Texto: A história do gigante de ferro
Em meados do século XIX, Nova York é uma pequena cidade na ilha de Manhattan. Muita gente mora nas colinas de Brooklin em frente à ilha, mas trabalha em Manhattan, centro dos negócios. Eles cruzam todo dia o East River de barco, mas o serviço era, com frequência, interrompido pelo mau tempo... Projetos de pontes unindo a ilha ao continente são apresentados: ponte de barcos, ponte giratória, ponte pênsil.
Catedral
dos tempos modernos
Os obstáculos técnicos são enormes
porque jamais se conseguiu projetar uma ponte sobre um braço de mar tão grande.
De outro lado, é preciso deixar passagem para as embarcações que têm mastros
muitos altos. Não faltam os problemas econômicos. Quem vai financiar um empreendimento
deste porte? Afinal, a cidade de Nova York aceita o projeto de um engenheiro
renomado, vindo da Alemanha para fazer fortuna: John Roebling. Ele não só
encontra soluções para os numerosos problemas técnicos, mas dá a essa ponte um
valor simbólico e quase poético: as armações metálicas em ogiva serão como uma
catedral dos tempos modernos.
À maneira das galerias de colunas dos
tempos egípcios, esses pilares servirão de portas para a cidade moderna. A
ponte, ligação entre os homens, será como um salto em direção ao oeste,
sinônimo de esperança e desenvolvimento para os americanos.
Uma
ponte devoradora de homens
Pobre Roebling! Jamais sentirá a
alegria de ver sua obra terminada. Ele morre de tétano, contraído depois de um acidente
na construção, alguns meses depois do começo dos trabalhos. Seu filho
Washington o sucede. Mas, a partir de 1872, ele não aparece mais no canteiro de
obras: sofre do “mal dos caixões”, uma doença provocada por acidente de
descompressão, durante a construção das fundações. É da janela de sua casa no
Brooklyn que ele supervisiona os trabalhos.
Caixões
sob o rio
Para fazer as fundações, caixões de
madeira são depositados no fundo do rio. Cheios de ar comprimido, eles permitem
aos operários aprofundar as fundações dos pilares, até a rocha. Os que
trabalham em caixão submetem-se a um calor sufocante, umidade, penumbra e aos
perigos de incêndios provocados pela lâmpada a álcool. O pulso deles é muito
rápido, mal podem falar. Muitos sofrem do “mal dos caixões” que provoca
horríveis dores paralisantes.
Operários
trapezistas
Em 1876 as torres estão prontas. Os
operários, em posturas acrobáticas, devem instalar os cabos. Um dispositivo
inteligente, uma caçamba móvel fazendo vaivém, ajuda nas operações perigosas.
Ainda assim, os operários, imigrantes irlandeses na maioria, pagam com a
própria vida. A ponte leva 14 anos para ficar pronta, com o custo da tragédia:
pelo menos 26 pessoas morrem.
Numerosas gravuras da construção
mostram como o grande público se apaixona pela construção da ponte. Afinal, é
inaugurada em 1883, com a presença do presidente dos Estados Unidos, Chester
Arthur. Fogos de artifício são lançados da ponte, de muitos barcos e até de
balões; ao todo 10.000 foguetes, dos quais 500 são acesos ao mesmo tempo para o
efeito final!
Todos querem testar a nova ponte e,
para provar a sua solidez, o diretor do Circo Barnaum faz passar por ali 21
elefantes! Mas, nos dias seguintes, a massa de curiosos é tão densa que um
trágico tumulto causa a morte de 12 pessoas.
A
arte da construção – As origens do saber.
Fonte: Livro –
Encontro e Reencontro em Língua Portuguesa – 8ª Série – Marilda Prates – Ed.
Moderna, 2005 – p. 224/6.
Entendendo o texto:
01 – Por que a ponte
precisava ser construída? Quais os projetos apresentados para sua construção?
Porque muita gente morava nas colinas de
Brooklin e tinha que atravessar o East River de barco para trabalhar em
Manhattan.
02 – Observe a manchete Catedral dos tempos modernos.
Quem ousa assumir sua construção? Por quê?
John Roebling
apresentou um projeto para resolver todos os problemas que surgiriam com a
construção da ponte.
03 – Comente o conteúdo da
manchete Uma ponte devoradora de homens.
Muitos homens
morreram durante a construção da ponte.
04 – O que foi o “mal dos
caixões”?
Havia caixões de
madeira, depositados no fundo do rio, cheios de ar comprimido, que permitiam
aos operários aprofundar as fundações dos pilares, até a rocha. O pulso dos
operários é muito rápido e o ambiente provoca terríveis dores paralisantes.
05 – Quanto tempo levou a
construção da ponte? A que custo ela foi construída?
Durou 14 anos. A custo de muita tragédia.
Pelo menos 26 pessoas morreram.
06 – Como foi a festa da
inauguração? Comente.
Com a presença do presidente dos EUA,
queima de fogos de artifício, muitos barcos e balões.
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