Teatro: A vida no palco
Hildegard Feist
A literatura conta histórias. Quando lê
um romance, você viaja pelo mundo do autor: imagina aquelas pessoas que ele
descreve, as paisagens, os ambientes... Já o teatro mostra histórias. Quando você
assiste a uma peça, não precisa imaginar nada. As personagens e os cenários
estão materializados diante da plateia.
O texto no teatro é essencial, mesmo que
os atores não abram a boca (nesse caso eles estariam representando com gestos
uma história que teve de ser escrita por alguém).
Mas no teatro o texto não é tudo, como
acontece com a literatura. Você pode muito bem ler um livro, sozinho num canto,
e imaginar à vontade. Também pode ler uma peça, sozinho do mesmo jeito, porém
essa leitura solitária vai lhe dar apenas uma vaga ideia do que você veria no
teatro. Porque uma peça só se realiza, só ganha vida, quando chega ao palco.
Quando escreve para o teatro, o autor
já está pensando em todas as pessoas que serão necessárias para dar vida ao seu
texto. Seu trabalho de criação não termina no final da história, como no caso
de um romance. O autor de um romance precisa de um editor para publicá-lo, de
um livreiro para vende-lo e de um leitor para lê-lo, porém o que ele apresenta
é uma obra acabada.
O autor teatral, também chamado
dramaturgo, precisa de muito mais gente: na verdade precisa de todo um batalhão
de profissionais para mostrar o que escreveu. São atores, diretor, produtor,
cenógrafo, figurinista, iluminador... sem falar no público.
Vamos por parte.
Os
passos do processo
Depois de escrever uma peça, o
dramaturgo a leva para uma pessoa ligada ao teatro, geralmente um ator de
prestígio ou um diretor.
(...)
Digamos que tudo corre às mil
maravilhas. Os atores adoram o texto, identificam-se com suas personagens e no
momento não têm nenhum compromisso que os impeça de participar do projeto.
Agora precisam de um produtor, de
alguém que banque o espetáculo, ou seja, que forneça o dinheiro para adquirir
móveis, tecidos, roupas, acessórios – enfim, todo o material necessário para a
montagem –, além de pagar despesas como o aluguel do teatro, a contratação de
carpinteiros, eletricistas, costureiras e outros profissionais indispensáveis,
a compra de espaço para publicidade nos jornais, revistas e TV...
Mais uma vez dá tudo certo, e o
trabalho pode começar. Primeiro se faz uma leitura dramática: todo o elenco se
reúne, de preferência sentado em torno de uma mesa, e cada ator lê sua parte,
já representado com a entonação de voz que pretende dar à personagem.
O diretor vi corrigindo, vai mostrando
a cada um como deve falar. Por exemplo, um simples “Eu te amo” pode ser dito
com alegria, com tristeza, com fingimento, com desespero... depende da situação
e também da maneira como o diretor imagina a cena.
O diretor tem a visão geral do
espetáculo e sabe qual é o resultado que quer conseguir. Alguns diretores
simplesmente impõem sua opinião, porém a maioria conversa com os atores,
explica o que tem em mente, escuta o que eles acham e todos chegam a um acordo
(ou pelo menos é o que se espera).
Não é só com os atores que o diretor
dialoga. Ele também expõe seus objetivos aos demais membros da equipe,
explicando o que espera de cada um. E, como cada um tem uma maneira de ver o
espetáculo, seguem-se as discussões e as trocas de ideias. Tudo acertado, o
cenógrafo trata de criar os cenários adequados; o iluminador estuda as várias
formas de usar a luz; o figurinista concebe as roupas que cada personagem terá
de vestir; e assim por diante.
Depois de muito ensaio e muito
trabalho, a peça está pronta para ser apresentada ao público. O dinheiro
resultante da venda dos ingressos paga o salário do pessoal envolvido no espetáculo.
Lance uma ideia em sua escola. Reúna
uma turma para montar uma peça. É uma ótima experiência, pois, colocando-se na
pele de uma personagem, você sai de si mesmo, esquece seus problemas e aprende
a entender melhor essa complicada e maravilhosa criatura humana. Experimente.
Pequena viagem pelo mundo da
arte, Hildegard Feist.
Fonte: Livro –
Encontro e Reencontro em Língua Portuguesa – 8ª Série – Marilda Prates – Ed.
Moderna, 2005 – p. 171/3.
Entendendo o teatro:
01 – Qual é a diferença
entre um romance e o texto dramático (texto para ser representado)?
1° parágrafo.
“Quando lê um romance, você viaja pelo mundo do autor: imagina aquelas pessoas
que ele descreve, as paisagens, os ambientes... Já o teatro mostra histórias.”
02 – Quando o teatro ganha
realmente vida? Por quê? Justifique a partir do texto e de suas experiências e
conhecimentos.
Resposta pessoal
do aluno.
03 – Qual é a diferença
entre um autor de um romance e um autor de peças teatrais? Por quê? Argumente a
partir do texto.
“O autor de um
romance precisa de um editor para publicá-lo, de um livreiro para vende-lo e de
um leitor para lê-lo, porém o que ele apresenta é uma obra acabada.”
“O autor teatral, também chamado
dramaturgo, precisa de muito mais gente: na verdade precisa de todo um batalhão
de profissionais para mostrar o que escreveu. São atores, diretor, produtor,
cenógrafo, figurinista, iluminador... sem falar no público.”
04 – Do que precisa um
romancista para que seu livro fique pronto?
O romancista precisa de um editor para
publicar seu livro.
05 – O que é necessário para
o autor teatral, também chamado de dramaturgo, expor sua obra?
O autor teatral precisa de atores,
diretor, produtor, cenógrafo, figurinista, iluminador e público.
06 – Fale sobre os passos do
processo: desde a criação da peça teatral até sua representação no palco.
Resumo do texto “Os
passos do processo”.
07 – Produtor, material,
publicidade são essenciais no teatro. E por quê?
Resposta pessoal
do aluno.
08 – Na região em que você
vive, a atividade teatral é comum? Existem escolas de teatro, arte dramática? E
a comunidade tem o hábito de frequentar o teatro? Fale a partir da sua
realidade de vida e justifique suas respostas.
Resposta pessoal do aluno.
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