segunda-feira, 10 de agosto de 2020

TEXTO: A HISTÓRIA DO GIGANTE DE FERRO - A ARTE DA CONSTRUÇÃO - COM GABARITO

 Texto: A história do gigante de ferro

      Em meados do século XIX, Nova York é uma pequena cidade na ilha de Manhattan. Muita gente mora nas colinas de Brooklin em frente à ilha, mas trabalha em Manhattan, centro dos negócios. Eles cruzam todo dia o East River de barco, mas o serviço era, com frequência, interrompido pelo mau tempo... Projetos de pontes unindo a ilha ao continente são apresentados: ponte de barcos, ponte giratória, ponte pênsil.

          Catedral dos tempos modernos

        Os obstáculos técnicos são enormes porque jamais se conseguiu projetar uma ponte sobre um braço de mar tão grande. De outro lado, é preciso deixar passagem para as embarcações que têm mastros muitos altos. Não faltam os problemas econômicos. Quem vai financiar um empreendimento deste porte? Afinal, a cidade de Nova York aceita o projeto de um engenheiro renomado, vindo da Alemanha para fazer fortuna: John Roebling. Ele não só encontra soluções para os numerosos problemas técnicos, mas dá a essa ponte um valor simbólico e quase poético: as armações metálicas em ogiva serão como uma catedral dos tempos modernos.

        À maneira das galerias de colunas dos tempos egípcios, esses pilares servirão de portas para a cidade moderna. A ponte, ligação entre os homens, será como um salto em direção ao oeste, sinônimo de esperança e desenvolvimento para os americanos.

          Uma ponte devoradora de homens

        Pobre Roebling! Jamais sentirá a alegria de ver sua obra terminada. Ele morre de tétano, contraído depois de um acidente na construção, alguns meses depois do começo dos trabalhos. Seu filho Washington o sucede. Mas, a partir de 1872, ele não aparece mais no canteiro de obras: sofre do “mal dos caixões”, uma doença provocada por acidente de descompressão, durante a construção das fundações. É da janela de sua casa no Brooklyn que ele supervisiona os trabalhos.

          Caixões sob o rio

        Para fazer as fundações, caixões de madeira são depositados no fundo do rio. Cheios de ar comprimido, eles permitem aos operários aprofundar as fundações dos pilares, até a rocha. Os que trabalham em caixão submetem-se a um calor sufocante, umidade, penumbra e aos perigos de incêndios provocados pela lâmpada a álcool. O pulso deles é muito rápido, mal podem falar. Muitos sofrem do “mal dos caixões” que provoca horríveis dores paralisantes.

          Operários trapezistas

        Em 1876 as torres estão prontas. Os operários, em posturas acrobáticas, devem instalar os cabos. Um dispositivo inteligente, uma caçamba móvel fazendo vaivém, ajuda nas operações perigosas. Ainda assim, os operários, imigrantes irlandeses na maioria, pagam com a própria vida. A ponte leva 14 anos para ficar pronta, com o custo da tragédia: pelo menos 26 pessoas morrem.

        Numerosas gravuras da construção mostram como o grande público se apaixona pela construção da ponte. Afinal, é inaugurada em 1883, com a presença do presidente dos Estados Unidos, Chester Arthur. Fogos de artifício são lançados da ponte, de muitos barcos e até de balões; ao todo 10.000 foguetes, dos quais 500 são acesos ao mesmo tempo para o efeito final!

        Todos querem testar a nova ponte e, para provar a sua solidez, o diretor do Circo Barnaum faz passar por ali 21 elefantes! Mas, nos dias seguintes, a massa de curiosos é tão densa que um trágico tumulto causa a morte de 12 pessoas.

                      A arte da construção – As origens do saber.

                                 Fonte: Livro – Encontro e Reencontro em Língua Portuguesa – 8ª Série – Marilda Prates – Ed. Moderna, 2005 – p. 224/6.

Entendendo o texto:

01 – Por que a ponte precisava ser construída? Quais os projetos apresentados para sua construção?

      Porque muita gente morava nas colinas de Brooklin e tinha que atravessar o East River de barco para trabalhar em Manhattan.

02 – Observe a manchete Catedral dos tempos modernos. Quem ousa assumir sua construção? Por quê?

      John Roebling apresentou um projeto para resolver todos os problemas que surgiriam com a construção da ponte.

03 – Comente o conteúdo da manchete Uma ponte devoradora de homens.

      Muitos homens morreram durante a construção da ponte.

04 – O que foi o “mal dos caixões”?

      Havia caixões de madeira, depositados no fundo do rio, cheios de ar comprimido, que permitiam aos operários aprofundar as fundações dos pilares, até a rocha. O pulso dos operários é muito rápido e o ambiente provoca terríveis dores paralisantes.

05 – Quanto tempo levou a construção da ponte? A que custo ela foi construída?

      Durou 14 anos. A custo de muita tragédia. Pelo menos 26 pessoas morreram.

06 – Como foi a festa da inauguração? Comente.

      Com a presença do presidente dos EUA, queima de fogos de artifício, muitos barcos e balões.

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