Texto: O audaz poeta dos mundos
submersos
Jacques Cousteau
Intuição
para negócios e boas relações
Ele tinha paixão, inteligência,
perseverança, ousadia e tino comercial. Além disso, Jacques Yves Cousteau era
romântico: “Não sei por que amo o mar. É físico. Quando você mergulha, começa a
sentir-se um anjo. É a liberação do peso”, explicou. Com a primeira mulher,
Simone (1919-1990), filha de empresário, Cousteau teve dois filhos, que criou
meio peixes: Philippe (1940-1979), morto em acidente aéreo, a quem deu
emocionado sepulcro no mar. E Jean-Michel (58). Graças ao sogro, Cousteau pôde,
em 1943, criar o Aqualung com o engenheiro Emile Gagnan. Era uma válvula que
permitia ao mergulhador respirar com um cilindro de ar comprimido às costas. A
invenção, simples, abriu a rota para o novo universo. Mais tarde, desenvolveu o
propulsor a jato para um homem. Após a Segunda Guerra Mundial, Cousteau recebeu
a Legião de Honra: fora espião da Resistência, ao contrário do irmão Pierre,
condenado como colaborador dos nazistas. E já filmara debaixo d’água, proeza
inédita. Mas a carreira de aventuras e defesa do meio ambiente decolou quando o
estúdio de cinema Universal Pictures comprou filmes seus. Cousteau sabia que
precisava de patrocinadores. Em 1950, contatou o milionário inglês Loel Guiness
para que lhe comprasse um velho caça-minas, que batizou de Calypso. Tornou-o um
laboratório de última geração, equipado com a primeira filmadora submarina do
mundo, construída para ele pelo Massachusetts Institute of Technology, dos EUA.
E, quando precisou de uma base de operações, procurou Rainier e a princesa
Grace Kelly de Mônaco. Obteve a chefia do instituto oceanográfico do
principado.
Novas
núpcias com namorada oculta
Cousteau nasceu em 1910 em
Saint-André-de-Cubzac, na França, filho de advogado rico. Com 17 anos foi
expulso da escola: quebrara dezessete vidraças. Um acidente de carro lesou seus
braços; para recuperá-los, nadava. Um dia, pôs óculos contra o sal. “Meus olhos
abriram-se para o mar. Às vezes temos a sorte de sentir que nossa vida mudou,
de nos abrir à nova vida. Sucedeu comigo”, disse.
O primeiro documentário, O Mundo do
Silêncio, de 1951, com peixes de inigualável colorido, foi no mar Vermelho. O
livro vendeu 5 milhões de cópias. O filme levou três Oscar. Em 1968, a série O
Mundo Submarino de Jacques Cousteau foi ao ar. Seus oitenta livros, as
enciclopédias, os milhões de dólares das TVs americanas, os mais de 600 filmes
deram-lhe dinheiro; fundou centros de pesquisa e divulgação marinha e foi muito
homenageado. No início dos anos 90, casou-se com Francine Triplet (40). Tiveram
a filha Diane (17) e o filho Pierre-Yves (15) enquanto ele ainda era casado com
Simone. Aos cuidados dela fica a Equipe Cousteau, em Paris, que substituiu a
Fundação Cousteau; e o término do navio Calypso 2, movido a turbo-velas – o
Calypso, no qual percorreu o rio Amazonas em 1984, foi abalroado por um barco
em Cingapura. O explorador teve críticos severos. Comprou lagostas em mercado e
filmou-as como se estivessem no mar Vermelho, maltratou animais para filmá-los,
emitiu insanidades do ponto de vista da ciência, era megalomaníaco,
comportou-se mal com Simone. Mas sua ação como defensor do meio ambiente e o
sonho de aproveitar a força das marés como energia permanecem. “O futuro da
civilização depende da água. Imploro a todos, compreendam isso”, reiterou em
janeiro.
Revista Caras, ano IV, n.
27, 4 jul. 1997.
Fonte: Livro –
Encontro e Reencontro em Língua Portuguesa – 8ª Série – Marilda Prates – Ed.
Moderna, 2005 – p. 154/5.
Entendendo o texto:
01 – O que Jacques Cousteau
sentia em relação ao mar? Por quê?
Cousteau era
romântico. Disse não saber por que amava o mar. “É físico. Quando você
mergulha, começa a sentir-se um anjo”.
02 – O que fez Jacques
Cousteau de mais importante para a humanidade? Justifique.
Criou o Aqualung, que permitia ao
mergulhador respirar no fundo do mar, com um cilindro de ar comprimido às
costas.
03 – Comente duas frases de
Jacques Cousteau:
a)
“Não sei por que amo o mar. É físico. Quando
você mergulha, começa a sentir-se um anjo. É a liberação do peso”.
b)
“O futuro da civilização depende da água.
Imploro a todos, compreendam isso”.
Resposta pessoal do aluno.
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