quinta-feira, 9 de julho de 2020

CRÔNICA: O PAVÃO - RUBEM BRAGA - COM GABARITO

Crônica: O Pavão

               Rubem Braga

        Eu considerei a glória de um pavão ostentando o esplendor de suas cores; é um luxo imperial. Mas andei lendo livros, e descobri que aquelas cores todas não existem na pena do pavão. Não há pigmentos. O que há são minúsculas bolhas d'água em que a luz se fragmenta, como em um prisma. O pavão é um arco-íris de plumas.

        Eu considerei que este é o luxo do grande artista, atingir o máximo de matizes com o mínimo de elementos. De água e luz ele faz seu esplendor; seu grande mistério é a simplicidade.

        Considerei, por fim, que assim é o amor, oh! minha amada; de tudo que ele suscita e esplende e estremece e delira em mim existem apenas meus olhos recebendo a luz de teu olhar. Ele me cobre de glórias e me faz magnífico.

Rio, novembro, 1958

Simples e ternas. Assim são as lindas crônicas de Rubem Braga.
                      Texto extraído do livro "Ai de ti, Copacabana", Editora do Autor - Rio de Janeiro, 1960, pág. 149.  Agradeço ao Antônio pela lembrança.

Entendendo a crônica:

01 – No 2° parágrafo do texto, a expressão ATINGIR O MÀXIMO DE MATIZES significa o artista:

a)   Fazer refletir, nas penas do pavão, as cores do arco-íris.

b)   Conseguir o maior número de tonalidades.

c)   Trazer com que o pavão ostente suas cores.

d)   Fragmentar a luz nas bolhas d’água.

02 – No trecho da crônica, os elementos coesivos produzem a textualidade que sustenta o desenvolvimento de uma determinada temática. Com base nos princípios linguísticos da coesão e da coerência, pode-se afirmar que:

a)   Na passagem, “Mas andei lendo livros”, o emprego do gerúndio indica uma relação de proporcionalidade.

b)   O pronome demonstrativo. “Este” (linha 6) exemplifica um caso de coesão anafórica, pois seu referente textual vem expresso no parágrafo seguinte.

c)   O articulador temporal “por fim” (linha 9) assinala, no desenvolvimento do texto, a ordem segundo a qual o assunto está sendo abordado.

d)   A expressão. “Oh! Minha amada” é um termo resumitivo que articula a coerência entre a beleza do pavão e a simplicidade do amor.

e)   O pronome pessoal “ele” (linha 7), na progressão textual, faz uma referência ambígua a “pavão”.

03 – De acordo com o texto, a “leitura” é uma tarefa capaz de:

a)   Apresentar características do pavão.

b)   Divulgar informações sobre arco-íris.

c)   Esclarecer sobre fatos da realidade.

d)   Modificar os hábitos da sociedade.

04 – Ao dizer que “o pavão é um arco-íris de plumas”, o autor pretende mostrar que:

a)   Formar um arco-íris “de pluma” depende das mesmas condições de formação do arco-íris.

b)   Molhar o pavão em dias de sol é um fator que contribui na formação das suas cores.

c)   O fenômeno que forma o arco-íris é similar à formação das cores nas penas do pavão.

d)   O pavão apresenta sete cores durante a formação de cores que dão a vida às suas plumas.

05 – Qual destes trechos, retirados do texto, apresenta uma opinião?

a)   “Eu considerei a glória de um pavão ostentando o esplendor de suas cores; é um luxo imperial”.

b)   “Mas andei lendo livros, e descobrir que aquelas cores todas não existem na pena do pavão”.

c)   “O que há são minúsculas bolhas d’água em que a luz se fragmenta, como em um prisma”.

d)   “[...] de tudo que ele suscita e esplende e estremece e delira em mim existem apenas meus olhos [...]”.


2 comentários:

  1. Boa noite, pode responder essa questão aqui que não achei o gabarito, por favor? É para correção de um simulado

    No texto, Rubem Braga pratica um tipo de crônica

    Rubem Braga

    a) lírica, pois a atmosfera poética revela-se tanto na expressão quanto na evocação das imagens que lhe servem de tema.
    B) dramática, uma vez que fica subentendida, ou ao menos insinuada, uma segunda personagem a quem se dirige o narrador.

    C) ensaistica, pois o autor fundamenta suas opiniões e tem por objetivo esclarecer uma questão do âmbito da teoria da arte.
    D) narrativa, visto que, subjacente ao texto, se percebe a alternância de tempos, que se revela no uso do pretérito perfeito e do presente.

    E)crítica, já que o texto faz uma reflexão profunda sobre o papel do artista em sentido tanto pessoal quanto social.

    Agradeço!

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