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quarta-feira, 9 de abril de 2025

NOTÍCIA: TIREM A TV DO QUARTO - RIAD YOUNES

 Notícia: Tirem a TV do quarto

              Riad Younes

        Pesquisas revelam: crianças que ficam mais tempo diante da telinha têm pior desempenho escolar.  

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaf9wQ-rsqGaRbWzK6kyu1kaUmeGfDycI_f0v2DS7h0ZTtvZbNOH-KcZSFy3BaotqosdDPffHppWkhHi1xNva8uWqO1Dpi8chipK0P8-yshTcQgGXHNFxRiSoXI-ndQs4_ZbRZhN6HyVXlVkuUA8NUaePYKv00JpNq2Up76NbJejZAw0nJGbuGUDG1_FQ/s1600/QUARTO.jpg


        Fixar os olhos nas telas de televisão pode não ser tão inofensivo quanto se pensa. A preocupação constante de pais, educadores e autoridades de saúde sobre os problemas potenciais de crianças passarem parte considerável de seus dias vendo tevê ou brincando em computadores pode ter fundamento.

        A revista Archives of Pediatrics & Adolescent Medicine apresentou recentemente trabalhos científicos que tentam quantificar e mostrar com detalhes os eventuais efeitos prejudiciais da televisão, tanto a curto quanto a longos prazos.

        De acordo com o primeiro estudo, realizado por R. J. Hancox, da Universidade da Nova Zelândia, as pessoas que haviam assistido mais a tevê entre 5 e 15 anos têm menor probabilidade de completar o curso superior e obter um diploma universitário. 

        Outro trabalho, dirigido pela pesquisadora D. L. G. Borzekowski da Faculdade de Saúde Pública Johns Hopkins, dos EUA, avaliou o efeito da tevê sobre o desempenho escolar de 386 estudantes do ensino primário. Foram correlacionados na pesquisa o tempo que as crianças passavam assistindo à tevê, o número de aparelhos de tevê em cada casa e a localização dos aparelhos (na sala, no quarto da criança etc.), com as notas obtidas na escola.

        Verificou-se que as crianças que dispunham de tevê no quarto passavam mais tempo diante da telinha, provavelmente devido ao menor controle dos pais. Coincidentemente, essas crianças obtiveram notas significativamente inferiores que seus colegas que não tinham tevê no quarto.

        Borzekowski alerta os pais que aparelhos de tevê no quarto das crianças podem afetar de forma dramática seu desempenho escolar, apesar de não conseguir estabelecer com segurança a causa desse fenômeno. Especula a cientista que nessas situações os pais não sabem ou não controlam o tempo em que a tevê fica ligada nem o conteúdo dos programas que as crianças assistem.

        Talvez as notas mais baixas na escola possam ser explicadas pelo simples fato de que a criança que possui tevê no quarto fique acordada até mais tarde, vendo algum programa. Quaisquer que sejam os mecanismos que gerem a diferença de desempenho nos estudos, os pesquisadores sugerem que os pais controlem o tempo e o conteúdo de programas que as crianças assistem. E que não deixem a tevê nos quartos delas.

Carta Capital, 27 de julho de 2005.

Fonte: Livro – Português: Linguagem, 8ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 4ª ed. – São Paulo: Atual Editora, 2006. p. 140-141.

Entendendo a notícia:

01 – Qual é a principal preocupação abordada na notícia?

      A principal preocupação é o impacto negativo que o excesso de tempo gasto assistindo televisão, especialmente em quartos de crianças, pode ter no desempenho escolar e no desenvolvimento educacional.

02 – Quais são as principais descobertas dos estudos apresentados na notícia?

      Os estudos revelam que crianças com televisão no quarto tendem a passar mais tempo assistindo TV, o que está associado a notas escolares mais baixas. Além disso, um estudo de longo prazo indicou que o tempo excessivo de televisão na infância e adolescência pode estar relacionado a uma menor probabilidade de conclusão do ensino superior.

03 – Por que a localização da televisão no quarto da criança é considerada um fator de risco?

      A presença da televisão no quarto da criança está associada a um menor controle dos pais sobre o tempo de exposição e o conteúdo assistido. Isso pode levar a um aumento do tempo gasto em frente à tela e a uma diminuição do tempo dedicado aos estudos e outras atividades educacionais.

04 – Quais são as possíveis explicações para a correlação entre televisão no quarto e baixo desempenho escolar?

      As possíveis explicações incluem a falta de controle dos pais sobre o tempo e o conteúdo assistido, a possibilidade de as crianças ficarem acordadas até mais tarde assistindo televisão e a consequente diminuição do tempo dedicado aos estudos.

05 – Qual é a recomendação principal dos pesquisadores e do autor da notícia?

      A recomendação principal é que os pais controlem o tempo e o conteúdo dos programas que as crianças assistem e que evitem colocar televisões nos quartos das crianças.

06 – Como a pesquisa de R. J. Hancox complementa o estudo de D. L. G. Borzekowski?

      Enquanto o estudo de Borzekowski foca no impacto imediato da televisão no desempenho escolar de crianças do ensino primário, a pesquisa de Hancox examina os efeitos a longo prazo do tempo excessivo de televisão na vida acadêmica, acompanhando indivíduos desde a infância até a idade adulta.

07 – Qual a relevância desta notícia no contexto atual?

      Com o aumento do acesso a dispositivos eletrônicos e plataformas de streaming, a preocupação com o tempo de tela excessivo e seus efeitos negativos continua relevante. A notícia destaca a importância do controle parental e do equilíbrio entre o tempo de tela e outras atividades para o desenvolvimento saudável das crianças.

 



 

NOTÍCIA: INTELIGÊNCIA NA TV - (FRAGMENTO) - GILBERTO DIMENSTEIN - COM GABARITO

 Notícia: Inteligência na TV – Fragmento

             GILBERTO DIMENSTEIN

        Ao completar 18 anos, o americano já assistiu na televisão a 40 mil assassinatos e 200 mil agressões. Essa é mais uma das estatísticas que municiam o tiroteio contra um dos sacos de pancadas prediletos dos americanos: emissoras comerciais.

 Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEif2U9auVmrFfkAcBPR_o0rtXh8lH6L5JCfA7kJAYCxXM7qopzz0t03HQ2LwMtCgz_QWsoujOVxu96HrAsPzT7MzEQ-7g58tSfVw7RhZ7wu9yEYF4XpgQ6Vl3V0uKlxCLs8BlRzACQnQaAvlJJeSK-UM6TcoNTf81TP8Q2K88x_Eo8_PCzo4DdnAwZKUpc/s320/o-que-inteligencia-artificial-smart-tvs.jpg


        Apoiada em centenas de pesquisas sobre efeitos negativos da TV na formação das crianças, a ofensiva de pais, professores, psicólogos e médicos se espalhou pelo país, obtendo ontem uma vitória expressiva.

        [...] Os americanos mostram nas pesquisas que desejam mais educação na TV, responsabilizada pela degeneração de costumes, a começar da violência.

        [...]

        Na verdade, são dezenas as causas da violência, cada qual agindo de forma diferente em cada comunidade. Mas apenas uma mula-sem-cabeça deixaria de reconhecer que o bombardeio diário de lixo visual influencia, em algum grau, negativamente.

        Há toneladas de experiências de psicólogos que submeteram crianças a vídeos sangrentos e, rapidamente, se constatou aumento da agressividade.

        A exposição excessiva a cenas violentas no cinema e na TV age no inconsciente das pessoas, contribuindo para o aumento da agressividade e tornando-as cada vez mais insensíveis à violência.

        [...]

Gilberto Dimenstein. Aprendiz do futuro – Cidadania hoje e amanhã. São Paulo: Ática, 1997. p. 76.

Fonte: Livro – Português: Linguagem, 8ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 4ª ed. – São Paulo: Atual Editora, 2006. p. 141.

Entendendo a notícia:

01 – Qual é a principal preocupação levantada na notícia em relação à televisão?

      A principal preocupação é o impacto negativo da exposição excessiva à violência na televisão, especialmente na formação de crianças e adolescentes. A notícia destaca como a programação televisiva, repleta de cenas de violência, contribui para o aumento da agressividade e a dessensibilização das pessoas.

02 – Quais são os grupos que lideram a "ofensiva" contra as emissoras comerciais mencionadas na notícia?

      A "ofensiva" é liderada por pais, professores, psicólogos e médicos, que se baseiam em centenas de pesquisas sobre os efeitos negativos da TV na formação das crianças.

03 – Como a notícia relaciona a exposição a vídeos violentos com o comportamento agressivo?

      A notícia menciona experiências de psicólogos que submeteram crianças a vídeos sangrentos e constataram um aumento rápido da agressividade. Além disso, afirma que a exposição excessiva a cenas violentas no cinema e na TV age no inconsciente, contribuindo para o aumento da agressividade e tornando as pessoas mais insensíveis à violência.

04 – Qual é a posição do autor em relação à influência da televisão na violência?

      O autor reconhece que a violência tem múltiplas causas, mas argumenta que é inegável que o "bombardeio diário de lixo visual" da televisão influencia negativamente, em algum grau, o comportamento das pessoas.

05 – Qual é a mensagem principal que Gilberto Dimenstein transmite neste fragmento da notícia?

      Gilberto Dimenstein transmite uma mensagem de alerta sobre os perigos da exposição excessiva à violência na televisão, especialmente para crianças e adolescentes. Ele destaca a necessidade de uma programação televisiva mais educativa e responsável, e a importância do controle parental sobre o conteúdo que as crianças assistem.

 

 

 

NOTÍCIA: COMO REAGIR DIANTE DA TV - (FRAGMENTO) - CIRO MARCONDES FILHO - COM GABARITO

 Notícia: COMO REAGIR DIANTE DA TV – Fragmento

              Ciro Marcondes Filho

        O título acima e, sem dúvida, enganoso. A questão não é "reagir" à TV como se ela fosse uma força estranha que invade nossas casas e lá se instala para não mais sair. Sabemos que a TV é um instrumento eletrônico, produto da história do homem e de sua evolução; é a marca desta era. Não tem sentido destruir a televisão, porque não é ela a culpada dos crimes que Ihe são imputados. É certo que não é de todo inocente no processo de desumanização da vida social moderna, e por isso mesmo é necessário medir quem na verdade provoca o que.

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNldPoxN1GUfzLLdb44T5jdNeV_05zko2XAMPipZMuFWkhm_SXnN1l5WdZYFrm2ObIGS4hlajsERMRM6r4DV6EF18OwlDb3-Q9qkEI57-sII49v83VXXqIe6nqzXknvEQH9dFOZRhSRONSBagpbQKldrOuiAaxyAPWBWyjtFdmGKzFFZKmh6qaPqqW7a0/s320/tv.jpg 


        [...]

        Vez por outra, instituições sociais (geralmente a Igreja) criam campanhas de desligamento coletivo da TV em benefício do diálogo ou "para as pessoas pensarem mais no ser humano e no seu mundo outra vez". A supressão ou o desligamento em massa da TV, porém, é uma falsa solução porque ataca o problema em sua manifestação externa e não na causa dele.

        O isolamento familiar, a falta de diálogo, o desinteresse dos membros da família, a solidão no trabalho, as relações superficiais com amigos, o desconhecimento em profundidade nos casais estão na estrutura da vida moderna, de que a TV é apenas um dos componentes.

        [...] A TV não se impõe simplesmente aos homens, exercendo sobre eles um poder ditatorial. Essa questão deve ser vista do lado inverso: a que necessidades reais e legítimas a TV está atendendo quando alcança níveis fantásticos de audiência?

        [...]

Ciro Marcondes Filho. Televisão – A vida pelo vídeo. 2. ed. São Paulo: Moderna, 1988. p. 109-110.

Fonte: Livro – Português: Linguagem, 8ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 4ª ed. – São Paulo: Atual Editora, 2006. p. 142.

Entendendo a notícia:

01 – Qual é a principal crítica do autor em relação à forma como as pessoas veem a televisão?

      O autor critica a visão de que a televisão é uma força externa e invasiva, culpada por problemas sociais. Ele argumenta que a TV é um produto da evolução humana e que o problema está no uso e nas necessidades que ela atende, não no aparelho em si.

02 – Por que o autor considera que campanhas de desligamento coletivo da TV são uma "falsa solução"?

      Porque essas campanhas atacam apenas a manifestação externa do problema, ou seja, o aparelho de televisão, e não as causas subjacentes, como o isolamento familiar e a falta de diálogo.

03 – Quais são as causas apontadas pelo autor para o "processo de desumanização da vida social moderna"?

      O autor aponta o isolamento familiar, a falta de diálogo, o desinteresse entre os membros da família, a solidão no trabalho, as relações superficiais com amigos e o desconhecimento profundo nos casais como parte da estrutura da vida moderna, da qual a TV é apenas um componente.

04 – Qual é a visão do autor sobre o poder da televisão sobre as pessoas?

      O autor acredita que a TV não exerce um poder ditatorial sobre as pessoas. Ele sugere que é preciso analisar quais necessidades reais e legítimas a televisão atende quando alcança altos níveis de audiência.

05 – Qual a solução que o autor aponta para o problema da influência da TV na sociedade?

      A solução não é destruir ou desligar a televisão, mas sim medir quem realmente provoca os problemas imputados a ela e entender as necessidades que ela satisfaz.

 

NOTÍCIA: O DOBRO DE MENINAS GRÁVIDAS - (FRAGMENTO) - O ESTADO DE SÃO PAULO - COM GABARITO

 Notícia: O dobro de meninas grávidas – Fragmento

        No grupo de 10 a 14 anos, subiu 93,7% o número de mães iniciantes, em 2000

         O número de meninas de 10 a 14 anos que tiveram filhos pela primeira vez em 2000 quase dobrou em relação a 1991. Foram 20.632 crianças e adolescentes estreando na condição de mães. Mais alarmante é o fato de que outras 2.502 meninas já tinham filhos naquele ano, quando tiveram outro bebê. No grupo de 10 a 14 anos, aumentou 93,7% o número de mães iniciantes. Entre as jovens de 15 a 19 anos, o aumento foi de 41,5% na década de 90. Do total de 1,3 milhão de mulheres que tiveram o primeiro filho em 2000, 38,6% tinham entre 10 e 19 anos.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinl4o4nCVthgVE9jB5YYoVWynn9vgxzrQTW8TMK3oVGgyy0sCxcqwurfQjjVVdcNvZyJmfWTzxnNPz_B4NNHSyb2GbgzfjGXS0mDrPVBek1GKZYku4uiThGVt-x9qm9CSlkVvL6M6YKCwgcGm9ID8UbtIihzgJPzPmFxcjbBPfVrRa8EoFjtah_Jj_RnE/s320/MENINA.png


        A Região Norte tem os maiores porcentuais de mães muito jovens. As mães adolescentes são em geral pobres, com baixa escolaridade e nem sempre contam com a presença do pai dos bebês.

        “No caso das mães jovens de baixa renda, a maioria interrompe os estudos e não volta mais à escola. No caso das mais ricas, cria-se um aparato para cuidar do filho e os cuidados com a criança são divididos na família”, compara o demógrafo do IBGE Juarez de Castro Oliveira.

        [...]

        Planejamento não é só dar pílula, afirma pesquisador

        Políticas de prevenção à gravidez precoce não têm sido suficientes para evitar o aumento do número de mães adolescentes porque estão muito voltadas para a distribuição de preservativos e pílulas anticoncepcionais, mas ainda não conseguiram transmitir o impacto do nascimento de um filho na vida das jovens. “Planejamento familiar não é só distribuir pílula. É passar informações para que uma família se forme de maneira saudável e sem traumas. Não é por falta de informação que as jovens engravidam. Acredito que seja mais por falta de atenção e por descuido”, diz o demógrafo Juarez de Castro Oliveira, autor da pesquisa que aponta o aumento das mães adolescentes.

        [...] Outro dado importante da pesquisa foi a mudança na situação conjugal das mães. Em 19770, apenas 22,77% das mulheres solteiras eram mães. Em 2000, esse número subiu para 16,37%. Fenômeno, segundo o economista (Marcelo Neri, da Fundação Getúlio Vargas), relacionado com a gravidez precoce.

O Estado de São Paulo, 7/5/2005.

Fonte: Livro – Português: Linguagem, 8ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 4ª ed. – São Paulo: Atual Editora, 2006. p. 166-167.

Entendendo a notícia:

01 – Qual é o principal dado alarmante apresentado na notícia?

      O principal dado alarmante é o aumento significativo no número de meninas de 10 a 14 anos que se tornaram mães pela primeira vez em 2000, quase dobrando em relação a 1991. Além disso, há o fato de que muitas dessas meninas já tinham filhos anteriormente.

02 – Quais são as regiões do Brasil com os maiores índices de gravidez na adolescência?

      A Região Norte do Brasil apresenta os maiores percentuais de mães muito jovens.

03 – Quais são as características socioeconômicas das mães adolescentes, de acordo com a notícia?

      As mães adolescentes são, em geral, pobres, com baixa escolaridade e, frequentemente, não contam com a presença do pai dos bebês.

04 – Como a situação socioeconômica influencia as consequências da gravidez na adolescência, segundo o demógrafo Juarez de Castro Oliveira?

      Segundo o demógrafo, meninas de baixa renda tendem a interromper os estudos e não retornar à escola, enquanto aquelas de famílias mais ricas têm maior suporte familiar para cuidar dos filhos e continuar seus estudos.

05 – Qual é a crítica do pesquisador em relação às políticas de prevenção à gravidez precoce?

      O pesquisador critica o fato de que as políticas de prevenção estão muito focadas na distribuição de preservativos e pílulas anticoncepcionais, sem abordar adequadamente o impacto da maternidade na vida das jovens.

06 – Qual é a visão do demógrafo Juarez de Castro Oliveira sobre as causas da gravidez na adolescência?

      O demógrafo acredita que a gravidez na adolescência é mais resultado da falta de atenção e descuido do que da falta de informação sobre métodos contraceptivos.

07 – Qual é a relação entre gravidez precoce e situação conjugal das mães, segundo o economista Marcelo Neri?

      Segundo o economista, há uma relação entre o aumento da gravidez precoce e o aumento do número de mães solteiras, indicando uma mudança na situação conjugal das mães ao longo dos anos.

 

NOTÍCIA: NOVO PAPEL DIFICULTA ESTUDOS - (FRAGMENTO) - DIÁRIO DE SÃO PAULO - COM GABARITO

 Notícia: Novo papel dificulta estudos – Fragmento

        Psicanalistas dizem que ajuda da família é fundamental para que meninas não se tornem “irmãs” de seus filhos. Reincidência da gravidez entre as adolescentes e abandono da escola são outras preocupações dos especialistas

        A maioria das adolescentes grávidas só se dá conta do novo papel quando o bebê nasce. Na maioria dos casos, elas são dependentes e precisam do apoio dos pais no cuidado com os filhos. Para a psicóloga Maria Helena Alves Pereira, coordenadora do Programa de Atendimento à Adolescente Grávida do Hospital Maternidade Oswaldo Nazareth (ex-Praça XV), no Rio de Janeiro, quando as famílias participam desse momento delicado é mais fácil para os jovens lidar com a situação, retomar os estudos e, muitas vezes, o trabalho.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPKA2no0KLOzPILyKfoXk-XDToV08lpfPHLpCJRxVdAIBM2tW8X-EEdBICjq0gVfbISVoWrLsUt2FyXNkcSeAzbb-GcSF6KJaoxKelo0gNv2Phbu4jGhQErymeB-Olk4CsenAR9eAFd6rrgat78HU70a2IABmGBqij3ETZC5Op72CQ89UtEcM0e-FDjp4/s1600/LAPIS.jpg


        “[...] No programa, estimulamos os pais e as mães adolescentes a não abandonarem os estudos e a levarem adiante os seus objetivos profissionais. O que não podemos esquecer é que eles são pais e mães adolescentes e não há como exigir que se comportem como adultos”, diz.

        Mas a realidade, pelo menos até agora, é bem diferente desse ideal. Pesquisa realizada pelo Serviço de Pré-Natal de Gravidez na Adolescência da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), com 40 adolescentes grávidas, por exemplo, revelou que apenas 5% delas continuaram a estudar durante o período de gestação. “Elas não completam o ensino médio e, como mais de 60% nunca trabalhou, acabam ocupando subempregos”, revela Marisa Pascale.

        [...]

        Educação

        Parar os estudos leva também a reincidência na gravidez adolescente, problema que já afeta 25% das meninas mães. Pesquisa realizada no Rio de Janeiro revelou que mulheres que estudaram apenas um ano ou nunca estudaram tiveram, em média, 4,12 filhos, enquanto aquelas que estudaram pelo menos 11 anos tiveram 1,48 filho.

        A situação verificada no Estado do Rio não é muito diferente do que se vê no resto do país. Em São Paulo, por exemplo, estudo do Hospital das Clínicas também demonstrou que metade das meninas pararam a escola antes de engravidar. Isso significa uma relação direta entre educação e possibilidade de gravidez precoce. “A baixa autoestima é o fator principal que leva essas meninas a abandonar a escola como seu projeto de vida”, explica o ginecologista Marco Aurélio Galleta, do HC. “Por isso, muitas delas, mesmo que de forma inconsciente, acabam optando pela formação de uma família para preencher esse espaço”, completa o especialista.

Diário de São Paulo, 11/5/2003.

Fonte: Livro – Português: Linguagem, 8ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 4ª ed. – São Paulo: Atual Editora, 2006. p. 166.

Entendendo a notícia:

01 – Qual é a principal dificuldade enfrentada pelas adolescentes grávidas, de acordo com o texto?

      A principal dificuldade é a transição para o novo papel de mãe, que muitas vezes ocorre sem que elas estejam preparadas, e a necessidade de apoio familiar para lidar com a situação.

02 – Qual é a importância do apoio familiar para as adolescentes grávidas, segundo a psicóloga Maria Helena Alves Pereira?

      O apoio familiar é fundamental para que as adolescentes consigam lidar com a situação, retomar os estudos e, em muitos casos, o trabalho.

03 – Qual é a realidade enfrentada pelas adolescentes grávidas em relação aos estudos, de acordo com a pesquisa da Unifesp?

      A pesquisa revelou que apenas 5% das adolescentes grávidas continuam estudando durante a gestação, o que leva à baixa escolaridade e, consequentemente, a subempregos.

04 – Qual é a relação entre a gravidez na adolescência e a reincidência da gravidez, segundo o texto?

      A interrupção dos estudos está diretamente relacionada à reincidência da gravidez na adolescência, com 25% das mães adolescentes engravidando novamente.

05 – Como a escolaridade influencia o número de filhos que as mulheres têm, de acordo com a pesquisa mencionada no texto?

      Mulheres com baixa escolaridade (um ano ou nenhum estudo) têm, em média, 4,12 filhos, enquanto aquelas com pelo menos 11 anos de estudo têm 1,48 filho.

06 – Qual é a relação entre educação e gravidez precoce, segundo o ginecologista Marco Aurélio Galleta?

      Segundo o ginecologista, há uma relação direta entre a falta de educação e a probabilidade de gravidez precoce. A baixa autoestima leva muitas adolescentes a abandonar a escola e buscar a formação de uma família para preencher esse vazio.

07 – Qual é o papel da baixa autoestima na gravidez precoce, de acordo com o texto?

      A baixa autoestima é apontada como um fator crucial que leva as adolescentes a abandonar a escola e buscar na maternidade uma forma de preencher o vazio emocional.

 

NOTÍCIA: QUANTO MAIS POBRE, MAIS FILHOS - ALEXANDRE RODRIGUES - COM GABARITO

 Notícia: Quanto mais pobre, mais filhos

        É o que mostra estudo de economista da FGV sobre fecundidade de adolescentes de favelas e de bairros de renda mais alta no Rio

        Fecundidade – Alexandre Rodrigues

        RIO

        Um estudo do economista Marcelo Neri, do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), mostra que a taxa de fecundidade entre adolescentes nas cinco maiores favelas do Rio é cinco vezes maior do que entre as que moram nos cinco bairros de renda mais alta da cidade.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgeCy_TDhS-g2vrIVrsJXDlRntFIBC4GArhyk8QOK90cWaM4FpghzEoQ4iN5LOEAyFNV6lbr1w9WB7Q7dhi_hbB_YYw1Srz9MB_PbewuJ1GzyxoGLiKoWiAO9Y51MP0q9yYYxDYzlb4S4U74A26zs3W0Q_BeDaGQGhTcMWVww2qbuhOTunE34_vnxmqNzI/s320/LONGE.png


        A taxa média de filhos por menina de 15 a 19 anos das Favelas da Rocinha, da Maré, do Complexo do Alemão, do Jacarezinho e da Cidade de Deus, em Jacarepaguá, é de 0,266. Já a dos bairros de Lagoa, Ipanema, Botafogo, Copacabana e Tijuca é de 0,054. O economista cruzou dados do Censo 2000 com os números de recém-nascidos nas regiões administrativas da prefeitura.

        A taxa média de filhos por jovem na Rocinha é de 0,266; em Ipanema, de 0,054

        “O resultado mostra que, quanto mais pobre, maior é o número de filhos das mulheres. Isso acontece em todas as faixas de idade, mas foi mais forte entre as adolescentes”, explica o pesquisador, para quem o estudo comprova que a taxa de fecundidade nas favelas está ligada à baixa renda e, consequentemente, ao baixo nível de escolaridade.

        Neri cita a Rocinha e a Barra da Tijuca. A favela, que tem um dos menores índices de escolaridade do Rio, tem taxa de fecundidade de 0,25 na faixa analisada. Ao lado, nos apartamentos voltados para o mar da Barra, a taxa é bem menor: 0,12. “Com mais filhos e menos recursos, a família não investe em educação e forma-
se um círculo vicioso. Pobreza leva a fecundidade e fecundidade leva a pobreza.”

        Enfermeira especializada em obstetrícia, Viviane Costa conta que as adolescentes grávidas já são responsáveis por cerca de 30% dos atendimentos que faz no posto do Programa de Saúde da Família da Favela do Canal do Anil, em Jacarepaguá, zona oeste. “Pré-natal tornou-se o carro-chefe do posto, como o tratamento de hipertensão. O número de adolescentes grávidas tem aumentado e a idade delas, diminuído. Recebemos cada vez mais meninas de 14, até 13 anos.”

        Baile

        Uma das pacientes de Viviane é Lídia da Silva Costa, de 16 anos. Grávida de quatro meses, ela conta que não conseguiu prevenir a gravidez porque tinha vergonha de ir ao ginecologista. “Queria ter filhos só com 18 anos, mas como veio agora não achei ruim. Quando eu tiver 26, meu filho já vai ter 10 anos. Vou poder até curtir um baile com ele”, diz.

        Para Neri, apesar de exposição a informações sobre métodos anticoncepcionais, da influência da TV e dos programas sociais, a educação é que faz a diferença entre meninas de comunidades carentes e de classe média. “A renda acaba determinando a escolaridade, que faz diferença. Não é só o acesso à informação que deve ser levado em conta, mas a capacidade de formar
opinião.”

        Jenifer Chaves da Cruz, de 16 anos, gosta da barriga de nove meses. Ela não planejou a gravidez, mas revela que sempre admirou as amigas que também se tornaram mães precoces. Obrigada pela tia que a criava a ir morar com o namorado, ela confessa que dificilmente voltará à escola. “Parei na sétima série. Até pensava em continuar e trabalhar, mas agora não dá mais.”

O Estado de S. Paulo, 20/10/2004.

Fonte: Livro – Português: Linguagem, 8ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 4ª ed. – São Paulo: Atual Editora, 2006. p. 164-165.

Entendendo a notícia:

01 – Qual é a principal conclusão do estudo realizado pelo economista Marcelo Neri?

      O estudo concluiu que a taxa de fecundidade entre adolescentes nas favelas do Rio de Janeiro é significativamente maior do que entre aquelas que vivem em bairros de renda mais alta. Especificamente, a taxa nas favelas é cinco vezes maior.

02 – Quais são as áreas comparadas no estudo?

      O estudo comparou as cinco maiores favelas do Rio de Janeiro (Rocinha, Maré, Complexo do Alemão, Jacarezinho e Cidade de Deus) com os cinco bairros de renda mais alta da cidade (Lagoa, Ipanema, Botafogo, Copacabana e Tijuca).

03 – Qual é a relação entre pobreza e fecundidade, de acordo com o estudo?

      O estudo mostra que existe uma correlação direta entre pobreza e alta taxa de fecundidade, especialmente entre adolescentes. Quanto mais pobre a comunidade, maior o número de filhos por adolescente.

04 – Quais fatores o economista Marcelo Neri aponta como influenciadores dessa relação?

      Neri aponta a baixa renda e, consequentemente, o baixo nível de escolaridade como fatores determinantes para a alta taxa de fecundidade nas favelas. Ele também menciona que a falta de acesso à informação e a capacidade de formar opinião influenciam essa relação.

05 – Qual é a situação das adolescentes grávidas nos atendimentos de saúde nas favelas, segundo a enfermeira Viviane Costa?

      Viviane Costa relata que cerca de 30% dos atendimentos no posto de saúde da Favela do Canal do Anil são de adolescentes grávidas, e que a idade dessas jovens tem diminuído, com casos de meninas de 13 e 14 anos.

06 – Como a falta de acesso à informação sobre métodos anticoncepcionais afeta a gravidez na adolescência, segundo a notícia?

      A notícia relata o caso de Lídia da Silva Costa, de 16 anos, que engravidou por ter vergonha de ir ao ginecologista. Isso ilustra como a falta de acesso à informação e a barreiras como o constrangimento podem levar a gravidez não planejada na adolescência.

07 – Qual é o papel da educação na prevenção da gravidez na adolescência, de acordo com o estudo?

      O estudo destaca que a educação desempenha um papel fundamental na prevenção da gravidez na adolescência. A escolaridade influencia a capacidade das jovens de formar opinião e tomar decisões informadas sobre sua saúde sexual e reprodutiva.

 

 

 

NOTÍCIA: CLONAGEM TERAPÊUTICA - FOLHA DE SÃO PAULO - COM GABARITO

 Notícia: CLONAGEM TERAPÊUTICA

        A crer em sinais emitidos por senadores envolvidos nos debates sobre a clonagem terapêutica, a Câmara Alta do Parlamento deverá permitir pesquisas com células-tronco, uma promessa da ciência para curar doenças degenerativas e até para restaurar órgãos e tecidos avariados. Pelo consenso que se vai formando, o Senado Federal autorizaria investigações científicas com culturas de células obtidas a partir de embriões congelados por mais de três anos em clínicas de fertilização.

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizvBOXGWX9iA4zmb40wRK_EZgkYMhCIDzbRO2aZ716ozKzd-t8-6b7_H4o21e_qBVEBQEf1NlwcO4udmPhkWbXTLlCzvY48nQ9_W9jKb7Er4LplC1KowC5eGUOhpG3ZJD72K-SNkhc-SDxTVXfKiUXRC7CEoSei2KguzhVD1QcfnAonS3I1V_S4DtuX3o/s1600/TERAPUETICA.jpg


        Se for de fato essa a posição do Senado, estará configurado um avanço em relação ao projeto de lei tal como saiu da Câmara dos Deputados, que, na prática, vetava a clonagem terapêutica. Mas uma eventual modificação pelos senadores levaria o texto de volta à Câmara, onde é especialmente forte a influência do lobby evangélico-católico, responsável pela primeira vitória do obscurantismo.

        Vale notar que mesmo a proposta em cogitação no Senado está longe de poder ser considerada uma lei avançada. Ela apenas evitaria que o Brasil fosse condenado a um atraso científico do qual seria difícil se recuperar. O projeto autoriza cientistas a pesquisar sem entretanto dar-lhes as condições ideais para fazê-lo.

        Na verdade, os senadores apenas impediriam que se consumasse o absurdo maior, que seria deixar de utilizar, em pesquisas com potencial para salvar inúmeras vidas, embriões – na verdade blastocistos, isto é, emaranhados de uma centena de células – que sobraram de tratamentos de fertilização e que nunca seriam implantados num útero para originar uma gravidez.

        Outra falha na proposta em debate no Senado é que ela proibiria a produção de embriões especificamente para a pesquisa ou tratamento. Por enquanto essa limitação não oferece maiores problemas. Enquanto as investigações no campo das células-tronco são incipientes, experimentos podem ser realizados com umas poucas linhagens. No futuro, porém, se surgirem os resultados esperados, o veto à geração de embriões retiraria da clonagem terapêutica uma grande vantagem, que é a capacidade de produzir células a partir do DNA do próprio paciente, o que eliminaria completamente, acredita-se, o fenômeno da rejeição.

        O lobby evangélico-católico que se opõe à clonagem terapêutica merece, no que toca às suas crenças, profundo respeito, mas isso não significa que seus valores devam ditar as regras de uma República pluralista, laica e que valoriza a vida efetiva, atual, mais do que a mera possibilidade de vida contida num blastocisto – que, de resto, se encontra não numa trompa ou num útero, mas num tubo de ensaio, sem a menor possibilidade, portanto, de dar origem a um feto. Além disso, só se submeteriam a um tratamento que envolva células-tronco obtidas a partir de embriões pessoas que não fizessem objeções morais a essa técnica, o que basta para preservar os direitos daqueles que não a admitem.

        Viver numa sociedade multifacetada e complexa como a brasileira é administrar conflitos. Todos têm direito a suas crenças, mas as crenças de alguns não podem condenar o país ao atraso em áreas tão relevantes como a clonagem terapêutica.

Folha de São Paulo, 6/6/2004.

Fonte: Livro – Português: Linguagem, 8ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 4ª ed. – São Paulo: Atual Editora, 2006. p. 208.

Entendendo a notícia:

01 – Qual a principal promessa da clonagem terapêutica, segundo a notícia?

      A clonagem terapêutica promete curar doenças degenerativas e restaurar órgãos e tecidos avariados, utilizando células-tronco obtidas de embriões.

02 – Qual a diferença entre a proposta da Câmara dos Deputados e a do Senado em relação à clonagem terapêutica?

      A Câmara dos Deputados, influenciada pelo lobby evangélico-católico, vetava a clonagem terapêutica. O Senado, por outro lado, sinaliza uma abertura para pesquisas com células-tronco obtidas de embriões congelados.

03 – Qual a crítica da notícia à proposta em debate no Senado?

      A notícia critica a proposta por considerá-la limitada, já que proíbe a produção de embriões especificamente para pesquisa ou tratamento. Essa restrição pode prejudicar o desenvolvimento da clonagem terapêutica no futuro, impedindo a produção de células a partir do DNA do próprio paciente, o que evitaria a rejeição.

04 – Qual o argumento utilizado para defender a clonagem terapêutica, apesar da oposição de grupos religiosos?

      A notícia argumenta que, em uma república pluralista e laica, os valores religiosos de alguns não devem ditar as regras para toda a sociedade, especialmente em áreas de grande potencial para salvar vidas. Além disso, defende que apenas pessoas sem objeções morais se submeteriam a tais tratamentos.

05 – O que são blastocistos, e qual a sua importância no debate sobre clonagem terapêutica?

      Blastocistos são emaranhados de cerca de cem células, embriões em estágio inicial de desenvolvimento. A notícia destaca que os embriões utilizados em pesquisas são blastocistos que sobraram de tratamentos de fertilização e que nunca seriam implantados em um útero, ou seja, não tem a possibilidade de gerar um feto.

06 – Qual o risco de o Brasil não avançar nas pesquisas com clonagem terapêutica, segundo a notícia?

      O risco é que o Brasil fique para trás no desenvolvimento científico, dificultando a recuperação do atraso em relação a outros países que já investem nessas pesquisas.

07 – Qual a questão sobre a rejeição de órgãos que a clonagem terapêutica ajuda a resolver?

      A clonagem terapêutica ajuda a resolver o problema da rejeição de órgãos transplantados, pois permite a produção de células a partir do DNA do próprio paciente, eliminando a incompatibilidade imunológica.

 

 

NOTÍCIA: BENEFÍCIOS DA CLONAGEM - (FRAGMENTO) - FOLHA DE SÃO PAULO - COM GABARITO

 Notícia: BENEFÍCIOS DA CLONAGEM – Fragmento

        O principal argumento de defesa da clonagem terapêutica humana é a perspectiva de cura de várias moléstias degenerativas, como Parkinson e diabetes, e mesmo a de reparar órgãos e tecidos avariados.

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvhnLdb2adScbSStMhZ_n2Jk7bgQHBr-xAvedp0nJEAlfHu1M-Mxt5iY05bpBpMzhQ1mcihEFUi2rBWwhJNfiW-pvWR0_n4q_Umv2ajmckYkUmTVq2X0OpItO9O-V85ocPJW-TvAiVrKh4n-zjiZXX74OkjRSAfwoQRQd5B8LD-QgTl0BTtN8_YaPgR2g/s1600/CLONAGEM.jpg

        [...]

        Para começar, a clonagem nos permitiria entender melhor uma série de doenças, especialmente as hereditárias. Pode parecer estranho, mas numa moléstia como Alzheimer, na qual ocorrem uma série de alterações cerebrais, temos dificuldades para determinar o que é causa o que é efeito, o que está provocando a doença e o que é um simples dano colateral.

        Se clonarmos células de alguém afetado pela moléstia e convertermos as células-tronco em neurônios, talvez tenhamos a chance de acompanhar em laboratório o desenvolvimento da doença desde os seus primeiros estágios, compreendendo-a de forma muito mais ampla.

        Outro campo promissor para a clonagem está no desenvolvimento e testes de novos medicamentos. [...]

        Ao clonar células hepáticas de pessoas suscetíveis a certos medicamentos, entenderíamos melhor os riscos da iatrogenia e empresas farmacêuticas poderiam testar com muito mais rapidez e segurança os novos produtos que levam ao mercado.

        Diferentemente da reparação de órgãos, que exigiria amplo domínio de técnicas de clonagem e anos e anos de testes clínicos antes de ser liberada para uso em pacientes, as pesquisas sobre doenças a partir de células clonadas podem começar imediatamente. Como não envolvem a aplicação de células-tronco em pacientes, não representam riscos para a saúde.

        Existem, é claro, vários problemas técnicos e mesmo dificuldades éticas, como a origem dos óvulos utilizados para a clonagem. Ainda assim, como escreveu Wilmut, "a clonagem promete benefícios tão grandes que seria imoral deixar de fazê-la".

Folha de São Paulo, 24//2004.

Fonte: Livro – Português: Linguagem, 8ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 4ª ed. – São Paulo: Atual Editora, 2006. p. 209.

Entendendo a notícia:

01 – Qual o principal benefício da clonagem terapêutica humana, segundo a notícia?

      O principal benefício é a perspectiva de cura de doenças degenerativas, como Parkinson e diabetes, e a reparação de órgãos e tecidos danificados.

02 – Como a clonagem pode ajudar no estudo de doenças hereditárias, como o Alzheimer?

      Ao clonar células de um paciente com Alzheimer e convertê-las em neurônios, os cientistas podem acompanhar o desenvolvimento da doença em laboratório, compreendendo melhor suas causas e efeitos.

03 – Qual a vantagem da clonagem no desenvolvimento de novos medicamentos?

      A clonagem de células hepáticas de pessoas com sensibilidade a certos medicamentos permite testar novos produtos com mais rapidez e segurança, além de entender os riscos da iatrogenia (danos causados por tratamento médico).

04 – Qual a diferença entre a pesquisa de doenças e a reparação de órgãos em relação ao uso da clonagem?

      A pesquisa de doenças com células clonadas pode começar imediatamente, pois não envolve a aplicação de células-tronco em pacientes. Já a reparação de órgãos exige um domínio maior das técnicas de clonagem e anos de testes clínicos.

05 – Quais os desafios éticos e técnicos da clonagem terapêutica, de acordo com a notícia?

      A notícia menciona problemas técnicos e dificuldades éticas, como a origem dos óvulos utilizados na clonagem. No entanto, cita Wilmut, que defende que os benefícios da clonagem são tão grandes que seria imoral não prosseguir com as pesquisas.

 

 

terça-feira, 8 de abril de 2025

NOTÍCIA: ORTOTANÁSIA E EUTAN´SIA - FRAGMENTO - NISE YAMAGUCHI - COM GABARITO

 Notícia: Ortotanásia e Eutanásia – Fragmento

             Nise Yamaguchi

        O que é a vida, afinal? É meramente um conjunto de reações bioquímicas até o momento não replicáveis simultaneamente? Ou algo com uma abrangência maior, sagrada e eterna? Advém das incertezas que cercam o sentido da existência humana a nossa perplexidade diante desse tema tão polêmico que é a eutanásia.

 Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi48YwOWC6ZtNGVBdlyRrOS7aD-wkFBD5CbpyYGk3MDHfdKGB6FcAS91Yp2uBv9Sz8a4Wjzol5i1uM0NXdrQ_1nWZluo9oT6WC2o4CdgRprU1zhch6tPnILhEwpUz9DE81GmvC7F43kc6kZWZzbpmbka2GWSowjTnBCkW-DPLnPkAvPFb3pp3R715FLVs8/s1600/EUTANASIA.jpg


        Sou oncologista e imunologista. Faz 8 anos que busco mais vida com qualidade para os pacientes com câncer e portadores de Aids com câncer. [...].

        Os pacientes que já na primeira consulta me dizem que querem morrer antes de tentar os tratamentos são exceções. Mas existem. Um elemento comum a eles é falta de esperança, depressão e medo do sofrimento. [...]

        Independentemente da diversidade de visões sobre a existência e também das novas e eficientes técnicas de tratamento, há instantes em que se perde a batalha contra as doenças. É então que uma pergunta se faz necessária: até quando é lícito prolongar com medidas artificiais a manutenção da vida vegetativa? [...]

        Existe grande confusão entre os diversos tipos de eutanásia – ou boa morte. Uma é a eutanásia ativa, na qual o médico ou alguém causa ativamente a morte do indivíduo e que é proibida por lei no Brasil. Anda de mãos dadas com o chamado suicídio assistido, mas é prática regulamentada em alguns outros países, como Holanda e Dinamarca.

        Em um outro extremo há a distanásia ou obstinação terapêutica, que, segundo o especialista em bioética padre Leo Pessini, “é uma ação, intervenção ou um procedimento médico que não atinge o objetivo de beneficiar a pessoa em fase terminal e que prolonga inútil e sofridamente o processo de morrer procurando distanciar a morte”. Sou contra a distanásia [...].

        E como seria a verdadeira boa morte? Creio que é aquela denominada morte assistida e que, para não trazer o cunho negativo da terminologia eutanásia passiva, prefiro denominar de ortotanásia. É cuidar dos sintomas sem recorrer a medidas intervencionistas de suporte em quadros irreversíveis. É respeitar o descanso merecido do corpo, o momento da limpeza da caixa preta de mágoas e rancores; é a hora de dizer coisas boas, os agradecimentos que não fizemos antes. É a hora da despedida e da partida.

Nise Yamaguchi. Folha de São Paulo, 26/3/2005.

Fonte: Livro – Português: Linguagem, 8ª Série – William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães, 4ª ed. – São Paulo: Atual Editora, 2006. p. 224.

Entendendo a notícia:

01 – Qual a principal questão que leva à perplexidade em relação à eutanásia, segundo Nise Yamaguchi?

      A incerteza sobre o sentido da existência humana, se a vida é apenas um conjunto de reações bioquímicas ou algo mais profundo e eterno.

02 – Qual a diferença entre eutanásia ativa e ortotanásia?

      Eutanásia ativa: um médico ou outra pessoa causa ativamente a morte do indivíduo.

      Ortotanásia: cuidados dos sintomas sem medidas artificiais para prolongar a vida em casos irreversíveis, respeitando o processo natural da morte.

03 – O que é distanásia, e qual a opinião de Nise Yamaguchi sobre ela?

      Distanásia é a obstinação terapêutica, prolongando a vida de um paciente terminal com intervenções que não trazem benefício e aumentam o sofrimento. Nise Yamaguchi é contra essa prática.

04 – Qual o papel da esperança e da depressão no desejo de alguns pacientes terminais de optar pela eutanásia?

      A falta de esperança, a depressão e o medo do sofrimento são elementos comuns entre os pacientes que expressam o desejo de morrer antes de tentar tratamentos.

05 – Como Nise Yamaguchi define uma "boa morte"?

      Ela acredita que a "boa morte" é a ortotanásia, ou morte assistida, que envolve cuidar dos sintomas e permitir um descanso digno para o corpo, focando no conforto do paciente.

06 – Como a legislação brasileira trata a eutanásia ativa?

      A eutanásia ativa é proibida por lei no Brasil.

07 – Qual a diferença entre eutanásia e suicídio assistido?

      Embora andem de mãos dadas, a eutanásia é quando outra pessoa causa a morte, geralmente um médico, e o suicídio assistido é quando outra pessoa auxilia o paciente a cometer suicídio.