Palavras – Ensino Médio – Emília Amaral; Mauro Ferreira; Ricardo Leite; Severino Antônio – Vol. Único – FTD – São Paulo – 2ª edição. 2003. p. 99.

Entendendo o soneto:

01 – Qual é o tema central do soneto "Ó retrato da Morte! Ó Noite amiga"?

      O tema central do soneto é a busca por conforto e refúgio na escuridão da noite, personificada como amiga e confidente, em contraposição à dor e ao sofrimento causados por um amor não correspondido. O poeta expressa seu desejo de morte como alívio para suas angústias.

02 – Quem é a "cruel" mencionada no poema e qual o seu papel na experiência do eu lírico?

      A "cruel" mencionada no poema é a amada do eu lírico, que o faz delirar de amor e de dor. Ela é a causa de seu sofrimento e de seu desejo de encontrar conforto na noite e na morte.

03 – Qual é o significado da expressão "cortesãos da escuridade" no contexto do poema?

      Os "cortesãos da escuridade" são os fantasmas, mochos piadores e outros seres noturnos que habitam a escuridão. Eles são vistos como aliados do eu lírico em sua busca por consolo, pois compartilham de sua aversão à luz e de seu desejo de escuridão.

04 – O que o eu lírico busca ao clamar pela "medonha sociedade" dos seres noturnos?

      O eu lírico busca na companhia dos seres noturnos uma forma de lidar com seus próprios horrores internos. Ele deseja se entregar à escuridão e aos sentimentos sombrios que o atormentam, buscando uma catarse através da imersão no horror.

05 – Qual é a importância do soneto "Ó retrato da Morte! Ó Noite amiga" na obra de Bocage?

      O soneto é importante por revelar a face mais melancólica e sombria da poesia de Bocage, que é frequentemente associado à sátira e à irreverência. Ele demonstra a profundidade de seus sentimentos e sua capacidade de expressar a dor e o sofrimento humanos com beleza e intensidade. Além disso, o poema antecipa elementos do Romantismo, como a valorização da noite, da melancolia e da morte como refúgios para a alma atormentada.

 

 

SONETO: LEIA A POSTERIDADE, Ó PÁTRIO RIO - CLÁUDIO MANUEL DA COSTA - COM GABARITO

 Soneto: Leia a posteridade, ó pátrio Rio

             Cláudio Manuel da Costa

Leia a posteridade, ó patrio Rio,
Em meus versos teu nome celebrado,
Porque vejas uma hora despertado
O somno vil do esquecimento frio:

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfefNwM4_M9UYQ58CdSzT2VWUPLJHqf9yNP0C5ChO-1HuQy1fr295854GXF2mZ24TBd8rZj-DNS0-6Vh-ZFEShAlyTG3OLRq0S7ymPRj1i2yRK5_dv5mJw5DL4s9eiDJNR-mNP62lk1xSXzNZRauhWtSW_6kvjFGMqp0Y8CahnKsbiLBP2_Xej_E_WsBQ/s1280/PATRIO.jpg

 



Não vês nas tuas margens o sombrio,
Fresco assento de um álamo copado;
Não vês Ninfa cantar, pastar o gado
Na tarde clara do calmoso estio.

Turvo banhando as pallidas arêas
Nas porções do riquissimo thezouro
O vasto campo da ambição recrêas.

Que de seus raios o Planeta louro,
Enriquecendo o influxo em tuas vêas,
Quanto em chamas fecunda, brota em ouro.

In: Sérgio Buarque de Holanda. Antologia dos poetas brasileiros coloniais. São Paulo, Perspectiva, 1979.

Fonte: Português – Novas Palavras – Ensino Médio – Emília Amaral; Mauro Ferreira; Ricardo Leite; Severino Antônio – Vol. Único – FTD – São Paulo – 2ª edição. 2003. p. 108.

Entendendo o soneto:

01 – Qual é o tema central do soneto "Leia a posteridade, ó pátrio Rio"?

      O tema central do soneto é a busca pela imortalidade através da poesia. O poeta deseja que seu nome e o do rio sejam lembrados pelas futuras gerações, perpetuados nos versos que ele escreve.

02 – Que elementos da natureza são mencionados no soneto e qual o seu significado?

      O soneto menciona o rio, o álamo, a ninfa e o gado. Esses elementos representam a natureza idealizada do Arcadismo, um cenário bucólico e harmonioso que contrasta com a realidade da ambição e da exploração.

03 – Qual é a crítica presente no soneto em relação à ambição humana?

      O poeta critica a ambição humana, que transforma o rio e suas margens em um "vasto campo" de exploração em busca de riquezas. Essa ambição é contrastada com a beleza e a simplicidade da natureza, que é desfigurada pela ação do homem.

04 – O que significa a expressão "Quanto em chamas fecunda, brota em ouro"?

      Essa expressão refere-se à exploração do ouro, que transforma a terra em "chamas" (metáfora para a atividade de mineração) e, em seguida, produz o metal precioso. Ela representa a busca desenfreada por riquezas, que pode ser destrutiva para a natureza.

05 – Qual é a importância do soneto "Leia a posteridade, ó pátrio Rio" na obra de Cláudio Manuel da Costa?

      O soneto é importante por expressar a visão do poeta sobre a natureza, a ambição humana e a busca pela imortalidade. Ele revela a influência do Arcadismo na obra de Cláudio Manuel da Costa, com sua idealização da natureza e sua crítica à exploração desenfreada. Além disso, o soneto demonstra a habilidade do poeta em utilizar a forma do soneto para expressar seus sentimentos e reflexões de forma concisa e expressiva.

 

 

SONETO: MAGRO, DE OLHOS AZUIS, CARÃO MORENO - BOCAGE - COM GABARITO

 Soneto: Magro, de olhos azuis, carão moreno

             Bocage

Magro, de olhos azuis, carão moreno,
Bem servido de pés, meão na altura,
Triste de facha, o mesmo de figura,
Nariz alto no meio, e não pequeno;

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyjfNhe_hyJTZheMziKTj0_Hp2mXDdEcco7bzdNSQcZjiytyUdwVf17a_SRFQ1D4Jz8vbVOQGgrdysM6rC4fx_Ve_1fJGfofnDXvVMPEAy4MyEr4vi8KXQ9RaYPiuzG_SYlN6ejOgTIgRHrp3KcPGwxAOXFPH62jZh9S6CdIbgIePu1JoG6iWpcUUSQ9k/s1600/BOCAGE.jpg



Incapaz de assistir num só terreno,
Mais propenso ao furor do que à ternura,
Bebendo em níveas mãos por taça escura,
De zelos infernais letal veneno;

Devoto incensador de mil deidades
(Digo, de moças mil) num só momento,
E somente no altar amando os frades;

Eis Bocage, em quem luz algum talento;
Saíram dele mesmo estas verdades
Num dia em que se achou mais pachorrento.

Bocage. Op. Cit. p. 63-33.

Fonte: Português – Novas Palavras – Ensino Médio – Emília Amaral; Mauro Ferreira; Ricardo Leite; Severino Antônio – Vol. Único – FTD – São Paulo – 2ª edição. 2003. p. 103-104.

Entendendo o soneto:

01 – Qual é o tema central do soneto "Magro, de olhos azuis, carão moreno"?

      O tema central do soneto é o auto-retrato de Bocage, tanto físico quanto psicológico. O poeta descreve a si mesmo com sinceridade, revelando seus traços físicos, seu temperamento e suas características de personalidade.

02 – Quais são as características físicas e de personalidade que Bocage destaca em seu auto-retrato?

      Fisicamente, Bocage se descreve como magro, de olhos azuis, pele morena, de estatura mediana e com um nariz proeminente. Em relação à sua personalidade, ele se mostra como alguém de temperamento instável, propenso à ira, mas também capaz de ternura. Além disso, revela-se um "devoto incensador de mil deidades", ou seja, um homem que se apaixona facilmente e que tem uma vida amorosa agitada.

03 – O que significa a expressão "Bebendo em níveas mãos por taça escura, / De zelos infernais letal veneno"?

      Essa expressão é uma metáfora para os relacionamentos amorosos de Bocage. As "níveas mãos" representam as mulheres por quem ele se apaixona, enquanto a "taça escura" simboliza o amor, que pode trazer tanto prazer quanto sofrimento. O "letal veneno" dos "zelos infernais" refere-se ao ciúme, sentimento que o atormenta em suas relações amorosas.

04 – Qual é o tom geral do soneto e como Bocage se auto-intitula?

      O tom geral do soneto é de confissão e auto-depreciação. Bocage não se idealiza, mas se mostra como um homem com qualidades e defeitos. Ao final do soneto, ele se auto-intitula "Eis Bocage, em quem luz algum talento", reconhecendo sua habilidade poética, mas também admitindo suas falhas e contradições.

05 – Qual é a importância do soneto "Magro, de olhos azuis, carão moreno" para a obra de Bocage?

      O soneto é importante por nos fornecer um retrato íntimo e revelador de Bocage, permitindo-nos conhecer seus traços físicos, psicológicos e de personalidade. Além disso, ele demonstra a habilidade do poeta em utilizar a forma do soneto para expressar seus sentimentos e reflexões de forma concisa e expressiva. O soneto é um exemplo da poesia lírica de Bocage, que se distingue de sua produção satírica e erótica, revelando um lado mais pessoal e introspectivo do poeta.

 

 

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

SONETO: AO CASAMENTO DE PEDRO ÁLVARES DA NEIVA - GERGÓRIO DE MATOS - COM GABARITO

 Soneto: Ao casamento de Pedro Álvares da Neiva

               Gregório de Matos

Sete anos a nobreza da Bahia

Servia a uma pastora Indiana, e bela,

Porém servia a Índia, e não a ela,

Que a Índia só por prêmio pretendia.

 

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfh40318Aql52yaY88X8lVZFrhNyQT1YrV-kNzKPaQmMlFxk6l-IU4Sfy1HirkmBI8YBK1w6GgtmiknqU8jkMS__1ch-JD_RDnWlDSOO9pP-DjePGkJ63SnhaGQAZ5YLVaSw6pPL5LoOzMugONWHZ6eFjNJ95QHIETOIxShJ25dEEQG7xcsv6Lull2u3U/s1600/ISABEL.jpg

Mil dias na esperança de um só dia

Passava, contentando-se com vê-la,

Mas frei Tomás usando de cautela,

deu-lhe o vilão, quitou-lhe a fidalguia.

 

Vendo o Brasil, que por tão sujos modos

Se lhe usurpara a sua Dona Elvira,

Quase a golpes de um maço e de uma goiva:

 

Logo, se arrependeram de amar todos,

E qualquer mais amara, se não vira

Para tão limpo amor tão suja noiva.

MATOS, Gregório de. Obra poética. vol. 1. 2. ed. Rio de Janeiro: Record, 1990, p. 678.

Fonte: livro Português: Língua e Cultura – Carlos Alberto Faraco – vol. único – Ensino Médio – 1ª edição – Base Editora – Curitiba, 2003. p. 449-450.

Entendendo o soneto:

01 – Qual é o tema central do soneto?

      O tema central do soneto é o casamento de Pedro Álvares da Neiva com uma mulher considerada "suja" e de baixa classe social, o que causa espanto e indignação na nobreza da Bahia.

02 – Quem é a "pastora Indiana" mencionada no soneto?

      A "pastora Indiana" é a noiva de Pedro Álvares da Neiva. Ela é descrita como bela, mas de origem indígena e, portanto, considerada inferior socialmente pela nobreza da Bahia.

03 – Qual é a crítica presente no soneto?

      A crítica presente no soneto é dirigida à nobreza da Bahia, que se escandaliza com o casamento de Pedro Álvares da Neiva com uma mulher de origem indígena e de baixa classe social. Gregório de Matos questiona os critérios da nobreza, que valoriza mais a posição social do que o amor e a virtude.

04 – O que significa a expressão "deu-lhe o vilão, quitou-lhe a fidalguia"?

      Essa expressão se refere ao fato de que Pedro Álvares da Neiva, ao se casar com a "pastora Indiana", perdeu sua posição social e passou a ser considerado um "vilão" pela nobreza da Bahia.

05 – Qual é o tom geral do soneto?

      O tom geral do soneto é irônico e satírico. Gregório de Matos utiliza a linguagem para criticar a hipocrisia e o preconceito da nobreza da Bahia, que se julga superior às outras classes sociais.

 

 

 

SONETO: DEIXA, QUE POR UM POUCO AQUELE MONTE - CLÁUDIO MANUEL DA COSTA - COM GABARITO

 Soneto: Deixa, que por um pouco aquele monte

             Cláudio Manuel da Costa

Deixa, que por um pouco aquele monte
Escute a glória, que a meu peito assiste:
Porque nem sempre lastimoso, e triste
Hei de chorar à margem desta fonte.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjiGGNQxomif2Whjz6nmr1cAzdAwgN8a-1pi3GjgIEhKpvGJZrxg8T03MkflBGDiDV45st16D0S6SckST4Gu1XIViXporHoAk5vE4sfZ5JM9f2j8naTMO9zb9nRFOOzcS9ZrKgVF0x_BrLSwmngb1kMUvH_ijh2ezqT6xAKSo2PPC2JN81srgWwmJgCgyw/s1600/MONTE.jpg



Agora, que nem sombra há no horizonte,
Nem o álamo ao zéfiro resiste,
Aquela hora ditosa, em que me viste
Na posse de meu bem, deixa, que conte.

Mas que modo, que acento, que harmonia
Bastante pode ser, gentil pastora,
Para explicar afetos de alegria!

Que hei de dizer, se esta alma, que te adora,
Só costumada às vozes da agonia,
A frase do prazer ainda ignora!

NÚPILL – Núcleo de Pesquisas em Informática, Literatura e linguística. http://www.cce.ufsc.br/-nupill/literatura/claudio.html#SONETOS. (Consulta em junho/2003).

Fonte: livro Português: Língua e Cultura – Carlos Alberto Faraco – vol. único – Ensino Médio – 1ª edição – Base Editora – Curitiba, 2003. p. 455.

Entendendo o soneto:

01 – Qual é o tema central do soneto?

      O tema central do soneto é a expressão da alegria do poeta ao se encontrar com sua amada pastora. Ele deseja compartilhar essa felicidade com a natureza ao redor, após um período de tristeza e lamentações.

02 – Qual é a mudança de sentimento expressa no soneto?

      O soneto marca uma transição do sofrimento e da tristeza para a alegria. O poeta, que antes chorava à margem da fonte, agora deseja compartilhar sua felicidade com o monte, que testemunhou suas lamentações.

03 – Que elementos da natureza são mencionados no soneto e qual é o seu significado?

      O soneto menciona o monte, a fonte, o horizonte e o álamo. Esses elementos representam a natureza como testemunha dos sentimentos do poeta. O monte e a fonte são particularmente importantes, pois foram cenários de suas tristezas passadas, e agora ele deseja que compartilhem sua alegria.

04 – Qual é a dificuldade que o poeta enfrenta ao tentar expressar sua alegria?

      O poeta expressa a dificuldade de encontrar palavras e formas de expressar a alegria, um sentimento novo para ele, que está acostumado com as "vozes da agonia". Ele teme que sua alma, habituada à tristeza, não encontre a "frase do prazer".

05 – Como o soneto explora a relação entre o poeta e a pastora?

      O soneto mostra que a presença da pastora é a causa da alegria do poeta. O verso "Na posse de meu bem, deixa, que conte" revela que a felicidade do poeta está ligada ao amor que ele sente por ela. A pastora é a figura central que transforma a tristeza em alegria na vida do poeta.

 

SONETO: POUCO IMPORTA, FORMOSA DALIANA - CLÁUDIO MANUEL DA COSTA - COM GABARITO

 Soneto: Pouco importa, formosa Daliana

             Cláudio Manuel da Costa

Pouco importa, formosa Daliana,
Que fugindo de ouvir me, o fuso tomes;
Se quanto mais me afliges, e consomes,
Tanto te adoro mais, bela serrana.

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRSZiFxnqyhj0Z1B01Mu7ozTEp5SmmoXTtVK2r4edbSmRD2Inwp-OIdALGjl92uT6XcC5QO9bMeS4kqeB-nOAgO5zG4QzIMcmS0IFsOZ1ZkhHaEvgisR7FrX7gDWGh8yAWnb3R7ex76KQOJvTOUCV96aB-bpfSbXQkR7AtCitQmN2QbJ-_UUMnoFNqfMg/s1600/AMOR.jpg


Ou já fujas do abrigo da cabana,
Ou sobre os altos montes mais te assomes,
Faremos imortais os nossos nomes,
Eu por ser firme, tu por ser tirana.

Um obséquio, que foi de amor rendido,
Bem pode ser, pastora, desprezado;
Mas nunca se verá desvanecido:

Sim, que para lisonja do cuidado,
Testemunhas serão de meu gemido
Este monte, este vale, aquele prado.

NÚPILL – Núcleo de Pesquisas em Informática, Literatura e linguística. http://www.cce.ufsc.br/-nupill/literatura/claudio.html#SONETOS. (Consulta em junho/2003).

Fonte: livro Português: Língua e Cultura – Carlos Alberto Faraco – vol. único – Ensino Médio – 1ª edição – Base Editora – Curitiba, 2003. p. 454.

Entendendo o soneto:

01 – Qual é o tema central do soneto "Pouco importa, formosa Daliana"?

        O tema central do soneto é o amor não correspondido do poeta por Daliana, uma bela serrana que foge de seus cortejos. O poeta expressa sua paixão persistente, mesmo diante da indiferença e da crueldade de Daliana.

02 – Qual é a atitude do poeta em relação à rejeição de Daliana?

        O poeta demonstra uma atitude de persistência e resignação. Apesar de Daliana fugir de seus cortejos e demonstrar indiferença, o poeta declara que seu amor só aumenta. Ele aceita a rejeição como parte de seu destino, mas não desiste de amar Daliana.

03 – Como o poeta descreve Daliana?

      O poeta descreve Daliana como "formosa" e "bela serrana", exaltando sua beleza e sua origem. No entanto, ele também a chama de "tirana", reconhecendo sua crueldade ao rejeitá-lo. Essa dualidade na descrição de Daliana revela a complexidade dos sentimentos do poeta em relação a ela.

04 – Qual é a promessa que o poeta faz no soneto?

      O poeta promete que o amor dos dois será imortalizado. Ele afirma que sua firmeza em amar Daliana e a crueldade dela em rejeitá-lo garantirão que seus nomes sejam lembrados para sempre. Essa promessa revela a crença do poeta na força do amor para transcender o tempo.

05 – Quais são os elementos da natureza que o poeta evoca no soneto?

      O poeta evoca elementos da natureza como "monte", "vale" e "prado" para testemunhar seu gemido de amor. Esses elementos simbolizam a vastidão e a eternidade da paixão do poeta, que se estende para além do tempo e do espaço.