domingo, 26 de junho de 2022

SONETO: O PIOR DOS MALES - ALBERTO DE OLIVEIRA - COM GABARITO

Soneto: O Pior dos Males

           Alberto de Oliveira

Baixando à Terra, o cofre em que guardados
Vinham os Males, indiscreta abria
Pandora. E eis deles desencadeados
À luz, o negro bando aparecia.

O Ódio, a Inveja, a Vingança, a Hipocrisia,
Todos os Vícios, todos os Pecados
Dali voaram. E desde aquele dia
Os homens se fizeram desgraçados.

Mas a Esperança, do maldito cofre
Deixara-se ficar presa no fundo,
Que é última a ficar na angústia humana…

Por que não voou também? Para quem sofre
Ela é o pior dos males que há no mundo,
Pois dentre os males é o que mais engana.

Alberto de Oliveira. In: Roteiro da poesia brasileira: “Parnasianismo” (seleção e prefácio de Sânzio de Azevedo). São Paulo: Global, 2006. p. 23.

Fonte: Língua portuguesa 2 – Projeto ECO – Ensino médio – Editora Positivo – 1ª edição – Curitiba – 2010. p. 238.

Entendendo o soneto:

01 – É possível afirmar que o soneto apresenta grande rigor formal? Justifique sua resposta.

      Sim. Todos os versos são decassílabos (possuem dez sílabas poéticas) e o esquema de rimas é ABAB; BABA; CDE; CDE.

02 – Explique o uso de letras maiúsculas para grafar alguns dos substantivos comuns presentes no soneto.

      As letras maiúsculas são usadas para grafar os seguintes substantivos comuns: Males, Ódio, Inveja, Vingança, Hipocrisia, Vícios, Pecados e Esperança. Elas são usadas para universalizar os sentidos dos termos, sugerindo que eles são comuns a toda a humanidade.

03 – Segundo o poema, qual seria o “pior dos males"? Essa perspectiva expressa pelo poema parnasiano converge com a expressa pelo mito grego?

      Segundo o texto, o “pior dos males" seria a Esperança, porque é o que mais engana os homens. Essa perspectiva diverge do mito tradicional, que aponta a esperança como um consolo para a humanidade, sujeita a tantos males.

 

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