Crônica: O Pavão
Rubem Braga
Eu considerei a glória de um pavão
ostentando o esplendor de suas cores; é um luxo imperial. Mas andei lendo
livros, e descobri que aquelas cores todas não existem na pena do pavão. Não há
pigmentos. O que há são minúsculas bolhas d'água em que a luz se fragmenta,
como em um prisma. O pavão é um arco-íris de plumas.
Eu considerei que este é o luxo do
grande artista, atingir o máximo de matizes com o mínimo de elementos. De água
e luz ele faz seu esplendor; seu grande mistério é a simplicidade.
Considerei, por fim, que assim é o
amor, oh! minha amada; de tudo que ele suscita e esplende e estremece e delira
em mim existem apenas meus olhos recebendo a luz de teu olhar. Ele me cobre de
glórias e me faz magnífico.
Rio, novembro, 1958
Simples e ternas.
Assim são as lindas crônicas de Rubem Braga.
Texto extraído do
livro "Ai de ti, Copacabana", Editora do Autor - Rio de Janeiro,
1960, pág. 149. Agradeço ao Antônio pela lembrança.
Entendendo a crônica:
01 – No 2° parágrafo do
texto, a expressão ATINGIR O MÀXIMO DE MATIZES significa o artista:
a)
Fazer refletir, nas penas do pavão, as cores
do arco-íris.
b)
Conseguir o maior número de tonalidades.
c)
Trazer com que o pavão ostente suas cores.
d)
Fragmentar a luz nas bolhas d’água.
02 – No trecho da crônica,
os elementos coesivos produzem a textualidade que sustenta o desenvolvimento de
uma determinada temática. Com base nos princípios linguísticos da coesão e da
coerência, pode-se afirmar que:
a)
Na passagem, “Mas andei lendo livros”, o
emprego do gerúndio indica uma relação de proporcionalidade.
b)
O pronome demonstrativo. “Este” (linha 6)
exemplifica um caso de coesão anafórica, pois seu referente textual vem
expresso no parágrafo seguinte.
c)
O articulador temporal “por fim”
(linha 9) assinala, no desenvolvimento do texto, a ordem segundo a qual o
assunto está sendo abordado.
d)
A expressão. “Oh! Minha amada” é um termo
resumitivo que articula a coerência entre a beleza do pavão e a simplicidade do
amor.
e)
O pronome pessoal “ele” (linha 7), na
progressão textual, faz uma referência ambígua a “pavão”.
03 – De acordo com o texto,
a “leitura” é uma tarefa capaz de:
a)
Apresentar características do pavão.
b)
Divulgar informações sobre arco-íris.
c)
Esclarecer sobre fatos da
realidade.
d)
Modificar os hábitos da sociedade.
04 – Ao dizer que “o pavão é
um arco-íris de plumas”, o autor pretende mostrar que:
a)
Formar um arco-íris “de pluma” depende das
mesmas condições de formação do arco-íris.
b)
Molhar o pavão em dias de sol é um fator que
contribui na formação das suas cores.
c)
O fenômeno que forma o arco-íris é
similar à formação das cores nas penas do pavão.
d)
O pavão apresenta sete cores durante a
formação de cores que dão a vida às suas plumas.
05 – Qual destes trechos,
retirados do texto, apresenta uma opinião?
a)
“Eu considerei a glória de um pavão
ostentando o esplendor de suas cores; é um luxo imperial”.
b)
“Mas andei lendo livros, e descobrir que
aquelas cores todas não existem na pena do pavão”.
c)
“O que há são minúsculas bolhas d’água em que
a luz se fragmenta, como em um prisma”.
d)
“[...] de tudo que ele suscita e esplende e
estremece e delira em mim existem apenas meus olhos [...]”.
Boa noite, pode responder essa questão aqui que não achei o gabarito, por favor? É para correção de um simulado
ResponderExcluirNo texto, Rubem Braga pratica um tipo de crônica
Rubem Braga
a) lírica, pois a atmosfera poética revela-se tanto na expressão quanto na evocação das imagens que lhe servem de tema.
B) dramática, uma vez que fica subentendida, ou ao menos insinuada, uma segunda personagem a quem se dirige o narrador.
C) ensaistica, pois o autor fundamenta suas opiniões e tem por objetivo esclarecer uma questão do âmbito da teoria da arte.
D) narrativa, visto que, subjacente ao texto, se percebe a alternância de tempos, que se revela no uso do pretérito perfeito e do presente.
E)crítica, já que o texto faz uma reflexão profunda sobre o papel do artista em sentido tanto pessoal quanto social.
Agradeço!
okokokokokok
ResponderExcluir