Poema: A borboleta
Olavo Bilac
Trazendo uma borboleta,
Volta Alfredo para casa.
Como é linda! é toda preta,
Com listas douradas na asa.
Tonta, nas mãos de criança,
Batendo as asas, num susto,
Quer fugir, porfia, cansa,
E treme, e respira a custo.
Contente, o menino grita:
“É a primeira que apanho,
Mamãe! vê como é bonita!
Que cores e que tamanho!
Como voava no mato!
Vou sem demora pregá-la
Por baixo do meu retrato,
Numa parede da sala.”
Mas a mamãe, com carinho,
Lhe diz: “Que mal te fazia,
Meu filho, esse animalzinho,
Que livre e alegre vivia?
Solta essa pobre coitada!
Larga-lhe as asas, Alfredo!
Vê como treme assustada...
Vê como treme de medo...
Para sem pena espetá-la
Numa parede, menino,
É necessário matá-la:
Queres ser um assassino?”
Pensa Alfredo... E, de repente,
Solta a borboleta... E ela
Abre as asas livremente,
E foge pela janela.
“Assim, meu filho! perdeste
A borboleta dourada,
Porém na estima crescente
De tua mãe adorada...
Que cada um cumpra a sorte
Das mãos de Deus recebida:
Pois só pode dar a Morte
Aquele que dá a Vida.”
Olavo Bilac. Do
livro: Poesias Infantis, Ed. Francisco Alves, 1929, RJ.
Entendendo o poema:
01 – O texto acima, é um
poema narrativo. Que elementos permitem identificar esse texto como um poema? E
quais características correspondem as de uma narrativa?
É estruturado em versos. As figuras de
linguagem, as rimas e a cadência são recursos linguísticos largamente
utilizados neste poema. A característica narrativa que ele possui é a de contar
um fato.
02 – Qual o significado da
palavra porfia no poema? Pesquise no
dicionário.
Porfia – qualidade do que
é persistente, insistência, perseverança, tenacidade.
03 – Que reflexão a mãe de
Alfredo faz dizendo estes versos:
“Que
cada um cumpra a sorte
Das mãos de Deus recebida:
Pois só pode dar a Morte
Aquele que dá a Vida.”
Que ele não
poderia tirar a vida da borboleta, apenas para enfeitar uma parede, e que
somente Deus tem este direito, pois foi Ele que deu a vida.
04 – No trecho: “Larga-lhe
as asas, Alfredo / Vê como treme assustada... / Vê como treme de medo...”, o
que sugere a utilização do recurso da repetição “vê como treme”?
Sugere para o
garoto ter dó da borboleta e soltá-la, por isso usou este recurso de repetição
chamado anáfora dando ênfase àquilo que se repete.
05 – A que tipo de leitor
esse poema é dirigida?
Ao leitor
contemplativo, meditativo.
06 – Qual o assunto
principal do poema?
A captura de uma borboleta por um garoto.
07 – Que idade parenta o eu
lírico desse texto poético? Caracterize-o.
Aparenta ter sete
anos. Ele reage lentamente a ordem de sua mãe, mas depois aceita
espontaneamente. Ele é um explorador, aventureiro. Uma criança alegre.
08 – Na sua opinião, a mãe
de Alfredo agiu corretamente ao chamar-lhe a atenção?
Resposta pessoal do aluno.
09 – Coloque-se no lugar de
Alfredo: que atitude você tomaria?
Resposta pessoal
do aluno.
10 – A que conclusão o eu
lírico chega ao final do texto?
Que deveria dar
liberdade a borboleta que ele havia capturado.
11 – O poema exibe dois
pontos de vista: o do garoto e o da sua mãe. Quais são as diferenças entre
eles? A argumentação da mãe acaba influenciando na maneira como o garoto
enxerga a situação?
Ahhhh me ajudou muito na prova vlwwwwww <3
ResponderExcluirMuito bom, me ajudou muito
ResponderExcluirQuantos versos e estrofes tem este poema?
ResponderExcluir20 versos e 40 estrofes
ExcluirObrigado
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