sexta-feira, 24 de julho de 2020

TEXTO: O AUDAZ POETA DOS MUNDOS SUBMERSOS - JACQUES COUSTEAU - COM GABARITO

Texto: O audaz poeta dos mundos submersos

            Jacques Cousteau

 Intuição para negócios e boas relações

   Ele tinha paixão, inteligência, perseverança, ousadia e tino comercial. Além disso, Jacques Yves Cousteau era romântico: “Não sei por que amo o mar. É físico. Quando você mergulha, começa a sentir-se um anjo. É a liberação do peso”, explicou. Com a primeira mulher, Simone (1919-1990), filha de empresário, Cousteau teve dois filhos, que criou meio peixes: Philippe (1940-1979), morto em acidente aéreo, a quem deu emocionado sepulcro no mar. E Jean-Michel (58). Graças ao sogro, Cousteau pôde, em 1943, criar o Aqualung com o engenheiro Emile Gagnan. Era uma válvula que permitia ao mergulhador respirar com um cilindro de ar comprimido às costas. A invenção, simples, abriu a rota para o novo universo. Mais tarde, desenvolveu o propulsor a jato para um homem. Após a Segunda Guerra Mundial, Cousteau recebeu a Legião de Honra: fora espião da Resistência, ao contrário do irmão Pierre, condenado como colaborador dos nazistas. E já filmara debaixo d’água, proeza inédita. Mas a carreira de aventuras e defesa do meio ambiente decolou quando o estúdio de cinema Universal Pictures comprou filmes seus. Cousteau sabia que precisava de patrocinadores. Em 1950, contatou o milionário inglês Loel Guiness para que lhe comprasse um velho caça-minas, que batizou de Calypso. Tornou-o um laboratório de última geração, equipado com a primeira filmadora submarina do mundo, construída para ele pelo Massachusetts Institute of Technology, dos EUA. E, quando precisou de uma base de operações, procurou Rainier e a princesa Grace Kelly de Mônaco. Obteve a chefia do instituto oceanográfico do principado.

          Novas núpcias com namorada oculta

        Cousteau nasceu em 1910 em Saint-André-de-Cubzac, na França, filho de advogado rico. Com 17 anos foi expulso da escola: quebrara dezessete vidraças. Um acidente de carro lesou seus braços; para recuperá-los, nadava. Um dia, pôs óculos contra o sal. “Meus olhos abriram-se para o mar. Às vezes temos a sorte de sentir que nossa vida mudou, de nos abrir à nova vida. Sucedeu comigo”, disse.

        O primeiro documentário, O Mundo do Silêncio, de 1951, com peixes de inigualável colorido, foi no mar Vermelho. O livro vendeu 5 milhões de cópias. O filme levou três Oscar. Em 1968, a série O Mundo Submarino de Jacques Cousteau foi ao ar. Seus oitenta livros, as enciclopédias, os milhões de dólares das TVs americanas, os mais de 600 filmes deram-lhe dinheiro; fundou centros de pesquisa e divulgação marinha e foi muito homenageado. No início dos anos 90, casou-se com Francine Triplet (40). Tiveram a filha Diane (17) e o filho Pierre-Yves (15) enquanto ele ainda era casado com Simone. Aos cuidados dela fica a Equipe Cousteau, em Paris, que substituiu a Fundação Cousteau; e o término do navio Calypso 2, movido a turbo-velas – o Calypso, no qual percorreu o rio Amazonas em 1984, foi abalroado por um barco em Cingapura. O explorador teve críticos severos. Comprou lagostas em mercado e filmou-as como se estivessem no mar Vermelho, maltratou animais para filmá-los, emitiu insanidades do ponto de vista da ciência, era megalomaníaco, comportou-se mal com Simone. Mas sua ação como defensor do meio ambiente e o sonho de aproveitar a força das marés como energia permanecem. “O futuro da civilização depende da água. Imploro a todos, compreendam isso”, reiterou em janeiro.

 Revista Caras, ano IV, n. 27, 4 jul. 1997.

                           Fonte: Livro – Encontro e Reencontro em Língua Portuguesa – 8ª Série – Marilda Prates – Ed. Moderna, 2005 – p. 154/5.

Entendendo o texto:

01 – O que Jacques Cousteau sentia em relação ao mar? Por quê?

      Cousteau era romântico. Disse não saber por que amava o mar. “É físico. Quando você mergulha, começa a sentir-se um anjo”.

02 – O que fez Jacques Cousteau de mais importante para a humanidade? Justifique.

      Criou o Aqualung, que permitia ao mergulhador respirar no fundo do mar, com um cilindro de ar comprimido às costas.

03 – Comente duas frases de Jacques Cousteau:

a)   “Não sei por que amo o mar. É físico. Quando você mergulha, começa a sentir-se um anjo. É a liberação do peso”.

b)   “O futuro da civilização depende da água. Imploro a todos, compreendam isso”.

Resposta pessoal do aluno.

 


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