Miniconto: A árvore que pensava
Oswaldo França Júnior
Houve uma árvore que pensava. E pensava
muito. Um dia transpuseram-na para a praça no centro da cidade. Fez-lhe bem a
deferência. Ela entusiasmou-se, cresceu, agigantou-se.
Aí vieram os homens e podaram seus
galhos. A árvore estranhou o fato e corrigiu seu crescimento, pensando
estar na direção de seus galhos a causa da insatisfação dos homens. Mas quando
ela novamente se agigantou os homens voltaram e novamente amputaram seus
galhos.
A árvore queria satisfazer aos homens
por julgá-los seus benfeitores, e parou de crescer. E como ela
não crescesse mais, os homens a arrancaram da praça e colocaram outra em
seu lugar.
FRANÇA JR.,
Oswaldo. As laranjas iguais. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 1996. p. 17.
Fonte: Livro Língua Portuguesa –
Trilhas e Tramas – Volume 1 – Leya – São Paulo – 2ª edição – 2016. p. 146-7.
Entendendo o miniconto:
01 – Você já viu ou ouviu
falar na minissérie de TV intitulada Carga pesada?
Resposta pessoal
do aluno.
02 – Você sabia que ela
foi baseada no romance Jorge, um brasileiro, de Oswaldo França Jr.?
Resposta pessoal
do aluno.
03 – Você sabia que esse
autor também se dedicou ao miniconto?
Resposta pessoal
do aluno.
04 – O que o título do
miniconto “A árvore que pensava” lhe
sugere?
Resposta pessoal
do aluno.
05 – Qual é a principal
figura de linguagem usada na construção do miniconto “A árvore que pensava?” Exemplifique.
A personificação.
Exemplos: “Houve uma árvore que pensava. E pensava muito.”; “Ela entusiasmou-se
[...]”; “A árvore estranhou o fato [...]”, etc. O texto contém elementos de um
apólogo: um ser vegetal age como se humano e a narrativa tem o objetivo de
transmitir uma mensagem, um ensinamento para o leitor.
06 – Identifique e
explique no caderno a alternativa que não se relaciona às
características formais e temáticas desse miniconto.
I. Impossibilidade de
captar a intenção do outro.
II. Dificuldade de
agradar as pessoas.
III. Interesse dos
homens em relação à natureza.
IV. Uso de linguagem
metafórica e concisa.
V. Mescla de real e
fantástico.
Alternativa III. O texto denuncia a falta
de respeito dos homens pela natureza.
07 – Como você explica o uso
do pretérito perfeito do verbo haver no início do miniconto “A árvore que pensava?”
No momento da narração, a árvore já não existia: houve (existiu/existia).
08 – Identifique em “A árvore que pensava” uma marca das
narrativas orais e explique-a.
Emprego do advérbio
aí, nesse texto, expressa circunstância de tempo e não de lugar: “Ai vieram os
homens e podaram seus galhos”: Algum tempo depois vieram os homens e podaram
seus galhos.
09 – Explique o uso do
substantivo deferência em:
“Fez-lhe
bem a deferência.”
Árvore se sentiu
homenageada.
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