quarta-feira, 30 de março de 2022

RECEITA DE POEMA DADAÍSTA - TRISTAN TZARA - COM GABARITO

 Receita de poema dadaísta

                 Tristan Tzara


Pegue um jornal.

Pegue a tesoura.

Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar a seu poema.

Recorte o artigo.

Recorte em seguida com atenção algumas palavras que formam este artigo e meta-as num saco.

Agite suavemente.

Tire em seguida cada pedaço um após o outro.

Copie conscienciosamente na ordem em que as palavras são tiradas do saco.

O poema se parecerá com você.

E ei-lo um escritor infinitamente original e de uma sensibilidade graciosa, ainda que incompreendido do público.

TZARA, Tristan. Receita de poema dadaísta. In: TELES, Gilberto Mendonça. Vanguarda europeia e Modernismo brasileiro. Rio de Janeiro: José Olympio, 2012.

Faraco, Carlos Emílio Língua portuguesa : linguagem e interação / Faraco, Moura, Maruxo Jr. -- 3. ed. -- São Paulo : Ática, 2016.p.56.

Entendendo o texto 

 01.Os dadaístas propunham a abolição da lógica. Como se expressa essa ideia no texto?

Principalmente pela instrução Agite, que enfatiza o papel do acaso.

 02. O poema revela total indiferença pela participação do leitor. Que trecho dele evidencia essa ideia?

Os dois últimos versos.

 


LENDA: COMO O SOL CHEGOU AOS ANIMAIS (LENDA INDÍGENA NORTE-AMERICANA) - WILLIAN JOHN BENNET - COM GABARITO

 Lenda: Como o sol chegou aos animais(lenda indígena norte-americana)

            William John Bennet

Há muitos e muitos anos, o mundo era todo escuro. Os animais viviam se esbarrando uns nos outros e nunca sabiam onde estavam naquela escuridão. Resolveram se reunir em conselho para decidir como resolver o problema.

— Precisamos de luz — disse a Coruja. Ela presidia o conselho porque enxergava no escuro melhor que os outros bichos. — Muito bem! Apoiado!— gritaram todos.

— Mas como vamos arranjar luz?

— Não vai ser fácil — avisou a Coruja.

— Dizem que existe luz no outro lado do mundo, mas é muito, muito longe. A viagem é perigosa. Quem for lá pode nunca mais voltar.

— Então quem deve ir? — gritaram todos a uma só voz.

— Quem vai se arriscar na viagem? Houve um longo silêncio. No escuro, todos os bichos encolheram os ombros. Por fim, ouviu-se uma vozinha.

— Posso tentar — disse a Toupeira.

— Minha cauda é longa. Se eu achar a luz, posso pegar, esconder nos pelos da cauda e trazer para cá.

E lá se foi a Toupeira a caminho do leste. Andou dias e dias pela terra escura, sem saber bem onde estava, até que viu uma pequena claridade no céu.

Correu em direção à luz, que se tornava cada vez mais forte. A luz cresceu e ficou tão brilhante que o bichinho tinha que franzir os olhos para não ficar cego. Até hoje, quando a gente vê uma toupeira, repara nos olhos fechadinhos e pensa que ela está dormindo.

Andando até o outro lado do mundo, a Toupeira finalmente achou o sol. Pegou um pedacinho, rápido como quem furta, embrulhou na cauda peluda e tomou o caminho de casa.

 — Podemos tentar mais uma vez — disse uma vozinha sumida.

— Dessa vez eu vou. — Quem? — perguntaram os bichos. — Quem falou?

— Eu, a Velha Aranha. Sei que sou muito pequena muito lenta, mas talvez eu consiga. Antes de partir, a Velha Aranha pegou um punhado de argila e, com as oito mãos, fez um potinho.

— A Toupeira e o Corvo não tinham onde trazer o sol — disse ela.

— Vou levar este potinho. Depois teceu um fio e prendeu numa pedra, dizendo: — A Toupeira e o Corvo ficaram cegos com a luz do sol no caminho de volta. Eu vou seguir esse fio. E se pôs a caminho do leste, desenrolando o fio à medida que andava. Quando chegou ao sol, pegou um pedacinho e colocou no potinho de barro. Brilhava tanto que ela mal enxergava, mas, segurando o fio estendido, pegou o caminho de casa.

Mas a viagem de volta era longa e o pedacinho de sol era muito quente para a pobre Toupeira carregar. O solzinho queimou todo o pelo da cauda dela, que caiu no chão. Por isso é que hoje, quando a gente vê uma toupeira, repara no rabo pelado que ela tem.

— A Toupeira tentou e fracassou — disseram os bichos.

— Nunca mais teremos luz! — Eu vou tentar — disse o Corvo.

— Talvez essa viagem seja para quem tem asas. O Corvo voou para o leste e chegou ao sol. Deu um mergulho na luz e arrancou um pedacinho com as garras afiadas. “A Toupeira tentou trazer o sol na cauda e não deu certo”, pensou o Corvo. “Vou levar a luz na cabeça.” O Corvo pôs o pedacinho de sol na cabeça e tomou o rumo de casa, mas o sol era quente demais e queimou as penas da cabeça dele. O Corvo ficou tonto e começou a voar em círculos, até que o pedacinho de sol caiu. É por isso que os corvos não têm penas no alto da cabeça e estão sempre voando em círculos.

— Agora não tem mais jeito — lamentaram os animais.

— A Toupeira tentou; o Corvo tentou, e ninguém conseguiu.

A Velha Aranha viajou toda iluminada, parecendo o próprio sol. Até hoje a teia brilha como se guardasse a luz do sol.

Quando afinal chegou em casa, todos os bichos puderam ver o mundo pela primeira vez. Olharam para a Aranha, tão pequenininha, imaginando como ela pudera fazer a viagem sozinha. Quando viram o potinho de barro com o pedacinho de sol dentro, aprenderam a fazer potes de argila e pôr ao sol para secar.

Mas a Velha Aranha também sofreu com o sol. Por isso é que até hoje ela tece a teia nas primeiras horas da manhã, antes de o sol esquentar.

BENNET, William J. O livro das virtudes II: o compasso moral. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1995. p. 354-356

Faraco, Carlos Emílio Língua portuguesa : linguagem e interação / Faraco, Moura, Maruxo Jr. -- 3. ed. -- São Paulo : Ática, 2016.p.45-48.

Entendendo o texto

01. Em narrativas de lendas, é comum a presença de animais que falam e agem como seres humanos, assim como a ocorrência de ações “mágicas” ou extraordinárias.

·        Formule uma hipótese que procure explicar essa característica das narrativas legendárias.

          Resposta pessoal.

02. Nas lendas é também frequente haver explicações para fenômenos da natureza, como a chuva, o vento, a sucessão dos dias e noites, as estações do ano.

a) Quais fenômenos naturais são explicados por essa lenda indígena norte-americana?

A existência do dia e da noite e certas características físicas e comportamentais dos animais que são personagens da lenda.

b) Desses fenômenos, qual seria o principal no contexto da lenda?

A existência do dia e da noite.

c) Em sua opinião, por que histórias lendárias procuram explicar fenômenos naturais?

Resposta pessoal.

Sugestão: Nas mais diversas culturas humanas, a explicação dos fenômenos naturais sempre foi motivo de inquietação. Quando o desenvolvimento científico não permitia ainda a formulação de leis e explicações científicas baseadas na observação e no levantamento de hipóteses, as histórias de mitos e lendas ajudavam — e ainda ajudam — a construir relações, mágicas, extraordinárias, capazes de justificar a existência dos fenômenos.

03. Nas lendas e histórias de tradição oral dos povos indígenas do Brasil, muitas vezes há personagens representadas por animais.

a) Das lendas indígenas brasileiras que você conhece, quais são os animais que aparecem com mais frequência?

Resposta pessoal.

Sugestão: Nas lendas brasileiras, os animais frequentes são aqueles que constituem a fauna do Brasil: macacos de diversas espécies, jacarés, cobras, tartarugas e outros répteis, sapos e rãs, aves típicas (o papagaio, a maritaca, o joão-de-barro, etc.), a onça-pintada e outros felinos das florestas e dos cerrados.

b) Por que a toupeira não aparece nas lendas indígenas brasileiras?

     Porque a toupeira não faz parte da fauna brasileira.

04.Indique o sentido da expressão a gente, que ocorre em vários trechos do texto. A quem essa expressão se refere?

A expressão refere-se à coletividade dos leitores e equivale à primeira pessoa do plural.

05. Os nomes dos animais, como Coruja, Toupeira, Corvo, Aranha aparecem grafados no texto com inicial maiúscula. O que justificaria esse emprego das maiúsculas no texto?

A inicial maiúscula transforma o substantivo em nome próprio, o que personaliza os animais. Na lenda, cada animal representa um valor humano.

06.Prosopopeia ou personificação é o nome da figura de linguagem por meio da qual se atribuem características humanas a seres não humanos. Explique.

Nas lendas, a ocorrência de prosopopeia está ligada ao universo mágico, ao mundo extraordinário, e permite que valores humanos sejam apresentados de forma coletiva e alegórica.

NOTÍCIA: UM BANHO DE LUA EM ENCÉLADO - SALVADOR NOGUEIRA - COM GABARITO

 NOTÍCIA: Um banho de lua em Encélado

Por Salvador Nogueira

       A espaçonave Cassini faz nesta quarta-feira (28) o seu mais espetacular sobrevoo da misteriosa lua Encélado, atravessando as plumas de água que emanam desse satélite natural de Saturno, em busca de sinais claros de um ambiente amigável à vida em seu interior.

      A sonda passará a apenas 49 km da superfície — distância quase comparável à de aviões comerciais, que voam rotineiramente a 12 km de altitude. (Já satélites artificiais não costumam estar abaixo dos 200 km.) Não é a aproximação máxima que a espaçonave não tripulada já fez de Encélado, 5 10 mas é o mais perto que se chegou das plumas que emanam do hemisfério sul da lua.

      Ao tomar esse literal “banho de lua”, a Cassini buscará mais pistas do que existe no oceano global de água líquida que se esconde sob a crosta de gelo. Estudos recentes demonstraram que esse mar oculto tem um leito similar ao terrestre, rochoso e com atividade hidrotermal exposta diretamente à água.

      Um novo trabalho científico, recém-publicado na Nature Communications, modelou a composição do interior de Encélado com base na detecção de partículas ricas em silício nas plumas de água e sugeriu que a composição rochosa do interior da lua é semelhante à de meteoritos primitivos, com a formação de minerais serpentina e saponita. Caso isso esteja certo, a implicação é que Encélado se formou em tempos muito antigos, concomitantes com a formação do próprio Sistema Solar, há 4,6 bilhões de anos.

       Esse modelo também implica que há produção de hidrogênio molecular nas fontes hidrotermais dos oceanos de Encélado, e é isso uma das coisas que a Cassini tentará confirmar no sobrevoo desta quarta-feira. Com o instrumento INMS (espectrômetro de massa neutra e iônica), a sonda fará uma detecção da quantidade de hidrogênio molecular presente, o que ajudará a confirmar o modelo proposto de composição interna. Além disso, a detecção será empolgante no contexto de busca por ambientes habitáveis no Sistema Solar — pela quantidade de hidrogênio será possível estimar o nível de atividade hidrotermal e, portanto, a quantidade de energia disponível para ecossistemas em Encélado. Sem falar que na Terra há muitos microrganismos que consomem hidrogênio molecular em seu metabolismo.

Química orgânica

       O sobrevoo também fará uso do detector de poeira da Cassini (CDA), que obterá espectros de partículas mais pesadas presentes nas plumas — incluindo, talvez, moléculas orgânicas complexas. Os pesquisadores enfatizam que não será possível determinar se elas têm origem biológica, ou seja, se são produto de vida, mas o fato de encontrá-las será, por si só, empolgante.

       Por fim, um terceiro objetivo é determinar a natureza das plumas, se vêm de fontes pontuais na superfície ou se distribuem como cortinas por fissuras no solo congelado. Esta será a penúltima passagem da Cassini por Encélado. Ainda há mais uma marcada para o fim do ano, mas bem mais distante. A missão em si, que já estuda Saturno e suas luas desde 2004, tem fim marcado para 2017. As primeiras imagens pós-sobrevoo são esperadas para o fim da quinta-feira (29).

Fique de olho!

NOGUEIRA, Salvador. Um banho de lua em Encélado. Disponível em: . Acesso em: jan. 2016.

Faraco, Carlos Emílio Língua portuguesa : linguagem e interação / Faraco, Moura, Maruxo Jr. -- 3. ed. -- São Paulo : Ática, 2016.p.17-20.

 

         01. O texto foi originalmente publicado no dia 28 de outubro de 2015, em jornal impresso e em site. A versão que reproduzimos anteriormente é a extraída de site.

             a) Por que a data da publicação é relevante para a compreensão do texto?

                 O texto menciona explicitamente um evento principal (a passagem da sonda Cassini sobre a lua Encélado, do planeta Saturno) a ocorrer nessa data e alerta para eventos posteriores.

            b) Que relação a data de publicação tem com o gênero do texto e de que forma ela é essencial ao funcionamento desse gênero?

                 Sempre nos textos jornalísticos relatam fatos, a localização da data de publicação que permite determinar as coordenadas enunciativas temporais do texto.

      02. Salvador Nogueira, o autor do texto, é um jornalista brasileiro que se dedica ao jornalismo científico. Essa informação sobre o autor do texto pode contribuir de que forma para sua compreensão?

             Conhecer o autor e ter informações sobre seu trabalho pode ajudar o leitor a antecipar características do texto (o gênero, o portador, a forma de publicação, etc.) bem como o tipo de informações que poderá encontrar num texto de sua autoria. Isso tudo contribui para a compreensão.

03.Pela primeira leitura integral do texto, que gênero é esse e com que finalidade normalmente ele é mobilizado?

O gênero em questão é a notícia, que tem por finalidade relatar acontecimento recente, de interesse social.

04. Em sua opinião, qual é a informação mais importante do texto? Com que objetivo ele foi escrito?

Resposta pessoal.

 

 

MÚSICA(ATIVIDADES): SAUDADE DE ITAPOÃ - DORIVAL CAYMMI - COM GABARITO

 MÚSICA(ATIVIDADES): SAUDADE DE ITAPOÃ

                                Dorival Caymmi

Entendendo a canção

01. Que palavras usadas na canção permitem concluir que Itapoã é uma paisagem de praia?

Areia – Morena(mulher) – vento que ondula as águas

02. Qual(is) verso(s) sugere(m) que o eu lírico está longe de Itapoã?

Sugerem distanciamento os versos: “Saudade de Itapoã me deixa/ Eu nunca tive saudade igual/ Me traga boas notícias daquela terra toda manhã.”

03. Que relações você estabeleceria entre a melodia, a entonação e o ritmo?

Resposta pessoal.

Sugestão: Esses elementos ajudam a reforçar essa sensação de distância.

04. Releia os versos seguintes, prestando atenção nos sons representados pelas letras destacadas.

          Oh vento que faz cantigas nas folhas 

                    No alto do coqueiral

                    Oh vento que ondula as águas

a)   Que relações vocês estabeleceriam entre a repetição desses sons com o que está sendo dito nesses versos?

A repetição desses sons sugere a imitação sonora do próprio vento, sua ação nas folhas e nas águas.

b)   Que sensações e imagens você associaria a esses versos?

Resposta pessoal.

domingo, 27 de março de 2022

TIRINHA: MAFALDA E FELIPE - QUINO - COM GABARITO

 Tirinha: Mafaldo e Felipe

  


 Quino, Mafalda. N. 3. São Paulo, Global, 1982.

Fonte: Aulas de Redação – Maria Aparecida Negrinho – 6° série – 8ª edição – editora Ática 1999. São Paulo – p. 81.

Entendendo a tirinha:

01 – De acordo com o texto, qual o significado das palavras abaixo:

·        Cultura: conjunto de valores espirituais e materiais da sociedade.

·        Ingênua: simples, pura, sem malícia.

·        Extremista: quem quer solucionar problemas sociais por meios radicais.

02 – Quem do grupo considera Felipe extremista?

      O amigo deles, Manolito.

03 – Quem considera Felipe um ingênuo?

      A Mafalda.

04 – Quem pensa que Felipe tem razão?

      A Mafaldo, embora ache ingênua ao mesmo tempo acha louvável.

05 – Pra você, por que o amigo Manolito acha as ideias do Felipe perigosas?

      Resposta pessoal do aluno.

 

POESIA LÍRICA: NEL MEZZO DEL CAMIN... - OLAVO BILAC - COM GABARITO

  Poesia lírica: Nel mezzo del camin...

                    Olavo Bilac

Cheguei. Chegaste. Vinhas fatigada

E triste, e triste e fatigado eu vinha.

Tinhas a alma de sonhos povoada,

E a alma de sonhos povoada eu tinha...

 

E paramos de súbito na estrada

Da vida: longos anos, presa à minha

A tua mão, a vista deslumbrada

Tive da luz que teu olhar continha. 

 

Hoje, segues de novo... Na partida 

Nem o pranto os teus olhos emudece,

Nem te comove a dor da despedida.

 

E eu, solitário, volto a face, e tremo,

Vendo o teu vulto que desaparece

Na extrema curva do caminho extremo. 

 

Olavo Bilac. In: Clássicos da poesia lírica brasileira: antologia da poesia brasileira anterior ao Modernismo. O Estado de S. Paulo, p. 153-154.

Fonte: Português – Linguagem & Participação, 6ª Série – MESQUITA, Roberto Melo/Martos, Cloder Rivas – Ed. Saraiva, 1ª edição – 1998, p. 10-1.

Entendendo a poesia:

01 – Qual é a forma do texto?

      O texto é uma poesia.

02 – Quantos versos e quantas estrofes há na poesia?

      Possui 14 versos e 04 estrofes.

03 – Quantos versos há em cada estrofes?

      04 versos nas duas primeiras estrofes e 03 versos nas duas últimas.

04 – Há rima no texto? Justifique sua resposta com exemplos.

      Sim: Fatigada / povoada; estrada / deslumbrada; vinha / tinha; minha / continha; partida / despedida; umedece / desaparece; tremo / extremo.

05 – procure descobrir como se chama um poema composto pelo número de versos e de estrofes que você apontou nas questões anteriores.

      Um poema composto por 14 versos (dois quarteto – quatro versos – e dois tercetos – três versos). Chama-se soneto.

06 – De acordo com o texto, qual é a idade da personagem?

      Um adulto que já viveu outras experiências amorosas.

07 – De que ponto de vista é apresentado o amor no texto?

      O amor é apresentado do ponto de vista de quem já viveu e olha para o passado.

 

POEMA: ESSE NÓ(S) - ULISSES TAVARES - COM GABARITO

 Poema: Esse Nó(s)


Eu me chamo eu.

A turma me chama nós.
Longe da turma
Me sinto só


Mas sou eu.

Com a turma sou nós
Mas quero ser eu.
De nós em nós
Eu sou mais eu.


TAVARES, Ulisses. Viva a Poesia viva. São Paulo: saraiva, 1998. p. 10.

Fonte: Gramática Reflexiva – 6° ano – Atual Editora – William & Thereza – 2ª edição reformulada – São Paulo. 2008. p. 163-4.

Entendendo o poema:

01 – O poema estabelece uma oposição entre o eu lírico (o locutor) e sua turma.

a)   Que pronome identifica o eu lírico?

O pronome eu.

b)   Que perfil você acha que tem o eu lírico: ele é criança, adolescente ou adulto?

Provavelmente é um adolescente.

c)   Quem você acha que são as pessoas que formam a turma?

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Provavelmente é uma turma de amigos da escola ou do bairro.

02 – A turma chama o eu lírico de nós.

a)   Classifique esse pronome e indique a pessoa e o número (singular ou plural) em que ele está.

Pronome pessoal do caso reto, 1ª pessoa do plural.

b)   Pela forma como a turma trata o eu lírico, é possível supor que ele é bem aceito ou não? Por quê?

Sim, pois ele é incluído no grupo.

03 – Leia e compare estes versos:

        “Longe da turma / Me sinto só / Mas sou eu”.

        “Com a turma sou nós / Mas quero ser eu”.

        Dos itens que seguem, marque aquele que melhor expressa o pensamento ou o sentimento do eu lírico.

        Medo        Tristeza        Contradição        Rejeição.

04 – Nos versos “Com a turma sou nós / Mas quero ser eu”, o eu lírico parece ter receio de perder sua identidade. Você mudaria suas características ou sua identidade para fazer parte de um grupo?

      Resposta pessoal do aluno.

05 – O poema faz um jogo com a palavra nó(s).

a)   Quais são os sentidos da palavra nó(s) no título?

O título pode ser lido como nó (esse problema) e esse nós (essa palavra nós).

b)   Qual é a classe gramatical da palavra, de acordo com cada um desses sentidos?

No primeiro sentido, é substantivo; no segundo, é um pronome substantivado.

 



POEMA: FINAL - FERREIRA GULLAR - COM GABARITO

 Poema: Final

          Ferreira Gullar


Era o que eu tinha a contar
Sobre o meu gato Gatinho
Que muito tem me ensinado
De amizade e de carinho.

Um siamês, pelo escuro
Olhos azuis, cara preta
É o bicho – lhes asseguro –
Mais “fofo” deste planeta.

Um gato chamado Gatinho, de Ferreira Gullar. São Paulo: Salamandra, 2000.

Fonte: Gramática Reflexiva – 6° ano – Atual Editora – William & Thereza – 2ª edição reformulada – São Paulo. 2008. p. 88-9.

Entendendo o poema:

01 – Na 1ª estrofe do poema, foram empregados os substantivos gato e Gatinho. Considerando a classificação desses substantivos, explique por que apenas um deles tem letra inicial maiúscula.

      Gatinho é substantivo próprio, ao passo que gato é substantivo comum.

02 – Como você sabe, substantivos abstratos podem nomear sentimentos e ações. Identifique no poema dois substantivos abstratos que traduzem os sentimentos existentes entre o gato e seu dono.

      Amizade e carinho.

03 – Na 2ª estrofe, o poeta descreve o seu gato. Que substantivos, simples e comuns, participam dessa descrição do animal?

      Siamês, pelo, olhos, cara, bicho.

04 – O substantivo gato é primitivo. Que substantivos derivados dele você conhece?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: gatil, gateza, gataria, gaticídio, gatinhar, engatinhar.

 

 

TEXTO: A CAPOEIRA - EUSÉBIO LÔBO SILVA - PROJETOS INTEGRADORES - COM GABARITO

 Texto: A capoeira   

    A capoeira é, além de uma luta, uma expressão cultural ligada à expressividade do corpo e à resistência.

        As pessoas trazidas da África para serem escravizadas no Brasil desenvolveram esse misto de dança e luta ao som de cânticos tradicionais, do berimbau e de outros instrumentos de percussão. Por ser uma luta criada entre os escravizados, foi vista como ameaça pelos governantes, que, em 1821, tomaram medidas de repressão à capoeiragem, que incluíam castigos físicos e até mesmo prisão.

        Mestre Bimba (1899-1974) é considerado o criador da chamada luta regional baiana, um estilo de capoeira criado na década de 1920, com movimentos mais rápidos e acompanhado de música. Mais tarde, quando a capoeira não era mais proibida, essa luta passou a ser chamada de capoeira regional.

        Na década de 1930, durante o governo de Getúlio Vargas (1882-1954), com a ajuda fundamental de Mestre Bimba, a capoeira passou a ser divulgada como esporte e desde então adquiriu mais e mais adeptos, vinculando-se, assim como o samba, o futebol e o carnaval, à identidade cultural do Brasil.

        Formada por movimentos, como ginga, rolê, rasteira, chicote e bananeira, a prática da capoeira está vinculada à subjetividade de cada praticante, ou seja, embora exista um modelo a ser seguido, cada roda de capoeira é única, uma vez que existem a concepção, a lógica do movimento, a improvisação e a sequência de golpes de cada pessoa que a joga.

        PONTE

        O corpo na ponte

        A ponte pode ser executada de dois modos: o primeiro é o movimento de arquear o corpo para trás até apoiar as mãos sobre o chão e, em seguida, lançar a pélvis e as pernas para retornar à posição em pé; no segundo, executa-se a bananeira, arqueia-se o corpo até o apoio dos pés sobre o chão e retorna-se à posição em pé.

        Função da ponte

        A função dessa movimentação é, inicialmente, desenvolver flexibilidade. A segunda é usar dessa flexibilidade para esquivar ou livrar-se de golpes que procedam do nível alto. A terceira função é ornamentar o jogo.

             SILVA, Eusébio Lôbo da. O corpo na capoeira. 2. ed. Campinas: Editora da Unicamp, 2012. v. 3. p. 102.

Fonte: Da escola para o mundo – Projetos Integradores – volume único – Ensino médio – 1ª Edição, São Paulo, 2020, editora Ática. p. 56-8.

Entendendo o texto:

01 – Você já jogou capoeira? Conhece o movimento de ponte?

      O importante é que, independentemente de terem ou não praticado capoeira, os estudantes comentem o movimento, que podem ter praticado em outro tipo de atividade física.

02 – Segundo o autor, o movimento da ponte possui três funções. Quais são elas? De que modo essas funções confirmam que a capoeira, além de uma luta, pode ser considerada uma forma de expressão artística?

      As funções da ponte são desenvolver a flexibilidade, usar essa flexibilidade na esquiva e ornamentar o jogo. Essas funções não se restringem apenas à habilidade ou à força para lutar, mas também se referem à ornamentação do jogo, o que confirma a função estética ligada à capoeira.

03 – A ilustração a seguir mostra como fazer a ponte descrita no texto. Observe-a:

a)   Converse com os colegas: Vocês acham que a ilustração deixou mais claro como realizar o movimento da ponte?

Resposta pessoal do aluno.

b)   Vocês teriam feito algo diferente sem a ilustração? O quê?

Resposta pessoal do aluno.

04 – Observe esta outra ilustração, que mostra as etapas para a realização de outro movimento, chamado escorão. Com base na imagem, descreva no caderno como esse movimento deve ser executado, passo a passo.

·        Compare sua descrição do movimento do escorão com a de seus colegas. Conversem sobre quais ficaram mais claras e como melhorar as demais. Após essa troca de ideias, se necessário, reformule sua descrição.

Para realizar o movimento do escorão, o lutador arqueia o corpo para a frente e apoia as duas mãos no chão. Depois disso, deve levantar uma das pernas e desferir um golpe com ela, esticando-a para cima.

 

 

 

 

ARTIGO DE OPINIÃO: DIREITO À EDUCAÇÃO - IBERÊ THENÓRIO E MARIANA FULFARO - COM GABARITO

 Artigo de Opinião: Direito à educação

         Iberê Thenório e Mariana Fulfaro

        Antes da criação das escolas como espaços coletivos de aprendizagem, os tutores formavam jovens privilegiados de modo individual. O tutor era uma espécie de responsável pela totalidade da educação do jovem, muitas vezes morando na mesma casa e repassando ao aprendiz todo tipo de conhecimento.

        O filósofo Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.), por exemplo, foi tutor de imperador Alexandre, o Grande (356 a.C. – 323 a.C.). Durante a Idade Média, apenas a nobreza contava com tutores para sua formação. Porém, isso ainda era algo acessível a poucos e geralmente privilegiava homens. Muitos reis nem eram alfabetizados.

        O valor da escola como um direito de todos, independentemente do gênero ou da classe social, é uma conquista bastante recente. Apenas no século XX, com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, a educação ampla e irrestrita passou a ser considerada um direito de todos e um dever do Estado. A importância da educação é reconhecida mundialmente e diversos órgãos internacionais buscam garantir que o acesso à educação seja realmente um direito de todos.

        Para discutir o uso que você e seus colegas fazem da internet para estudar, reúnam-se em pequenos grupos, conversem sobre as questões proposta a seguir e anotem as conclusões no caderno para depois postar na página de vocês. Não se esqueçam também de registrar possíveis dúvidas ou de pensar em diferentes propostas para serem comentadas na live.

               Iberê Thenório e Mariana Fulfaro criaram um estúdio para gravar os vídeos do canal Manual do Mundo, que se ocupa com o que eles chamam de “entretenimento educativo”.

Fonte: Da escola para o mundo – Projetos Integradores – volume único – Ensino médio – 1ª Edição, São Paulo, 2020, editora Ática. p. 92-3.

Entendendo o texto:                                         

01 – Como você estuda? Consulta apenas livros? Usa os livros, mas também acessa sites? Estuda apenas por meio de sites? Por quê?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Com essa questão é possível sondar os hábitos de estudo dos estudantes e as razões de suas escolhas, reconhecendo as particularidades de cada turma.

02 – Que sites e/ou canais de vídeo você acessa para estudar? Como se certifica de que as informações presentes neles são confiáveis?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Comente com os estudantes que uma forma de avaliar a confiabilidade dos sites é verificar se fazem parte de uma plataforma comercial (.com) ou educativa (.org ou .edu). Também é importante verificar, por exemplo, se o autor do conteúdo é um especialista da área, se o texto cita estudos feitos por outros autores ou centros de pesquisa reconhecidos, e se fornece referências bibliográficas que possam ser consultadas em uma checagem.

03 – Acredita que os sites são completos e trazem informações claras, ou sente que por vezes eles são superficiais?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Cabe aqui instigar a troca de ideias. Alguns sites apresentam conteúdo de forma extensa e completa, enquanto outros simplificam a abordagem, podendo tratar as informações de maneira superficial.

04 – A linguagem dos sites e dos vídeos que você costuma acessar é igual à dos livros? Se você vê diferenças, quais são? Qual você prefere? Por quê?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: É possível que os estudantes apontem, por exemplo, que alguns sites possuem uma linguagem mais “fácil”, com conteúdo resumido e de leitura rápida. Além disso, na internet é possível assistir a vídeos sobre diversos assuntos, o que tende a ser atraente para os estudantes, pois neles há alguém explicando o conteúdo e, às vezes, fazendo demonstrações práticas e explorando recursos visuais variados, o que pode facilitar o aprendizado para alguns.

05 – Quando precisa fazer uma pesquisa, você busca informações em livros ou somente na internet? Se a pesquisa é feita apenas usando a internet, você acessa mais de um site para comparar informações ou confia no primeiro que acessa?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Nesta questão, é importante destacar a relevância da busca em mais de uma fonte confiável, para ter acesso a uma diversidade de informações e comparar semelhanças e diferenças nos discursos. Além disso, retome com os estudantes o que conheceram do funcionamento dos algoritmos e chame a atenção para o fato de que, muitas vezes, os primeiros sites indicados por um mecanismo de busca podem ser aqueles que pagam para aparecer no topo da lista e que, portanto, não são necessariamente os mais completos e confiáveis.

06 – Você e seus colegas já criaram grupos para compartilhamento de informações escolares via celular? Acreditam que esse é um bom recurso? Em que situações ele pode ser utilizado?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Grupos como esses, quando bem administrados, contribuem com a troca de informações e a aprendizagem colaborativa, já que os estudantes podem ajudar uns aos outros com lembretes de datas de avaliações, esclarecimento de dúvidas quanto a determinados conteúdos, combinando grupos de estudo, etc.

07 – Você tem alguma dica de procedimento de estudo usando a internet para dar a seus colegas? Qual?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: É importante ouvir os estudantes e conhecer o uso que eles fazem da tecnologia para avaliar possibilidades de intervenção educativa. Procure evitar estabelecer juízos de valor a respeito da relação dos jovens com as várias mídias e tecnologias: o que importa aqui é a problematização desse uso e, portanto, o incentivo à reflexão, à autocrítica e ao diálogo.

TEXTO: ESCOLA E FAMÍLIA: HORA DE FIRMAR A PARCERIA - FERNANDA SALLA - VIVÊNCIAS - PROJETO DE VIDA - COM GABARITO

 Texto: Escola e família: hora de firmar a parceria

       

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      Para que os pais possam trabalhar pela aprendizagem da garotada, a comunicação entre você e eles precisa ser eficiente. Vale se desarmar de preconceitos e melhorar os momentos de contato pessoal e as mensagens escritas. Saiba como

POR: Fernanda Salla – 01 de Junho | 2013                                              

        Os depoimentos que ilustram esta reportagem são reais e retratam o desencontro envolvido na relação entre professores e pais. No centro do embate está a responsabilidade de cada um desses agentes na Educação de crianças e jovens. Os docentes sabem que o envolvimento da família tem um grande impacto no sucesso escolar dos alunos e, por isso, querem a ajuda dela. Porém, reclamam que os pais são omissos, colocando neles a culpa por problemas de indisciplina e pelo fracasso dos filhos nos estudos. Essa visão aparece nos relatos coletados na pesquisa Anos Finais do Ensino Fundamental: Aproximando-se da Configuração Atual, da Fundação Victor Civita (FVC), realizada pela Fundação Carlos Chagas (FCC) em 2012.

        A concepção é explicada principalmente por um indicador: o baixo rendimento de estudantes que vivem em ambientes socioeconômicos vulneráveis. Dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) de 2012 mostram que crianças nesse contexto apresentam o dobro de risco de ter um aproveitamento escolar fraco. Aliada a esse fato está a dificuldade dos professores em lidar com alunos que possuem uma bagagem cultural familiar diferente da esperada pela escola e que chegaram às salas de aula com a universalização da Educação Básica. Aqui o jogo do empurra-empurra fica mais sério, já que a situação cultural e socioeconômica não pode tirar de ninguém o direito de aprender. "Nem sempre é possível contar com um ambiente ideal em casa para dar continuidade ao trabalho realizado na escola, mas é responsabilidade do educador ensinar mesmo assim", afirma Maria Eulina Pessoa de Carvalho, docente da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

        Na contramão do discurso docente, estudos mostram que os pais valorizam a escolarização dos filhos, vendo nela um meio de ascensão social. É o que aponta a pesquisa Esforços Educativos de Mães num Território de Alta Vulnerabilidade Social: um Estudo de Caso, do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec). Nos depoimentos colhidos, mães afirmam não só se preocupar com o aprendizado dos filhos mas como investir nele.

        O que impede, então, que a vontade e o empenho de professores e familiares sejam construtivos? Um fator decisivo é a má comunicação. "Os docentes não conhecem as famílias e elas não sabem como funciona a escola dos filhos", diz Antônio Augusto Gomes Batista, do Cenpec. Se isso ocorre na sua escola, pense em mudar a dinâmica e unir esforços com foco no sucesso da turma.

        [...]

SALLA, Fernanda. Escola e família: hora de firmar a parceria. Nova Escola, São Paulo, 2 jun. 2013. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/1578/escola-e-familia-hora-de-firmar-a-parceria?gclid=CjwKCAiAuqHwBRAQEiwAD-zr3bSWtjY6ogHfkjk57ilc46D5bYqcIzjUN-73K0uhx-IhWMfsf-h4JRoCIqIQAvD_BwE. Aceso em: 10 jan. 2020.

Fonte: Vivências – Projeto de vida. Volume único – Ensino médio. Isabella & Sofia. 1ª ed. São Paulo, 2020. Editora Scipione. p. 66.

Entendendo o texto:

01 – Como vocês percebem a relação entre escola e família, de maneira geral?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Os alunos devem expressar seu ponto de vista e exemplificar com situações cotidianas.

02 – Quais estratégias a escola em que estudam adota para se comunicar com as famílias? Elas apoiam os estudantes, participam, procuram conversar com a direção/professores, entre outras formas de participação?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Os alunos deverão identificar os momentos em que a família vai à escola, como reunião de pais e eventos, e relatar as percepções sobre as relações formadas. Aproveite para refletir como eles sobre quais os momentos e os motivos que fazem a família ser chamadas à escola.

03 – O que poderia melhorar na relação escola-família no contexto de aprendizagem de vocês? Quais são as estratégias que poderiam ser adotadas?

      Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Os alunos podem refletir sobre como a relação que a família deles tem com a escola influencia na relação que eles próprios têm com a escola. Aproveite para explorar com os alunos sobre qual a relação que seus familiares tiveram com a escola deles e sobre a importância dada à educação formal em sua família.