ARTIGO:A dor de crescer
Helena Mirtes
Período de passagem, tempo de agitação e turbulências. Um fenômeno psicológico e social, que terá diferentes particularidades de acordo com o ambiente social e cultural. Do latim ad, que quer dizer olescer, que significa crescer, mas também adoecer, enfermar. Todas essas definições, por mais verdadeiras que sejam, foram formuladas por adultos.
"Adolescer dói" - dizem as
psicanalistas [Margarete, Ana Maria e Yeda] – "porque é um período de
grandes transformações. Há um sofrimento emocional com as mudanças biológicas e
mentais que ocorrem nessa fase. É a morte da criança para o nascimento do
adulto. Portanto, trata-se de uma passagem de perdas e ganhos e isso nem sempre
é entendido pelos adultos."
Margarete, Ana Maria e Yeda decidiram
criar o "Ponto de Referência" exatamente para isso. Para facilitar a
vida tanto dos adolescentes quanto das pessoas que os rodeiam, como pais e
professores. "Estamos tentando resgatar o sentido da palavra diálogo"
– enfatiza Yeda – "quando os dois falam, os dois ouvem sempre concordando
um com o outro, nem sempre acatando. Nosso objetivo maior talvez seja o resgate
da interlocução, com direito, inclusive, a interrupções."
Frutos de uma educação autoritária, os
pais de hoje se queixam de estar vivendo a tão alardeada ditadura dos filhos.
Contrapondo o autoritarismo, muitos enveredaram pelo caminho da liberdade
generalizada e essa tem sido a grande dúvida dos pais que procuram o
"Ponto de Referência": proibir ou permitir? "O que propomos
aqui" - afirma Margarete -"é a consciência da liberdade. Nem o vale-tudo
e nem a proibição total. Tivemos acesso a centros semelhantes ao nosso na
Espanha e em Portugal, onde o setor público funciona bem e dá muito apoio a
esse tipo de trabalho porque já descobriram a importância de uma adolescência
vivida com um mínimo de equilíbrio. Já que o processo de passagem é inevitável,
que ele seja feito com menos dor para todos os envolvidos".
MIRTES Helena. Estado de Minas, 16 jun. 1996. MEC. In: WWW.mec.gov.br
1) No texto, o argumento
que comprova a ideia de ser a adolescência um período de passagem é
(A) Adolescentes sofrem
mudanças biológicas e mentais.
(B) Filhos devem ter
consciência do significado de liberdade.
(C) Pais reclamam da ditadura
de seus filhos.
(D) Psicólogos tentam
recuperar o valor do diálogo.
2) De
acordo com as psicanalistas Margarete, Ana Maria e Yeda, “adolescer dói”,
porque, nessa fase, os adolescentes
(A) não se
acostumam com a vigilância dos pais.
(B) sofrem muito
emocionalmente.
(C) precisam aprender
a entender os adultos.
(D) não conseguem
ouvir o que os adultos dizem.
3) Considerando o processo de “adolescer”, as psicanalistas criaram o “ponto de referência” para
(A) resgatar o sentido da palavra
diálogo apenas entre pais e filhos.
(B) ensinar todas as
pessoas a conviverem harmoniosamente com os adolescentes.
(C) facilitar a
vida dos adolescentes com seus pais e professores.
(D) ajudar os professores a
entenderem como vão se comportar as crianças que ainda vão ser adolescentes.
4) De acordo com as
psicanalistas, os pais que procuram um “ponto
de referência” desejam que seus filhos adolescentes
(A) sejam
totalmente livres, desde que assumam sozinhos as consequências dessa
“liberdade”.
(B) concordem com
todas as regras estabelecidas para essa fase da vida.
(C) passem pela fase da adolescência
com menos dor e com um mínimo de equilíbrio.
(D) compreendam que os pais sejam
autoritários, ao enfrentarem os problemas da adolescência dos filhos.
5) No texto, a
palavra “adolescência”, além do
significado “crescer”, significa também
(A) acatar. (B)dialogar.
(C) parar. (D) adoecer.
6) O termo destacado em “ quando
os dois falam, os dois ouvem sempre concordando um com o outro,
nem sempre acatando.” apresenta uma ideia de
(A)
consequência.
(B) condição.
(C) finalidade.
(D)
tempo.
7) Em “Há um
sofrimento emocional com as mudanças biológicas e mentais que ocorrem
nessa fase.”, o termo em destaque retoma a palavra
(A) sofrimento. (B)
fase.
(C)
mudanças. (D) emocional.