Poema: Canção de Outono
Guilherme de Almeida
Estes lamentos
Dos violões lentos
Do outono
Enchem minha alma
De uma onda calma
De sono.
E soluçando,
Pálido, quando
Soa a hora,
Recordo todos
Os dias doidos
De outrora.
E vou à toa
No ar mau que voa.
Que importa?
Vou pela vida,
Folha caída
E morta.
VERLAINE, Paul.
Tradução de Guilherme de Almeida. In: LARANJEIRA, Mario. Poética da tradução:
do sentido à significância. v. 12. São Paulo: Edusp, 1993. Col. Criação &
crítica.
Fonte: Livro – Viva
Português 1° – Ensino médio – Língua portuguesa – 2ª edição 1ª impressão – São
Paulo – 2014. p. 32.
Entendendo o poema:
01 – Nesse texto há uma
queixa, uma lamentação. Que lamenta o eu lírico do poema?
Lamenta o fato de
o tempo ter passado e ele seguir a vida à toa, apenas com algumas recordações.
02 – Releia a última estrofe
do poema e reflita sobre o sentido das palavras ar e folhas.
Considerando o sentido geral do poema e responda:
a) O que você entende por “ar mau que voa”?
Resposta pessoal do aluno. Sugestão: Trata-se do ar de outono, que
traz para o eu lírico recordações que não lhe fazem bem; o “ar mau que voa”
pode ser compreendido como o tempo que passa implacável.
b) Explique o sentido da palavra folha nos dois últimos versos do poema.
A folha é o próprio eu lírico, que se sente acabado, morto, já que,
naquele momento, a vida para ele não tem sentido.
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