Conto: Rapunzel
Maurício de Sousa
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Era uma vez uma mulher que estava
grávida e, por uma janelinha, nos fundos da sua casa, podia avistar um
magnífico jardim com as mais lindas flores e as mais viçosas hortaliças. O
jardim era cercado por um muro bem alto, que ninguém se atrevia a escalar.
Aquela propriedade pertencia a uma bruxa muito temida e poderosa.
Um dia, espiando pela janelinha, a
mulher avistou um canteiro com belos rabanetes de folhas verdes e fresquinhas e
sentiu um enorme desejo de prova-los.
Como
a cada dia seu desejo aumentava, ela foi ficando triste, abatida e adoentada. A
mulher, então, comentou com o marido:
– Se eu não comer um rabanete do jardim
da bruxa, vou morrer de tanta vontade! O marido, que a amava muito, começou a
pensar numa maneira de conseguir pegar alguns daqueles rabanetes, a qualquer
custo.
Ao anoitecer, ele pulou para o quintal
vizinho, arrancou um punhado de rabanetes e levou para a mulher, que preparou
uma bela salada. Ela achou os rabanetes tão gostosos, que, no dia seguinte, seu
desejo ficou ainda mais forte. Para sossegá-la, o marido prometeu que iria
buscar mais um pouco.
Quando a noite chegou, o homem pulou
novamente o muro, mas levou um tremendo susto, porque em pé, diante dele,
estava a bruxa. Ele tentou se explicar:
– Desculpe, minha senhora. Só fiz isso
porque minha mulher está grávida e com uma enorme vontade de provar os seus
rabanetes.
– Se é assim, deixo você levar quantos
rabanetes quiser, mas com uma condição: irá me dar seu filho quando nascer.
Cuidarei dele como se fosse meu e nada lhe faltará – concluiu a bruxa.
O homem estava tão apavorado, que
concordou com a bruxa. Pouco tempo depois, a mulher deu à luz uma menina.
Então, a bruxa apareceu, deu à criança o nome de Rapunzel e a levou embora.
Rapunzel cresceu e se tornou uma linda
garotinha. Quando fez doze anos, a bruxa a trancou no alto de uma torre, no
meio de uma floresta. Na torre não havia escada nem porta, apenas uma
janelinha. Quando a velha bruxa desejava entrar, ficava embaixo da janela e
gritava: – Rapunzel! Rapunzel! Jogue suas tranças!
Então, Rapunzel abria a janela,
desenrolava as tranças e jogava-as para fora. As tranças caíam e, por elas, a
bruxa subia como se fossem cordas.
Alguns anos depois, o filho do rei
estava cavalgando pela floresta e, passando perto da torre, ouviu um canto
maravilhoso. Era Rapunzel, que cantava para espantar a solidão.
O príncipe procurou uma porta para
subir ao alto da torre, mas não encontrou e acabou desistindo. Só que o
príncipe não conseguia esquecer aquele canto, e todos os dias voltava à
floresta para ouvi-lo.
Certa vez, quando o príncipe estava
ali, escondido atrás de uma árvore, viu a bruxa se aproximar da torre e gritar:
– Rapunzel! Rapunzel! Jogue suas
tranças!
Vendo a bruxa subir pelas tranças, ele
pensou:
– Então é essa a escada que me levará à
dona de tão encantadora voz...
No dia seguinte, quando escureceu, o
príncipe se aproximou da torre e parou embaixo da janela.
– Rapunzel! Rapunzel! Jogue suas
tranças! – gritou ele.
As tranças caíram pela janela e ele
subiu. Rapunzel ficou assustada ao vê-lo entrar, mas o príncipe contou como ela
havia tocado o coração dele com a sua voz. A bela garota percebeu que o amor do
príncipe era sincero. E, quando perguntou se queria casar com ele, ela
respondeu:
– Sim, quero ir com você! Só que, para
eu descer, vou precisar que você traga um pouco de seda sempre que vier me ver.
Com ela trançarei uma escada.
E assim foi, até que, um dia, sem
querer, Rapunzel perguntou à velha bruxa:
– Por que será que é mais difícil
sustentar a senhora em meus cabelos do que o príncipe?
Furiosa, a bruxa agarrou as belas
tranças de Rapunzel e as cortou. Depois, a malvada levou a jovem para um
deserto para que sofresse mais ainda com a solidão.
Na tarde do mesmo dia, a bruxa prendeu
as longas tranças na janela e ficou aguardando a chegada do príncipe.
Quando o jovem chamou por Rapunzel, a
bruxa deixou as tranças caírem e ficou esperando.
Ao entrar, o pobre rapaz não encontrou
sua querida Rapunzel, mas sim a terrível bruxa.
– Ahá! Você veio buscar sua amada? Pois
a linda avezinha não está mais no ninho, nem canta mais! E agora vou acertar as
contas com você, atrevido!
Ao ouvir isso, o príncipe, desesperado,
atirou-se pela janela. O jovem não morreu, mas machucou os olhos e não pôde
enxergar mais. Ele vagou perdido pela floresta, lamentando e chorando a perda
de sua amada.
Depois de alguns anos percorrendo o
mundo em busca de sua amada Rapunzel, ele chegou ao deserto onde ela vivia.
Ouvindo um canto que lhe pareceu
familiar, o príncipe caminhou na direção de Rapunzel, que logo o reconheceu e
se atirou nos braços dele, chorando. Duas lágrimas de Rapunzel caíram nos olhos
dele e, de repente, o jovem recuperou a visão.
Muito feliz, o príncipe levou Rapunzel
para o seu reino, onde foram recebidos com grande alegria e, finalmente,
puderam se casar.
SOUSA, Maurício de.
Contos de Andersen, Grimm e Perrault.
São Paulo: Girassol,
2008.
Entendendo o conto:
01 – Por que o marido da
mulher grávida arrancou um punhado de rabanetes do quintal vizinho?
Porque sua mulher estava com vontade de comer o rabanete do
jardim da vizinha.
02 – Em troca da permissão
concedida ao homem para levar os rabanetes, a bruxa fez uma exigência. Qual?
Ela exigiu que o
homem entrega-se seu filho logo que nascesse.
03 – O que aconteceu à
mulher assim que deu à luz?
A bruxa apareceu
e levou a criança embora.
04 – O que chamou a atenção
do príncipe, quando estava cavalgando pela floresta?
Ele ouviu um
canto maravilhoso.
05 – Qual foi a estratégia
usada pelo príncipe para conhecer a moradora da torre?
Ficou escondido
para descobrir como a bruxa conseguia entrar.
06 – Qual foi a reação de
Rapunzel, ao descobrir que um príncipe subira por suas tranças?
Ela ficou
assustada. Mas, entendeu o por que ele tinha subido.
07 – Retire do texto o
trecho que revela o momento em que a bruxa descobriu que Rapunzel recebia a
visita do príncipe.
“– Por que será que é mais difícil
sustentar a senhora em meus cabelos do que o príncipe?”
08 – O que a bruxa fez com
Rapunzel para impedi-la de reencontrar o príncipe?
Furiosa, a bruxa agarrou as belas tranças
de Rapunzel e as cortou.
09 – Releia o seguinte
trecho, retirado do conto de fadas “Rapunzel”.
“Na
tarde do mesmo dia, a bruxa prendeu as longas tranças na janela e ficou
aguardando a chegada do príncipe.
Quando
o jovem chamou por Rapunzel, a bruxa deixou as tranças caírem e ficou
esperando.
Ao
entrar, o pobre rapaz não encontrou sua querida Rapunzel, mas sim a terrível
bruxa.
–
Ahá! Você veio buscar sua amada? Pois a linda avezinha não está mais no ninho,
nem canta mais! E agora vou acertar as contas com você, atrevido!”
Indique o propósito comunicativo dos
seguintes trechos da fala da bruxa ao encontrar o príncipe:
a) “Ahá! Você veio buscar
sua amada?”
O propósito era
confirmar as suas suspeitas.
b) “Pois a avezinha não está
mais no ninho, nem canta mais!”
O propósito é de
informar que não estava ali e nem estava viva.
10 – O príncipe ficou tão
desesperado com a ameaça da bruxa que se atirou pela janela? Qual foi a
consequência desta atitude?
O jovem não
morreu, mas machucou os olhos e não pôde enxergar mais.
11 – Para onde a bruxa levou
a jovem Rapunzel?
A bruxa levou a
jovem para um deserto, para que sofresse mais ainda com a solidão.
12 – O príncipe conseguiu
encontrar a sua amada Rapunzel? E como ele voltou a enxergar?
Ouvindo um canto
que lhe pareceu familiar, o príncipe caminhou na direção de Rapunzel, que logo
o reconheceu e se atirou nos braços dele, chorando. Duas lágrimas de Rapunzel
caíram nos olhos dele e, de repente, o jovem recuperou a visão.
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